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Bichinhos de estimação




Zack lendo um livro. Vem decidido me perguntar:

- Mamãe, por que eu não tenho um cachorrinho e um gatinho?

- Porque não filho...você quer um bichinho? - Diz a mãe, pensando em todos os anos de infância que passou querendo um cachorrinho, sem ser autorizada, apesar de agora, obviamente, entender as razões da mãe.

- Quero!

- Que bichinho você queria, um cachorrinho ou um gatinho?

- Hummmm...um cachorrinho, um gatinho, um camelo e um cavalo pequenininho.

Ainda bem que ele tem noção, aqui em casa só cabe mesmo um cavalo pequeno. Já o camelo, hummm... vai ter que dormir na sacada, a não ser que queira dividir a cama com ele.










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Fábrica

Videozinho feito pelo meu irmãozinho na ONG do meu irmaozão (gente...existe palavra com dois ~?) que aliás, é um projeto super hiper mega bacana, que realmente objetiva a promoção da cidadania através da arte, mas que está correndo o risco de acabar por falta de $$. Então fica aí, se algum dos super leitores conhecer um super patrocinador procurando um projeto bem elaborado, consistente, com toda a pedagogia da libertação em prática, é só avisar!

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4 anos

Post que deveria ter sido publicado dia 09/05

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Há 4 anos troquei as Havaianas por botas impermeáveis com etiquetas que garantem sua resitência até -30 graus.

Depois de 4 anos, quase nada mais é igual.


Um tanto de coisas fazem parte do percurso normal da vida e acho que teriam acontecido lá ou cá. Mestrado que virou doutorado, 2 empregos diferentes, 2 filhos, X kilos a mais (e o valor de X não será revelado nesta equação, nem com regra de 3).


Outras tantas eu jamais teria passado houvera eu decidido ficar bem quietinha onde estava e hoje quando penso que fiz tudo isso só a lembrança me cansa e me pergunto, sem ter resposta, se faria isso tudo de novo. Entram aqui tradução de aproximadamente 1000 páginas das ementas de todas as minhas disciplinas da faculdade para validação na minha ordem profissional, mais outras muitas e muitas páginas de projetos e inscrições em bolsas de estudo, curso de francês normal, curso de francês para profissionais da saúde, curso de inglês como segunda língua, curso de inglês acadêmico, provas de francês para ordem profissional, provas de inglês e GRE (o pior teste de todos os testes que eu já fiz na vida). Entram nessa categoria também coisas como ter que descobrir onde fazer barra de calça (e por fazer barra de calça não deve se considerar a técnica de grampear ou colocar clips, que usei por muito tempo até achar alguém que fizesse com linha por menos de $20), onde achar material de artesanato, como se chamam determinadas comidas em francês (e que dicionário nenhum te conta), que banana se compra verde mesmo, que manga nunca vai ter gosto, mesmo que custe $3, que goiaba, Yakult, mandioca e côco ralado só se acha no mercado chinês enquanto queijo branco é no mercado árabe e creme de leite só no Wal Mart, que aqueles brinquedinhos legais se acha na rua tal, que a fulana conhece ciclano que é primo do beltrano que tem um tio que afia alicate de unha, que a aula de musicalização boa é em tal lugar (e pra isso você teve que testar os outros 5 lugares porque aqui, diferente de lá, você não nasceu sabendo quais são os bons lugares). Enfim, é uma trabalheira sem fim você ter que aprender como, onde e por que faz um monte de coisas que você nunca pensou que tivesse que pensar como se faz.


Outras mudanças são do plano cotidiano e que depois de 4 anos, de repente viraram naturais. A primeira, inspiração para este blog, é tirar o sapato. Realmente eu acho bem estranho, quase nojento hoje em dia quando vou ao Brasil e vejo o povo entrando em casa de sapato. Também já acho normal ter cômodos sem lustre de teto e que todas as tomadas de cima se apagam no interruptor do cômodo. Lavar banheiro? Pffft, é coisa do passado e não é mais estranho não ver um ralo por aí. Hoje se for encomendar pães para uma festinha nem vou pensar em pão francês, mas "bagel" e muffins são opções instantâneas. Café da manhã não tem pão com manteiga mas sim pão com peanut butter e geléia, coisa aliás que foi vítima de um grande "eca" da primeira vez que vi. Hoje eu sei perfeitamente que existe tal coisa como "casaco de primavera" e que oh céus, eles são muito diferentes dos casacos de inverno. Aliás, hoje eu sinceramente acho que 15 graus é MUITO calor, tipo, 15 graus? Tô saindo de Havaiana e regata. Ok, não é pra tanto, mas hoje estava 15 e eu saí de Melissa e blusinha de manga curta. Normal também é olhar a temperatura todo dia antes de sair de casa. Duvido que alguém aí no Brasil saiba assim na ponta da língua quantos graus fez hoje. Pois aqui o site da meteorologia está marcado como favorito e 10 entre 10 pessoas vão saber te dizer a previsão dos próximos dias. Inclusive, se você não sabe, você é uma pessoa muito desinformada (como eu, as vezes). Entrar em banco sem ter que encarar segurança armado e sem ter que deixar o celular, a chave, as moedas, a calcinha e o sutiã na gavetinha da porta também é normal.


E enquanto muitas coisas que no começo causavam estranhamento ou faziam muita falta, hoje já são normais, outras continuam sendo estranhas e fazendo falta. Empregada, por exemplo, vou morrer querendo uma e sem ter coragem de pagar. Pensando bem, essa é uma mudança, no Brasil eu não tinha a menor dó de pagar, mas aqui rola esse sentimento de que "empregada é coisa pra gente muito, muito abastada, madame fru fru e tal" - ou seja, não é pra mim. A rudeza da maioria dos vendedores (acho que ninguém aqui ganha por comissão) e muitos garços (que ganham gorjeta mas são grossos assim mesmo), todo comércio fechado as 17h, exceto na quinta-feira (que fecha as 19h ou 21h - não me pergunte o porquê) afinal eu sou paulista e sábado a noite é dia de ir em shopping e esta não é uma opção aqui. Sinto muita falta de muitas comidas, de padaria, de não ter que ir a 4 lugares diferentes para achar todos os ingredientes para fazer a receita tal.


Dizem que quando a gente sai do nosso país tudo muda e nada mais volta pro lugar. Tudo verdade. Toda vez que chego no Brasil eu acho mesmo que está tudo fora do lugar. São Paulo já não tem mais outdoors (nada a favor deles, mas é estranho), os amigos tem outros amigos que não são meus amigos, as fofocas já não me empolgam (tanto) porque não conheço metade dos nomes envolvidos, a amiga conta do último assalto, a janela do carro tem que ficar fechada, o Tietê continua sujo mas apesar das florzinhas, tudo parece mais feio. Depois de matar a saudade dos amigos, que geralmente tem que trabalhar e tocar a vida enquanto eu estou lá de férias, depois de arrastar os amigos para comer todas as 324 coisas do meu roteiro gastronômico (gorda, eu?) já estou pronta pra voltar. Embora eu continue adorando Sampa e principalmente meu irmão e meus amigos que estão lá, não lhe pertenço mais, nem ela me pertence. Por outro lado, quando volto pra cá eu quero ir embora. O frio dói, as sobremesas não tem leite condensado, meu filho fala "eu te lovo mamãe", ninguém sabe o que é "quebrar um galho" (a assistente de pesquisa do laboratório sempre se diverte com as minhas traduções "to break a sitck") ou "fazer uma vaquinha" (let's make a little cow).

4 anos, me perguntaram um dia desses qual era o balanço. Acho que é positivo, a bolsa de pesquisa que eu teria no Brasil, por exemplo, não seria nada comparada a que eu tenho aqui, eu não conheceria pessoalmente todas as pessoas importantes na minha área profissional, Poliglack não falaria Inglês e nem entenderia Francês, eu não saberia esquiar (bom, saber é relativo, mas tentar pelo menos) e nem saberia que não é qualquer neve que serve para fazer um boneco de neve. Mandei semana passada meus documentos para pedir a cidadania canadense mas toda vez que alguém me pergunta: você vai voltar pro Brasil? - Eu não tenho uma resposta. Se lá não é mais casa, tão pouco é aqui. Cidadã do mundo = cidadã de lugar nenhum?
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Ligue djá!

Cansada de todas as roupas cor-de-rosa da sua filha?
Acha que todas elas merecem um novo tom?
Quer romper com os estereótipos e ir contra a ditadura do " rosa pra menina e azul pra menino"?
A solução para os seus problemas nunca esteve tão perto de suas mãos!
Com a super técnica Keiko Thomas de tingimento rápido de roupas você tem finalmente a oportunidade de transformar TODAS as roupas rosas, brancas ou amarelas em tons variados de azul!
Mas calma! Não ligue ainda! Se você for um dos 10 primeiros clientes a ligar você ganha também o kit de transformação de fraldas de tecido. Com o nosso kit, não só todas as roupinhas ficarão do exclusivo tom de azul-burro-quando-foge, mas também as fraldinhas de pano!
Nosso segredo? Coloque uma única blusinha azul marinho junto com as roupas que você esteve acumulando por dias para lavar tudo de uma vez e voi-là! Em um simples passo, que não requer prática e muito menos habilidades domésticas você consegue estragar todas as roupinhas da sua filha!
Mas não se desespere, foram só as de 0-3 meses, e ela já tem 2! Com sorte, daqui mais um mês ela volta a usar roupas cor-de-rosa!

...viu só Lucy, eu falei para não pedir conselhos domésticos pra mim!

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Mural:

Tatá - Macarons são uns docinhos franceses tipo merengue com uma casquinha durinha, a base de farinha de amêndoa e açúcar, assim diz a Wikipédia.

Camila - Bienvenue au Quebec!!! Avise quando chegar!
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Imagens do dia

Foi semana passada, mas meu computador, que anda ruim da cabeça e doente do pé, não estava reconhecendo as fotos do celular.

Tive que ir ao dentista, isso nunca é feliz. Mas deixei PequeNina com Papito e uns saquinhos de leite e já que estava na rua fui buscar Estudiack na escolinha. Na volta, fugindo do trânsito, acabei passando sem querer na frente de uma loja que Bibi tinha dito que era boa. O nome é sugestivo e não engana: "Point G". Mas não, não saí de lá com calcinha comestível e nem com o último modelo de...bom, dessas coisas que se encontraria numa loja com este nome. Ao invés disso, saí com uma caixinha destas:





Pra quem mora em Montreal recomendo fortemente, fica na Avenue Mont Royal e minha gente...que prazer! Para ser polida. Estes macarons são simplesmente uma absurdo de deliciosos, do tipo desesperadoramente deliciosos, inclusive aquele ali do cantinho, de Lichia com Framboesa. Os outros foram escolhidos por Colorack, pelas cores que ele gostou e não se enganem pela cor de Bala Juquinho, os trecos são bons, mas bons mesmo (não que bala Juquinha não seja, mas há de se evoluir na vida!).

Eu já estava feliz com os macarons e o dia podia acabar assim, mas chegando em casa, ainda acho isso no sofá:

Só mesmo um moranguinho é mais gostoso do que macaron de Lichia.

Mais tarde no mesmo dia, não satisfeita de ter devorado a caixa inteira de macarons (com ajuda de toda a família, é claro. Obviamente contando que eu, que sou a fonte de alimentação de Macaronina tive que comer a parte que lhe cabia), fui dar uma olhada no que poderia comer da nossa "cesta de delícias", uma cesta que fica em cima do armário, com delícias do Brasil (alpino, opereta, passatempo recheada, etc), coisa de gordo mesmo isso de ter uma cesta cheia de besteira para ser consumida em caso de emergência (e por emergência entenda: tristezas, alegrias, decepções, sucessos, capítulos de Lost, ou qualquer outra desculpa esfarrapada). Enfim, subi na cadeira e fui pegar alguma coisinha e quando vejo, dentro da cesta encontro isso:



Maridinho engraçadinho que só ele, escondeu todas as delícias. Fiquei na dúvida se morria de rir ou mandava matar. Como não quero ficar viúva com duas crianças pra criar, resolvi só tirar uma foto pra postar.


Foi um dia bem fotogênico, que também combinou com esse evento, que desde semana passada vem se repetindo:



Bochechina e seu sorriso banguela (esse foi o primeiro que eu consegui fotografar, assim, envergonhadinho, os próximos foram mais gengivas a mostra, mas aí eu já estava muito abestalhada para registrar).