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Na aula de Frances

Antes de escrever sobre a aula de frances do titulo, tenho q mencionar, pq ele merece: estava aqui no computador apos chegar da tal aula de frances e o bebezinho inquieto e saudoso, implorando por uma banho (mexe perninhas + mexe bracinhos+reclama um pouquinho + sao 21h = hora do banho), mas a mae q viciou na coisa do blog queria muito escrever, coloca o bebezinho agoniado no sofa e pede gentilmente: espera soh um pouquinho pra mamae escrever...por favor? - Ao que o bebe prontamente atende...e esta lah, quietinho ateh agora - sendo assim, por merito, a mae vai escrever soh este paragrafo e voltar mais tarde, depois da trilogia banho-historinha-mil cancoes de ninar, pra escrever sobre a aula de frances.

Missao cumprida, e mencao honrosa novamente pro nene que dormiu com a marca recorde de apenas 1 cancao de ninar! Sendo assim, mamae escreve...

Entao, estou fazendo aula de frances pela terceira vez desde que cheguei aqui...as outras todas foram interrompidas precocemente, uma pela pessima qualidade do curso (gratuito, em escola publica, se de graca a gente ateh pega onibus errado - de acordo com uma amiga minha - curso ruim nao dah...ruim por ruim, eh melhor assistir TV) outra pela necessidade mais urgente de melhorar o ingles, eita dureza essa coisa de tentar ser poliglota. Jah este de agora nao pode ser interrompido, jah q se eu nao passar em um exame com data ainda indefinida, eu nao posso mais ganhar a bolsa de estudos, porque nao vou poder renovar minha licensa de trabalho, nem ser TO por aqui...eh como diz outra amiga, rapadura eh doce, mas nao eh mole nao (ou seja, aqui bolsa de estudo eh melhor do que salario de TO no Brasil, mas para conseguir, e permanecer com uma... jah sao outros quinhentos... e chega de dizeres populares por hoje...)

Mas o fato interessante eh q qdo a gente faz um curso de linguas no Brasil, todos os colegas de turma sao tambem brasileiros, em geral. As origens podem ateh diferir, mas todo mundo nasceu na terrinha. Jah aqui, em um curso de linguas, e na maioria dos lugares pra falar a verdade, vc encontra de tudo, menos um canadense. Tirando meu marido, q eh o canadense mais baiano que jah se viu, canadense nao faz curso de linguas, ateh porque eles aprendem as duas linguas oficiais na escola (no caso dos canadenses aqui de quebec, o ingles eh um tanto quanto duvidoso, mas enfim...). E eh ai q o curso de frances vira a volta ao mundo em 10 semanas, pague pelo frances e de brinde, conheca culturas e comportamentos de povos que vc nem lembrava que existiam.

A razao eh ateh bem simples, a imigracao aqui eh um fenomeno recente. Diferente do Brasil, ninguem eh neto, bisneto de imigrantes, mas sim, o proprio imigrante (vide eu!). Na minha classe dessa vez tem 4 iranianos (incluindo o professor, diga-se de passagem), 1 romeno, 1 filipina/chinesa e 2 chineses, chineses mesmo, e eu, brasileira, embora ninguem acredite. Olha o desaforo, eu que sempre fiz o papel da japonesa em todas as pecinhas da escola, agora tenho q passar pelas nacionalidades mais variadas; filipina, chinesa, boliviana, vietnamita... e encarar os ohares mais descrentes quando faco a grande revelacao: eu sou brasileira! E ai vem toda a explicacao da historia da imigracao no Brasil, e que por isso, nem todos os brasileiros sao iguais ao Ronaldinho, ou ao Pele, ou as mulatas da Sapucai (a sim, e nem todos sabem sambar ou jogar futebol, vide eu novamente!), a sim, e apesar da origem japonesa, eu nao falo japones (nem espanhol, a lingua oficial do Brasil, como todos sabem)

E como as pessoas se unem quando fora de seu pais natal, eu faco dupla sempre com a filipina/chinesa que na verdade nasceu em Ontario (olha eu me contradizendo, mas ele eh excessao), mas esta com sua licensa de enfermeira suspensa ateh passar na mesma prova de frances. Os iranianos tambem se agrupam e um deles jura de peh junto q eu e a filipina/chinesa somos gemeas, ele nunca sabe quando uma de nos faltou na aula. Eles tambem acham que sao muito superiores porque falam persa (nao se trata de preconceito meu, eles realmente me disseram isso), entao nao se atrevem a fazer grupo com 'nao iranianos'. O professor ateh simpatiza com a causa dos menos dotados e faz questao de explicar tudo bem de perto; oportunidade esta q eu negaria prontamente se tivesse a chance, jah q o sujeito realmente nao toma banho, nem escova os dentes, mas eh um bom professor... fazer o que? Pensei em dar um sabonete e pasta de dente e dizer q era habito no Brasil dar isto para os professores, mas como eu sou filipina...
Os chineses coitadinhos, uma fonte de simpatia, sao os unicos que sabem conjugar todos os verbos (grande merito, jah q a conujgacao em frances eh um misterio ateh para os franceses), mas na hora de falar a coisa complica...e eles soh ficam rindo e olhando o dicionario, chega doi o coracao.
Sobre o romeno nao tenho nada a declarar, nunca ouvi a voz dele, ou eh timido, ou eh mudo.

Mas eh assim que a gente acaba aprendendo mais na aula de frances do que assistindo Discovery Channel, e com sorte, acaba aprendendo uma palavrinha ou outra de linguas de paises que, ao nao ser que viremos milhonarios excentricos, possivelmente nunca vamos visitar.
Aos interessados, uma palavrinha: Khodahapez (tchau em persa), e outra: Sigui (tchau em Tagalo - a lingua das Filipinas, minha nova terra natal)

Jah para aprender o frances, a aula nao eh suficiente...fiquem com ' Au revoir' e se deem por satisfeitos ;-)

6 comentários:

Dani, Annie e Luiz disse...

rsrsrs...realmente da para dar a volta ao mundo nas aulas de francês, aliás eu adorei passar pela Austrália, já que conhecia a China, a India e também as Filipinas, rsrsrsrs...
Bjinhos e bom sábado para vcs.
Dani.

Anônimo disse...

Je parlais que conosco una raggazza filipina who teach me how to ask for food in tagalog?
Gusto kong isdâ!

Diz isso pra suas colegas de surpresa... hahaha... mas depois cê explica que não come peixe e tal...

Anônimo disse...

Bem que eu desconfiava da sua nacionalidade, uma brasileira com cara de japonesa que nao come sushi. Voce esqueceu de acrescentar a caipirinha. Toda vez que digo que sou brasileira (pais onde o Carlos Menem era o presidente) me perguntam se eu danço samba, se bebo caipirinha e se ja vi a tal da propaganda da Bavaria. Eta nois...

Anônimo disse...

By the way, a anonima ai do comentario sou eu.

Anônimo disse...

Pois é, segundo essa mesma amiga que o Ti citou, os EUA já convenceram os Filipinos de que a lingua oficial deles agora é o inglês. Feito isso eles estão vindo ao Brasil pra nos convencer de que nossa capital é Buenos Aires e a Amazônia faz parte do território americano...

Flávia disse...

Que filipina/chinesa que nada ! Se você tem uma irmã gêmea, sou eu. Provavelmente fomos separadas no nascimento, mas mantivemos o mesmo senso de humor.

Eu não faria feio na turma, já que sou iraniana quando estou com cabelos cacheados e indiana quando faço escova. Poderia ir com cabelos enrolados e juntar-me à elite dos persas !