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Olha o verdureiro

Há uns dias lí no blog da Bibi sobre um pessoal que entrega em casa frutas e verduras orgânicos. Eu que já sou fã do orgânico há um tempo adorei a idéia, Organicack só toma "guki"(iogurte) orgânico e papinhas também. Fiquei mais empolgada quando lí em algum lugar que coisas orgânicas têm até 3 vezes mais nutrientes do que as "normais", uma vez que os agrotóxicos que matam as pragas também enfraquecem a capacidade das plantas de produzirem seus nutrientes. Também gosto da idéia que a agricultura orgânica visa o desenvolvimento sustentável das comunidades e uso consciente do solo, etc. Se isso tudo é verdade eu não sei, mas a informação vem bem a calhar e a idéia de eliminar uns agrotóxicos do prato também não é ruim.

Semana passada chegou aqui em casa nosso primeiro "panier" recheado de frutas e verduras fresquinhas junto com sugestões de receitas saudáveis pra se fazer com os ingredientes, adorei. Saudade dos tempos que colhíamos nossas próprias frutas e verduras na horta no quintal de casa e com as quais fazíamos salada de fruta (sim, com as frutas E com as verduras e legumes). Me senti praticamente naquelas cidadezinhas do interior onde o verdureiro passa vendendo verduras (o verdureiro vendendo verduras?? Jura?) de porta em porta, a mulherada saindo de bobs no cabelo pra escolher as frutas e tal. Saudade também da feira que tinha na rua do lado de casa: "Olha a laranja minha senhora, moça bonita não paga mas também não leva!" e de quando frutas e verduras fresquinhas estavam sempre por alí, na feira de quarta-feira e não requeriam uma operação militar com encomendas feitas com uma semana de antecedência...mas bom, a gente se vira com o que tem.

Pra quem está em Montréal e quiser tentar, Le Jardin des Anges, pra ter uma hortinha orgânica entregue na porta de casa.
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Enquanto o tempo não vem...

Nem o tempo pra escrever, nem o tempo de verão que parece não querer chegar nunca por estas bandas.


- E se você prestou atenção na foto, eu sei o que você está pensando...Se existem pegadas, onde estão os donos das pegadas? Eu diria - mergulhando no mar - só pra fingir que a foto foi espontânea e não tão armada assim, mas vamos combinar, quem, diante de um mar destes, deixa as Havaianas tão perfeitamente alinhadas?
Mas só pra provar que aqui, tiramos os sapatos, tanto os aí de cima, quanto estes aqui de baixo:




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Irmãozinhos

Sim, eu sei, meu irmão é fofinho, e queridinho, apesar de ter sempre me convencido a fazer qualquer coisa pra ele, em troca de um quadradinho de chocolate, sem rebarbas. A culpa não é dele se eu sempre fiz qualquer coisa por um chocolate. Deixe minha chefe descobrir isso.

Apesar das suspeitas infames, não Marquito, eu não escrevi o próprio post como se fosse meu irmão, eu até me amo bem, mas não chegaria a tanto, o post anterior foi de autoria do próprio e foi sim uma surpresa pra mim. E apesar da "atomporeidade" (qual é o substantivo pra atemporal? Preguiça de procurar) do post, Cláudia, eu acho que preferia o kit bolsa+chocolate, mas vou fingir que gostei mais do post só pra fica meiga ;-)É claro que ele é meio exagerado, meu irmão é do tipo que jura de pé junto que tal e tal coisas a seu critério, são as melhores e mais fantásticas do mundo, a incluir sua irmã, o que não necessariamente representa a verdade. Dizem as más linguas que quando ele conta uma coisa a gente deve dividir por 2 pra chegar perto do real, mas deixemos assim, de repente o Zackolino leia isso por acidente durante sua adolescência e assim se convença de que sua mãe é o máximo.

E aí, pensando nos meus irmãos e da saudade imensa que tenho deles, saudade que só aumenta quando nunca consigo falar com eles, fiquei aqui nostalgiando momentos fraternais que não voltam mais (só pra rimar)...

Durante as viagens fazíamos competição de posto de gasolina, tipo assim, quem falar o nome do posto que aparece na estrada primeiro ganha o ponto. No final da viagem, quem tiver mais pontos ganha algo pré-combinado devidamente patrocinado pelo perdedor (geralmente era uma passatempo recheada ou adivinhe...um chocolate). Meu pai, que conhecia os postos das estradas de cor, sempre me ajudava secretamente, talvez por isso eu quase sempre ganhava. Quando estava chovendo a gente fazia corrida de gotas , cada um escolhia uma gota na janela e a gota que chegasse primeiro ganhava, este jogo era mais arbitrário. Com a maturidade vieram jogos mais elaborados como o tão afamado "Senha", que na verdade todo mundo que viaja com a gente, exceto nós mesmos, odeia jogar, mas joga assim mesmo - não, nós não somos competitivos, mas só por precaução, nunca queira jogar uma partida de "Imagem e Ação" contra nós, pode ser perigoso, até porque a gente sempre ganha mesmo :-)

Eu e meus irmãos fazemos uma pareceria única, a quantidade de besteiras que se produz quando estamos juntos é imbatível. As vezes do besteirol surge coisas produtivas como programas, musicias e até projetos que acabam virando verdade. Nem sei quanto assunto tínhamos pra conversar madrugada a dentro, mas sei que parte do que sou deve ter vindo destes assuntos.

A gente também tem um contrato velado de "topa tudo" e assim não importa a hora ou o quê, sempre estamos prontos pro que der e vier e isso inclui preparar apresentações de power point na noite anterior ao trabalho, poster pra congresso, idéias pra workshop via skype as 3 da manhã e antigamente, saídas de madrugada pra programas diversos, esquemas mirabolantes pra conquistar menininhas e menininhos (dependendo de quem quer conquistar, explicando) e tudo sempre é feito de alguma jeito fora do comum, como a vinda do De pro aniversário do Zack ano passado, quando ele se disfarçou de antendente de Drive-Thru na sua chegada. Meus irmãos são as pessoas que eu mais sei que posso contar, seriam "Dream Team", se acaso eu tivesse pouco mais que meus 1,51m. e algum interesse em basquete, mas perceba a metáfora.

Meus irmãozinhos fazem uma falta absurda, tanta que ando pensando mesmo que Irmãozack precisa de um irmãozinho urgente, ninguém devia ficar sem um. O que??? Alguém ouviu isso? Não, ufa! Essa coisa de nostalgia leva a gente a um certo nível de delírio.

Valeu irmãozão pelo post, foi deveras um presentão de aniversário (mas assim, se quiser mandar aquele kit não tem problema não...). Valeu pessoal pelos "Felizes Aniversários", ando em um processo de estresse pós-aniversarial/pré-exames finais e da total falta de tempo, que já nem é novidade, mas vou aparecendo por aqui de quando em vez.

E você ai, o que faz seus irmãozinhos(as) inesquecíveis??
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1o Post Pirata de Aniversário

“A Keiko é baixinha mas tem grande coração” foi com este bordão e com um jingle tosco que o acompanhava gravado no meu teclado Casio foi que minha irmã se elegeu presidente de classe na 4ª série do 1º grau. E desde então ela não cresceu mais...mas o seu coração, a sua mente e a sua capacidade de fazer melhor todo um mundo a sua volta isso já está maior que a fossa das marianas no oceano pacifico (segundo o guinness,com 10911 metros é a maior do mundo)..

Sem dúvida nenhuma ela está entre as 6 pessoas vivas e que eu já cumprimentei pelo menos 2 vezes que eu mais admiro (eu já cumprimentei 1 vez a Eva Vilma, o Pele (tenho foto disso) e já acenei de longe pro Airton Senna, que não entram na lista).

Onde já se viu uma menina tão pequena e com só hj 27 aninhos já ter visitado mais de 20 países, falar fluentemente 6 linguas (ela odeia que eu fale isso, pq nesta conta eu considero a linguagem dos surdos 1 lingua, aliás 2 linguas pq ela fala tanto a do padrao brasileiro como a do canadense então eu conto como 2...ainda mais no seu aniversário...rs), já gravou mais de 10 CDs e uns 4 DVDs, em vez de pagar como todo mundo, ganhou uma bolsa concorridona e ganha vários mil dólares para fazer seu doutorado pq o mestrado ela já acabou, e se ainda não bastasse toca piano bem, clarinete (bem meia boca), canta “Lindo País’ como ninguém, já ganhou concurso com prêmios da Sandy e Junior, foi a única mulher que sobreviveu a ‘caminhada do Rocha’ (quando ela tinha uns 12 anos e era dos desbravadores um cara que já tinha sido do exército fez uma caminhada a noite inteira dentro de rios e matas fechadas pra umas 30 pessoas quase todas adultas e ela era uma das 7 mulheres e a mais nova do grupo e no final só sobraram 7, sendo 6 homens adultos e ela), foi a única pessoa que eu conheço q conseguiu ficar 6 meses sem comer açúcar (e vcs q leem esse blog podem imaginar como isso foi difícil pra ela) pq disseram (quem disse um absurdo desses?) q no dia do vestibular se ela comesse depois de ficar 6 meses sem comer ela teria um ‘barato’ e se lembraria de tudo, sabe todas as músicas da Xuxa de cor e quase todos do Chico Buarque e do Toquinho, já fundou e\ou participou da fundação de 2 ONGs, já fez métodos inteiros de musicalização infantil, quase sabe fazer a gota, faz um blog que é uma verdadeira delícia de ler e chega a dar até uma certa ansiedade por novos posts (esta parte da ansiedade não sei se eu falaria se não fosse niver dela hj...hehe) e pra completar e não menos importante casou com um cara que é o mestre do ping-pong e tiveram um negócio chamado Zack que é simplesmente da terra inteira o ser mais fofo, inteligente, gente fina, palmeirense, legal, risonho, vontade inenarrável de apertar a toda hora, e que completa qualquer música como “Pinheirinhos que alegria.....(Zack: tra-la-la-la-la...la-la-la-la)” com uma desenvoltura digna de ‘vou te apertar mais uma vez e não adianta chorar’.

Irmãzinha....foi bem difícil conseguir a senha deste seu blog e postar ‘piratamente’ este post aqui (a bibs e seu esposo foram meus comparsas nisso), mas eu queria deixar registrado o quanto vc é incrível e faz falta aqui nas terras do Capão, do Brasil, o quanto vc faz falta pra mim... as nossas conversas q acabavam as 3 da manha com “apaga a luz e fecha a porta”, os nossos planos mirabolantes de mudar o mundo, as nossas fugidas escondidas e que ultrapassamos o carro do papai pra entrar embaixo do cobertor e 30 segundos depois todo mundo pensar q a gente tava dormindo, as nossas guerras de areia do barrancao em Cananéia, os nossos (meus) planos maquiavélicos que eu te incluía pra conquistar as menininhas, as suas buscadas de copo dágua pra mim, o nosso dia de escravidão anual (pode aproveitar q é hj o seu...hehe), as contas de matemática q vc pedia pra eu fazer, os programas JAs q eu pedia pra vc e pro Johnny e ficava com o crédito, os caça-tesouros nos aniversarios e caça-ovos de chocolates na páscoa, as idas incontroláveis aos lugares mais inusitados pra comer de madrugada, as idas mais rotineiras pra comer em qq lugar, as idas ao playcenter anuais com os amigos de sempre, as nadadas na represa pelados na boia de trator na casa da vovó comendo doce de leite, aos jogos de war com os primos, aos jogos de 6 horas q só eu e vc gostávamos de senha no carro que precisam de 4 pessoas pra jogar e o Johnny queria ser sempre o juiz pq ele odeia jogar, as nossas saídas dos 3 ‘irmaozinhos’ de madrugada no Brasil e no Canadá com fotos, risadas e vontade de estar junto pra sempre, a mamãe salvando sua vida na piscina de casa de camisola e eu com 6 anos falando “a keko ta nadando”, as viagens pra Penedo, pra Búzios, pra águas de Sta Bárbara, pros acampamentos, os vídeos mais toscos e inesquecíveis, os choros mais marcantes, as risadas mais felizes, vc e o Dada se unindo pra tirar uma com a minha cara, eu e o Dada se unindo pra tirar uma da sua (ei, acho q a gente nunca se uniu contra o Dada hein?...vamos fazer isso?...hehe) a raspada com os dentes de cada quadradinho de chocolate quando eu prometia só 1 quadradinho, as ligações desesperadas de trabalhos de madrugada, as idas ao Rascal, Galeria dos pães, Pedaço da pizza, Parmalat, Viena...(melhor por 3 pontinhos aqui senão acabo a lista quando vc já tiver 28)....enfim, Keikinho, tudo que me lembra vc me faz ser o irmão mais feliz e sortudo do mundo e eu queria que vc soubesse disso neste dia, já que era isto ou CorreioProCanada+Sapato+Bolsa da Sidewalk+Café na cama com passatempo recheada, que eu (e um negocio de pano chamado bolso aqui do meu lado...rs) sinceramente achamos que vc nem gostaria tanto....

Pra não quebrar a tradição...apaga a luz, fecha a porta e vai te lascá..
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27

A Bibi (blog restrito agora) me passou essa bola há uns 10 anos mais ou menos (ok, talvez tenha sido só alguns meses) e eu só estou fazendo e repassando agora...super eficiente o serviço de repassagem. Mas já que hoje é dia de ficar velha, vamos provar a eficiência. Até porque 27 é uma idade um quanto sem graça pra se fazer. Não é nem 25 que é um quarto de século, nem é 30 pra começar a mentir a idade é aquele aniversário assim...27, nada de mais, nada de menos, só 27.

Eu sou péssima com esses tais "memes". Primeiro porque acho meio difícl escrever sobre um tema específico, rola um bloqueio criativo, mas principalmente porque como eu já contei antes, tenho um caso raro de Alzheimer precoce e sendo assim, minha memória não é lá fonte muito confiável e eu nunca sei se o que eu acho que foi, foi mesmo. Diz minha amiga de infância que as poucas coisas que eu lembro são questionáveis e ela já perdeu as esperanças de vir me falar qualquer coisa que comece com: "você lembra quando...?"- eu nunca lembro. Esta amiga é inclusive praticamente meu HD externo, volta e meio tenho que recorrer aos seus serviços de memória, o que ela claramente usa contra mim se quiser já que a versão dela da história é geralmente a única disponível. Vou ousar escrever este texto sem consultá-la, só espero que ela não leia e venha aqui desmentir minhas memórias falhas (ouviu, né N?). Encontrei consolo no velho e bom Chico (o cantor, não o rio) em Estorvo: "Mas mesmo aquilo que a gente não se lembra de ter visto um dia, talvez possa ver depois por algum viés da lembrança".

Então, diretamente dos viés da minha lembrança, o meme da Bibi, o que eu estava fazendo nestes anos:

1978: 30 anos atrás
Não estava fazendo nada, eu ainda não era. Eu sei, morram de inveja da minha juventude :-)

1983: 25 anos atrás
Sei não minha gente, mas para isso eu tenho justificação científica. Existe um fenômeno chamado "aminésia da primeira infância". Estudos dizem que uma pessoa não é capaz de reter nenhuma memória real de fatos ocorridos antes dos 4 anos. Obviamente se retém impressões afetivas e tudo mais desta época, mas toda memória de "fatos" é forjada, ou seja, criada após essa idade baseada nas impressões psicológicas, mas não são necessariamente reais. Pois é, eu fiz 3 cursos de psicologia na faculdade só pra poder dizer que eu não tenho a menor idéia do que acontecia, eu tinha só 2 anos.

1988:20 Anos atrás
Estava na primeira série. Lembro que eu adorava levar tomate e cenoura de lanche na escola, que meu bolo de aniversário de 7 anos foi um urso gigante que segurava uma barra de chocolate branco na mão e que no dia seguinte ao aniversário este foi meu lanche - para o espanto da professora. Eu as vezes escrevia bilhetinhos com versinhos da Bíblia ou coisas do tipo "Bom dia amiguinho, seja feliz!" e deixava anonimamente na carteira de todos os meus amigos antes da aula começar (minha mãe dava aula na escola e eu sempre chegava antes de todo mundo). Também lembro de ficar triunfante porque aprendi a contar até mil! E aí eu queria contar até mil pra todo mundo, toda hora - imagine a alegria das pessoas. Não tenho muita certeza, mas acho que foi neste ano que comecei a estudar piano.

1993: 15 anos atrás
Eu deveria inventar alguma coisa pra colocar aqui, mas realmente eu não lembro absolutamente nada desse ano. Sei que cantava em um grupo infantil na igreja e que viajava pelo Brasil todo cantando, no ano seguinte fomos à Israel, Espanha e Egito e no outro fomos para a Holanda, Alemanha e Bélgica. Acho que foi por conta dessas viajanças que veio essa impressão de que o mundo é grande demais pra ficar no mesmo canto.

1998: 10 anos atrás
Este ano foi um dos melhores. Último ano de "segundo grau" (ai, ai, essas pessoas muito velhas e seus termos arcaicos...) época da vida cuja maior preocupação é passar no vestibular, e você acha que esta é a maior preocupação que você vai ter durante toda a vida, ledo e feliz engano. Fomos à Disney como viagem de formatura e foi muito divertido, minha turma de escola era realmente o máximo e eu chorei quando vi o Mickey, ta aí uma coisa que eu não devia contar, tarde demais. Boa menina que sempre fui, achei o máximo da ousadia sair escondido do hotel e passar a última noite da viagem na praia até o sol nascer com a galerinha. Duas coisas muito marcantes na escola foram dois trabalhos que tive que fazer, marcantes pelo trabalho em sí, mas também pela atitude dos professores. Em meio a loucura de estudar e se preparar para o vestibular, o professor de matemática pediu como "prova final" um resumo e crítica de um livro sobre o médico Ben Carson, uma história de conquistas e superação muito linda mesmo, foi marcante porque provou que a lição de vida era mais importante do que a licão de matemática e de fato sempre é. O professor de história por sua vez pediu para que fizéssemos uma auto-biografia como trabalho final, dizendo que nenhuma história é mais importante do que a nossa própria, e esta somos nós que fazemos. Este trabalho foi especialmente marcante porque tive a chance de coletar histórias familiares que eu jamais saberia de outra forma. Conversei por horas com minha Obatian (avó japonesa) pela primeira vez e só aí que eu soube que ela veio em um dos primeiros navios de imigrantes japoneses, aso 14 anos com casamento arranjado. Trabalhou em lavoura de café com meu pai a tiracolo e outras coisas mais. Meses depois ela começou a ficar muito doente e foi perdendo toda a memória, não fosse o professor de história, eu não saberia esse pedaço da minha. Eu já estava namorando meu Princhucão. Quando completamos 1 ano de namoro ele veio me buscar de helicóptero na escola e foi só a primeira coisa da série: "acostume mal sua namorada e quando você casar com ela, vai estar lascado" - o helicóptero foi seguido de balão, navio e outras tantas surpresas lindas. Não é de espantar que hoje em dia ele ache difícil me agradar ;-)

2003: 5 anos atrás
Também foi um ano de terminar. Último ano da faculdade de Terapia Ocupacional. Estresse total com monografia, estágio e planos de imigração ainda incertos na época. A mania de abraçar o mundo já era evidente e além de fazer faculdade em tempo integral eu dava aula de musicalização na Laramara (instituição para crianças com deficiência visual) e em uma escolinha de educação infantil, fazia estágio extra-curricular em um centro de reabilitação e coordenava o programa de inclusão escolar na escola onde estudei a vida inteira. Também coordenava uma oficina "de criativide" para crianças de 8-12 anos neste projeto aqui, outro projeto de vida que ajudei a começar e do qual sinto muita falta. A nossa escola de artes e línguas estava no fim do projeto de anos de elaboração, idéias mirabolantes e construção. Já estava casada há 3 anos, mas com faxineira e restaurante por kilo isso não era um problema, não que agora seja, vamos deixar claro. Fomos pra Jericoacoara comemorar os 3 anos de casamento no início do ano, uma delícia absoluta. Formatura no final do ano, alívio, fim de mais uma etapa, começo de outra como sempre há de ser.

O meme acaba aqui.

Mas embalada pelo ritmo do Parabéns a você, aproveito pra agradecer um presente, o prêmio que a Flávia mandou (não hoje, nem pelo aniversário, o que é ainda melhor):

Eleita por ser blogueira maternal...adorei! Valeu Flávia. Gostei tanto do prêmio quanto da comparação com o Veríssimo....que honra! Reza a regra que quem ganha passa o prêmio. Na minha seleção, mães que já me fizeram rir e chorar, refletir e certamente passar horas a fio lendo seus blogs. Para estas, repasso o meme acima (o que você estava fazendo há 5, 10, 15, 20 e 25 anos) e também o prêmio.

Flávia, a própria, com a qual compartilho genes diversos e com quem portanto me identifico um bocado. Ótima escritora, ótima mãe, ótima blogueira (não sei se vale mandar o prêmio de volta...)

Lilian, conhecida da vida real que virou amiga da matrix vida blogal/real, minha conselheira e exemplo de como sobreviver a um doutorado em uma língua que não é a sua, com filhos e casa pra cuidar. A Lilian escreve em inglês com uma desenvoltura que eu nunca vou ter, e é a blogueira mais sincera e de coração aberto que já li.

Sandra, está premiada por ser a mãe/blogueira com mais informação por pixel quadrado. Chegada aqui no Quebec a bem menos tempo do que eu, a Sandra já sabe tudo sobre tudo e transmite as informações no seu blog para os novos imigrantes sem segredos, além de ter sempre notícias da sua linda família.

Cris, mãe na definição da palavra (vide seu último post), adoro como ela consegue escrever sobre assuntos que não sendo de mãe, provam como ser mãe e tantas outras coisas ao mesmo tempo.

E aqui acaba esta edição aniversarial. Agora vou dormir porque mais tarde (são quase 3 da manhã agora) eu vou encher a cara de brigadeiro e aproveitar meu dia de aniversário, leia, escravidão do marido. Adoro aniversários, mesmo sendo de 27.


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Antes e depois

Antes - Baldinho em mãos, tchau mamãe, adeus papai, vou construir uns castelos de areia por aí, não me esperem pro jantar...
Antes - Empenhado em guardar o máximo de lembranças da praia e do calor, nunca se sabe quando se verá isto tudo novamenteDepois - O baldinho e as forminhas continuam os mesmos, mas a temperatura....que diferença!

Antes - Com Papito, muita reflexão para decidir...praia ou piscina... a vida é dura!

Depois - Com Papito, sem opção, é neve pra todo lado...tá vendo, isso sim é simplificar a vida!

Antes - Brincando de peixe com Mamãe, descobrindo que a Terra é mesmo azul...
Depois - Brincando de anjo de neve com Mamãe, concluindo que na verdade a Terra é branca.
Depois - Pra ver como o pessoal exagera, nem nevou tanto assim por aqui ultimamente. A título de informação, isto não é uma estação de ski, mas sim o estacionamento do nosso prédio. Alguém por favor me leve pra dentro pra jantar e pare de tirar fotos?











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Uma Semana Depois ou...Isso sim é que é vida.

Voltamos. Estou praticamente me sentindo um peru de natal fracassado. Do freezer pro forno e de volta pro freezer.

Não pude mandar notícias diretamente do Brasil, o tempo foi escasso. Aliás, o tempo foi atemporal. Só coloquei relógio no dia de voltar, fora isso foi só relógio de sol e o relógio de Princhuquinho. Não tem sombra pra ficar brincando de sombras na areia? É meio-dia. Relojack começa a coçar a orelha de sono? Deve ser uma e meia. Computador?? E quem quer ficar em uma salinha com ar condicionado por 5 minutos que seja quando o sol está rachando lá fora, meus caros? Frio eu passo por aqui mesmo, na terra do sol eu não pude perder um minuto dele.

Desta vez fomos à terrinha ver o Brasil "pra gringo ver". Costa do Sauípe, Bahia. Pagando R$4,00 a garrafinha de água de 230ml, não recomendo, a não ser que você seja gringo e também ache normal comprar Havainas por R$75,00. Ou então, que seja espertinho e ache um bebedouro super escondido acidentalmente atrás de uma porta escrito algo que você não entende, como: "acesso restrito", onde você possa encher suas garrafinhas diarimente, mesmo que isso demande um certo malabarismo e uma operação militar, envolvendo usar o filho como desculpa e tudo mais (afinal de contas, por R$4,00 certamente a gente tinha direito a refil). Ou então encha as mesmas com a água servida no café da manhã, enquanto você levanta pra pedir sua terceria tapioca com leite condensado e coco fresco e aproveite pegue umas frutas e uns iogurtes pra comer mais tarde, se não quiser deixar as calças pra pagar o almoço. Pobre é fogo.

Mesmo sendo tão curta a viagem foi completa. Conseguimos um voo com escala em Washington pra ver irmãozinho e Mamãe. Em Sampa dois dias, rever os amigos e jogar tanta conversa boa pro ar, enquanto comendo as delícias paulistanas favoritas foi mesmo uma alegria única. Ter amiga que pega o filho e leva pra casa enquanto você vai depilar, depois leva pra um aniversário e só traz o menino feliz e cansado a noite, é privilégio raro. Ter tantos amigos queridos que topam comer tudo que você quiser e ainda andar no shopping atrás de outras"iguarias nativas" (leia roupas e sapatos) é coisa pra férias nenhuma botar defeito.

Mas o ápice da viagem foi mesmo Meu ReiZack mostrando que a nacionalidade canadense não foi capaz de vencer o sangue baiano que corre nas veias, no maior estilo Darth Vader contra Yoda, o lado escuro da força não venceu. Branquelack exibiu com orgulho sua tez translúcida, descobrindo que baldinho, forminhas e rastelinho foram feitos pra areia, não pra neve como em vão tentaram enganar por aqui. Bebeu tantas águas de coco quando pode ("mais cuco mamãe!" - Dizia ele quando uma acabava), cencheu o buxo de goiaba vermelha, tapioca e até acarajé. Se maravilhou com tantos "passainhos", "tatauga" e até um "bicho gandão!" - uma iguana bizarra que deu as caras por lá. Nada como a fauna tropical pra variar o cardápio dos manjados "equio" (esquilos) que tanto vemos por aqui. Encantado com a alta taxa de gringos por metro quadrado, Relaçãoes Publicack mostrou que não se contenta com Português, Inglês e Francês e ensaiou um pouco de Espanhol e Holandês com a gringaiada, além de sair dando "ois" e "his" pra todo mundo.

A cena do último dia foi pra fim de novela mexicana nenhuma botar defeito. Um menino que até pegou uma corzinha, chora ao ser tirado da piscina gritando: " Eu quelo água!" (porque bastou uma imersão de Português e o menino deu pra falar sentenças. Todas começando em "eu quelo", mas tá valendo) enquanto o pai, geneticamente programado a ter câncer de pele e portanto o único na sombra, com protetor FPS 100 e chapéu de palha, tenta arrastar a mãe que, em estado de carbonização, se agarra à espriguiçadeira como quem se agarra à propria vida e com lágrimas nos nos olhos decide que não quer mais voltar pro Canadá e vai mesmo abrir sua barraquinha de coco na beira daquela praia mesmo, ou propor sociedade ao tiozinho que vende chapéu de palha.

Depois desta temporada entendo menos os passarinhos voltando pra cá nessa época do ano...não compensa, meus caros pássaros, fiquem por lá. De volta para o meu aconchego. Que aconchego que nada, aconchego é cama arrumada e toalha nova todo dia, 20 frutas pra escolher no café da manhã, água-de-coco, picolé de limão, amigos de infância e depilação completa por R$40,00.

Na mala trouxemos chinelo com areia, envelope com conchinhas, umas 10 caixas do novo suco "Ades Verão Mix", um tanto de saudade e um coração que se pergunta mais e mais: que raios eu estou fazendo aqui?? Não parece uma decisão lúcida trocar aula de axé na piscina por aula de metodologia científica e estatística, mas nem só de "paz, futebol, carnaval- que não mata, não engorda e não faz mal" (a profunda letra de um dos 5 axés que tocavam o dia inteiro na beira da piscina - profunda mesmo comparada à da "Cachaça! Cachaça") é feita a vida...

Aguardem fotos, como sempre, ainda não achei o cabo da câmera.