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Nova fronteira

De tempos em tempos esses seres pobres, sofredores e socialmente impostos a não ter pelos, mais conhecidos como mulheres, são obrigadas a recorrer ao que bem poderia ser um instrumento de tortura de qualquer um desses regimes torturadores por aí: a depilação com cera (porque com gilette é moleza). Até desconfio que essa coisa foi inventada por algum "Sayd" da vida, eu por exemplo, confessaria qualquer coisa frente a uma megera de espátula e cera quente na mão.

Eu sei, este não é o tipo de assunto que se fala por aí, como "nossa, hoje depilei minha virilha... foi assim...", acalmem-se, caros leitoreis, este não é o assunto do post, o assunto tá chegando...

Bom, acontece que hoje eu tinha horário marcado para o célebre, mundialmente conhecido e cobiçado de Holywood a Paris, "bikini brasileiro". Se você é mulher, sabe do que eu estou falando, se é homem, pergunte para a mulher mais próxima, se for sua esposa/ namorada talvez seja menos constrangedor, essa é minha dica.

Eu, que normalmente tenho antipatia de ficar conversando com uma pessoa que está...bem, digamos assim, te vendo sob um ângulo um tanto quanto interessante (vale também para ginecologistas, principalmente se for homem - você lá, naquela situação e o indivíduo perguntando dos seus estudos, trabalho, a família...aaa, tenha a santa paciência) , acabo nunca resistindo e dizendo que eu sou brasileira, aquele ufanismo de quem sabe o que a nação produz de melhor, e também para mostrar conhecimento de causa, como um médico indo ao médico, não venha me tapear, "eu sei como um bikini brasileiro deve ser".

E é neste momento que chega a parte interessante, quando a mocinha depiladora me pergunta: "Ah que legal você ser do Brasil..." e depois de algum tempo de reflexão: "O Brasil, fica do lado da França né?" - Ãh?? - Eu sabia que devia ter continuado calada.

Que Buenos Aires é a capital, que a língua falada é Espanhol e que os macacos andam pela rua isso eu já sabia, agora, essa nova fronteira, foi toda uma aprendizagem. Só pode ser culpa mesmo daquele Cristo Redentor e sua semlhança gemelar com a tal da Torre Eiffel. E é assim, quando você pensa que já sabe tudo sobre seu próprio país é que você descobre que ainda tem tanto a aprender. Você paga para fazer o tal bikini o que pagaria no Brasil pra fazer a depilação completa, manicure, pedicure e massagem relaxante, mas pelo menos sai sabendo bem mais do que quando entrou, e o conhecimento meus caros, este não tem preço.
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Pra Creche...

Bastaram 5 ligações, 3 visitas surpresa com direito a apelo emocional (do tipo: a primeira coisa que eu fiz quando soube que estava grávida foi vir aqui, se eu não conseguir essa vaga pra ele vou ter que parar meu doutorado, nossa vida ficará em ruínas, será o fim de tudo - quase tudo verdade inclusive) e mais umas 3 ligações da mamãe pra confirmar que o nome de Princhuqueto estava onde deveria estar na lista de espera (isto é, registrado em Outubro de 2005 e não em Março de 2007 como estava constando), e eles se deram por vencidos e resolveram dar uma das três vagas disponíveis na creche da McGill pra ele. Ao insistente, a vaga, confirmou a ligação que recebi hoje. E ainda há quem diga que por essas bandas de cá tudo é muito organizado. Eu que sei. Primeiro foi o mestrado, tive que vir pessoalmente pra descobrir o porquê no atraso do meu processo e explicar que "Grau de Terapeuta Ocupacional" e " Título de Terapeuta Ocupacional" significavam a mesma coisa.

Não estou exatamente contentíssima com a ídéia de mandar meu pequerrucho, minusculeto, indefeso menininho com seus 2 dentes e meio pra creche (com alguma esperança até Setembro ele terá mais alguns dentes pra se defender melhor), mas não há muita saída para nós expatriados, sem vovó, sem vizinha (minha vizinha mais jovem deve ter uns 80 anos de idade) e é claro, sem babá (ou sem $70/dia para pagar uma X $7/dia na creche) por perto. Sem ter pra onde correr, se quiser mesmo terminar um dia esse doutorado, estou satisfeita de ter conseguido na insistência, uma vaga nesta que é tida como referência entre as creches daqui ou pra soar mais bonitinho e menos nazista : "Centro da Pequena Infância".

Semana que vem tem visita marcada pra inspecionar e perguntar tudo, e desde já, com 3 meses de antecedência, Mamãe Teto aqui começa a valorizar mais cada segundo com o novo Campeão de Alpinismo daqui de casa, uma dor no coração...


Você aí, tem coragem de deixar esse menininho na creche?

PS- Graças ao ao irmãozinho que está passando uns tempos aqui e praticamente me obrigou a isso, agora eu tenho até uma lista de links (que ainda não está completa porque pode até parecer que não, mas eu tenho outras coisas pra fazer da vida...), chique, não?!

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8 coisas

Descobri outro dia lendo o blog da Lilian que quando alguém te "tag" é porque você deve fazer parte da corrente, fazer um post com o tema sugerido, como a Deby tinha me "tagado" outro dia. Também descobri no "Pensar Enlouquece" que essa coisa de "meme" funciona como uma forma de divulgação do seu blog. Eu tenho um certo bloqueio criativo quando tenho que fazer uma coisa pré-estabelecida, mas esse universo Blogal me surpreende a cada dia, é toda uma realidade paralela, meio Matrix isso, incrível. Eu, meio alienada, embora um tanto quanto viciada, vou aprendendo cada dia uma nova e vejo que ser "tagada" é inevitável... há de se corresponder...

Pois bem, a Lilian me "tagged" pra fazer um post sobre 8 coisas aleatórias sobre a minha pessoa. Pra não decepcionar a Lilian e como após o curso de estatística que fiz semana passada não me sobraram muitos neurônios disponíveis para lazer e como meu irmão veio me cobrar uma atualização nesse blog, lá vão as 8 coisas que fiquei rascunhando no cantinho do caderno enquanto o professor falava sobre variáveis latentes endógenas:

1- Eu casei com 18 anos. Não estava grávida, não me arrependi, não parei meus estudos pra virar dona de casa (profecias estas que me foram impostas na época por multidões de conhecidos, meu pai inclusive, tadinho.)

2- Eu toco piano e clarinete e embora não seja uma virtuose em nenhum dos dois, adoro saber música e principalmente ensinar para crianças muito pequenas, de uma maneira divertida e lúdica. Aliás, falando nisso, eu adoro a palavra "lúdica" e sempre tento encaixá-la no meio dos meus textos, eventualmente até tem a ver.

3- Eu fazia coisas estranhas pra ganhar dinheiro - Calma minha gente, o que é isso?! Isso não! Como meu pai era japonês e sempre fez questão de reforçar que "quem não economiza um tostão não ganha um milhão", lá em casa nunca teve dinheiro fácil. Eu nunca ganhei mesada e mesmo tendo empregada a gente tinha a lista de tarefas pra fazer em casa, sem pagamento. Pra ter um dinheirinho extra pro chocolate eu sempre arrumava alguma coisa. Vendia verduras pra vizinhança, que plantávamos na horta no fundo de casa, vendia chocolate na escola (é claro que neste caso eu nunca tinha lucro, já que ficava calculando quanto do lucro eu podia comer em chocolate), na páscoa fazia ovos de páscoa, no natal fazia caixas artesanais com cartões que combinavam, já voltei a pé pra casa pra economizar o dinheiro do ônibus, vendi Avon, Natura, dou aula de piano desde os 15 anos e nas férias trabalhava em uma livraria vendendo material escolar. Meu irmãozinho quando tinha uns 6 anos ficava vendendo pedras (não preciosas, pedras assim, do tipo pedregulho mesmo) e mais tarde tocando violino pelas alamedas da escola onde estudávamos pra ganhar uns trocados, até alguém ir perguntar pra minha mãe se a gente estava precisando de alguma coisa e ela proibí-lo de fazer isso. Hoje agradeço meu pai, eu certamente aprendi a economizar meus tostões, agora só estou esperando pra ver quando chega meu milhão...

5- Eu cantava em um conjunto infantil da igreja quando era pequena (sim, porque agora sou grande, embora não pareça), do tipo "Balão Mágico", praticamente como a Simony. Com esse grupo viajei meio mundo: Israel, Egito, Espanha, Holanda, Alemanha, Bélgica, Alemanha. Foi assim que meu espírito de caxeira viajante surgiu, penso eu. Depois disso sempre fiquei arranjando uma desculpa pra viajar. Movimentei o povo da minha classe no segundo grau pra nossa viagem de formatura ser pra Disney, arranjei congresso pra ir na Dinamarca e Noruega, decidi que tinha que estudar francês na França e enquanto estava por lá dei um pulinho na Itália. Agora estou aqui no Canadá, já coçando pra ir pra outros cantos.

6- Eu participava de uma sociedade secreta: Comedores de Passatempo Recheada com Todynho. A cada recreio (gente, que palavra velha essa "recreio", não?) lá iámos nós para um lugar secreto, longe da vista dos mortais para realizar nosso ritual macabro de divisão do pacote de Passsatempo (que tem 13 biscoitos, um problema pra dividir. Cada dia era a vez de 1 de nós ficar com um 1 biscoito a mais, coisa besta essa de número ímpar, ou coloca 12 ou coloca logo 16!). Se não me engano (em termos de memória eu posso sempre me enganar) alguém guardava a fitinha vermelha (aquela que se usa pra abrir o pacote) para fins estatísticos. Tudo acabou quando 2 dos 4 membros começaram a namorar e depois terminaram...foi o fim da sociedade.

7- Eu não choro em público. Desde criança, eu podia apanhar que só ia chorar no quarto.. É uma coisa séria essa, mas não importa quão triste seja o filme ou quão realmente emocionada eu esteja com uma situação, eu só consigo chorar no meu quarto, sozinha. As vezes fica até chato, a pessoa pensa que você não está triste e tal, mas não dá...é cada ser estranho...

8- Eu já adorei acampar em barracas, já cheguei a dormir ao relento, sobre uma folha de jornal na Serra-do-mar, não me importava de rastejar no barro, atravessar corredeiras por cordas, pisar em sapo, comer miojo com gosto de fumaça e usar coturno. Hoje em dia eu ainda gosto de aventura, mas já não me importo se após a diversão eu tiver um bom hotelzinho com uma cama king size, café da manhã abundante enquanto ando com minha sandália de salto...é, a gente muda.

Esse negócio de falar da gente é meio divertido, agora fiquei aqui lembrando de outras tantas coisas...vou esperar alguém mais me etiquetar de novo (ou sei lá eu qual é o termo traduzido em Tupiniquim...)
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As pequenas coisas...

Hoje acordei pré-disposta a ter um dia péssimo. Primeiro porque quando eu levantei, chamada por um certo galo seresteiro que habita o quarto ao lado, eram 8h30 da madrugada e não meio-dia, como eu gostaria. Segundo porque nesta semana eu começo a primeira disciplina do doutorado, um curso de verão: "Structural Equation Modeling", o que? Você não sabe o que é isso? Nem eu. Com alguma esperança, dentro de uma semana eu vou saber, por enquanto só sei que é alguma coisa que tem a ver com a análise estatística da minha pesquisa e sobre a qual eu vou ter que dar uma aula pra todos os membros do meu laboratório depois do curso.

Como estatística é um assunto que me dá calafrios só de pronunciar, e este curso já não é nível "fraldão", lá fui eu procurar minhas falecidas, sepultadas e esquecidas anotações para revisar, semanas atrás. Não as encontrando no meu organizadíssimo armário, corri pra biblioteca a fim de achar algum livro que me desse uma luz, mas todos estavam emprestados e só seriam retornados neste semana. Peguei umas referências secundárias e decidi que o dia D estudar era hoje. Pois hoje, depois de acordar e alimentar o tal galinho, abri meus emails e lá estava o email da biblioteca dizendo que o livro que eu queria tinha sido devolvido.

Sem desculpas para dar a mim mesma para não ir de bicicleta buscar o livro já que o dia estava perfeitamente ensolarado, com céu azul e tudo e já que ontem eu tinha me atolado de fondue de chocolate, lá fui eu, praguejando e pedalando e seguindo a canção. Ao longo do caminho, aos poucos, a alegria foi invadido meu preguiçoso ser , transformando meu dia fadado ao fracasso em dia perfeito.

Pedalando pelas simpáticas ciclovias de Montreal, cruzei com várias pequenas coisas que me fazem sorrir. Muitas crianças, algumas pedalando suas minúsculas bicicletas com rodinhas, outras na cadeirinha presa a bicicleta dos pais (está na minha lista de compras), outras soltando bolhas de sabão ou correndo atrás de esquilos nos muitos parques que ficam no caminho entre minha casa e a universidade. Casais "de uma certa idade" andando de patins de mãos dadas, parque de cachorros, cheio de cachorros brincando, aspirador de pó gigante ( aqui ao invés de vassoura e pá, os "garis" vão passando pelas ruas e calçadas com uma espécie de carrinho, tipo carrinho de golf com um aspirador gigante acoplado, eu acho isso tão divertido! Já até pensei em arranjar um desse em miniatura pra Garizack limpar o chão que ele adora lamber por aqui, lúdico e útil ao mesmo tempo). Uma mulher grávida passeando pelo parque (o que me deu uma certa saudade, que seria mais forte se encontrassem uma forma de pular direto da fase grávida para a fase "com bebê", sem parto). Era tanta coisa pra ver que eu até esqueci do meu plano de gordinha de ir só até metade do caminho de bicicleta e a outra de metrô e quando me dei conta já estava lá (e não pensem que isso foi 15 minutos depois, não, não, 45 minutos no mínimo!)

Cheguei na biblioteca, peguei meu livro, e fui embora contente. Na volta aproveitei pra passar pela "grande biblioteca", a central de Montreal, só pra ver mais coisas que amo: livros e mais crianças escolhendo livros nas prateleiras e sentadinhas nos muitos puffs pra ler, assistindo DVDs, ouvindo histórias... Devolvi os livros que tinha pego uns tempos atrás, peguei mais 3 pra Literack, 1 pra mim, 2 CDs e segui meu caminho atlético e feliz. Seria mais feliz se não tivesse uma subida extenuante entre a biblioteca e minha casa, na qual vários velhinhos de 70 anos me passavam com facilidade. No ski eram as criancinhas de 4, agora são os velhinhos...esta minha vocação para os esportes...

Chego em casa e só de ouvir o barulho da porta outra criancinha feliz e minha surge se arrastando que nem um lagarto maluco chamando "mamama" com um sorrisão na cara. A dose de alegria foi tão alta que até agora não consegui sentar pra estudar a dita cuja da estatística, mas uma hora a gente tem que encarar, mesmo que essa hora seja duas da manhã. Tudo bem, não são umas formulinhas e uns numeruzinhos bestas e incompreensíveis que vão dissipar meus inúmeros momentos alegres do dia.

Boa semana pra vocês, com uma estatística de muitas pequenas coisas felizes!
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Ópera no Metrô

Não sou muito fã de ópera, devo admitir. Admiro, acho bonito já que adoro música "clássica", as roupas, o cenário, a história, mas ao bem da verdade acho que tenho um pouco de medo daquele povo gritando.

Ontem foi diferente, abri o jornal do Metrô e vi o anúncio: Maio, mês de ópera no Metrô. Junho é mês de Shakespeare no parque e agora essa. Adoro essa cidade. Por sorte, a estação de metrô na qual o concerto seria hoje, era bem a "minha estação", do ladinho do escritório. Pausa pro recreio, lá fui eu. Uma delícia, meia hora com trechinhos das Bodas de Fígaro, A Flauta Mágica, Don Giovanni e outros clássicos em suas línguas originais. Admito que foi um deleite e me fez querer comprar ingressos pros concertos de verdade, veremos. Uma pena que fora eu, a média de idade dos transeuntes que paravam pra ouvir era uns 60 anos, sorte minha, fiquei me achando "a novinha bem esclarecida", ô ilusão.

Depois da diversão volto para meu escritório sem janelas e enquanto xingo o computador que deu mais um pau, parei pra pensar como o ser humano, com treino, é capaz de qualquer coisa. Domingo foram os artistas do Cirque du Soleil fazendo com um corpo igualzinho ao que eu tenho, coisas que o mesmo jamais ousaria tentar. Hoje foram os cantores, assim, com a maior cara de gente normal, segurando notas afinadíssimas por tempos a fio com suas vozes incríveis. Fora a pianista, que me fez lembrar o que eu poderia ter sido caso tivesse me dedicado mais e estudado de verdade durante os meus 12 anos de piano, ao invés de parar pra beber água, ir ao banheiro e pensar na vida a cada 15 minutos de prática. Incrível mesmo como nenhuma máquina, nenhuma invenção humana pode bater a capacidade infinita da obra prima de Deus que somos nós. Não há iPod que retenha tantas músicas, nem robôs com mini-chips e sei lá mais o quê que sejam capazes de tantos movimentos, somos mesmo imbatíveis e portanto tão dependentes dEste que nos fez assim.
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Árvore e Circo

Em tempos de ecologia e regime, trocamos o pão e circo por árvore e circo.

Dei presente de dia das mães dei pra minha mãe que está passando uns dias aqui e pra mim mesma ingressos pro "Cirque du Soleil" e descobri um novo sentido para a expressão "de tirar o fôlego". Quase morri do coração com cada coisa que aquele povo faz, realmente inimaginável. Eu até gostaria de descrever o que eles fazem, mas não dá pra explicar como alguém consegue girar as pernas em torno do próprio corpo enquanto está com a coluna dobrada no meio e a cabeça entre as pernas que giram ou dois homens girando em duas rodas no ar movidas por eles mesmos e na qual eles pulam corda, correm e quase caem, ou 4 homens na corda bamba saltando um por cima do outro e realmente quase caindo (foi por pouco, o cara quase morreu de verdade) ou uma menina em uma perna de pau (só uma, com as duas pernas grudadas) dando salto mortal depois de ser impulsionada por uma gangorra - tenho certeza que ninguém entendeu nada...tá vendo, não dá pra explicar, é muito inexplicável. Um menininho de uns 3 anos que estava atrás da gente resumiu tudo: "no way!"

Admirack ficou maravilhado com tudo, bateu palma, apontou, gritou, puxou o cabelo da menininha da frente, aliás, curtiu mais do que Mamãe imaginava possível. Só tirou uma sonequinha de uns 20 minutos pra recuperar a energia, era muito show pra uma cabecinha tão pequena, até eu precisava de uma soneca pra assimilar aquilo tudo. Mas diversão mesmo foi derramar chá quente sobre si na casa de chá iraniana onde fomos depois do show, pra mostrar que ele também tem habilidades inimagináveis e é capaz de fazer em segundos, qualquer coisa com aquelas mãozinhas nervosas, quem sabe não lançam esse número no Cirque.

O mais trágico do dia das mães no entanto, foi ficar ouvindo o dia inteiro "papapapa" e até um sonoro "papai", com "i" no final, já que Saudozack não está aguentando de saudades do Papapa, que está na Terrinha. Até então eu achava que bebês não tinham saudade...aparentemente eles têm.


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O governo do Quebéc tem um plano de 1 árvore por pessoa, e para tanto, lançou desde não sei quando (não sei e não estou a fim de pesquisar) a campanha "Mon arbre a moi" (Minha árvore minha, literalmente ou Uma árvore pra mim, ou essa árvore é minha...) enfim, cada criança que nasce aqui, ganha uma árvore, a idéia é que a árvore cresça com a criança. No mês de maio seguinte você vai buscar sua mudinha, achei o máximo e fomos. Entre 4 opções de árvores eu e Avorack escolhemos um primo do pinheiro, porque era o menorzinho, chegando a 24m de altura, em 300 anos. É árvore pra mais de metro, e pros meus tataranetos contarem história.

O que não sabíamos era que o destino da árvore cabe ao dono. Eu fui lá, crente que ia ter um terreno gigante, algo tipo "o terreno das árvores das crianças", qualquer lugar entre o País das maravilhas e Terra do nunca, onde eu plantaria a infeliz, tiraria uma foto com Princhuquinho e faria visitas anuais pra tirar outras fotos. Ao invés disso, me vi com uma muda de pinheiro na mão, sem destino, pioneira do movimento dos sem-terra de Montreal. Sem quintal pra ser plantada, a pobre da muda foi parar num balde de casa, socada em uma terrinha roubada do canteiro da rua. Agora pense, eu, que não sirvo nem pra cuidar de erva-daninha, responsável por uma árvore que supostamente deve viver 300 anos! Munida da minha consciência ecológica e de todos os meus conhecimentos de "arborinagem", comprei hoje um vaso gigante e um saco de terra, segui as instruções do saquinho e plantei, espero que ela fique feliz lá na sacada até eu bolar um plano melhor. Aceito sugestões.


Arvorack feliz com sua muda


A pobre árvore nem tão feliz em seu balde

O que me consola é que tendo plantado a árvore (mesmo que ela morra, eu fiz minha parte!) justamente porque tive um filho, agora só me falta escrever um livro e posso morrer em paz. Será que blog serve?
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2 anos e outros números

Há 2 anos eu deixei pra trás: 1 mãe, 2 irmãos, vários amigos, 2 cachorros e 1 vida. Pra chegar aqui com 3 malas e todas as expectativas.

Nestes 2 anos eu:

- Morei em 3 lugares diferentes:
1)1 quarto de home stay por 1 mês e meio,
2)1 apartamento que seria bom se não tivesse que matar 1000 baratas/dia e um cheiro insuportável de comida chinesa 24 h (nada contra comida chinesa mas peixe frito as 6 da manhã é um certo exagero), por 8 meses (dos quais 5 foram vomitando com Enjoack na barriga)
3)1 apartamento que moro agora, adoro e só troco por 1 casa daquelas com cara de casa de filme - mesmo porque na nossa última mudança as 3 malas iniciais tinham virado 3 caminhões.

- Descobri que é possível:
1) Conviver realmente com a diversidade e cruzar em um único quarteirão, em um dia comum com pelo menos 13 pessoas diversas: 1 mulçumana com véu na cabeça, 1 pessoa em cadeira de rodas, 30 chineses, 1 punk, 1 gótico, 1 judeu ortodoxo (de rolinho no cabelo e todo de preto), 1 hippie, 1 idoso em plena forma física, 1 negro, 1 casal de gays, 1 pessoa de nacionalidade não identificável, 1 hispano genérico e eventualmente, um brasileiro (e se dar mal falando qualquer besteira em Portugês achando que ninguém estava entendendo)
2) Falar sem perceber 3 línguas diferentes em uma mesma conversa e ouvir muitas outras ao longo do dia, novamente andando pela calçada (perceba a importância de se andar pela calçada) e perceber que você achava que falava muito bem todas as três, descobrir que na verdade não fala, maravilhar-se com o fato que mesmo assim dá pra se comunicar e concluir que nunca vai falar tão bem quanto seu filho, que nem fala ainda.
3) Sobreviver longe do que um dia você chamou de lar, sem nenhuma goiaba vermelha, mas com pelo menos 12 tipos de maçã e uns 10 de laranja (não que uma coisa tenha a ver com a outra)
4) Passar por uma construção cheia de homens trabalhando e não ser chamada de gostosa ( e nem é por causa da sua baranguice-pós-parto, mas sim porque o povo aqui por alguma razão - seria educação?? - não faz isso...é bom saber pra não perder de vez a auto-estima)
5) Não morrer em um clima ameno de -30 graus, e com sorte, até se divertir
6) Não morrer andando a noite por uma rua deserta com alguns sujeitos estranhos por perto, eles também só estão andando e te achando estranha, mesmo assim não têm medo de morrer
7) Falar quanto tempo quiser no orelhão com uma moeda de $0,25 e não pagar "pulso" no telefone de casa (meu pai adoraria isso na minha adolescência)
8) Viver (ou se virar) sem empregada, diarista, restaurante "de kilo" e babá (sim, é possível, cá estou pra contar a história)

- Conheci as dores e as delícias de um sistema social que praticamente funciona:
1) Tive um 1 filho sem pagar R$5.000,00 pelo parto (sem pagar nenhum centavo, aliás) e ainda assim com atendimento VIP
2) Tive uma certa dificuldade de encontrar 1 médico obstetra e até hoje não encontrei 1 médico de família (não que eu realmente tenha procurado, mas sei que não é fácil)
3) Não tive ainda 1 vaga em creche para eventualmente deixar o filho parido "de grátis"
4) Em compensação, ganho quase $500,00/mês pra sustentar o mesmo, fora a contribuição mensal que o governo coloca na poupancinha da Universidade (meu próximo passo é conseguir uma contribuição para a Poupancinha da Lipoescultura da Mamãe, mas acho que não vai dar pé)
5) Entrei, fui atendida e sai sem deixar 1 centavo no dentista
6) Nunca gastei nem 1 centavo com medicamentos (não porque não os usei, mas porque estes também foram pagos)
7) Não paguei ainda, mas um dia vou pagar impostos bem altos por tudo isso
8) Ganhei uma bolsa de estudo que não é grande coisa aqui, mas é mais do que eu ganharia como TO no Brasil
9) Pago $10/mês pra Peixack fazer natação em um lugar lindo
10) Mesmo com tanto frio, ninguém morre de frio já que querendo, todo mundo tem ao menos onde morar e o que comer (há quem não queira, mas aí é por opção e não por falta de)

- Aprendi:
1) A usar cotidianamente 3 novos meios de transporte: metrô, bicicleta e pernas/pé.
2) Que zero graus não é frio, nem -10, frio pra valer é -30
3) Que tulipas só duram algumas semanas por ano (adoro flor que morre rápido, porque você não tem a responsabilidade de ter que cuidar pra durar muito)
4) A fazer pesquisa de verdade e todas as coisas estimulantes (como descobrir coisas) e probantes (como tudo que tem que ser feito até de fato descobrir as coisas: análise estatística, metodologia científica e blá, blá, blá) implicadas no processo
5) Que meu marido é um pai e dono-de-casa excelente, quase perfeito eu diria
6) A esquiar (ou qualquer coisa parecida com descer uma montanha de neve em cima de 2 objetos deslizantes)

- Já fiz:
1) 1 filho
2) 1 mestrado
3) 1 boneco de neve
4) Alguns novos amigos
5) Já tá bom, não?

Que venham mais 2! (Será?!)

E com vocês, dois dos meus maiores feitos "made in Canada" (obviamente não em ordem de importância, nem de lindeza):





PS- Acho que estou ficando meio prolixa, vou me policiar para escrever menos e não cansar tanto meu respeitável público.
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Não-saudades

Não existe um dia no qual eu não tenha saudade. Saudade da minha família, dos meus amigos, do pão de queijo na padaria, do requeijão na prateleira do supermercado, da goiaba que não custa dois dólares cada, é vermelha e tem gosto de goiaba, de shows "grátis" no Ibirapuera e da virada cultural na qual eu nunca fui (porque começou ano passado), mas sobre a qual os amigos fazem questão de me contar fazendo inveja (adivinha onde a gente tá indo? Show da Jazz Sinfônica de graça no Villa Lobos e o irmão fez questão de me ligar do celular diretamente do show do Jõao Bosco no Municipal, só pra fazer fusquinha) e a lista segue infinita...

Muitos dias porém, eu penso em coisas das quais não tenho saudade, até pra tentar diminuir a saudade das outras. Não tenho saudade de andar com o vidro do carro fechado, de boné pra não pensarem que eu sou uma mulher sozinha no carro de noite e paranóica olhando se não tem ninguém vindo me assaltar no semáforo. Não tenho saudade de muvuca em shows (aqui nunca dá confusão). Não tenho saudade da minha renite alérgica e do meu ex-fiel-amigo rolo de papel higiênico, devido ao insalubre ar da velha e boa Sampa. Essa semana, lendo o recém conhecido blog da Juliana, lembrei de outra coisa da qual absolutamente não tenho saudade: do trânsito.

Lembro sem nostalgia dos meus idos dias em São Paulo, chegava a gastar mais de 4 horas no trânsito por dia, isso mesmo, 4 ou mais. O mais produtivo de todas estas horas congestionadas foram as estratégias que desenvolvi pra passar o tempo e não pensar em tudo que eu podia estar fazendo e não estava por causa do $%#@^& trânsito. Coloco-as aqui pois podem ser de serventia a algum paulistano a beira de um ataque de nervos:
1- Fazer a sombrancelha (enquanto o sinal está vermelho, é uma maravilha, você fica até torcendo pro sinal não abir).
2- Brincar de "qual é a música" ouvindo rádio ("uma nota maestro" - desliga o rádio, canta o próximo pedaço, adivinha o nome, liga o rádio e confere).
3- Decorar "Águas de Março" (essa me rendeu entretenimento por semanas, o objetivo era decorar antes do meu irmão, o que acrescentou um caráter esportivo à coisa, eu ouvia, voltava, verificava e sei de cor até hoje, útil não é, mas divertido é com certeza. Se você for mais adolescente pode tentar também "Faroeste Caboclo").
4- Ler um livro que possa ser lido em pedacinhos e não exija muita atenção (o meu era um que descrevia os capítulos de "Friends", as vezes o povo buzinava, mas tudo bem, eles só estavam buzinando porque também gostariam de ter um livro pra ler, mas não tinham).
5- Comer : não podia faltar, eu sempre tomava café da manhã no carro, dirigindo mesmo já que cada minuto de sono a mais é importante. Mas não se limite a qualquer refeição fácil que só precise de uma mão, só porque você está dirigindo! Eu as vezes levava pão com Todynho ou fruta, até ai tudo bem, mas quando eu resolvia comer sucrilhos com leite eu comia...em um dia fatídico a frente do meu rádio caiu dentro do copo de leite, tudo pelo não estresse. Acredite ou não, este foi o acidente mais grave que eu tive.

Agora se nada disso funcionar, faça como eu finjo que faço aqui, vá trabalhar de metro ou melhor ainda, de bicicleta (me imaginei agora de bicicleta andando pela marginal Tietê, que belezura que deve ser...)

E já que agora o Tirando o Sapato tem fotos, vejam uma das minhas não-saudades:
Não é o Bubby, deste eu tenho saudade, mas a vista da minha sacada no apartamento em São Paulo (fora o Bubby, só cimento)


E a vista da minha sacada em Montréal, depois de uma nevasca(fora a neve, da qual eu não tenho saudade, só árvores):


E hoje de manhã, com as folhas das árvores voltando a nascer:

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Das coisas não ditas

Outro dia li em um blog, que fazia propaganda de um livro no qual as autoras do blog faziam um prefácio (ufa!) que falava sobre a tendência de tudo que é de mãe ser um pouco "ursinhos carinhosos". Definindo, a gente conta o que é bom, o que dá certo, cada novo truque que seu bebê faz, como ele é simpático e sorridente, que super mãe você é, enfim...se é pra falar mal de mim, que falem os outros, eu só falo bem, é claro!

Mas agora que já passou e que a história teve final feliz , vou abrir o jogo. Semana passada cá estava eu escovando todos os 2 enormes dentes de Semi-banguelack quando vi uma manchinha preta. Pensando que se tratava de algum resíduo de alguma das muitas coisas nojentas que ele coloca na boca (sapatos, pó, dedos dos outros, etc) escovei mais até quase fazer sangrar a gengiva da pobre criança e a tal mancha preta não saia. Meu quase mestrado em Reabilitação me dava a autoridade para diagnosticar - era uma cárie. Eu que normalmente finjo que sou calma e tento não ser uma mãe-de-primeira viagem histérica e exagerada, "paniquei". Pensava que só iria me deparar com tais questionamentos daqui uns 18 anos no mínimo, mas subtamente me vi me perguntando: Como? Porque eu? Onde foi que eu errei!? Mas eu dei tudo pra esse menino! - E por tudo entenda, muitas escovações de dente, mesmo bem antes do cidadão se quer ter dentes!

Atribulada, botei a criança na cama e fui consultar o Dr. Google, dentista pediátrico. Li por horas a fio e parecia ser a tal "cárie de mamadeira". Nominho simpático esse assim, seguido por uma mamadeira mas a verdade é que o que todos os sites diziam é que a progressão geralmente é rápida, não tem tratamento em bebês antes de um ano e a consequencia final é a extração dos dentinhos, deixando a criança inevitavelmente banguela até que os dentes permanentes cresçam. "Ah tá" - disse o marido - "ele ainda vai ter os dentes de verdade". "O que???" - diz a mãe não histérica - "Você tem noção que isso vai ser daqui uns 6 anos? Que até lá ele não vai ter os 2 dentes da frente? Que ele vai ter problemas de nutrição e fala? Que ele nunca mais vai sorrir? Que os amigos vão zuar com a cara dele? Que por causa disso ele não vai querer ter amigos? Que por causa disso ele vai virar um hermitão e vai se isolar em uma montanha no Butão e nunca, nunca mais vamos ouvir falar dele?".

Tomada pelo desespero acordei cedo no outro dia (esta é verdadeiramente uma prova de desespero) e coloquei-me a ligar para todos os dentistas pediátricos de Montreal. Acontece que o sistema de saúde do Quebec também cobre assitência dentária para crianças até 10 anos, lindo. Acontece que por conta disso e também por conta do lobby da "ordem dos dentistas"que faz ser quase impossível para um dentista imigrante entrar no mercado, nenhum dentista aceita paciente novo. Eu sei, você aí no Brasil quando quer ir ao dentista pega o telefone, liga, marca e vai. Aqui a história é outra. Ninguém tem vaga, aviso logo aos imigrantes. A consulta de encaixe mais próxima que eu consegui tinha sido para o dia 22 de Maio, até lá, aparentemente era ver os dentinhos do pobre Princhuquinho apodrecerem, e sua carreira de modelo ir por água abaixo junto com a vida de sucesso que mamãe planejou pra ele. Enquanto a mãe desesperançada tentava ligar de novo para um último número que tinha dado ocupado, o pai com seu senso de humor peculiar soltava uma frase infame a cada segundo: "ele pode ser o passarinho na peça da escola, passarinhos não têm dente, mas são simpáticos assim mesmo" ou "Ah, sabe o Zack? Quem, aquele bonitão? Não, não, aquele que não tem dente!" ou ainda " Coitadinho do Zack, deve ser duro ter uma mãe tão irresponsável, que nem escova o dente do menino!"- E por aí vai.

Orando enquanto o telefone chamava, fui atendida por uma secretária simpática que diz: "ah sim, tem um encaixe hoje, as 2h30, não sei se dá pra você" - Deus é realmente bom, ele sabe o quanto meu nenê (e a mãe dele) precisam desses 2 dentinhos (pra comer e sorrir, no caso do nenê e pra manter a sanidade, no caso da mãe)!

No caminho pro dentista fui só pensando no que falar pro tal Dr. pra explicar o ocorrido. Devia ter tirado fotos de cada escovação pra provar o que os fatos desprovavam. Já via o olhar de reprovação do dentista, e a salinha especial reservada pra dar chibatadas nas mães insolentes que deixavam tal tragédia assolar a vida de seus filhos em tão tenra idade. Lembrei do meu pai dizendo como eu não estava preparada pra casar aos 18 anos, logo, pra ter filho aos 25, pensei na família no Brasil perguntando no fim do ano: "mas o que aconteceu com os dentinhos dele, Keiko??" e pensei o quanto eu pensava não ligar pra nada do que ninguém diz, mas nesse caso era muita auto-culpa pra não cnsiderar, todos estavam certos, eu era uma mãe horrível.

Chega o dentista, com máscara de cachorro, simpático como ele só, e pergunta se eu tenho alguma coisa a dizer. "Não, não, vim aqui só pelo passeio". "Sim, eu sou um lixo, meu filho tem 10 meses e uma cárie, eu deixo ele comer tudo que está pelo chão e deixei ele lamber um pedaço de ovo de páscoa, confesso, também esqueço de dar a vitamina D alguns dias, além do que eu colei nas provas de física durante todo o segundo grau" - penso eu. Mas só digo quase inaudível: "Acho que ele tem uma cárie". O moço da máscara de cachorro deita Pacientack no colo dele, olha os dentinhos e enquanto eu nem respirava ele solta tranquilo: "Ah sim, manchinhas". E eu, finjindo ser sã: " Como assim?".

Aparentemente todo mundo tem bactérias dentro da boca. Algumas pessoas (mesmo algumas pessoas bem pequenas) têm bactérias com vocação artística e elas gostam de pintar os dentes dos seus inocentes hospedeiros, essas parasitas. Não tem o que fazer, escovação não resolve, as manchinhas só saem com aquele negocinho que faz "inc, inc, inc" do dentista, o qual ainda me advertiu: "não tente fazer em casa". Vamos ter que voltar a cada 6-8 meses pra acabar com a vernissage das bactérias.

Dentinhos brancos de novo, aquele sorriso lindo, o sucesso na vida reassegurado, a mãe tão feliz quanto se tivesse ganho na mega sena acumulada, Colgatack sai do dentista com uma escova nova na mão (a 4a da sua coleção, uma proporção de 2 escovas por dente), uma bolinha de borracha na outra e a certeza de que a vida é bela de novo.

Como a Flávia, do Iglu, me abandonou só no mundo dos blogs sem fotos, links e demais frescuradas, e como ela foi minha porta de entrada para a blogosfera, me senti na obrigação de dar um upgrade nesse blog e apresentar pra vocês o meu Princhuquinho, pra recompensar quem teve paciência pra ler este tratado sobre neurose materna que foi esse post. Mesmo porque, depois que a Deby chamou à minha atenção a divulgação massiva do vídeo onde nossas faces secretas são reveladas, vídeo este que a Sandra (que evolução, hein? 3 links em um parágrafo) já tinha linkado no blog dela, não sobra muita razão mais para a minha "neurose de divulgação e utilização das fotos do meu Gostosinho para fins obscuros". Sendo assim, para ilustrar a história do dente, lá vai Sorrizack, todo babado com seus 2 dentes, sem cáries!






PS- A foto é de quando os dentinhos ainda estavam nascendo, agora eles estão enormes, e não sei se eu já disse, mas sem cárie!