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Do G pro P e outras histórias natalinas

Quisera eu que a mudança do G pro P fosse no manequim, mas não, meus caros. Este milagre natalino ainda vai depender do desaparecimento dos Chocotones (e suas respectivas 500 calorias por fatia) da face da terra. Coisa que não parece estar próxima de acontecer já que encontramos Chocotone Bauduco no supermercado italiano aqui em Montreal, por 1/3 do preço que custa no Brasil...vai entender. Deve ser a conspiração dos duendes. Deve-se dizer que um chocotone de 500gr não dura mais do que 3 dias aqui em casa. E que come-se sempre com margarina e um copo de leite com Ovomaltine. Faça as contas, o manequim não vai mesmo do G pro P.

Fato é que mudamos de carro. De uma mini-van para um carro comum, daqueles dos mortais. Eu tinha um Fit no Brasil e achava o carro mais espaçoso do mundo. E enchi a paciência do marido porque não aguentava mais aquele carro grande e cheio de tralha, até que ele, só pra provar que eu estava errada e ele certo, aceitou trocar de carro. Acrescente duas crianças e suas cadeirinhas e tralhas e de Fit pra lambreta estamos a um passo. Acrescente a família que veio para o Natal e a coisa fica feia. Feia, e pequena. Sinceramente, não sei como as pessoas conseguem viver com um carro comum e crianças. Como gente?? No Brasil ninguém tem esses mini onibus que a gente tem aqui e todo mundo vive bem e feliz, como?? Ninguém carrega a família no carro? Tipo é cada um por sí, metrô pra todos?Não sei, não sei, não sei, ai que falta de ar! Mas ficaremos assim até Fevereiro. Se tem gente que anda como nenê de metrô e ônibus e arrasta carrinho sobre 15 cm de neve, não sou eu que vou ficar aqui reclamando do Fit. Mas que é apertado isso é!

Em um outro tom muito mais festivo, uma das únicas coisas boas de passar o Natal aqui (e este é o nosso primeiro natal aqui em 5 anos) é que aqui a tudo tem cara de Natal, o original. Com direito a pinheirinho cheio de neve de verdade. Nevack e Nevina obviamente não podiam estar mais contentes, assim como toda criança que habita o pólo-norte. "Neve mamãe, mUta neve", diz ela toda feliz. E ambos ainda vão ter uma congestão de tanto comer neve. Se é que isso é possível. Aliás, existe algo mágico na composição da neve. Tente raspar o freezer e o efeito não é o mesmo.

No ritmo das tradições natalinas começamos desde o dia primeiro uma tradição que copiei do "Notes from the trenches" e que fazemos desde o ano passado (eu ando super copiona de blogs!). Embrulhei todos os livros de natal e alguns que não são de natal, mas são novos e a cada noite lemos um livro à luz de velas (isto é, até os fósforos acabarem e uma breve adaptação para luz de abajour até a mãe lembrar de comprar mais fósforos...talvez no ano novo). E posso garantir, vale a pena o plágio, esta é uma tradição deliciosa. Ainda mais com Leitorack achando umas palavrinhas aqui e ali, todo orgulhoso.

Natal foi no maior clima tudo é paz...coral na igreja, biscoitinhos feitos e decorados em casa para os velhinhos do prédio que ficam sempre tão sozinhos, amigos daqui, família aqui, tudo bom. Papai Noel passou o maior sufoco para encontrar o tal do cavalo de plástico que pula, mas como só o bom velhinho pode, ele encontrou (no dia 23 de noite na última loja possível, para o alívio e alegria incontidos dos duendes e seus demais dependentes, leia-se pai e mãe).

E vocês, quais são as suas tradições de natal? Partilhem pra todo mundo poder copiar! Afinal, este é o espírito do Natal, certo? Pelo menos foi isso que disse o patinho do Wonder Pets no DVD que assistimos hoje...e vocês sabem, com pato que fala a gente não discute.

E algumas cenas de natal aqui na terra dos sem-sapatos:


Animação no concerto de Natal da professora de música. Meninos, controlem-se. Gatinha que é gatinha finge que está batendo palma só pra mostrar a barriguinha sexy com direito a barrinha da fralda aparecendo.


As pombas que não são espertas o suficiente para migrar para o Sul, mas pelo menos aproveitam o calor que escapa do aquecimento do hospital
Ensinando o tio a fazer um forte de neve. Nunca se sabe quando estas habilidades vão ser imprescindíveis em um país como este.
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Merry Christmas! and a Happy new YEAR!

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Mensagem do Papai Noel

Vi no NY with Kids e adorei!!

Melhor ainda foi ver os olhinhos de Noelack brilhando quando o Barbudo falou seu nome, e Confundina assistindo e perguntado: Jesus?? Jesus, mamãe? Acho que todos ficam meio confusos nessa época do ano...


--> Ceci, não paga não para fazer a mensagem. Se não me engano, você paga se quiser "salvar" a mensagem tipo pra sempre. Para deixar no site e ter no email o Bom velhinho faz de graça.
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Menos Zs, mais Is

Uma amiga me mandou essa reportagem aqui falando de um estudo que mostrou que as pessoas com QI mais alto tendem a dormir mais tarde e serem mais produtivas a noite. Ignore a parte que diz que o mesmo hábito também pode ser causa direta de obesidade, hipertensão, depressão e outras bobeirinhas dessas.

Viu, mãe? Agora pode parar de repetir que eu tenho que dormir cedo. A culpa não é minha, é do meu QI. A julgar pela minha média de produtivdade versus hora do dia meu perfil é de uma obesa, hipertensa e depressiva, mas um gênio. Afinal de contas, nada que uma lipo e uns remedinhos tarja preta não resolvam.

Essa vai pra lista de reportagens favoritas, junto com aquela que lista todos os (dois) benefícios do chocolate e aquela outra que fala que as mães boas são aquelas que deixam os filhos comerem terra. É por isso que eu amo a ciência (e até as bem frequentes más interpretações dela), sempre tem alguma coisa que faz alguém feliz, e o que não faz, a gente ignora!





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Fases

Ele:
Celebrou recentemente os tão temidos 40 anos. Relembra nostálgico como era bom ter 20 anos e como a vida era fácil. Ainda não comprou um carro esporte já que seu fraco sempre foi mesmo por carro de tiozão. Não trocou a mulher de 40 por duas de 20 até porque a mulher ainda está nos 20 (e ai de quem lembrar que isso acaba logo).
Está completamente absorvido pelo sonho da casa própria (cade o carnê do Baú nessas horas?) e gasta cada segundo extra vendo e decidindo coisas para a tal casa que se fosse por ele, teria escorregador, pssagem secreta e a melhor ideia de todas: Um buraco gigante e secreto que vai do segundo andar até o sub-solo, passando pela sala, onde poderíamos jogar todas as bagunças quando alguma visita estivesse chegando (mas sempre tem um arquiteto ou construtor sem-graça pra acabar com os sonhos dos outros e dizer que não vale a pena gastar nessas coisas, humpf).

Ela:
Anda conversando horas com os irmãos sobre " Como não ser mais gente grande" e a cada dia quando tem um compromisso muito cedo fica pensando se existe alguma coisa que ela possa dizer ou fazer para não ter que ir ao compromisso. Sem successo. Ela odeia compromissos para os quais não há desculpa, principalmente se forem cedo (e todos são!).
Nunca tem tempo pra dormir mais que 5 horas por noite (e quando tem uma horinha extra as 3 da manhã acaba gastando blogando ou assistindo séries enquanto finge corrigir prova).
Alguns dias pensa em largar tudo pra trás e ir mochilar na Europa por dois anos, vivendo com os hippies, ou ciganos, ou qualquer um que não tenha datas limites pra entregar coisas ou crianças para serem bem sucedidas e felizes. Ela queria que elas só fossem felizes.
Entre escola pro filho, armários pra cozinha e o que fazer no Natal ela decidiu que não quer decidir mais nada.
Já desistiu de emagrecer, já virou piada quantas vezes cancelou a drenagem linfática, anda achando que comer é bom e ser magra é ruim, embora o pensamento mude quando está tentando entrar naquela calça skinny, momentos no qual ela decide que amanhã, sem falta, começa o regime, joga fora a caixa de delícias (e que tipo de pessoa que quer emagrecer tem uma caixa de delícias em casa minha gente?), entra na academia e começa a usar todos os cremes que enchem o armário.
Está viciada em comprar "deals" na internet, de muitas coias que não precisa, mas que o preço estava tão bom que se tornaram imprescindíves (e quem pode viver sem uma foto gigante impressa em tela, ou um pacote de Pilates por 40% do preço?)

Ele:
Tem 3 amigos imaginários fixos: O Lusto-Galo, o Lusti e " Amigo de Francês" (algo me diz que esse último mudou pras bandas de cá depois que ele ouviu a mãe repetindo pra mundos e fundos como ele precisava aprender Francês. Quando a mãe etá muito cansada para apostar uma corrida até o elevador, ele logo convoca os amigos para o desafio. E acreditem, ele nem sempre ganha.
Sabe ler e escrever todas as letras e já anda reconhecendo várias sílabas e palavras pequenas. Sabe jogar dama e quase sempre ganha da mãe (sem muita colher de chá), sabe jogar jogo da velha, mas pra esse ainda precisa de umas dicas.
Começou a estudar violino e diz a professora que ele é um gênio (e a mãe jura de pé junto que a professora só diz isso pra ele, obviamente).
Adora livros e depois de lê-los muitas vezes, gosta de reinventar as histórias.
Adora improvisação musical, podemos passar horas tocando arranjos rítimicos e outras composições mais ou menos malucas.
Sabe tudo sobre o iPhone da mãe. Muito mais do que a própria mãe é claro.
Lembra fatos, pessoas e lugares com uma memória assustadoramente precisa. A mãe respira aliviada pois se dependesse da sua (memória), ninguém teria passado.

Ela:
Chega em casa, senta no chão e depois de algumas tentativas sem sucesso vem correndo pedir: mamãe, tilá, papá (sapato)!!!
Sapato tirado, vai correndo para o cadeirão e tentando escalar fala: Mamãe, xubiii, nham, nham, qué!
Coloca a boneca no carrinho e vai dar uma volta com ela: "Passá nenê?" - pergunta, e logo em seguida responde: " Passá, bá bom" - e vai passear com a nenê no carrinho. Daqui a pouco, tira a nenê do carrinho, senta na sua poltroninha e fala: "Mamá nenê?" - e também responde: " Mamá", colocando a nenê no peito e depois no "Ôto mamá" (e viva a amamentação prolongada!).
Tudo que o irmão quer ela quer também, e briga , arranca da mão dele e sai correndo.
Se acaba de rir quando escuta as músicas preferidas (em especial a "Onça Pintada, quem foi que te pintou?" e " Mamãe, qual é, larga do meu pé" , do Carnaval do Palavra Cantada), e cantarola todas elas com melodia claramente reconhecível e até umas palavras.
Come um pote inteiro de salada de fruta (ou de qualquer outra coisa, francamente) e pede "maix um mamãe, papô", e muitos "maix um" se for sopa de feijão, mas se conforma repetindo " baboooo", se alguém explica que acabou.
Adora escovar os dentes, mas quer escovar sozinha. Aliás ela quer fazer tudo sozinha.
Passa de muito nervosa a muito feliz em segundos, basta mostrar um passaLinho, estrelinha ou gatinho. Ou oferecer um mamá, ou ainda mais divertido, o "ôto (outro) mamá".
Acorda sempre de bom humor e abre um sorrisão capaz de curar qualquer mau-humor matinal, quando alguém vai buscá-la no berço.
Explica direitinho para qualquer um que ligue no skype que ela está muito "Totosa".
Olha pro céu noturno (as 5 da "tarde") e vê o ex-presidente: "A lula mamãe..."

Se fosse pra escolher, honestamente eu ficava com a última fase, mas fazer o que...

"Ser assim é uma delícia, desse jeito como eu sou. De outro jeito dá preguiça, sou assim pronto e acabou"
(Pé de Nabo - Sandra Peres e Luiz Tati)

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Ode ao cupcake


Começou com a aula de musicalização que tinha cupcake na saída e aí já nem sei bem se foi só porque virou moda ou se é a minha facilidade em incorporar hábitos potencialmente engordativos à minha rotina (e não incorporar os emagrecedores. Sério, tremenda injustiça comparar Cupcakes com alface ou ginástica...), fato é que de uns tempos pra cá ando obcecada com cupcakes.

Em Washington meu irmão me levou aqui e eu quase surtei (eu e toda a populacão de Maryland porque a loja tinha fila dobrando o quarteirão). Outro dia quase esbofeteei o cara do Starbucks porque eles pararam de fazer cupcakes (e a culpa era dele, obviamente, e de quem mais?). No desespero, tive que apelar para essa loja que valha-me... tem cupcake de queijo de cabra com lavanda, maracujá com chocolate e côco e por aí vai. Os "minis" então, são de matar, você fica naquela de "poxa, tão pequenininho e inofensivo, não deve ter nem 100 calorias... " e num passe de mágica, lá se foi meia dúzia...E depois não sabe porque não emagrece.

A boa desculpa (e sempre há de haver uma), são os 13 anos de namoro com meu Princhucão, esse sim, melhor que qualquer cupcake! :-)


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Como num passe de mágica...

Então você ouve dizer de lendas de bebês que dormem a noite inteira desde os 2 meses de idade, e vão pra cama cantando, saltitando e falando: " boa noite mamãe, dorme bem, a gente se vê amanhã as 10!".

E daí que seu filho de 4 anos ainda te convence todo dia que " Mamãe, vou dormir com você só mais hoje porque hoje é um dia de muitos abLaços, né?" - sabendo que o tema do dia muda a cada dia, todo dia, há 4 anos, há despeito de todos os bons livros sobre todas as técnicas de sono já inventadas.

E daí que sua filha de 19 meses que até que estava dormindo com pouco protesto aos 6 meses, descamba geral depois de várias viagens e poucas rotinas, e passa a não só fazer protestos verbais como também fisiológicos. Leia: gritar, berrar e chorar até vomitar e fazer cocô (sim, eu disse cocô porque...o que mais se pode dizer??), e isso em tempo record (porque o pai não aguenta mais do que 5 minutos de choro, e quem aguenta?).

Mas aí, um dia, inspirada pela fada do sono (ou pela total necessidade de dormir), você se confronta com um dilema intelectual e arrisca. Você percebe que de manhã, perguntou pra menina (aquela de 19 meses e que descambou a falar mais do que a velha da cobra de umas semanas pra cá): " Filha, tá comendo uva?" - Ao que ela responde: " Não, melão... papai" - e aponta em direção à sala, aonde está o pai, que certamente lhe deu a uva (embora ela acredite que seja um melão...ninguém precisa contar). Você então, engajada no diálogo pergunta: " Ah, foi o papai que te deu?" - sem esperar nenhuma resposta, mas ela não perde tempo: " Fooooi!!" - fazendo que sim com a cabeça. MEDO! A bichinha foi pra cama ontem falando só "mamãe e papai" e acordou respondendo perguntas... estranho. Mas é aí que a lâmpada acende e tlin! Você pensa...se ela entede isso, talvez, e somente talvez, entenda que a mamãe tem sono e precisa dormir (ou terminar de corrigir provas, ou um artigo, ou lavar a roupa, ou fazer a unha, ou escrever no blog, poxa vida...).

E daí, a mágica acontece: A noite, após mamar, escovar os dentes, historinha, musiquinha, você a coloca no berço. Ela chora, mas você faz um cafuné e explica no maior estilo papo-cabeça:
- Ninoca, mamãe agora vai dormir, e você também tem que dormir, tá bom?
E entre soluços um pouco incoformados, mas conscientes, você escuta:
- Bá bom.
Meio descrente, você fala...
- Então tá, tchau.
- Tchau.

A porta fecha, não se escuta mais nada... fiquei surda? Não, deu certo!!! Gente, deu certo!!!
A cena se repetiu com precisão milimétrica por umas 10 vezes durante a noite (acorda chamando: mamãaaaae!" - eu entro no quarto e repito o conversê e tudo dá certo, até uma hora depois...), mas depois da primeira noite, e consecutivamente pelas últimas 5 noites, isso tem dado certo todo dia, sem acordadas noturnas!

Então aquela mãe do primeiro parágrafo está pensando: " Bá, grande coisa!" . Mas pra mim, meus amigos, esta foi a conquista do ano.

Então, para as companheiras insones eu digo: Bebês de 19 meses entendem. No desespero, apele para a razão! Para aquelas com bebês mais novos, não se desperem, a idade, e o juízo, um dia chegam! Junto com noites melhores dormidas!




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Pra nao acharem que andamos morrendo por ai...


Sinceramente acho que não tem graça masi ficar falando que eu não acho mais tempo pra blogar... e acho uma pena grande (tipo pena de pavão quem sabe?) estar perdendo a chance de registrar as muitas coisas que andam rolando por aqui...aliás, uma pena que Desmemorina vai ficar sem memórias, coitada!

Fato é que desde que voltamos de múltiplas viagens eu ainda não consegui me organizar de novo (de novo?), as malas, por exemplo, ainda estão pelo chão, no já tradicional sistema de "vamos usando da mala, assim não tem que guardar", funciona super bem, em aproximadamente 2 semanas a mala está vazia de novo e você economizou o tempo e encheção de desfazer as malas, a pior parte de toda viagem, como bem se sabe. Além, é claro, de não precisar varrer a área por baixo da mala por todo este tempo. Eu sei, minhas habilidades domésticas são de matar de inveja.

Ontem até comecei a ecrever um post no Word no meio do trabalho, mas daí alguém ligou, outro pediu outra coisa e lá ficou o post pela metade, mas de repente até o fim da semana eu acabo, era sobre a loucura da maternidade, se é que poderia ser sobre outra coisa.

Só pra constar nos autos que ainda estamos vivos e que vocês dois ou três que ainda passam por aqui são muito apreciados, vai uma fotinho de um dos programas " Quebequenses por excelência", o primeiro "Apple picking" ou " Cuillette de Pommes" - para os nacionalistas - da Maçazina, que voltou pra casa falando "apple mamãe, apple...ma-tã...hummmm!", depois de uma overdose de maçãs e seus derivados. Colheidorack já é um expert no assunto, tem mais colheita de maçãs do que anos de vida.



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De volta - ou quase...

Então voltamos mas só por uns dias e só metade da família, o resto foi ficando pelo caminho. Marido no Brasil, Abandonack com a vovó na terra do tio Sam. Chegam ao destino final a mãe, que definitivamente confirma que ir ao Brasil engorda e cansa, mas faz um bem pro coração que a sociedade de cardiologia não pode explicar, e Escandalosina, que provou para o mundo (ou ao menos para os as pobres almas, os passageiros do nosso voo) que dormir é para os fracos. O que se faz mesmo durante a noite - TODA - é chorar, gritar, espernear e obviamente, não deixar ninguém mais dormir, no céu, na terra ou mar.

Digo que o tempo nos falta, vamos pra Vancouver amanhã. E que eu, que achava que um dos
"pluses" da vida acadêmica era viajar e coisa e tal, agora ando mais achando que bom mesmo ficar em casa, até porque ninguém merece roupa na mala por mais de um mês... cansei.

Mas todos estes problemas estariam resolvidos se eu tivesse ganhado na mega-sena acumulada de 85 milhões. Fretavva um jatinho só pra Nina enquanto eu ia de primeira classe e largava essa baboseira de doutorado porque cá pra nós... quem precisa disso?

Dicas, conselhos sobre o que não fazer em uma viagem com uma menina de 1 ano e meio e pouca tranquilidade, fotos dos eventos marcantes e todas essas coisas virão em breve, eu espero.




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Vou ali, volto já

Vou comprar maracujá!!!
E vou mesmo!!!! Ai que alegria...jabuticabas, pães de batata e lojas de sapato - preparem-se, eu estou chegando!!!

Cunhadinha casando, e nós desembarcando na Terrinha, salve, salve!!

Volto daqui umas semanas porque todo mundo sabe que com tanta gente querida pra ver, e comidas pra comer, não sobra tempo pra internet!


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É dada a largada

Este blog está comunicando notícia como se fosse na época que notícia ruim chegava a cavalo. A notícia aqui, mesmo sendo boa, está chegando a trote te mula, mas antes tarde do que mais tarde ainda. O primeiro parágrfo eu escrevi semana passada, e ficou no rascunho até ter tempo de terminar, e botar fotos, e tal...
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Foi ontem. Era quase noite. Ele adorava a outra de madeira e sem pedal, toda lindona. E tiveram um verão lindo juntos, cheio de aventuras e riscos inimagináveis, a mil por hora igual os Flinstons. Mas era a hora de deixá-la para trás, o momento tinha chegado.

Entre choros nervosos e medo do desconhecido ele foi..."olha pra frente", dizia o pai, "continua!" e lá foi ele! Todos esperavam a clássica sequencia de anda - cai - chora - sacode a poeira e levanta, mas nada disso. Nem um tombo, nem um arranhão, por enquanto.

4 anos e quase 2 meses, e o menino aprendeu a andar de bicicleta sem rodinha, sem mão, sem ninguém, e o mundo ficou menor.

Ah sim, e aqueles dois logo atrás, chorando e se abraçando como se estivessem vendo o menino ganhar o Nobel da Paz, são eles sim, os pais abestalhados...e quem mais.

A ex...bonitona, mas virou história


E a atual, com pedal.

O menino que vai longe...



E a trilha sonora enquanto dávamos a volta no parque hoje:
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Tradução livre

Hoje fiz minha primeira tradução simultânea na igreja, do Português para o Inglês. Meio estranho...chega uma hora que você esquece que está traduzindo, começa a bocejar, falar umas coisas com você mesma, manja, tipo, notas mentais, comentários internos que você acaba falando e de repente só o pessoal que está com o fone de tradução está rindo enquanto todo o resto do povo está sério e ninguém (exceto você) entende o porquê. Ou isso ou você não é tão esquizofrênico como eu e não fica falando com você mesmo enquanto está rolando uma palestra.

Pois eu falo comigo mesma o tempo inteiro, e de uns tempos pra cá andei notando que as minhas auto-conversas geralmente são em inglês. Eu acho que a explicação mais lógica (e menos louca) é que a segunda língua te dá uma liberdade de expressão, uma possibilidade de sair de você mesma. Por exemplo, palavrões, que eu nunca falo em Português, as vezes saem em Inglês sem o menor pudor. Parece que se é em inglês não é palavrão, é só outra palavra.

Se eu sou louca de fato ou se isso acontece com todo mundo eu não sei. Mas já para aqueles que o Inglês é tão língua materna quanto o Português, os problemas são outros. Poilglack tem suas bilinguices com por exemplo conjugar verbos (Eu jumpei bem alto mamãe! Ou o contrário: Are you going to "conserter" that?). Sexta-feira depois que peguei ele na creche ele falou:
- Mamãe, eu te perdi!!!
(Do inglês: " I missed you! -- "missed" sendo o verbo perder, mas também "eu senti falta de você", nessa frase)
O que depois ele corrigiu sozinho:
- Não, eu senti muita saudade! (saudade= a já tão conhecida palavra sem tradução em língua nenhuma).

E aí, louca ou não só resta abraçar muito, até squeezar todos os bones.
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Empregos

Começou esta semana o festival "Juste pour rire" = Só pra rir, aqui em Montreal. Entre os muitos festivais que acontecem no verão por aqui este é o meu favorito. Basicamente, o festival consiste em um bando de atrações variadas acontecendo na rua, sem um tema específico, mas pura e somente, para fazer rir. Além dos shows pagos em teatros de stand up comedy e outros, as atrações na rua são tão variadas quanto bandas, bonecos gigantes, gente andando em perna de pau sendo guiada por algo que lembra um mix de Star Wars com guerreiros chineses, homem-bala, um lugar soltando espuma, outro soltando água, garçons em restaurantes servindo cobras de borracha e cantando para o público, enfim... a ideia é essa... quem no mundo consegue não rir vendo outro ser humano pagando um mico.

Domingo fomos lá conferir, e além de nos divertirmos a beça, depois de bater um papo sério sobre "carreira e futuro" com meu irmão mais novo, fiquei refletindo sobre as escolhas de carreira que a gente faz na vida. E não, não se preocupem, isso não vai ser um ensaio profundo e filosófica sobre o assunto. O que eu queria mesmo era dizer que, apesar da convicção da minha mãe de que tanto estudo não dá futuro, existe momentos em que eu penso... ok, passar os dias de verão em um escritório sem janela fazendo esta coisa altamente abstrata que chamam de "pesquisa" pode até ser chato (e tão pouco eu posso chamar isso de emprego, mas enfim...), mas eu definitivamente não queria este emprego (sobretudo em um calor de 30 graus):

- A cara do Zack é tipo: "Mamãe falou pra não conversar com estranhos, mas será que eu faço o que quando encontrar uma língua?"


Ou este (mesmo sendo mais refrescante):

- E obviamente a gente pagou $2 pra tentar derrubar o palhaço, sem sucesso.


Já este eu pegaria fácil, aliás, já estou considerando a mudança de carreira djá (embora talvez, e só talvez, me falte uma coisinha ou outra das habilidades requeridas):


Bom mesmo é este emprego (e esse pelo menos eu já garanti):

- Iogurte gelado do Yeh, nosso lugar favorito deste verão - Porque iogurte tem metade das calorias, já diria minha amiga Márcia. Em relação à que é que não se sabe, mas isso não importa.

- Pensa que meu Charles e minha Rose fizeram mais sucesso do que qualquer outra atração do festival, obviamente.
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Cada um com seus pobrema...

- Filho, tá fazendo a dança do xixi, vai fazer seu xixi, vai...
- Não quelo. Eu não quelo fazer xixi mamãe (enquanto segura o fazedor de xixi e dança o mundialmente conhecido frevo do xixi)
- Filho, é só ir rapidinho ao banheiro, depois você continua brincando...
- Mamãe, você cuida da sua vida que eu cuido da minha.

Pronto, assim, tabefe.
Se eu falar que o menino é super dócil e obediente ninguém acredita. Mas só sei que foi assim. Eu tenho que ficar de olho nos livros que esse menino anda lendo, porque eu tenho certeza que o Caillou nunca falou assim com a mãe dele e obviamente da minha boca nada perto disso jamais foi pronunciado (cof. cof. cof).

Após uma conversa homem a homem com o Papito o impasse foi resolvido e ele veio, humilde e sinceramente pedir perdão e falar que quer sim que eu cuide da vida dele. Mas no fundo eu sei que é só porque nem ele, nem o Papito querem viver de pão e água. E talvez porque ficou claro que ele teria que contar suas próprias histórias antes de dormir.



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Conselhos de mãe

- Está ruim da alergia filha? De novo? É porque você não está dormindo direito...
- É mãe, normal, ontem fui dormir as 3 fazendo coisas do doutorado...
- Ai filha, quando você vai acabar esse negócio?
- Ah, sei lá mãe... quando terminar... demora ainda...
- Ah não minha filha, você tem que parar com essa coisa de ficar estudando, chega disso, credo! Esse negócio de ficar estudando demais não leva a nada não!

Lembrando que a mãe em questão é professora aposentada, mas não espalha.

A mensagem importante que me ocorre hoje a 1:23 da manhã enquanto tento terminar um outro artigo é que "mãe sempre tem razão". Pena que a gente só escuta essas verdades quando já é tarde demais e calculando, eu estou estudando há 23 anos!! VINTE E TRES!!! - É o que me rende o título de "professional student", dado carinhosamente pelo meu irmão.

E deixa eu ir lá fazer um pouco mais de trabalho que não leva a nada...
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Novíssimo Dicionário de Ninolês

" Palavra: Do latim parabola, que por sua vez deriva do grego parabolé. Pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. A função da palavra é representar partes do pensamento humano, e por isto ela constitui uma unidade da linguagem humana." (Wikipedia)

E é assim que surge o Ninolês, com várias unidades de linguagem deste pequeno ser arredondado. Ininteligível para a maioria dos outros seres humanos de estatura superior, a língua é perfeitamente entendida na longínqua terra de aquém-porta-de-casa.

Abí= Os linguistas debatem se a palavra se originou no nome melhor amiga da escolinha, Abigail, e depois se extendeu sem nenhuma razão clara ou científica para substituir verbos diversos tais quais: abrir, pegar, ajudar levantar ou se o fenômeno foi inverso. O que sabe-se é que desde que alguém entendeu e demonstrou uma reação, "Abí" é o verbo mais Bom-bril do momento, sempre conjugado no imperativo, obviamente.

Ábua= Líquidos, qualquer coisa em um copo, piscina, chuveiro, chuva. Me dá - não importa o que você está tomando, eu quero!

Baãa = Banana. A primeira coisa que se pede ao acordar, antes do sol nascer.

Bye, byeee (acompanha gesto)= Orig. do Inglês. Tchau. Pode ir embora agora. Eu tenho que ir embora agora. Eu preciso guardar esse brinquedo, que pena! Chega de escovar os dentes, agora eu vou dormir (Uso: Bye, bye - pra escova de dente).

Babuuu (acompanha sinal) = Acabou. Advérbio de negação quando relativo à comida, acompanha crise de choro, birra e pânico generalizado seguido de conformismo por falta de opção.

Datinnn = Gatinho. Objeto curioso e animado que fica na janela da vizinha e com para o qual deve-se gritar quando o vê. Objeto inanimado na casa da tia Bibi.

Dendin (acompanha movimento de pescoço inclinado pro ladinho) = Denguinho. Graça ensinada pela mãe há alguns meses, e que ela repete quando quer fazer um charme, ou digamos, um denguinho. Subterfúgio utilizado para quebrar os corações mais irritados, geralmente usado no cadeirão, após ter derrubado cada gão de arroz cuidadosamente no chão.

Hi = Oi. Intejeição de saudação normalmente dirigida à qualquer transeunte na rua, aos professores na escolinha e ao computador toda vez que a mão senta (e o locutor já acha que vai aparecer alguém no skype). Acompanha movimento de aceno real, à la Rainha Elizabeth.

Mamãe = Derivada do latinês "mamã". Aquela da qual se sai de dentro e de quem portanto não se desgruda para nada e por nada neste mundo, até os 21 anos, no mínimo. Advérbio de intensidade. Primeira palavra conhecida do Ninolês, diz a lenda que pronunciada aos 6 meses.

Mamá = Fonte de alimentação. Sin.=Consolo. (Uso: Se é meia-noite e você está na rua, na gandaia, morrendo de sono mas não quer perder a festa, peça com ênfase e repetidas vezes: Mamá? Mamá? - Sempre apontado para o objeto de desejo ou enfiando a mão mesmo, caso não seja atendida).

Papai= Aquele do qual, teoricamente, também se saiu de dentro, mas com menos dor e sem necessidade de pontos. Advérbio de intensidade. Aquele que não resiste as suas manhas. Sin= Resgate (Uso: Toda vez que alguém te coloca no berço você deve chamar: Papaaaaaa, Papai, Papi, Papaiiiiii! Até que o próprio não aguente e vá te buscar). Verbete que deve ser utilizado sempre com ênfase, igualzinho se ouve vindo do próprio (Ele grita: Mamitaaaaaa, e ela responde: Papaaaaaiiiiii! - Coisa linda).

Papúuuuu (acompanha sinal) = Formal: Por favor. Coloquial = Comida, brinquedo, chave, qualquer objeto que se queira. Advérbio de tempo (sendo o tempo: AGORA) = me dá isso que você está comendo agora!!! Pouco importa se é cebola crua, sapato ou Coca-Cola, eu quero, mas peço com educação. Mas não por muito tempo.

Papáa = Sapato. Coisa sem a qual não se pode sair na rua, mas que deve ser tirada assim que se chegar nela. Objeto surrupiado do guarda-roupa da mãe (será que mania de sapato é genético?) e econdido nos cantos mais remotos da casa, como o cesto de lixo ou embaixo da almofada do sofá.

Pé = Só isso mesmo, pé.

Pp-p-tchu= Escova de dente. Substantivo que deve ser dito com segurança e com evidência do esforço que se faz para repetí-lo precisamente. Se sua mãe disser: "Es-co-va" repita com firmeza: "Pp-p-tchu", seguido de um sorriso confiante de quem sabe o que diz.

Tau= Tchau. Interjeição definitiva usada quando realmente se está decidida a ir embora ou ficar. Uso: Quando sua mãe ameaçar ir embora e te deixar pra trás caso você não queira ir junto, dizendo: " Tchau Nina, mamãe vai embora" (não que alguma mãe realmente decente no mundo faça isso, veja bem) você deve usar esta interjeição, sempre se assegurando de virar as costas e ir embora pro outro lado, de verdade, e nunca mais olhar pra trás.

Vovó= Ser que mora dentro do computador ou do telefone. Se o telefone toca ou alguém senta em frente ao computadr você deve sair de onde estiver, parar tudo o que estiver fazendo e vir correndo conversar com a vovó, vovó, vovó!!!!

Zazá= O irmãozão. Pessoa preferida na vida, a qual se acorda chamando (na ordem ela chama: papai - me tira do berço, mamãe - me dá mamá, baã - preciso de uma banana, zazá-agora vamos ao que interessa, deixa eu dar oi pro meu irmãozão querido). O substantivo geralmente é seguido por um sorriso e um abraço apertado de irmãozinhos que me mata cada vez que eu vejo.

Enquanto isso, no mundo dos que falam até demais:
- Mamãe, vamos apostar corrida?
- Ah filho, tô cansada.
- Ah, tudo bem, é porque você é menina, você não é boa em esportes.
- O que é filho???
- Porque meninos são bons em esportes, e meninas são inteligentes.

E acredite, eu jamais disse isso (em voz alta pelo menos ;-p). Quem disse foi a amiga, de 6 anos. E não houve argumento meu, por mais inteligente que eu, uma menina, seja, que o convença do contrário. Porque eu posso até ser inteligente, mas é a amiga de 6 anos que realmente sabe das coisas.



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A vida imita a bolsa

Já aconteceu de você decidir trocar de bolsa, e depois de tirar todos os items necessários (leia: cateira, necessaire, celular, chave, laptop e seu cabo, pendrive, fone de ouvido, estojo) a bolsa anterior ainda parecer muito pesada e você então decidir dar só uma olhadinha no que tem lá dentro e achar dentro dela:
- Uns $20 em moedas espalhadas pelos mais diversos compartimentos,
- Aquele pendrive que você já tinha dado por perdido há muito tempo,
- O batom que veio na necessaire da promoção e que você tinha culpado as crianças por sumir com ele,
- 2 kiwis,
- 1 piranha de cabelo (ufa, hein? Se fosse piranha de rio a coisa ia estar realmente feia) com 3 dentes quebrados,
- Remédio pra alergia dentro e fora da cartela,
- 1 conta de cartão crédito (atrasada, obviamente),
- Elásticos de cabelo,
- Pacote de lencinho de papel todo amassado e cheio de sujeira (sujeira da bolsa, pelo menos não do nariz),
- Pedaços de biscoito das crianças nos mais diversos estágios de decomposição,
- Cartão daquela professora de música que você queria ter chamado pra tocar no aniversário da filha (que foi há 2 meses),
- Creme pra área dos olhos,
- Tubo de creme semi-vazio roubado de algum hotel,
- Tampas de canetas diversas,
- Canetas diversas que não pertencem às tampas
- Saquinho Zip com creme de mão, gloss e rímel que você tinha tirado da necessaire pra passar na segurança do aeroporto há um mês (e que não achando-os dentro da necessaire mais tarde, substituiu por outros)
- Clipes e outras miudezas (adoro essa palavra! Que alegria poder usar! haha)
- Tampa do tira-manchas-portátil que você tinha procurado pela casa inteira

Sério gente, eu estou, pasma, literalmente descrevendo os items que agora estão na minha mesa, saídos desta bolsa que eu ia botar no armário, vazia, assim pensava eu. As vezes eu fico com medo de mim...

...nunca aconteceu com você? Alguém?? Por favor, não me deixem sozinha aqui, varrida embaixo do tapete.

Espero que isso explique um pouco o porquê da minha ausência e do atraso já nem contestado do post de 4 anos do Zackolino.

Por isso hoje fomos à praia, ouvi dizer que era terapêutico, ainda que seja praia de rio.

***************
PS - Meninas e meninos, um monte de gente tem me perguntado da Flávia, do Crônicas do Ilgu, que sumiu há 4 meses e nunca mais voltou... então, gostaria muito de ter notícias pra dar, mas não tenho!! Como vocês tem percebido ultimamente eu custo ter notícias de mim mesma... Se alguém souber do paradeiro da moça me avisa, tá?


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Ele **

** Este post tinha sido escrito, e postado há duas semanas, quando eu, notavelmente desmiolada, achei que o dia dos pais aqui no Canadá era no primeiro domingo de Junho. Tirei o post do ar as pressas quando descobri que na verdade, era no terceiro, ou seja, hoje. Para toda a minha multidão de 4 seguidores, perdoem a loucura, e aceitem a singela explicação. Hoje também é o aniversário de 4 anos do Zackolino, que será devidamente postado amanhã, devido ao conflito de datas. Sem mais delongas, o post pro Papito.

Ele quer ter cinco filhos, em um mundo que a maioria dos homens (e mulheres, vamos combinar) custa engolir a ideia de ter um só. Pra provar que realmente quer isso, ele se desdobra, ele deixou oportunidades de lado pra ficar em casa cuidando do primeiro enquanto a mãe fazia o mestrado, continuou fazendo malabarismos entre o trabalho via skype/rádio/teleconferência e a mais nova, para deixar a mãe tranquila fazendo o doutorado. Mas pensando bem, ele fez isso não para provar nada, mas sim porque entre muitas outras vocações, a de pai se destaca, ele nasceu pra isso, ele é o paizão que qualquer filho queria ter e não creiam, caros amigos, que isso é só pra perpetuar o clichê, este do qual vos falo, é um paizão pra valer (nem era pra parecer poesia, mas foi).

Ele tenta burlar as leis da mãe-general de quando em vez, mas não é por mal. É porque ele não se aguenta e tudo que ele mais quer na vida é ver os filhos rindo. Rindo não, porque isso é fácil, ele quer vê-los gargalhando, se acabando de felicidade e pra isso ele não mede esforços. Vale montar trilhos do Thomas na calada da noite só pra ver a cara do filhão quando acordar e ver aquele super-ultra-dooper trilho digno de trem-bala, vale montar quadra de baskete dentro de casa, vale comoprar todos os sapatos de florzinha que consegue achar, só pra ver a mãe também feliz, e a menina falando "papá?" (sapato?), vale comprar bonequinha que fala igual a filhota (nenê!!!), vale dar chocolate escondido, vale ir no McDonald's e pedir um pãozinho sem nada com batatinha e brinquedo, vale ficar no quarto escuro por horas fazendo-os dormir, cantando, ninano, só pra não deixá-los chorar. Vale tudo porque pra ele, eles são tudo.

Ele ensina coisas engraçadas e eles adoram. Eles são a melhor plateia, os fãs número 1 e 2 do melhor comediante do mundo. Todo mundo sabe que as caretas do filho são o espelho do pai, que a sociabilidade da filha, que acena e fala "hi" pra todos os estranhos na rua, é igualzinha a do pai, que acena, fala "hi", pega o telefone, dá carona e convida pra jantar os estranhos da rua. Mas ao mesmo tempo ele é bravo e sério quando precisa ser. Todo mundo aqui em casa sabe que a mamãe briga o tempo todo, mas se o papai briga, a coisa é seria mesmo. E eles respeitam, e eles obedecem por amor, não por medo, porque ele toma tempo pra explicar os porquês, para dar perspectiva, par amostrar que mesmo quando ele está bravo, ele se importa, ele ama, ele cuida.

Ele não é perfeito, vamos admitir. Ele não sabe combinar roupas e tem a capacidade única de colocar nas crianças a roupinha mais velhinha, manchada de cândida e faltando botão pra sair se a mãe, por distração, esquece de separar as roupas com atencedência. Ele ainda não sabe pra que lado pentear o cabelo do menino e não apoia a empreitada da mãe de forçar a menina a ficar com a presilha no cabelo contra sua bem expressa vontade. Ele não sabe cozinhar e não vê problema em colocar no liquidificador laranja com leite, kiwi, iogurte, pão e salada, tudo junto pra fazer uma vitamina bem nutritiva. Mas mesmo assim, vale o ponto pelo esforço, não?


Ele não tem medo de brincar. Ele leva a propaganda do Gelol a sério e elevou a máxima que "não basta ser pai, tem que participar". Participou nos partos, cortou os dois cordões umbilicais, acordava a noite pra pegar e trazer pra mamar, trocava a fralda e botava no berço de volta, ele estava lá. Ele desce pra andar de bicicleta com o meninó enquanto a pitica empurra seu carrinho de boneca, ele passou as últimas duas semanas em hotéis, sozinho com os dois enquanto a mãe ia para congressos e enquanto isso, foi sozinho com os dois pra piscina, foi sozinho com os dois pro parque, pro museu da criança, pro shopping, pro parquinho, pro restaurante... coisa que só quem tem um menino de quase 4 e sua bola inseparável e uma de 1 ano e 3 meses e sua personalidade inseparável, pode entender e saber que, não é fácil, não é óbvio, não é pra qualquer um, não é pra meio pai, é pra pra pai muito inteiro, é pra ele e ele só.

Ele ama tanto que me dá vontade de chorar. Não precisa dizer, basta saber que as primeiras palvras dela foram "papá", basta olhar o sorriso e o braço aberto que a menininha em gritos de excitação dá e sai correndo em direção à ele quando o vê, basta ver o olhar de admiração, a boca cheia do meninão quando fala que "meu papai é muito forte, ele é o melhor do mundo do baskete! ", basta ver como ele se preocupa, como ele se excede e além de andar a primeira milha que muito pai por aí nem conhece, como trocar fralda, dar comida, dar banho, ele anda a segunda e brinca, e investe tempo, e se abnega, e se empenha, e ainda anda a terceira e quer melhorar, e melhora a cada dia.

Ele é o paizão dos meus filhos, ele é uma benção no nosso lar. Ele é tudo isso mesmo, nem é exagero, e tenho certeza que os sortudos que o tem como pai assinariam embaixo se soubessem assinar. Vejo Zackolino crescendo, os dois saindo pra jogar futebol e baskete juntos, conversando sobre a namoradinha da escola enquanto passam pra pegar Ninoca na casa da amiga. Vejo os três passando escondido no Mcdonald's, mas não resistindo e comprando uma tortinha de maçã pra trazer pra mim e isso me põe um sorriso no cantinho da boca, uma lágrima no cantinho do olho, uma certeza no meu coração de que meus filhos ganharam o melhor pai.

Dizem que uma mãe nasce quando nasce um filho e eu concordo. Acho que o pai nasce um pouco depois. Meninos não são treinados pra serem pais, todo mundo sabe. Meninos não tem bonecas onde praticam trocar fraldas e dar mamadeiras e ursinhos pra botar curativos e panelinhas pra preparar comidas para as bonecas que esperam na cadeirinha. Meninos que viram bons pais aprendem na raça, aprendem no dia-a-dia, no susto, no amor que tem que ser buscado lá no fundo quando é duas da manhã e você finalmente deita só pra levantar cinco minutos depois pra buscar o nenê que chora. Os meninos que alcançam o sucesso merecem menção honrosa como ele, o pai dos meus filhos, o cara, o Papito preferido do pedaço.

Feliz dia dos pais papito!!
Saiba que eu dou valor, e muito (ele sempre fala que eu não dou, e quase sempre ele tem razão).

E feliz dia dos pais para os outros papitos por aí (pelo menos os da américa do norte, para quem vive do lado de baixo do Equador, guarde pra Agosto :-)
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Mamãe, mamãe, mamãe, eu te vejo chinelo na mão...

O título vem de uma música de dia das mães um tanto quanto medonha, que alguém, que provavelmente tinha problemas com a própria, escreveu em um dia de pouquíssima inspiração (a próxima frase é: o avental todo sujo de ovo... medo, muito medo).

É por isso que eu digo: Não tem o que falar (ou são 3 da manhã e você deveria mesmo era estar dormindo), só mostre umas fotos e fique quieta:

Os sapatos aposentados, que vão ocupar outros pés de bisnaguinha. Eu tentei usar o quanto pude, amassar o pezinho, deixar o calcanhar de fora, mas quando comecei a pensar em cortar uns dedinhos achei que era a hora de deixá-los ir... e o que mais é a maternidade se não saber deixar ir...

A tampa da caixinha de presente, feita na escolinha: " Fui eu que desenhei sozinho mamãe!" -
" Ai que coisa mais linda filho!! É a mamãe, você e a Nina?" - " Não, essa do lado é uma ladybug (joaninha), ah, e um arco-íris" -- Pra provar que mãe realmente não sabe de tudo.

Com estes pensamentos, feliz dia das mães pra todas as blogomamas tão queridas por aí!!
E especialmente pra minha mãe, é claro, para quem, na impossiblidade de levar café da manhã na cama, fiz uma poesia em video coletivo com meus irmãos (porque mãe que é mãe acha tudo lindo) e para minha amiga Márcia, passando seu primeiro dia das mães como mãe do Leozinho...




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Homens

Aos 3 anos:

A mãe chega na escolinha de cabelo cortado. O filho:
- Oi mommy!!! Ué mamãe, porque você tá assim?
- Cortei o cabelo filho, tá legal?
- Ah...tá muito linda, tá paLecendo uma "Princess"!

Aos 39:

- Tch-na! Que tal meu novo corte de cabelo? (Diz ela toda prosa com a franja moderníssima, se achando a cara da Daniela Suzuki)
- HAHAHAHA, mas o dia do índio já passou!
- Ah Docinho (e vou escrever Docinho mesmo que é pra ele passar vergonha!), da última vez que eu cortei você falou que não parecia que tinha feito nada, que eu tinha que radicalizar pelo menos uma vez, fazer uma coisa diferente!
- Ah, não, tudo bem, tá diferente, mas era mais bonito do outro jeito.

Algum fenônmeno ocorre entre os 3 e os 40 que de repente, os homens perdem a capacidade de improvisar para se safar...ou será que é só porque eles deixam de ser engraçadinhos e acham que precisam ser sinceros??

Hello!!! Fica aí a dica para os XY que circulam por aqui: Ouçam a voz da razão e façam como o de 3, não o de 39, ok? Ninguém aqui quer sinceridade, sobretudo sobre o novo corte de cabelo.

Isso dito, eu confesso que passei na frente do espelho e me perguntei se estava no Carajás, tô super feliz com o corte novo gente! É o mais perto que eu já cheguei de parecer uma autêntica brasileira (e não Filipina, Mexicana, Vietnamita...). Princess Juruna, ao seu dispor!

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Informação é tudo


Li ontem um artigo falando que a segunda maior causa de entrada de crianças no serviço de urgência é por queimaduras, e dentre elas a mais comum é causadas por acidente com ferro de passar roupa. Então é isso, ando mantendo medidas preventivas há tempos, agora com uma boa razão. Passar roupa é uma ação cientificamente e permanentemente excluída da nossa rotina.

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A Fernanda, simpática como ela só me deu esse selinho aqui, obrigadinha, viu? Sonho é sempre bom!
Como a lista de blogs que eu leio está diretamente proporcional ao tempo que consigo arranjar, ou seja, cada vez mais curta, vou meio que fugir das regras (eu sou péssima pessoal, sempre faço tudo errado, foi mal!) e aproveitar a coisa do selo pra divulgar a campanha da Roberta, que nem é dela, mas que ela apresentou pra estratosfera das mamas. A parada é pra tentar (e quem não tenta não tem chance nenhuma mesmo de conseguir não é não?) acabar com a picaretagem na política...tarefa grande demais?? Olha, pra quem pari um filho, e o cria nesse mundo como está, nada mais é difícil, então mães do Brasil, uni-vos!

E eu recomendo todos os blogs aí na lista do lado, é leitura pra sonho nenhum botar defeito!



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Lições de um menino de 3 anos e meio

Você aprende sobre o tempo:

- Vamos jantar! Comidinha na mesa!
- Mamãe, hoje a gente pode comer feijão e arroz? Eu adoLo feijão e arroz...
- Ah filho, hoje mamãe fez outra coisa, outro dia eu faço arroz e feijão, ta?

No dia seguinte:
- Vamos jantar, comidinha na mesa.
- Mamae, agoLa é outro dia?

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Você aprende sobre tradução:

Assistindo " All about Steve" em um sábado a noite. Menino deitado no colo, porque não queria ir pra cama, mãe jurando que ele dorme, porque não quer parar de assistir o filme para colocá-lo na cama.

Sandra Bullock no filme, enquanto investe, convincentemente, digamos assim, no mocinho cujo nome esqueci:
- I will eat you like a mountain lion...
Menino:
- Mamae, como é que ela vai comer ele?? Ela é um leão?

Hora de ir pra cama.

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Sobre os mistérios da primeira pessoa:

- Papai, eu pode colocar esse bLinquedo aqui?
- Eu POSSO colocar o brinquedo? Sim, você pode.

- Mamae, eu sabo vestir minha roupa sozinho!
- Eu SEI filho, eu sei que você sabe!

Mais tarde...
- Papai, eu vai com você pro memecado, tá bom?
- Eu VAI???
- Ah! Não, não, eu POSSO!

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Sobre as limitações dos adjetivos:

- E ai filhote, como foi seu dia hoje?
- Ah, só posso te contar quando a gente chegar em casa, é uma surpresa...
- Ah, tá certo...mas assim, foi um dia fantástico, cheio de aventuras e diversões ou foi um dia muito triste?
- Só tem essas duas opções?

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Você aprende sobre times:

- Filho, vai escolher uma roupa pra voce vestir hoje.

Volta o menino, com a camisa do Palmeiras em uma mão, e a do Brasil na outra.

- Mamãe, o Blasil é mais campeão, ou o Palmeiras?
- Ah filho, o Brasil, porque o Palmeiras está dentro do Brasil (e quem quiser argumentar pode vir aqui explicar pra um menino canadense que só vê Hockey sobre o Campeonato Brasileiro)
- Nã-nã-não mamãe, é o Palmeilas porque ó: " O Palmeiras ganhou a partida" (cantarolando precisamente o hino do Palmeiras, ensinado pelo tio) - então o Palmeilas que ganha do Blasil.

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E sobretudo, você aprende sobre o amor:

- Mamãe, mamãe - diz ele correndo em círculos - Desculpa mamãe, desculpa...

Mamãe, que já conhece a dança do xixi, mas que nao via um "acidente" há meses:

- Você qeur fazer xixi filho? Corre pro banheiro!
- Ai Mamae, desculpa, ja saiu na cueca...

A mãe, muito cansada e especialmente estressada porque tinham acabado de anunciar que o prédio estava sem água quente, bem na hora do banho dos dois, não consegue esconder a cara de frustração, pensando nas panelas de água que vai ter que esquentar para dar banho...

- Mamãe, nao fica tliste, tá tudo bem, foi só um acidente...eu te amo de qualquer jeito! As vezes tem um plobleminha, as vezes tem um ploblemão, mas eu te amo de qualquer jeito!

E sabendo que ja ouviu isso antes é que você pára e pensa: E não é que ele tem razão?











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Um pequeno passo para o homem...

- Houston, ela está babando muito e molhou toda a roupa da mãe.
- Talvez um dente novo esteja se aproximando da superfície Apolo?
- Houston, ela teve febre e não dormiu a noite.
- Apolo, confirmar a aproximação de um agente nocivo, precauções devem ser tomadas...
- Ela teve diarreia, Houston, o pacote teve que ser devolvido da escolinha.
- Apolo, confirme a invasão de antígenos externos, talvez de origem lunar.
- Houston, a situação é crítica, ela vomitou no berço inteiro, estamos atingindo a marca de 3 sintomas, confirmado, 3 sintomas e contando...
- Apolo, não desista, nosso status indica que algo histórico está para acontecer, 2 minutos para a missão Apolo, que vai colocar o bebê oficialmente no mundo dos seres bípedes.
- Houston, ela se estabilizou, começou a sorrir do nada depois de um episódio de Lost. Pediu para aterrisar no chão, sim, pouso confirmado, base de apoio estável, ela está de pé sozinha.
- Apolo, etapa 2 cumprida, a sequencia deve ser retomada.
- Houston, estamos na superfície, está confirmado, é muito lindo, um pequeno passo para a menina, um salto gigante para a humanidade...acorda o pai, o irmão, a Terra inteira tem que ver! Filme tudo, guarde na memória, ponha nos jornais, não é todo dia que acontece esses passinhos engraçados, desajeitados de quem anda na Lua, e aquele abraço seguido de risos histéricos - de um lado, quem conseguiu andar, do outro, pai, mãe, irmão e tio esperando pra abraçar...e anda pra cá, e anda pra lá...Houston, estamos prontos, a aventura começa!






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Tirando estes sapatos




Se eu fosse uma blogueira decente teria colocado esta foto há duas semanas, quando a coisa aconteceu e não quando eu finalmente baixei as fotos. Mas como eu tirei a foto pensando no blog (eu sou blogueira em pensamento, pelo menos), vou colocar agora mesmo. Me fale se a Havaianas não deveria me dar um troquinho por esta foto, hein? - Está me ouvindo Sr. Havaiano?

Agora, seu eu fosse boa blogueira mesmo, teria publicado o post que comecei a escrever ontem, sobre as coisas de graça que estavam rolando hoje (sorvete e docinhos), mas fiquei de terminar depois e não terminei, e que hoje não faz mais muito sentido, mas enfim, quem precisa de sentido quando se tem isso:


E é isso gente. Nenhum sentido, nenhum organização, 3 sorvetes de graça, 29 anos e uma vontade desesperadora de voltar pra praia. Do tipo, AGORA!!!
Alguém viu minha mãe por ai? Ela disse que ia alí na praia e nunca mais voltou...
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29, um número e tradições.

Existem tradições que dão raiva, por exemplo esperar todo mundo chegar pra começar a comer quando vc eh o primeiro e está morrendo de fome. Outras dão uma sensação muito boa de pertencimento, como por exemplo algum toque de mão tipo “e aih mano” usado muito no capão ou aquele que vc ‘cruza os dedinhos’ dizendo somente pra pessoa que vc está cumprimentando que vc eh desbravador meio que secretamente (pq todos ao redor não percebem pq eh interno a palma da mão, ateh pq acho que no fundo mesmo que estivessem olhando duvido que reparariam, ateh pq alguém repara no toque da mão de alguém?..rs), existem tradições caras e trabalhosas (tipo comprar e preparar a arvore e ceia de natal pra 29 pessoas da sua família e amigos que vc vê somente uma vez por ano e que demora 16 horas pra preparar, 16 minutos pra todo mundo comer tudo e mais 16 horas pra arrumar toda bagunça), existem tradições bestas (eu inventei uma vez de comprar sorvete de palito na 1ª parada pra todas as pessoas que estivessem comigo numa viagem e fiz disso uma tradição, até o dia em que viajamos de ônibus em excursão com 80 pessoas e um amigo que sabia da tradição contou pra todos e tive que gastar todo o dinheiro do meu salário de adolescente pra ‘cumprir a tradição’), e existem tradições que dão preguiça, sabe aquelas que vc resolve fazer uma vez, faz a segunda e quando percebe já virou uma tradição que se vc não fizer as pessoas ficam te cobrando e esperando que vc faça, sabe aquela louça de sábado que vc lava no primeiro sábado, no 2º vc acha, de boa fé que não custa nada dar uma lavadinha e quando vc menos percebe no 3º sábado todo mundo vai conversando e indo pra sala te olhando de canto de olho pra ver se ‘vc não vai cumprir sua obrigação’ de lavar a louça que todos sujaram, pois eh, e é nesta categoria que se encaixa este post.

Há 2 anos atrás eu inventei de dar um “presente” pra minha irmã publicando um post secreto de aniversário, já que ela estava longe e eu tava sem grana pra mandar um presente caro a distância, no ano seguinte, depois de o Marcão (leitor deste blog e amigão das antigas) me cobrar, pra ‘manter a tradição’ eu fiz outro post, desta vez em forma de poesia brega no ano passado e este ano, ao acordar minha irmã com a tradicional ligação matinal de feliz aniversário, obviamente eu escuto “cadê meu post de aniversário?” e mais uma vez cá estou eu, com preguiça, mas ‘cumprindo a tradição’, desta vez com o tema em homenagem ao número de anos que minha irmãzinha tão eloquentemente completa neste 16 de março de 2010.

29 fatos sobre a Keiko:

1) Ela é a número 1 em várias coisas: Foi minha 1ª irmã, foi a primeira a me dar sobrinho e sobrinha, foi a 1ª a fazer faculdade federal, foi a 1ª da família a morar no Canadá, é a Número 1 em tonteira, inquestionavelmente.

2) É o número mais importante que ela já fez, pois são 2 os filhos mais fofos, espertos e legais que existem, daqueles que cantam “quando surge o alvi-verde imponente” sempre que percebe que é o tio palmeirense que tá no telefone ou daquelas que conseguem ter a bochecha mais “vou apertar até esmagar completamente” quando dá um sorriso banguela.

3) Horas da manhã (com o fuso no Canadá é 1:00a.m.) é o horário padrão para nossas ligações. Seja pra eu pedir idéia pra um acampamento, seja pra pedir ajuda$ pro Johhny, seja pra ela me pedir idéias pro congresso ou pra ela me contar a última história engraçada das tiradas espertas do Zack e da cara de besta do Johnny.

4) É o número de ‘lugares sagrados gastronômicos’ que a Keiko tem que passar aqui em Sampa logo depois de pousar o avião por aqui. São eles: (na ordem e com o item adquirido): Lima da pérsia e manga da banca de frutas da sumaré, mousse de chocolate branco do amor aos pedaços, torta de limão da galeria dos pães e raviolli verde do Rascal.

5) É o número de filhos pretendidos pelo casal (leia-se Johnny e tios) para sempre ter um time de basquete ou fut de salão a postos sem precisar chamar os amigos.

6) É o número de línguas que ela fala (ela odeia que eu fale isso, pq eu incluo libras em portugues e inglês alem de português, francês, inglês e espanhol que ela enrola) mas eu acho o máximo ter uma irmã poliglota e que odeie..rs

7) É o número da perfeição, e ter 2 filhos, fazer doutorado, morar em outro país e ainda agüentar ter eu e o Dadá como irmãos e principalmente o Johnny como marido faz ela talvez até não ser perfeita, mas chegar bem perto disso.

8) É o número de DVDs e CDs que ela já gravou, incluindo as da Zilda canta com crianças, da Banda jovem, da Turminha Ka entre nós e o do Uniarte.

9) É o número preferido do Larry e isso por si só se basta.

10) É o número de presentes sem ser de comer (como por exemplo o livro que conta as histórias da músicas do Chico Buarque que eu comprei com meu irmão há 3 meses atrás e a gente ‘economizou’ pra esta data) que eu vou dar pra ela a próxima vez que eu encontra-la (que eu espero que seja antes do próximo aniversario), já que os do natal sobraram pq eu não consegui embarcar.

11) É o número de presentes comestíveis brasileiros (entre eles passatempo recheada e eggsponge) que ela vai receber, ficar feliz a beça mas fingir que fica brava falando assim: “droga, agora vou ter que engordar” como se a partir daquele momento estes itens tivessem acabado com o regime que ela ‘começa’ toda segunda.

12) Era o número de apóstolos que minha irmã cantava no primeiro solo que eu lembro dela cantando, com aquele vestido listrado temático e sandália de dedo.

13) Por motivos supersticiosos este número foi excluído da lista.

14) mil é o número máximo de minutos que alguém consegue ficar sem comer, de acordo com o guiness. A Keiko nunca testou este fato, definitivamente.

15) Foi a idade que ela tinha quando teve a festa mais ‘grandiosa’ de aniversario, com direito a ser debutante de vestido creme, laquê no cabelo, bolo com glacê, valsa e champagne sem álcool que na época era lançamento.

16) de março, ou seja ontem, é a data oficial do aniversário dela, caso algum desavisado não entenda nada do que ta acontecendo aqui.

17) É o número de ‘amigos do peito’ que a Keiko tem, provavelmente se vc teve paciência pra ler este post gigante, vc está entre eles.

Dos 18 aos 29) anos, foi o tempo/idade que minha irmãzinha parou de perguntar de matemática, de com quem devia sair, de fazer planos e projetos mirabolantes e de pedir pra ‘apagar a luz e fechar a porta’ quando ia dormir e saiu de casa para conquistar um casamento, uma faculdade, uma bolsa, um mestrado, dois filhos, uma igreja de brasileiros, um país gelado e uma vida de sucesso e felicidade bem completos mas que faz muita, mas muita falta mesmo deste lado do equador, pros amigos que ficaram, pra igreja, pro vida nova, pra Fábrica, pro Rascal, pra mim.

Espero que daqui a 29 anos nós possamos estar contando mais histórias e aventuras que vivemos juntos e não só ‘ de férias’ pois a vida junto com vc(s) é sempre, sempre mais divertida, profunda, legal, feliz.

Feliz aniversário e ‘vai te lascar’...

Do seu irmao mais velho e maior (difícil isso viu, mas como é raro eu poder falar isso, foi)
Denilson
5

Quase 30

4 aviões, 1 navio, uns 3 taxis e um carro vermelho depois, voltamos. Em poucas palavras: Praia, sol, biquinis, chapéus, mar azul turquesa, mar gelado, água a 4 dólares, incontáveis castelos de areia, café da manhã de hotel e de cruzeiro (E existe coisa melhor do que café da manhã??). Diz meu irmão que eu só viajo pra comer. Mas é mentira, eu também vou à praia, viro cambalhota na areia, cato conchas e pulo no pula-pula do Bob Esponja - mas só nas horas vagas entre o café, o segundo café e a janta.

O desespero pra botar a melanina pra trabalhar foi tanto que ao invés de ficar gatinha com meu novo bronzeado, fiquei mesmo um guaxinin, só que ao contrário, de acordo com meu adorável marido.
Aguardando a moda dos óculos de sol menores. Esperança, minha gente, esperança. Até lá o negócio é me contentar com o nariz preto, a testa descascando e aquela brancura em volta dos olhos - coisa linda.

Não existe nada melhor do que férias na praia, oficialmente. Nenê pulando em cima de você de manhã, indo pegar as ondas e fugindo delas depois. Menino descobrindo o mundo e narrando as descobertas, com detalhes. A única coisa que falta para que as "férias na praia" atinjam a perfeição é o tele-transporte. Por favor inventem porque toda a magia das férias se desfizeram na viagem de volta e eu prometi para Princhuco que nunca, nunca mais vamos sair de casa. É isso, acabou. Comeremos só o que puder ser entregue, assistiremos Discovery Channel. As crianças podem viver com as memórias destas férias, porque foi a última. Gostaria de escrever um post instrutivo com dicas de viagem com bebês, crianças e tornados de colo, mas neste momento meu único conselho seria: Não saia de casa. Então vou deixar pra depois. Isso dito, nossa próxima viagem de congresso seguido de férias é em 2 meses.

A sim, sobre o título? É isso. Nem lá nem cá. Não mais uma menininha de 20, não ainda uma Balzaca... hum, 29 é sem graça, alguém tem alguma ideia do que se pode dizer de interessante no aniversário de 29? Eu não tenho, mas se quiserem sugerir, eu escrevo, até porque não tenho nenhum plano muito ambicioso para o dia, além de aula de estatística e organizar minha lista de "coisas para botar em dia" na pesquisa - uau, esse aniversário promete! Pelo menos de noite tem LOST.







4

March break

Acho muito justo essa coisa que o povo daqui faz de tirar uns dias de Férias em Março. Consolo de pobre pra quem não tem feriado de Carnaval. Só com menos gente pelada na rua. Bem menos, aliás.

Nós fugimos pra praia depois de uma conferência aqui na terra do Mickey Mouse (a conferência não era com ele no entanto, devo explicar). Dia desses eu conto como adoro conferências e principalmente se elas servirem de desculpa para viagens de família, além de comer um monte de comida boa de graça. Conferência de médico então, é um escândalo. Mas fiquemos com a viagem. Deixa o espírito de Taz disfarçado de intelectual pra lá.

Adicione à minha lista de "posts a pagar" o post de um ano de Velhina, comemorado com bolo de areia e cobertura de conchas -  um luxo só. Também um post sobre a tragi-comédia que é viajar com duas criaturas móveis e nenhum Ritalin. Tem outro sobre como roubar comida do congresso pra fazer marido e filhos felizes...mas agora eu tenho que dormir. Amanhã cedo a praia nos espera.

E praia para quem está ao Sul, mas nem tanto assim, significa mais moleton e menos bronzeado, significa ter que fazer xixi na areia porque a água está fria demais (Xixizack, não eu, viu gente! Olha lá que eu roubo comida, mas sou fina!), tirar foto de Modelina de biquini correndo e botar calça e blusa de volta, mas para que mora quase no Pólo Norte, qualquer meio raio de sol já está valendo.






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Preto no Branco, ou o contrário.

Tudo começou há 4 anos, no casamento da minha melhor amiga. Casamentos de amigos são sinais dos tempos, quando sua turma de solteiros lentamente vai se tornando uma turma de casados e quando você menos percebe, o programa de sábado a noite mais diverto é assistir filme e comer pizza, em casa.

Naquele fatídico dia, enquanto nos arrumávamos no salão, alguém, em um grito histérico digno de quem tinha visto o "Smoke Monster" do LOST ao vivo e a cores bem acima da minha cabeça, pronunciou sem piedade:
-Keiko!!! Tem um cabelo branco na sua cabeça.
Não era liquid paper colocado pelo amigo engraçadinho na escola, não era talco para fazer o papel de velhinha.Era um fato. Era um evento. Era meu primeiro cabelo branco.

Se você, como Princhuco, é meio loiro, pode passar anos até alguém notar um cabelo branco na sua cabeça (em outros lugares pode demorar bem mais, mas não entremos em intimidades desnecessárias), mas se você, como eu, tem o original "cabelo de japa", ah meu amigo, um fio branco no meio deles reluz como ouro. E nem tudo que reluz é ouro, vocês devem saber. Entre o mito de "se arrancar um nascem dois" ou o caminho para a fonte da juventude, fiquei com o mais prático e arranquei o mal pela raiz (fala sério que eu sempre quis usar este trocadilho literalmente) e prossegui incógnita como uma pessoa jovem.

Quase 4 anos depois, no aniversário de 21 anos do meu irmão mais novo, outro grande sinal de que os anos vão chegando, essa coisa de irmãozinho virar oficialmente grande. Enfim, neste dia olhei no espelho e PA! Ele tinha voltado. O massacre do cabelo branco. Desta vez, muito mais madura, não dei xilique, resolvi assumir. Tenho um cabelo branco mesmo, e daí? - Dizia eu para os transeuntes curiosos, as multidões e uns amigos corajosos que ousavam notar: Keiko!! Um cabelo branco! - Eu disse que ele reluzia. A cada vez que eu me olhava no espelho eu me sentia uma pessoa pronta a encarar os desafios desta vida madura. Contas para pagar, filhos para criar, nada disso era um problema para mim, afinal, eu tinha um cabelo branco. Era isso, o destino estava selado.

Até que um dia, meses depois, após lembrar da Darcy Gonçalves e refletir sobre a importância do processo de envelhecimento, de saber assumir a idade com alegria e qualidade, que pintar o cabelo, fazer plástica e botar botox eram procedimentos absurdos, impostos por uma estética que tenta esconder o que há de mais natural e belo que são os sinais de uma vida bem vivida, eu fiz o que era mais sensato: Corri e arranquei o desgramado antes que alguém mais viesse me dizer que SIM, eu tinha um cabelo branco.

Dois dias depois, nada de importante aconteceu. Nenhuma amiga casou, nenhum irmão ficou mais velho, ninguém teve filhos, não foi a única passagem do cometa Halley durante o milênio. Tudo o que aconteceu foi um moleque me chamando de mamãe, uma bebezinha me chamando de mamã, um povo perguntando minha opinião sobre uns assuntos aparentemente importantes, umas contas sendo pagas pela internet e sim, outro cabelo branco.

Desta vez eu não pensei, não filosofei, só arranquei. O dilema daqui pra frente é simples: grisalha ou careca?






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Alguém viu?

A dona desse blog por aí?

Se vir, avise. Se não vir, perdoe. Tem uns 3 posts semiescritos aguardando acentos, paciência e principalmente o velho e bom tempo. Ano vai, ano vem e não é que os dias continuam com essas míseras 2 horas! - O quê?? Tem 24? - Pfffft, vai mentir assim em outra freguesia.

Em poucas palavras resumindo tudo:
Fofuchina está progressivamente mais deliciosa, com 5 dentes e 5 milhões de sorrisos por dia, mas o que me mata são os tapinhas que ela dá nas costas de quem a pega no colo. Impagável. Também está progredindo na sua carreira de dançarina do Tchan e sacode o bumbunzinho e tudo mais ao som de qualquer música. Mas nem adianta dizer que ela vai fazer 1 ano em menos de um mês porque isso é impossível. Lembra a freguesia do parágrafo anterior? Pois é. Esta é outra mentira descabida. Um ano não pode ter passado tão rápido assim.

Complexack está aprendendo flauta doce e consegue repetir virtualmente qualquer padrão rítmico ou melódico, desde que esteja devidamente trajado com seus óculos escuros. Mas isto não é nada se comparado ao seu finalmente superado medo de pular "bem alto e bem longe" na piscina, e nadar sozinho (com boia nas costas). Coisa mais linda, fazendo o pai macho-men-latino derramar uma lagriminha. Aquele mesmo Papito que a outra Bochechudina não cansa de seguir pela casa chamando: Pa, pa, pa, pa pa!!!

Eu estou amando este inverno, que já está nas últimas. Escorregar de trenó atrás do nosso predio e desbravar montanhas de neve (de 1 metro de altura pessoal, o Everest só no ano que vem) são aventuras ímpares. Aliás tinha um post sobre isto, qualquer dia aparece por aí. Apesar do amor, vou ter que ir a um congresso na Flórida em Março. Ai que pena, vou ter que ir pra praia por uma semana, coisa terrível. Será que eu me entrego se falar que ir a congressos em lugares divertidos é uma das partes que eu mais gosto desta tentativa de vida acadêmica? A outra coisa são os brindes que a gente ganha nos mesmos congresso. Ah sim, e a possibilidade de mudar o mundo através da ciência, é claro (cof, cof).
12:25 - Há vinte e cinco minutos o era minha hora limite de dormir. Temperança e disciplina - é verdade que pela nova regra de Gramática estas palavras foram excluídas do léxico mundial? São estas qualidades que alguém vai ter que ensinar para os meus filhos!
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Explicações e traduções sobre o post anterior para aqueles que não moram dentro do meu cérebro:
(Mas cá pra nós, Thiaguito, achei que você me conhecesse melhor! :-)

1. Por alguma razão que deve ter a ver com a colonização inglesa, coisa e tal sobre a qual eu sei muito pouco e por tanto nem vou arriscar explicar (e nem vou "gogglar" porque sou preguiçosa mesmo), o Canadá é, ainda hoje, uma sucursal da Inglaterra. Logo, quando por exemplo, você ganha a cidadania canadense, tem que jurar fidelidade à Ellie (Elizabeth, para os menos íntimos) o mesmo é valido para quando você assume posições no governo federal. No meu caso, eu ganhei, depois de um longo e doloroso processo que inclui investigação do meu passado criminal, impressões digitais etc e tal, acesso à base de dados do " Estatística Canadá" , para minha pesquisa. Para ter acesso a tal base, eu tive que assinar um documento, dizendo que eu reportaria todos os dados à tal Rainha e juraria não revelar informações confidenciais (portanto cuidado, eu tenho acesso à sua declaração de imposto de renda! HAHAHAHA - risadas macabras - mentira ta gente, não tenho não. Mas eu tenho acesso à informação do Censo - mas nem adianta perguntar porque eu não conto nada pra vocês, se não Ellie me manda pra prisão e eu tenho filhos pra criar!) -- ok, fazendo "a longa história curta" , em bom Inglesês, o que eu quis dizer era que eu tinha assinado o tal documento, e acho muito engraçado, em um país como o Canada, as pessoas ainda terem que jurar fidelidade à uma rainha que aposto, nem fala: eh!

2. Resposta pra Zack:
Por que não.

Mentirinha gente, todo mundo sabe que "por que não" não é resposta! Principalmente para um menino de 3 anos cujo tio ensinou essa @#$%^ frase pra ele.

Eu disse que alguns bichos tem cabelo, outros não, alguns tem patas, outros tem nadadeira etc e tal. A coisa começou aí e terminou na grande discussão sobre o homem também sendo um animal, que fala e pensa...e tem cabelo, é claro! - Mas não todos. Ou seja, homens são baleias.

3. Carência de resoluções:
Essa era só uma pergunta sobre até que dia de 2010 eu tenho para tomar vergonha na cara e começar a botar em prática as hipotéticas resoluções para 2010 - como por exemplo, ir dormir cedo ou não comer mais do que 2 doces por dia. - Malditos cupcakes!









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Enquanto a retrospectiva do Batman cozinha...

Estou devendo a a retrospectiva 2009 do meu Batmack. Ela está em compilação, hora dessas sai do forno, espero que não queime.

Enquanto isso, na sala de justiça...

Essa semana assinei um acordo entre mim e a Sua Majestade a Rainha Elizabeth. Ela me dá acesso à base de dados do governo federal, eu prometo, aliás, eu juro não contar nada confidencial pra ninguém. Eu que entendo absoulatemente nada de política me pergunto: O que a velhinha tem ainda que ver com isso, minha gente?

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Perguntas essenciais à sobrevivência:
- Mamãe, por que a baleia não tem cabelo??

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E reflexões de alto teor filosófico (minhas desta vez):
- Qual é o prazo de carência para resoluções de ano novo?


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Se você, como meu amigo Thiago, não entendeu nada, vide post acima.





9

SIM!

Interrompemos esta retrospectiva 2009 que só vai acabar em 2012 para noticiar um evento de extrema importância.

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Há exatos 10 anos, a uma hora dessas (5 da tarde) eu estava dentro de uma banheira de hidromassagem, com pétalas de rosa. Depois fui ser maquiada, penteada e engomada enquanto minhas amigas queridas (exceto uma que estava fazendo vestibular, certo Ny?), madrinhas, também se arrumavam e todas conversavam empolgadas, no maior clima de porta de escola, para as 20:00 em ponto estar na porta da igreja.

Não muito longe, nessa mesma hora, um certo moço estava jogando baskete. Depois de jogar baskete ele iria nadar com meus primos e irmãos no maior clima de ginásio de escola, e depois disso, lá pelas 19:30, ele iria tomar um banho e botar um terno para as 20:00 estar na porta da igreja.

Meses antes, viajávamos para Caldas Novas quando entre conversas sobre a vida e o amor ele disse: "E se a gente casasse?". E eu, com aquele sentimento no coração que só se sente uma vez na vida, eu acho, quando realmente se está frente a frente do seu grande amor, disse: "Você tá louco?" - não,não, brincadeirinha, eu disse: "Puts! Boa idéia!'É isso, vamos casar!" (naquela época ideia tinha acento:-). Tá bom, vou falar a verdade: Eu não tenho a mínima ideia do que foi a gente disse, mas o importante é que foi ali que a gente decidiu que nossa vida ia mudar pra sempre (aaaa, que lindo, gente!).

Era Julho de 1999 e achamos que seria legal se casássesmo dia 9/9/99, só pra ser divertido. Aliás, a gente sempre foi um casal divertido. Meu pai, confesso, não achou tão divertido assim, dado o fato de que eu tinha 18 anos e estava o primeiro ano da faculdade. Com o tempo, e a falta de opção, ele se acostumou com a ideia e foi ele que me buscou lá no salão do primero parágrafo, não no dia 9/9/99, porque a igreja já estava reservada, mas no dia 09/01/2000 - para entrar comigo corredor abaixo e me entregar, "de mão beijada", para o meu príncipe galeguinho(aaaa, e tem coisa mais linda do que noivo esperando noiva, lá no fim do corredor com aquela cara de bobo, todo contente?). Aliás, não só me pai como metade do mundo, achou que isso era um surto, um absrudo, onde já se viu, que casar cedo era bobagem, que não ia dar certo. 10 anos depois cá estamos nós pra provar o contrário.

Entre lá e cá, muita água passou por baixo da ponte, mudamos de casa 4 vezes, de país 1 vez, de cabelo, de peso...mas o que não mudou foi, clichê quanto seja, o meu amor pelo meu Princhucão (aaaa gente, coisa linda mesmo o amor!).

E daqui pra baixo a coisa fica pessoal e melosa. Crianças ou não-sentimentais, por favor saiam da sala.

Eu sempre soube que ia casar, mas nunca achei que ia casar com o homem perfeito, até porque, diziam as más líguas, homem perfeito não existe. Mas um dia ele apareceu, de terno azul (juro, era azul mesmo, azul Royal). Perfeito pra mim. Nestes 10 anos eu deixei, em vários sentidos, de ser uma menininha, afinal, eu tinha 18, 16 quando nos conhecemos, virei uma "mulher" (nossa, ficou brega a beça essa frase, dá pra botar numa música do Roberto Carlos - mas como meu amor adora Roberto Carlos, então deixa estar - puts, eu tinha acabado de falar que ele era perfeito, né? Tinha esquecido desse detalhe:). E depois de 10 anos de casado a gente realmente aprende que a perfeição não se trata de olhar para alguém e ver tudo o que você pensa ser correto ou melhor, mas sim é olhar pra trás e pensar: Eu não poderia ter sido mais feliz, de nenhum outro jeito, com nenhuma outra pessoa.

Essa felicidade não foi só das tantas e inacreditáveis surpresas que ele fez pra mim como o cruzeiro no nosso primeiro ano de casados, onde além do cruzeiro surpresa eu ganhei uma mala de "roupas novas-surpresa" pra usar no cruzeiro, ou o passeio de balão no meu aniversário. É claro que eu adoro um mimo, não vou dar uma de Madre Teresa, mas a felicidade, todo mundo sabe, vai muito além disso e mora mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Felicidade é 10 anos de caretas tão engraçadas que me fazem rir mesmo nas situações mais improváveis, é carregar todas as malas só pra eu ficar folgada e não carregar nada, é sempre me deixar na porta dos lugares e ir estacionar o carro lá longe, e depois buscar o carro, é me chutar da cama para eu ir pra aula só porque tinha prometido pro meu pai que eu ia estudar e virar doutora, mais do que isso, é me levar de carro pra São Carlos (3 horas de viagem), me deixar na porta da aula e voltar para São Paulo (mais 3 horas) só pra ficar mais um pouquinho comigo mesmo que fosse comigo roncando no carro, é lanchinhos da madrugada, preparados quando eu estou estudando desesperada, é sempre deixar o melhor e maior pedaço da sobremesa pra mim, é sempre saber qual é o horário do café da manhã nos hotéis para ter certeza que eu não vou perder, é sempre me deixar escolher o meu prato e o dele, só para eu poder escolher 2 pratos que eu quero e não ficar em dúvida, é carregar meu avô no colo quando ele teve derrame, só pra levá-lo no clube com a gente, é sempre lembrar de levar sobremesa dietética para minha avó que era diabética, é sempre me lembrar de pegar meu pendrive, chaves e óculos quando eu saio de manhã, é me dar um filho que é tão engraçado quanto ele e uma filha que segue pelo mesmo caminho, é topar dar uma parada nos seus próprios projetos para apoiar os meus, é corrigir listas de referências biográficas e fazer médias de alunos para eu poder dormir, é sempre dizer "compra tudo!" quando eu ligo de uma loja em dúvida entre a bota preta ou marrom, ou sempre ter as melhores soluções, mesmo que eu discorde no começo, é tantas coisas que essa lista renderia uns 10 posts, no mínimo.

Meu Docinho (eu sei gente, chamar o outro de Docinho em público é dose...mas eu tive que fazer, já que esse blog virou o local oficial das declarações especiais), aprendi tantas coisas nestes 10 anos com você, mas mais que tudo, aprendi a te admirar. Pela sua generosidade de um coração que eu nunca vi tão grande, pela segurança que você me transmite mesmo quando estávamos a caminho do hospital para reconhecer o corpo do meu pai, ou com o carro derrapando na neve prestes a cair em um abismo ou com um pneu furado no meio da estrada, de noite - eu nunca tive medo, sabendo que você estava ali, do meu ladinho, mão com mão. Passamos por coisas que caberiam em mais de 10 anos, rimos tanto, até fazer xixi na calça (eu, pelo menos - olha o vexame), cantamos muito no Uniarte, onde nos conhecemos e depois em coral, no chuveiro, na pousada, no restaurante, pra barriga, pros bebês, tivemos 2 filhos, dormimos muito e as vezes pouco, viajamos tanto e fizemos outras coisas que eu não posso contar em público :-) E mesmo nos eventuais e raros momentos de discórdia, eu nunca tive dúvida de que você era meu grande amor, amor pra 10 anos, amor pra vida inteira.

Eu sempre amava quando você dizia que eu era sua paz, e essa manhã você disse de novo, enquanto cantava pra mim, e é isso que eu quero continuar sendo. Sua paz de acordar sempre sorrindo, sua paz de não fazer nada, ou tudo juntos, sua paz para novas aventuras, sua paz para brincar e ver nossos filhos crescendo, indo embora e nós dois, com cara de maracujá, por outras tantas dezenas de anos abraçadinhos, minha mão no passador de cinto da sua calça, você me segurando para eu não cair quando tropeçar sozinha como sempre faço, um pote de sucrilhos do lado e toda a alegria de saber que SIM, aquele SIM com dentões pra fora, foi a melhor resposta de todas.


E pra finalizar, fiquei em dúvida entre tantas músicas que marcaram esses 10 anos e no final ia por o Soneto do Amor Total, que nem marcou nada mas é lindo. Daí eu tive um plano de fazer vídeo com nossas fotos, daí eu não conseguí, um pouco por ser lesadinha, outro tanto por ser desorganizada mesmo e não ter feito a tempo de pedir pra alguém (Dada, é claro) fazer. Sendo assim, empresto esse You Tube, dessa música que nos acompanhou em muitas viagens e acho que diz bem, como os nossos "dois meios, fizeram desaparecer qualquer fração, achamos a unidade, está resolvida a questão"e sim, eu ainda estou perdidamente apaixonada por você".