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Conversas de Ninoca

Tagarelina nunca teve problema pra falar.

Desde os 18 meses a bichinha desembestou a não há quem a faça parar de falar, de cantar, de repetir... e mais recentemente, de analisar o mundo e os fatos. Ela acorda falando e passa assim o dia inteiro. Ela senta na mesa do restaurante e com a maior cara de gente resolvida me olha no olho e solta:
- Hello mommy... how are you today?

Mas as análises são o fenômeno de interesse aqui. Análise de criança de 2 anos é deveras relevante, toda grande descoberta científica começou assim. Porque se cidadão pode sair pelado pela rua gritando "Eureka!" e ficar famoso, não é minha Genina que não vai ficar famosa por conclusões fundamentais para explicar os mistérios do universo como neste extrato de apenas 5 minutos (dos mais de 45) do nosso papo na volta pra casa hoje, que sintetizam a abundancia, profundidade e genialidade do ser:

Mamãe... a placa é verde, a luz é verde... mamãe (veja bem que faz parte da genialidade identificar o interlocutor, todo pesquisador sabe que não se deve sair assim desperdiçando e compartilhando descobertas importante com qualquer um), olha a lua! ...mamãe...eu brinquei com a Nadine hoje... minha Nadine! (revisão de conflito esclarecido anteriormente) é, na escolinha, amiguinha... mamãe... eu não tenho piu piu, só o Zack! (arremate com intonação positiva e afirmativa de quem realmente sabe do que estea falando).

Essa menina vai longe...

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Tradições de Natal


Gente!!! Me recuso a acreditar que Dezembro chegou. Fico besta como o tempo insiste em passar mais rápido a cada dia. E não importa quanto tempo você não tenha para entregar as provas a tempo, comprar presentes para levar para o Brasil a tempo, enviar os artigos a tempo e analisar seus dados a tempo, o tempo passa.

Eu gosto de Dezembro, sabe? Gosto de natal e tradições que existem na minha mente mas as quais eu executo com devida limitação de tempo e preparação, mas executo. De tudo que eu não faço, as tradições de fim de ano são parte das coisas que eu faço, custe o sono, custe os artigos, custe o que for, a gente faz e pronto.

Nossas tradições aqui são:
1. Ir ao concerto de natal da Jenifer Gasoi, uma cantora meio jazz, meio blues, meio pop e completamente queridinha com a qual fizemos aula de musicalização em ume época e desde então fomos à todos os concertos, mistura de clássicos de criança, de clássicos de Natal e de Hannukah (o concerto acontece na biblioteca judia), com ótima banda ao vivo, nada de efeitos especiais, bolhas soltadas pela própria Jenifer no meio do show, muita pulação, danças espontaneas e batidas de palma... tudo de certo e bom.

2. A partir do primeiro de dezembro nós lemos um livro de natal por noite, regado ao chocolate quente com marshmallow, à luz de velas. Esta é minha favorita.

3. Montamos árvore de natal colocando o enfeitinho de gesso com as mãozinhas do "primeiro natal" de cada um, e a cada ano é uma surpresa (bem melancólica) ao constatar quão grande estão as mãozinhas neste ano, em relação àquele primeiro natal...

Adoro natal. E vocês, que ainda eventualmente aparecem por este canto cheio de sapatos empoeirados...quais são as tradições de natal e fim de ano por aí?
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Toque de mágica

Quem tem criança não precisa de David Cooperfield. (Porque todas as outras pessoas precisam. Veja bem...a pessoa precisava de uma frase de abertura para o post).

Ele já vem lendo letrinhas e juntando sílabas aqui e lá há mais de um ano. Mas isso não é ler. Ler é trazer da estante o livro recém chegado do Brasil:
- Mamãe, lê esse pra mim, do "seu favorito" (eu tinha falado pra ele que o livro era do Chico Buarque, e isso ele sabe, o Chico é favorito - valeu Flávia pela sugestão). E no meio do livro, abrir um sorriso e gritar bem alto, com os olhinhos brilhando de quem viu um mundo novo se abrindo, diretamente da boca do lobo:
- E-U SO-U UM LOBO! - Mamãe!!!!!! Eu entendi!!! Ele disse: EU SOU UM LOBO!!!

Mágico.

********
Arrumando "a marmita" do menino de escola para o dia seguinte. Ele brincando e de repente vem checar o lanche:
- O que você está fazendo hoje mamãe?
- O mesmo da janta Filhote, milho, aspargo, tofu...
- Não mamãe, em forma de que você está fazendo?- Diz ele se referindo aos (poucos) dias em que a mãe inspirada faz carinhas, cidades e outras formas com a comida.
- Humm... hoje não tem forma de nada filho...
- Ah mamãe, faz alguma coisa...
- Tá bom, vou fazer. - Bota uns aspargos pra lá, espiga de milho pra lá e... - tchã-nã!!!!
- O que é isso mamãe?
- Ah... olha bem Zack... use a sua imaginação (leia-se: ache e invente coisa porque eu não consegui fazer nada), você tem que adivinhar.
- Hummm... eu acho que é um bolo!
- Um bolo? Ah... muito bem, onde está o bolo? (Céus... juro que de bolo não tem nada)
- Aqui é uma camada do bolo, aqui as velas, aqui as balinhas do enfeite e aquele sprinkles e o outro pedaço do bolo!!!!!! - Diz ele todo pimpão.
- Muito bem filho! Você adivinhou! (Ufa!)
- Muito bem Zack, boa imaginação, hein? - Auto elogio de quem sabe que mereceu.

Imaginação de criança é tudo. Mágica.

*************
Cinco minutos depois de colocá-la na cama, escuto um grito e um choro incosolável:
- Eu tenho um dodóoooooooi, eu "piciso" de um remédico!! (PS - ADORO "remédico",tanto que não tenho coragem de corrigir! Eu sei, eu sei, má mãe, má mãe...)
Conhecendo a vocação de atriz da figura, dou um tempinho sabendo que normalmente, cinco minutos bastam para que ela ache sozinha a cura dos seus males. Ou ela cai no sono e o dodói miraculosamente desaparece. Cinco minutos passam e os berros só pioram. Melhor ir conferir o tal dodói. Chego no quarto e encontro uma menina desolada, descabelada, bochechão cheio de lágrimas:
- Aqui ma-mãe, eu tô muito dodói - diz ela entre soluços, mostrando o dedão.
- Ah Ninoca... to vendo (to vendo um dedo, intacto), tá bom filhinha, você precisa de um band-aid, né?
- U-hum... "piciso".
- Tá bom, mamãe vai buscar.
Vou buscar o band-aid, aproveito pra botar uma roupa na máquina, dobrar umas outras, ligo a máquina de lavar louça, guardo uns brinquedos jogados, aquela coisa básica que mulher faz quando vai de um cômodo ao outro. Pelo silêncio vindo do quarto, assumo que, ou somente a ideia do band-aid já curou o ferimento grave ou ela dormiu. Mas volto com o band-aid porque promessa é promessa. Ela ainda estava acordada, deitadinha, olhando pro dedão e o dodói imaginário.
- Pronto, tá aqui o band-aid, princesa, agora pode dormir, tá bom? - Diz a mãe, também conhecida como enfermeira e fada madrinha nas horas vagas.
- Tá bom mamãe...pode acender a luz pra ver o band-aid?(Boa tentativa de ficar acordada! Figura...)
- Não precisa, dá pra ver assim, ó.... viu? Agora boa noite, tá bom?
- Boa noite mamãe. - Diz ela satisfeita olhando para a atadura sagrada, vulgo band-aid.

E dois minutos depois, a bela já está adormecida. Mágica.


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Ninar

Não conhecia... tão lindinha! E a Nina aqui levantando a mão: Sou eu! Nina! - Agora o Chico e a Adriana são os melhores amigos.


Ninar

Adriana Calcanhotto

Viva
Nina
Venha
Ver
Pequenina
Vem
Viver
Vem menina
Ser
Você
Vem menina
Nana
Nene
Dorme
Nina
Nana
Nene

Escute aqui

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Mas que mal-educada

** Só uma notinha: gente, é mal-educado ou maleducado? (Flávia, socorro!) - Vou deixar com o hífen porque gosto mais e me parece certo, mas os exemplos da Nova Grameatica que eu achei nunca falam do "mal" - assim fica difícil falar bem ! :-)

Ouvindo "Mas que nada", do CD do Rio que está nas paradas de su-ces-soo-o-o aqui de casa.

CD:
- Mas que nada, sai da minha frente que eu quero passar...
Polidack:
- Mamãe... mas essa música não é... "polite"!
Mãe:
- Não é bem-educada por que , filho? (Já sabendo a resposta)
Censurack:
- Ela tinha que pedir "dá licença"
Mãe:
- É filho, música pode fazer essas coisas, ser meio mal-educada assim, só na música, tudo bem, só pra ficar bacana... (PS - ele adora a palavra"bacana")
Corretack:
- Mas olha, dava certo assim: Mas que nada, dá licença que eu quero passar... (canta ele usando a métrica perfeita)

Tsc, tsc, tsc, o que diria sua mãe, hein seu Jorge Ben?

Para quem quiser se deseducar

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Acontece

Cedo ou tarde, acontece na vida de toda mãe:

- Mamãe!!! - Diz a menina de 2 anos para a mãe que tenta trabalhar no computador. - Olha! O Zack cortou meu cabelo! - Feliz da vida com um chumaço de cabelo na mão.
A mãe olha esperando pelo pior...confere e bom...nada tão trágico, só uma franja muito torta (salva parcialmente pela parte que estava presa com tic-tac), nada que o pai não tenha feito (pior) no cabelo do próprio Zack, e isso, também escondido da mãe.

*****
- MamÃ-Ãe (já viu que quando eles sabem que aprontaram o "mamãe" sempre vem assim divididinho?) !! - Diz a menina de 2 anos para a mesma mãe que tenta trabalhar no computador (ao que você conclui que ou desiste de trabalhar em casa ou vai ter que arcar com as consequencias) - Eu fiz cocô!! - Retumbante e orgulhosa, bundinha gorda ao léu, fralda na mão.
- Fez cocô na privadinha Ninoca?? - Diz a mãe esperançosa.
- Não, no chão!

E você só pode agradecer pela invenção das toalhinhas umedecidas "Lysol".



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Poliglotismos

Poliglack e Polininoca, como muitos outros poliglotinhas espalhados por aí (confiram os ótimos posts do Iglu de Babel sobre o assunto), sabem sem problemas com quem devem falar em qual língua, apesar de não saberem qual língua chama o que muito bem (Confundack ficou super surpreso outro dia assitindo a peça "The lion king", achando que todo mundo vinha do Brasil, porque falavam Português, "igual a gente", quando na verdade a peça era em Inglês). Mas vez ou outra, especialmente nos primeiros minutos depois da escolinha, rola umas misturinhas finas, que na maioria das vezes, são auto corrigidas.

Hoje pegando Fofurina na escolinha, a professora me falou:
- She had a very good day!
E Traduzinina com a maior cara de "é verdade, minha cara mãe", clarifica:
- Uhum... eu "teve" um ... very... não (pensa um pouquinho)... um muito bom dia, mamãe... não...um dia muito bom! É ! - Diz ela satisfeita com as maravilhas da expressão oral.

Mais tarde, pegando Crescidack na escola (escola dos "GANDES", como diria Pequenina), onde desde semana passada ele está tendo oficialmente uma overdose da terceira língua, Francês. Escutando no carro o CD do "Rio", que é em si uma mistureba de Inglês e Português, eu pergunto:
- Filho, essa música é de que parte do filme mesmo? (Porque ele, diferente da mãe, tem uma memória fotográfica e musical invejável - eu gastei a minha decorando todas as músicas da Xuxa na minha infância... mas isso é outra história)
- Essa música é daquele... o... bird méchant, sabe?
- Ah! O passarinho mau, é mesmo!
- É mamãe, do passarinho mau, isso...

*****
Equanto isso, do lado de fora da cerca do pátio da escola, uma mãe ainda muito angustiada chora todo dia depois de deixar um menininho que dá tchau atéééé perder a mãe chorona de vista. E grita:
- Eu te amo mamãe!!!!
E ela aproveita enquanto ele ainda não tem vergonha de gritar. E curte sabendo que sempre terão um "código secreto", o Português.



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Sem controle

Tudo começa com um pauzinho cheio de xixi. Um risquinho...opa, dois! E é dada a partida... lá vem elas, as primeiras de muitas que virão, sem aviso, quentes e sem controle rolando pela bochecha enquanto você vomita pela terceira vez no vaso sanitário.

Semanas depois é a vez do gel gelado na barriga, algo meio disforme e praticamente indecifrável mostrando no monitor, um som de surdo ritmado e alguém te diz que é um coração e, lá vem elas de novo, mostrando que vieram pra ficar, para marcar cada nova etapa desta total perda de controle que é virar mãe.

Mais semanas e lá está você, barrigão esquentando na tábua, passando uma a uma (pela primeira e única vez) aquelas roupinhas minúsculas, que logo devem ter dono, que logo vão estar cheias de dobrinhas gordas e risadas banguelas... enquanto passa você assite na TV uma propaganda de carro e um pai com um filho dentro e pronto... me dê essa caixa de lencinhos e você, que nunca chora em público (Freud explica) percebe que dalí pra frente, qualquer música que fale de crianças e pais, ou família e qualquer propaganda idiota de carro ou sabão em pó vão ser motivo, esquece minha filha...controle é pros fracos, ou fortes, ou para os que não tem filhos??

Passam mais semanas e sai de você aquela coisinha com cara de joelho depois de 13 horas de parto e enquanto desconhecidos costuram suas partes mais íntimas, elas correm não por causa da dor (uns dias depois será porque você não consegue sentar, mas vamos pular essa parte porque isso não combina com o tom melodrameatico do post...) mas por causa da alegria incontrolável, inexplicável de ver aquele serzinho com cabeça de cone e pele de meleca olhando pra vc...e elas virão também muitas outras vezes, cada vez que você colocar o dedo na frente do nariz dele para ver se ele ainda está respirando e constatar que ele ainda está, quando ele te olhar e rir pela primeira vez com aquela cara sem-vergonha de quem sabe que veio de dentro de você, quando ele colocar a mãozinha minúscula no seu peito enquanto mama com aquele barulnho único de nenê mamando todo satisfeito...

15 meses mais tarde, um gorduchinho muito descontrolado e desequilibrado vai dar uns 3 passinhos e cair de bunda no chão e você, camêra em uma mão e a outra estendida pra acudir, vai sentí-las rolando de novo. Dias depois vai deixar o mesmo desengonçado aos berros na escolinha e dia após dia, durante duas semanas você vai deixá-lo chorando e vai sair chorando mais ainda (talvez com menos berros) pelo portão, se sentindo a mais culpada, a mais carrasca, a pior do mundo por ter que trabalhar...até que um dia você sai e não escuta um berro, ao contrário, escuta ele se acabando de rir enquanto a professora canta uma música e aí minha amiga... você vai chorar também porque francamente..."como assim??? Feliz sem mim???"

O primeiro mã-mã, a primeira viagem ao Brasil, é lágrima pra oceano nenhum botar defeito...no verão passado foi a primeira vez de bicicleta sozinho e sem rodinha, totalmente livre pra ir e vir, um grito de liberdade, mais um passo de independência, só faltou as margens do Ipiranga...

Semana passada foi uma punhalada... ele virando todo grande, e dando tchau pra escolinha que o acolheu nos últimos 4 anos...você vendo nele pela primeira vez um ar nostálgico, de quem sente o peso de estar crescendo...um tchau definitivo, de quem parte pra novas aventuras. " Eu posso vir visitar a Nina, mamãe?" - "Claro que pode filho!" - Quisera eu poder te visitar pequenininho também...não posso, passou.

Outro dia foi no Wal Mart... pegando um pacote de canetinha, lápis de cor, etiqueta pra colocar nome, estojo...aquele cheiro de material novo, de mundo tão grande por descobrir, tantas aventuras por viver, tantos desenhos a colorir, estórias pra escrever, amizades por fazer... para os outros que passam e se perguntam "por que aquela doida está chorando no corredor da papelaria, os preços no Wal Mart são baixos, mas também não é de chorar", aquilo é só um supermercado, só um pacote de canetinha... pra você aquilo é mais um portão que se abre, e que se fecha com sua cria, a razão das suas lágrimas lá dentro e você de fora, sendo testemunha mas não sujeito, chamada só para as reuniões a cada 3 meses...- Coisa doida gente, essa sensação de sair de cena...um palco tão grande e meu meninó tão pequeno, com todos os holofotes só nele...E pensamentos de "homeschooling" invadem a sua mente...tudo passou tão rápido... em vão... o mundo está lá, e você, que sempre foi fã número 1 de escola, de escrever bilhetinho com poema pra professora, de passar horas na biblioteca escolhendo o próximo livro... sabe que essa experiência é tão necessária quanto imperdível... você não quer que ele perca, e sabe que seu coração bate mais forte junto com o dele, só de pensar no tamanho e na amplidão que o espera logo ali, a dois quarteirões de casa...

Estão lá na porta a mochila de sapo, a lancheira combinando e a agenda com bilhete para a Madame Lily ("Ela tem o mesmo nome do meu peixe! Disse um Zack muito surpreso")... e aqui estão elas, rolando soltas enquanto mamãe escreve e pensa... meu filhote, tão grande, tão moço...menino de escola, como disse a vovó...começando mais uma etapa dessa aventura sem volta, eita mundão...

É a promessa de vida no seu coração, já diria o Tom... feliz primeiro dia de escola filhote!!! Vai que o mundo é seu! Fica aqui sua mãe, sem controle nenhum da "grandura" que vem pela sua frente, mas na torcida por uma aventura descontroladamente maravilhosa.
1

Antídoto

Antídoto 1:

plic, ploc, plic, ploc (foi a melhor onomatopéia que eu achei pra passos de pazinhos gordos chegando no quarto da mãe de manhã) ... esforço pra subir na cama sozinha...mãe continua fingindo que está dormindo pra ver se consegue dormir mais um pouquinho de fato... até ter suas pálpebras sumariamente abertas por uns dedinhos mais gordos que o pezinho e:

- Mamã-ãe, eu acordei! E eu tô feliz!

Antídoto 2:
Fim do dia, canseira, pega as crianças na creche e quando "sai pra fora" (em bom quebecois):

- aaaa, que gostoso esse ventinho.. olha o sol mamãe... que lindo!

Agora me diz se tem mau-humor, cansaço ou ziquizira que aguente!

3

Chiconina

Ah gente, vê bem se não é pra ficar um pouco histérica e morrer de amor, e correr no site e comprar logo o CD na pré-venda!? - ô Chico, será que pode trocar a noite de Moscou pela de Montreal e a vodca por um leitinho??



Nina
Chico Buarque/2010


Nina diz que tem a pele cor de neve
E dois olhos negros como o breu
Nina diz que, embora nova
Por amores já chorou
Que nem viúva
Mas acabou, esqueceu

Nina adora viajar, mas não se atreve
Num país distante como o meu
Nina diz que fez meu mapa
E no céu o meu destino rapta
O seu

Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve

Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou


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Feminismo sob a óptica de Claudinho e Bochecha

Primeiramente... toc, toc, toc, tem alguém ai? Andamos meio alienados do mundo virtual por aqui. Tá todo mundo bem por aí? Ouvi dizer que há vida do lado de lá da tela, mas será? :-) A gente só não anda escrevendo, mas as coisas continuam acontecendo...

Dia desses, chega um certo menino de 5 anos e me pergunta assim, do nada:

- Mamãe, o que é "dominam"?
- Dominam, de dominar, filho? É mandar, ter o poder, ou conquistar alguma coisa, como se fosse um rei. - Responde a mãe achando a pergunta interessante.
- Mamãe, aqui no Quebec são as mulheres que dominam também?
A mãe, semi-embasbacada, bem pasma, um tanto surpresa e um bocadinho orgulhosa com visões de grandeza do futuro Sociólogack, que aos 5 anos capturou a essência da sociedade quebequense onde homens e mulheres são iguais, homens lavam a louça, levam os filhos no parque e limpam banheiros, mulheres fazem manutenção nos prédios e dirigem ônibus e empresas, aquela sociedade do século XXI e tal e coisa e coisa e tal - mas em um exercício de construção do diálogo e sob a forte tendência de nunca oferecer respostas prontas, mas sim fomentar a discussão no intuito de ampliar as perspectivas da criança, retorna a pergunta, se achando a própria versão materna de Sócrates:
- Por que você acha isso, filho?
- Ah, porque no Brasil são as mulheres que dominam, né?
A mãe-mentora, agora confusa, mas crente que o menino vai relatar algum episódio vivido do qual ele extraiu estas observações refinadas da realidade, continua a sequencia de perguntas:
- Ah é filho? E por que você acha isso?
- Porque tem aquela música "no Brasil são as mulheres que dominam" - Diz ele, aludindo não à realidade, nem sequer à um documentário na TV, não foi o vizinho que disse, nem Chico que assoviou, mas sim... uma música que não, não foi composta por Sócrates, tão pouco por Platão. Acho que nem mesmo a Xuxa, que encabeça a lista dos "muito ruins mesmo" cantaria essa aí... mas sim do "Claudinho e Bochecha". Música que o pai, sob todos os protestos da mãe, coloca para eles escutarem no carro, escondido. Na referida música, a frase inteira é: "O bonde vai, zuar, fica de (não sei o que, nunca consegui entender) que é pro bicho não pegar". Sério. E assim vão por água a baixo todos os meus planos de grandeza pro menino...

Mas pra provar que ele sabe observar o mundo e se encontrar nele, ontem estávamos assistindo um show de rua no Juste pour rire, nosso festival de verão preferido. O carinha estava fazendo malabarismo com uma bicicleta, ele andava de costas, plantava bananeira no guidão, pedalava a bicicleta estando em cima do pneu da frente, fazia a volta suspendendo o corpo no selim com uma mão só. Impressionante mesmo. Mas o que mais chamou a atenção de um Observack muito empolgado foi:
- Mamãe, você viu isso?
- Eu vi filho, não é demais!?!?
- É mamãe, ele faz essas coisas na bicicleta SEM rodinha!!
Sim, porque todo mundo sabe que dar mortal na bicicleta, dirigir ao contrário e com uma mão só no banco é fácil, senhoras e senhores. Difícil mesmo, é andar na bicicleta sem rodinha. E isso, meus caros, é o que Bicicletack sabe fazer.

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Projeções



- Nina, o que o cachorrinho está fazendo no cantinho?
- Tá de CATIGO! - Diz uma menina muito brava e séria.
- Ah é? E por que ele está de castigo?
- Poque ele bateu no I-MÃO-ZI-NHO - enfatizar o objeto de ataque é importante.
- Ah, tá certo, bater no irmãozinho não pode,né?
- Não pode, é feio. Muito feio. "Cachoinho" feio!

Pra ninguém dizer que criança não aprende brincando.
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Plunct, Plact, Zum

Acabamos de chegar de uma sequencia de eventos que uma família normal poderia fazer em 1 ano... na nossa foram 2 semanas para: Mudar de casa, ir pro Brasil em uma viagem que incluiu dois casamentos sendo um em Ilha Bela e outro em Canápolis (hein? Onde? É a cidade onde fica a fazenda da minha vovó, no Triângulo Mineiro), com parada em São Paulo com direito à 25 de Março, shoppings múltiplos, comidas múltiplas e passeio no Ibirapuera, voltando pra Montreal via Miami com direito a carrinho extraviado, aterrisando em Montreal com direito à iPhone perdido e logo em seguida indo pra um congresso em Toronto com suplementar visita aos amigos.

Cansei. É pra carimbador maluco nenhum botar defeito (pra quem é jovem demais pra saber do que eu estou falando - Oh Céus, nunca pensei que ia dizer isso um dia... - eu tô falando disso aqui).

Quando cheguei em Montreal, vindo do Brasil, falei em alto e bom som:
- Nunca, nunca mais viajo pra lugar nenhum, é isso.
Ao que Espertack prontamente me corrigiu:
- Mas mamãe, a gente não vai amanhã pra Toronto?

Lições importantes de eventos assim são:
1. É muito bom rever os amigos e a família, mas em um tempo curtíssimo assim você tem que ter certeza antes de que seus amigos são amigos mesmo. Porque como diria minha amiga de infância: " Se eu te conhecesse há uns 5 anos, e não há 25, eu nunca mais falava com você depois dessa" - Disse ela ao me esperar uma hora de pé para irmos almoçar, enquanto eu me perdia sem GPS em São Paulo. A outra que ficou esperando na 25 de Março, sozinha no MacDonald's quando todas as lojas estavam fechadas e a rua deserta, enquanto eu novamente etava presa no trânsito com a outra amiga, voltando da consulta com o cirurgião plástico, não teve nem palavras para expressar seus sentimentos. Amigas assim, não se encontra em toda esquina, quando encotnrar, agarre-se a elas! Mesmo que você more em outro país.

2. Pisar na areia vale a pena qualquer sacrifício. Mas se você só tiver dois dias na praia e for à Ilha Bela lembre-se de não ir a praia "Viana", porque lá, meus amigos, eles tiveram a ousadia de dizer ao meu pobre Sedentack, que veio desesperadamente gringo querendo beber uma água de côco: Só tem água de côco de lata!!! - Agora me diz se eu viajo 15 horas de avião e mais 6 de carro, tudo no mesmo dia, arrastando crianças exaustas pra beber água de côco de lata!!! Acho que o moço aprendeu a lição. Por outro lado, coma o pastel do trevo de São Sebastião, que invenção divina! 30 cm de pastel parece muito, mas acreditem, não é! - E use protetor com FPS 60, mas só nas crianças, porque se você usar em você também, vai voltar pra Montreal sem nenhuma marquinha de sol pra fazer inveja nas amigas! - Triste, muito triste.

3. Nunca viaje sozinha com seus filhos. Não de avião. Mas se o mal for inevitável, tenha em mente que, para os vôos diurnos você vai precisar de muitos lanchinhos surpresas, atividades supresas e criatividade suficiente para dirigir uma colônia de férias sozinha. Agora, para os vôos noturnos uma habilidade primordial é a de ignorar passageiros estressados porque querem dormir, enquanto seus filhos querem berrar (e não adianta explicar que você já fez de tudo, tem sempre alguém que não se aguenta e grita um: "please make her shut up!") e aeromoças mal-educadas querendo tirar seus filhos que finalmente dormem no chão após horas de berros. Lembre-se: Nada do que eles possam falar te abala, você é uma mulher forte e segura e uma mãe carinhosa que NÃO quer trancar seus filhos, devidamente amordaçados, no banheiro do avião ou, alternativamente, alguns dos passageiros que para o bem da humanidade nunca vão ter filhos, mas que se tiverem, que sejam dos que berram, e muito.

4. Traga muitos CDs, DVDs, e livros do Brasil para os filhotes gringuinhos. Na minha seleção dessa vez veio o "Pra gente miúda 2", que me fez lembrar e partilhar com os filhotes, entre muitas outras, o Plunct, plact, zum...e Boa viagem!

Como todo evento traumático, nada que o tempo, e as boas memórias não te façam querer fazer tudo de novo.
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Coisinha

No carro, voltando pra casa, mamãe dirigindo, os dois na cadeirinha, Zack faz alguma coisa fofinha e a mãe eloogia:

- Ah meu príncipe!
- Zack "píncipe" mamãe? Nina "píncipe"?
- Não, a Nina é princesa.....
- Nina "pincesa"? Não!!! Nina "gotosa"! - Com a maior cara de safadinha gostosa que se pode imaginar.

Em casa, mais tarde, ela solta um arroto:
- Mamãe, o te é isso? A Nina fez pum na boca!

É nessas horas que você se pergunta como é que você vai viver sem essas fofurices daqui uns anos. Ao contrário das horas que ela se joga no chão ou fecha a boca bem forte pra não deixar escovar os dentes, quando você se pergunta como é que consegue viver com isso. Ah, a maternidade...


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Mistérios da meia-noite

Cá estava eu toda saladinhas, toda anticarboidratos, determinada de verdade dessa vez (okay, de verdade pela milésima vez) a emagrecer para aparecer toda Bundchen após semana 6 semanas de parida (6 semanas éde matar, to com a Mari, falta de respeito com o ser humano assim normal, daqueles com filha de 2 anos no colo e ainda usando a gravidez de desculpa pras cof cof... banhas) no casamento na praia daqui 3 semanas.

Quando na dúvida entre tentar escrever mais um parágrafo do artigo a ser entregue amanhã, ou olhar os dados para a análise que tinha que ter sido entregue ontem, resolvo dar aquela olhadinha básica nos bloguinhos amigos. Mas essa coisa de blog só faz mal mesmo à pessoa... foi um tal de brigadeiro daqui, receitas dali... e quando me dei conta... pluft, lá estou eu com uma panela de brigadeiro de limão inteirinha só pra mim...se me perguntarem não sei explicar. Caiu aqui. Pior é falar com o marido, que está no Brasil, e perguntar:
- Adivinha o que eu tô fazendo?
E ele, sem hesitar:
- Brigadeiro?

Pra provar que 11 anos de casamento explicam até aparições misteriosas no meio da noite.

Para redimir o pecado da gula, a penitência da gratidão - vou dar tudinho (menos a parte já inconscientemente devorada) pro vizinho querido amigo que passou umas boas horas me ajudando a ter acesso aos tais artigos, que no fundo foram a origem do problema. É o meu slogan de doutoranda: Na dúvida, culpe os artigos.
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Tagarelina está naquela idade que quem a conhece bem, entende quase tudo que ela fala, e quem não entende geralmente dá uma risadinha e acha fofo, e finge que entendeu. Tudo ia bem no quesito compreensão aqui em casa, mas de uns dias pra cá (porque nessa idade tudo muda em questão de dias. Um dia tem 6 dentes... no outro você olha e são 8, um dia fala duas palavras, no próximo já são 18 e assim vai... não consigo pensar em anda mais que possa ter 8 no meio, mas deu pra entender o conceito da mudança, não?).

Ontem ela estava lendo um livro da Arca de Noé, mostrando um porquinho ela dizia em um autodiálogo:
- É a vaca? Não.... é o au-au? Não.... É o gatinho? Não...É o poquinho? Xim!!!!

E mais tarde,começou a mostrar uma girafa:
- Oh mamãe... tá cain...
- Tá cain filha??? Taquara? - Diz a mãe retardada tentando fazer sentido (já viram a música "Taquaras" do Palavra cantada?? Estranhérrima, mas eles adoram).
- Não.. tá cain...- Diz ela com cara de quem está disposta a explicar.
- Ah tá bom filha - Diz a mãe que já desistiu de entender, mas quer enganar fingindo interesse.
Nisso, Interpretack, o nosso tradutor de Ninês por excelência, que estava fazendo outra coisa alí por perto vira e me diz:
- Não mamãe, tá "crying", tá chorando, ela quer dizer que a girafa tá chorando, olha!
E ela repete com ar todo satisfeito:
- É mamãe, tá cain...tá tiste...
E não é que a tal da girafa parecia estar chorando mesmo?!
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Conversê

Princhuco e Inventack voltando da "Cabane à Sucre", um dos eventos tradicionais que marcam o início da primavera no Quebec (basicamente você visita uma fazenda de maple, vê os baldes pendurados nas árvores no maior estilo seringueira e come maple com tudo - beterraba, ovo, batata, torta, além da famosa "tire", um pirulito de maple feito com maple (de maple feito com maple? jura?) quente, que o moço joga na neve e você enrola num palitinho - de tal forma que você passa bem o resto do ano sem nem querer sentir cheiro de maple). Eles estavam lendo um livro sobre o sol (é o mês do sistema solar na escolinha):

- Filho, vamos inventar umas histórias doidas? - Diz o pai achando a história do livro meio chata.
- Vamos!! Então assim, quem inventar a história com mais fome ganha, tá bom?.
- Tá bom... era uma vez um menino, que foi à Cabane a Sucre, mas na hora de comer, ele só queria brincar. Quando eles estavam voltando, ele ficou com muita fome, com tanta fome que ele comeu tudo que via pela frente: a comida, a mãe dele, a Cabane a Sucre, o ônibus, comeu tudo que existia! - Diz o pai cujo senso de competição é claramente mais aguçado do que o bom senso.
- Ah tá... era uma vez uma zebra que foi para a Cabane a Sucre e ficou com tanta fome, mas com tanta fome que ela comeu a comida, a mãe dela, a Cabane a Sucre, o ônibus, tudo que existia e daí ela comeu ela mesma!! - Fala aí Papai, qual é a história com mais fome, hein???
- É verdade... você ganhou. - Diz o pai derrotado na história, mas vitorioso por saber que o filho tem o mesmo espírito que ele!

***********
E lá do quarto, estou ouvindo há uns 15 minutos:
- Zack! Za-ck!!!!
- Oi Nina...
- A Nina vai dormir, tá bom?
- Tá bom Nina...
- Zack! Zaaaaaack!
- Oi Nina...
- A Nina vai dormir, tá bom?
- Tá bom Nina.
- Zack, Zaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaack!!
...



1

Totosices

- Nina vem aqui pra mamã arrumar o cabelo (Parênteses pra dizer que "Oh céus, como eu me divirto arrumando esse cabelo!!! Mesmo que ela tire qualquer coisa que eu coloque, em menos de 5 minutos...eu me divirto assim mesmo!!!)... nossa, tá linda Filhota!!!
- Linda não mamãe.... Totosa!!! - diz ela apontando o dedinho na minha cara.

--> Certo, agora é só fazer um suco dela!! E bota Ttosa nisso!
**************
- Mamãe... tiLa casaco pu-favô
- Pede pro Zack te ajudar, filha
- Zack, ajuda Nina tilá casaco pu-favô?
(Irmãozão prestativo ajuda)
- AgoLa a Nina coloca nu lugá...
(e vai pendurar o casaco no lugar dos casacos, que ela não alcança, mas tenta com muito esforço)
--> Eu eu juro que não fui eu que ensinei, porque o meu casaco, geralmente vai parar no sofá, na cadeira do computador...na mesa... Finalmente parece que não são só malcriações e palavrões que as crianças aprendem como mágica não se sabe de onde... bom, ponto pro mundo.

*******
E desde que parei de dar peito (snif, snif..tinha um post triste sobre isso sendo editado, mas o post sumiu unto com todos os arquivos do meu laptop, que morreu...serea que forma as lágrimas?) ela ficou gága gente!!! Alguém aí já viu isso?? Ao menos essa foi a interpretação da minha sábia mãe, e diagnóstico de vó a gente não contesta.
A bichinha agora vai falar e fica:
- e-e-e-e-e-e-e-e-e-e-e-e-u queLo bincá/mamá/comidinha...

7

2 anos

Sabe Filhota, a mamãe está escrevendo um texto bonito, cheio de lágrimas que molharam o teclado do laptop enquanto ela fingia que fazia anotações do congresos na semana passada (pense a cena, Dr. Sei lá o que falava sobre modelos animais para reproduzir a genética do autismo e de repente, a pessoa aqui toda séria, de óculos e tudo com o laptop fazendo tic tic, tic, tic, tic copiosamente enquanto de vem em quando dá uma olhada concentrada pro palestrante só pra disfarçaar, e de repente começa a chorar... muito triste essa coisa de experimentos com ratinhos mesmo). Mas o texto ficou inacabado e como já passou uma semana, deixa eu registrar aqui essa musiquinha tão linda que diz quase tudo que eu quero dizer nesses dois anos de você. Mas tem mais depois, muito mais...coisas que não caberiam em nenhuma canção.

Canção pra Jade (Mas a Jade empresta pra Nina, certeza)



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Caixola de 4 anos e meio

Post que tinha sido escrito, e esquecido, logo depois do Natal.
********

Cada fase tem sua magia. Enquanto Vitrolina está na fase de descobrir as palavras, e nos supreender com sentenças completas e se surpreender ao ser compreendida, Raciocinack está em uma fase de entender as coisas, processar certos raciocínios que é uma coisa de louco. Chegou a hora que como mãe, você tem que tomar juízo e começar a pensar em tudo o que se fala e faz, sob o risco de ser desmoralizada a qualquer momento.

Meu irmão trouxe de Natal os 3 filmes "Toy Story". Assistimos todos, divertidíssimos, mas eu acabei de me chorar no terceiro. Nossa, me acabei!!! Gente, o que é isso? Eu senti no meu próprio peito a dor do Woody e o Sr. Cabeça de Batata em uma último e desesperada tentativa de "serem brincados". Perguntei logo, com lágrimas nos olhos pro Crescidack se ele vai crescer, e vai embora, e vai largar todos os brinquedos dele para trás, mas ele foi categórico (e me olhando como se eu fosse um pouco desajustada) afirmando que nunca vai deixar pra trás o BuLata (um leão "feito por ele" em uma viagem), o Fuc (o tal do cavalo que pula que ele pediu para o Papai Noel) e...hum, pensando bem, disse ele, vou levar todos os meus brinquedos...ah não mamãe, eu nunca vou sair de casa! - Ah bom, assim sim.

Em uma acalourada discussão sobre navios cargueiros que derrubam containers no mar (e nem pergunte como o assunto chegou aí...), meu irmão falando que as pessoas podem achar carros na praia depois de um acidente como este, e eu falando que era impossível um carro chegar na praia. Antenack, que obviamente não estava participando da conversa (ledo engano, olha o perigo!) vira e diz com a maior cara de dãaar: Mamãe, pensa bem... no outro dia a gente foi de carro pra praia, a gente chegou de carro na praia, então olha, "que que" você acha, que dá pro carro chegar na praia ou nao, hein??

Ele enrolando pra sair da escolinha, eu falo que se ele teimar mais uma vez a gente não vai pra piscina a noite (e torcendo para que ele seja teimos já que a preguiça de ir para a piscina a noite era enorme). Ele teima, eu falo:
- Então é isso, nada de piscina...
- A mamãe, por favor me dá só uma chancezinha, por favor!
- Não. - Diz a mãe orgulhosa de sua coerência.

Mais tarde, no carro, toca o CD da cantata de natal : " Glória, in Excelsis Deo, paz e perdão, para os homens de bom coração..."
- Mamãe, eu tenho um bom coração?
- Claro que sim, filho, só precisa ser mais obediente.
- A é? Então porque você não me dá paz e perdão?
- Como eu posso te dar paz e perdão filho?
- Me dando só mais uma chancezinha de ir pra piscina.

A mãe feliz da vida abre uma lata de Guaraná.
- Mas mamãe, refLigeLante faz mal pra saúde.
- É verdade filho. (Diz ela sem saber quem foi o infeliz que falou isso pra criança - provavelmente ela mesma em um momento de "lição de moral).
- Então você vai beber? (Diz ele horrorizado).
- Só de vez em quando filhote... (e tenta mudar de assunto)
- Mas então de vez em quando pode fazer mal pra saúde?
- Hum...se você comer um monte de legumes, daí pode fazer um pouco mal...eu acho...mas como você é um menino esperto, pode beber sua água, tá?

Ele pedindo pra dormir na minha cama
- Mamãe, deixa, por favor, hoje é um dia tão especial, porque teve muita neve
- Não filho...todo dia tem neve.
- Mas olha, eu estou doente
- Nao está não...
- Tô sim, olha (mostrando um machucado invisível)
- Tá bom, então a gente vai ao médico, você toma uma injeção e daí você pode dormir na minha cama (diz a mãe sabendo como fazer o menino odiar qualquer médico... porque mãe que é mãe sabe que na hora do desespero vale tudo).
- Ah não, de injeção eu não gosto, a gente pode ir no dentista então?

Muitos argumentos depois ele finalmente se deu por vencido de que dias especiais são somente sábados, e que todos os outros dias ele dorme na cama dele. Mas para isso, ele criou um conjunto de três regras:
1. Então você deixa a porta um pouquinho aberta.
2. E vem dormir um pouquinho comigo quando você acabar de "tabalhá"(porque todo mundo sabe que depois de botar as crianças na cama começa o segundo turno da mãe).
3. E me acorda amanhã na hora de acordar (porque vai saber...e se todo mundo for embora e esquecer de acordá-lo).
E todos os dias, sem nenhuma exceção ele repete as três regras algumas vezes, e mais importante:
- Agora você mamãe, fala pLA mim o que você tem que fazer. - E eu repito.
Até que hoje, depois que ele tinha repetido as regras tipo...10 vezes eu me cansei e esclareci:
- Se você falar mais alguma coisa eu vou fechar a porta.
- Mas mamãe...
- Zack...eu avisei, vou fechar a porta, pronto.
- Mas mamãe...
- Zack!!!!
- Mas eu só queLia dizer que eu te amo...

Pois é...




1

O plantão noturno

Não vou dizer que se não fosse por isso eu estaria na cama as 22:00, mas Insonina nas últimas duas noites
deu pra acordar a cada meia hora. E não é que ela queira brincar ou mamar, não,ela sempre tem algum pedido muito pertinente.
Essa noite já foi:
- Mamãe, ávua (água)eu quelo ávua.
Uma vez a água dada:
- Tá bom mamãe, tchau.
Dali meia hora:
- Mamãe, cobe a Nina, mamãe!
Coberta posta:
- Tchau.
- Mamãe!!Mamãe!! Cocozão fedido!
Fralda trocada (sem cocozão nenhum, agora ela acha que tudo que sai é cocozão, e é fedido):
- Tchau mamãe.
Mais um tempinho e...
- Mamãe!!!Mamãe!!! Não qué mais ávua, tó.
Copo de água colocado em um perímetro aceitável de distância:
- Tchau mamãe.

E não fique pensando que se deixá-la chamando lá no berço que ela vai desisistir e voltar a dormir sem suas necessidades devidamente atendidas. Acreditem, ela não dorme. Ela chama até eu vir. Ou até acordar o irmão, o vizinho, o prefeito da cidade. Vamos adnitir, a menina tem seus métodos.

De modo que, sendo 3:38 da manhã acho que eu vou esperar até a próxima chamada. E já que é pra ficar acordada mesmo, acho que vou instalar uma daquelas campainhas que têm em cama de hospital, pra sofisticar o processo.
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O plantão noturno

Não vou dizer que se não fosse por isso eu estaria na cama as 22:00, mas Insonina nas últimas duas noites
deu pra acordar a cada meia hora. E não é que ela queira brincar ou mamar, não,ela sempre tem algum pedido muito pertinente.
Essa noite já foi:
- Mamãe, ávua (água)eu quelo ávua.
Uma vez a água dada:
- Tá bom mamãe, tchau.
Dali meia hora:
- Mamãe, cobe a Nina, mamãe!
Coberta posta:
- Tchau.
- Mamãe!!Mamãe!! Cocozão fedido!
Fralda trocada (sem cocozão nenhum, agora ela acha que tudo que sai é cocozão, e é fedido):
- Tchau mamãe.
Mais um tempinho e...
- Mamãe!!!Mamãe!!! Não qué mais ávua, tó.
Copo de água colocado em um perímetro aceitável de distância:
- Tchau mamãe.

E não fique pensando que se deixá-la chamando lá no berço que ela vai desisistir e voltar a dormir
sem suas necessidades devidamente atendidas. Acreditem, ela não dorme. Ela chama até eu vir. ou até acordar o irmnao, o vizinho e por aí vai...

De modo que, sendo 3:38 acho que eu vou esperar até a próxima chamada. E já que é pra ficar acordada mesmo, acho que vou instlar uma daquelas campainhas que têm em cama de hospital, pra sofisticar o processo.
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Não, esse não é o blog da metereologia. Eu sei que isso vai soar como uma tremenda falta de criatividade, mas não deu pra resistir. Essa é a temperatura de hoje. Acho que é o dia mais frio que eu passei aqui (-34). Não que eu tenha realmente colocado meu nariz pra fora.

Congelack ainda veio me pedir para brincarmos lá fora na neve, eu só falei para ele abrir a porta e ele rapidinho mudou de ideia. Agora foram pra piscina com Papito enquanto Mamãe, sob a desculpa de ter que preparar uma aula, repousa quietinha na segurança do seu lar onde, até que sea bra a janela, a temperatura é de 25 graus, positivos.


Conditions actuelles Émis le : Dim 23 jan 2011, 19:00 HNE - Aéroport P.-E.-Trudeau

Dégagé

-22

°C

Dégagé

  • T. ressentie: -34
  • Vents: O 24km/h
  • Lever: 7:25
  • Coucher du soleil: 16:48
4

Fresquinho...

Conditions actuelles Émis le : Lun 17 jan 2011, 23:00 HNE - Aéroport P.-E.-Trudeau

Nuageux avec éclaircies

-14

°C

Nuageux avec éclaircies

  • T. ressentie: -20
  • Vents: NE 11km/h
  • Lever: 7:30
  • Coucher du soleil: 16:40







Não precisa saber Francês para entender que a sensação térmica hoje ficou assim, por volta dos -20. Coisa agradável, viu?
É bem estranho achar que você vai congelar por dentro, sabe? Até as últimas entranhas, e mesmo o cérebro. Por que o frio entra pelo olho. Sério, entra. Um frio tão frio que eu entrei freezer para esquentar.
Acho que em dia como estes não tem um brasileiro que não se pergunta "mas o que mesmo é que eu tô fazendo aqui!?".

A única coisa realmente divertida destas temperaturas árticas é fazer gelatina. Sério gente, você coloca (ainda quente ) na sacada e em menos de 15 minutos ela está durinha e pronta para o consumo! Há de se achar algo bom nisso tudo...ufa! Cérebro congelado, mas gelatina na mão.


--> Kell e demais nao fas de gelatina: Da pra fazer geladinho de qualquer coisa que voce quiser! Geladinho de Danone, e ate de gente...veja bem.