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Retrospectiva 2009 - Parte I - Aquela que Didi Moco se orgulharia

Olha pessoal, nao queria publicar mais um post sem acentos nao, com essa desculpinha esfarrapada de nao saber como colocar, alias, que tipo de ser pouco dotado nao sabe como mudar essa coisa de teclado e acento? Coisa chata, ne? Eu seique tem um jeito, mas ai que preguica...mas eh serio, agora estou no computador do meu primo e nao sei mesmo...e ele esta dormindo, e amanha quando ele acordar a gente vai sair correndo pra fazer compras, comer, comer, comer, brincar na neve e essas outras coisas que andamos fazendo ultimamente, entao eu vou acabar nao postando a retrospectiva 2009. Considerando que este eh um objetivo na minha lista de coisas a fazer ainda em 2009, o Natal jah passou entao nao da mais pra mandar cartoes para os queridos, entao ou eu publico o tal do post sem acento mesmo, ou eu tenho que emagrecer 10 kilos de hoje ate dia 31. Melhor postar.


Eu sempre adorei a retrospectiva da Globo, apesar de muita tragedia, sempre tem coisa que a gente fica pensando...nossa, foi nesse ano mesmo! Gente, parece que faz decadas, e outras coisas que ninguem lembrava que aconteceu. Fato eh que todo ano acontece algo marcante, alguem importante morre, alguem que vai ser importante (ou nao) nasce, alguma coisa sempre explode, toda vez tem alguma coisa relacionada a saude/doenca, um evento historico na politica, enfim, a historia se faz ano a ano.



Este ano pra mim foi inacreditavelmente nao ocorrido. Nao, serio, simplesmente tipo... cade o ano minha gente? Como assim acabou??



2009 ja comecou atrapalhado. Nessa mesma epoca do ano em 2008 eu estava soh o bagaco, depois de terminar meus comps, como voce pode conferir aqui. Eu so sei que depois disso era Dezembro de 2008 e eu estava na fazenda da minha vozinha em Minas Gerais. No dia 29 tive uns sangramentose Nina, que na epoca era Mel, ou Clara ou Yasmin (ate que esta questao foi resolvida aqui, olha so, leitores, como voces fizeram parte do meu ano) estava na panca e depois que o ultrasom mostrou que estava tudo bem, "custosa" como sou, como diziam minha mae e minhas tias, nao desisiti do voo Uberlandia- Sao Paulo que estava marcado e fui assim mesmo, andando bem devagarzinho pra encontrar Papitao em Sampa, de onde iriamos para Angra dos Reis. Como nos sofremos da sindrome de "enrolacao patologica", acabamos saindo de Sao Paulo la pelas 17h do dia 31 e vendo que o tempo estava apertado resolvemos parar em Penedo para o Reveillon. Sem reserva, as 21h da vespera de ano novo, a gravida, a crianca de 2 anos e o pai perambulam sem estadia, batendo de porta em porta em todas as pousadas da cidade. Tira o menino de 2 anos, troca o carro por um jumentinho, bota Natal ao inves de Ano Novo e eu ja vi essa historia....

Ate achar pousada, descer malas, botar a roupa de Reveillon e quando saimos para ver os fogos ja era tarde e soh tinha mais uns traques estourando na rua, coisa deprimente. Tambem nao tinha vaga pra jantar em lugar nenhum e acabamos voltando pra pousada com fome, comemos uns restos de slagadinho da viagem e fomos dormir assim.



Apesar do acontecimento do EVENTO do ano, que foi ganhar minha menininha gostosa, cremosa e saudavel apesar de toda essa confusao, o ano todo foi realmente neste ritmo de " Os trapalhoes", serio mesmo que eu devia fazer um remake. De Janeiro a Marco eu nem sei o que aconteceu, mas em Marco pense, gravida muito gravida de 8 meses, marido teve que ir pro Brasil. Nesse meio tempo fico sabendo tambem que fui aprovada para a etapa final da bolsa dos sonhos. Faco a entrevista pelo skype e no dia seguinte acordo sangrando. Por sorte meu irmaozinho ficou comigo porque enquanto Papai fazia escala em Washington eu fazia escala no hospital. Papai volta voando, a tempo de chegar no meio da cesarea da PequeNina. Dai pra frente a coisa passou num vupt. (E agora estou com muito sono para continuar procurando os links para os posts de eventos marcantes do ano... entao alem de nao ter acentos, daqui pra frente tambem nao tem links. Com sorte, ate o fim do post ainda tem alguma palavra).



Fazendo um esforco sobrenatural para tentar tomar consciencia do que aconteceu depois disso, vejo so mesmo uns vultos. Sei que fiquei de "meia-licenca-maternidade" e pelo menos consegui neste tempo curtir minha Gorduchina e de quebra meu Magricelack tambem. O verao foi otimo, fomos muitas vezes ao parque fazer piquenique e andar de bicicleta, fui a um monte daquelas aulas mae-bebe de natacao, musica, ginastica, fui ate em varias (duas ou tres) aulas pra entrar em forma pos-bebe. Viajamos um bocadinho, pra fazer curso, mas tambem pra passear, dois artigos meus foram publicados, apresentei trabalho em congresso, fiz a maior sequencia de exercicios da minha vida (por uns tres meses, perdendo so um terco das aulas) com Pilates, decidi que ia comecar a acordar cedo e dormir antes das 2 da manha, mas nao consegui.



Mas pra nao comecar a minha lista de coisas que eu planejei e nao fiz, pra nao contar como nunca na vida me senti tao desorganizada e atrapalhada, como eu nao me dei conta que Pobrezina tem 10 meses e nenhuma pagina de scrapbook, nenhum album virtual, vou logo pular esta parte e retrospectivar (se existisse, essa palavra seria bonita, nao?) a vida dos meus piticos, porque afinal de contas, mesmo o tempo passando rapido demais pro meu gosto, para eles foi um terco de vida, e uma vida inteira, tudo em 2009!



(continua amanha...)
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Imagens das ultimas semanas que estavam salvas e eu esqueci de postar

Update e upgrade da carta para o Papai Noel - Sai o arroz com feijao, entra um a abajour do Cars ou um peixe de verdade...se vira velhinho!

Lanchinho da madrugada feito pelo Maridinho, enquanto eu terminava correcoes de provas

Doentina com Papito na sala de espera do raio X. Mas a pneumonia ja foi embora a tempo pro Natal :-)

Espetaculo de Natal " Natal Quebec" com todas as cancoes favoritas em frances, inclusive uma que dizia " O Papai Noel eh Quebecois", sempre aprendendo...

E a imagem de hoje se eu tivvesse um cabo, seria ... a de um "natal muito branco" na casa da mamae (e sem acentos), aqui do interior da terra do tio Sam, tudo eh paz...lareira acesa, torta de Nutella no forno, Gostosina engatinhando tenta arrancar todos os enfeites da arvore, Esportack joga futebol no basement com o vovo.
Feliz Natal pra todos! Eventualmente com presentes do Papai Noel, mas certamente com muitas bencaos do Papai do Ceu (riminha pobre, mas verdadeira :-)

Espero voltar antes de 2010, com a retrospectiva 2009.

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Bate o sino pequenino...


Gente, eu sei que já ficou sem graça eu aparecer por aqui depois de um mês dizendo que não estou achando tempo de postar, mas o fato é que...bom, realmente eu ando sem tempo de postar... em parte por culpa do meu Mac, que apesar de simpático, complica a tarefa de colocar acentos, o que me chateia pra digitar, outra grande parte é o fim de semestre, provas para corrigir, artigos para entregar, aquele desespero de acabar as coisas antes de acabar o ano, mas o ano vai acabando e as coisas não, crianças doentes e...o programa de natal que estamos preparando!!

Para quem estiver aqui por Montreal, dando sopa neste sábado, venha conferir, o convite está aí em cima e a entrada é " de grátis!" . Vou adiantando que Cantarolack vai fazer um solo e Natalina vai ser o meNINO (como diz a Camila ;-) Jesus, isto é, se Jesus ajudar a sua intérprete a sarar da pneumonia até lá.

Depois disso só tem mais uma segunda-feira e...miniférias (isso também é tudo junto agora? E sem acento? Ou com? Xiiii) durante a qual eu já avisei pra minha mãe que só quero dormir, fazer scrapbook, alguns bonecos de neve e biscoitinhos de natal com Cozinhack pra levar para os velhinhos no asilo. Só.

Obrigada queridos leitores pelos desejos de feliz natal, e pelos comentários carinhosos e altamente motivadores!! Eu ainda estou tentando marcar uma data para quando eu vou voltar a ser uma blogueira minimamente decente, quem sabe esta vai pra lista de resoluções para 2010. Gente...2010!! Tem noção um negócio desse??? Deixa eu correr atrás da minha nave espacial porque 2011 está aí!
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Segunda-feira??

Post que deveria ter sido publicado ontem. Vide explicação de rodapé.
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Hoje eu tinha que dar uma aula de manhã. Fui, a aula foi boa, os alunos fizeram perguntas, trouxemos uma família para falar sobre o que os terapeutas devem pensar sobre o que
é realmente importante sob a perspectiva dos pais e cuidadores dos nossos pacientes, todo mundo saiu feliz.

Saí da aula, entreguei pessoalmente uns documentos que estava enrolando para colocar no correio há semanas (e que incluiam minhas impressões digitais - achei super divertido tirar minhas digitais, Zackolino então ficou maravilhado com o processo, apesar de contrariado porque a moça não quis tirar também as impressões dele ), para ter acesso à base de dados do "Estatística Canadá". Sensação de dever cumprido e mais uma etapa da minha pesquisa que vai pra frente.

Almocei com uma amiga que ia assinar como "guarantor" (agora pegou...não sei como traduzir isso, não é testemunha, mas é alguém que garante que o menino da foto é o menino do nome, sabe como é?) para o novo passaporte canadense de Velhack. O almoço foi bom, e como ela está grávida e queria sobremesa, eu tive que acompanhá-la. O que eu não faço para satisfazer os desejos de uma amiga grávida, até comer sobremesa eu como! Em plena segunda-feira de começo de regime.

Como eu nunca ando pelo centro da cidade e já tinha estacionado o carro mesmo, resolvi dar uma andadinha em umas lojas, para ver se achava alguma coisa para vestir nas inúmeras celebrações de fim-de-ano que vêm por aí e para as quais eu nunca ia ter tempo de comprar nada proque cá pra nós, "fazer compras" pra mim ultimamente é sinônimo de frutas, verduras e carrinho, não roupas. Achei umas coisinhas daquelas que enganam e escondem a pança enquanto checava meus emails de 5 em 5 minutos para garantir que um pouco do meu serviço ia ser feito e ninguém ia notar que eu estava cabulando o trabalho para fazer compras. Deu certo. Se a moda pega e eu me acostumo... um perigo.

Em meio aos emails de trabalho recebo um assim:
"Convite para participar de um evento"
Evento: Estréia do LOST
Data: 2 de Fevereiro de 2010
Onde: Na casa da Keiko, é claro!

--> Então, a Keiko sou eu, vocês sabem. Há de se amar os amigos da gente.


Era meio da tarde então decidi que não valia mais a pena ir para o hospital, melhor ir pra casa e levar todo mundo para tomar a tal da vacina que estivemos procrastinando em meio a muitas ponderações. No caminho, Chico cantando pra mim no iPhone, passei e tomei um capuccino na minha padaria preferida. Passei na escolinha para pegar Zackolino que deveria estar dormindo naquela hora, mas que não estava, e veio correndo pulando no meu colo e me dando um abraço daqueles de matar qualquer um de alegria.

Cheguei em casa, saímos rumo à vacina, mas o nosso posto de vacinação estava fechado bem hoje. Sem estresse, quem já adiou 2 semanas, adia mais um dia. Voltei pra casa, acabei de arrumar a janta que estava pré-pronta desde ontem: salada de grãos de trigo com castanha e molho de iogurte, berinjela assada e arroz integral com abacaxi. Sério, eu não tenho a menor vocação pra Julia, mas essa comidinha estava assim...hum, sabe como é? Do tipo que faria Ana Maria Braga passar por baixo da mesa (eu sei que o trocadilho é velho, mas Oh Ceus, tem coisa mais brega do que isso? Ela ainda passa por baixo da mesa?). Quando você acha que depois deste dia está apta a começar um novo programa de culinária, tipo: "Se eu faço, você também faz!", com todos aqueles potinhos com as porções certinhas e coisas que ficam sempre lindas no final. Aprovado e repetido pela minha sogra, pra não dizer que minto sozinha.

Marido parte com sogra e filho para aula de ginástica, eu fico aqui com uma Gostosina que solta gargalhadas de tirar o fôlego ao descobrir que o saquinho de lencinho de papel está escondido na minha blusa. E tira o saquinho e morde. Eu escondo o lencinho ela faz cara de indignação e não entende aonde ele foi parar. E finalmente acha o lencinho e se estrebucha de rir. Afinal, quem precisa de brinquedos?

7:46. As duas crianças dormem, devidamente alimentadas, dentes escovados e eu aqui, blogando. Só falta agora tomar meu banho, fazer a unha e ir dormir com o sorrisinho que esteve no canto da boca o dia inteiro. Ou melhor, deixa eu dormir logo antes que algum avião caia aqui no prédio. Viu Garfield, e quem disse que segunda-feira não pode ser perfeita?

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Gente, parece piada mas enquanto eu estava "Googlando" uma foto do Garfiel pra colocar no post, de repente Nina acordou aos berros, Zack acordou em consequencia, os dois com fome (o menino é mesmo igual o da propaganda do rabanete, sabe qual?) Esfomina querendo peito e Esfomiack querendo...arroz integral com trigo! (ele já tinha batido um pratão antes de dormir) A despeito das minhas ofertas de morango com iogurte, creminho de abacate...enfim, vai entender. A paz passou por um instante, mas tudo bem, ficamos assistindo a semi-final de "Dancing with the stars" juntos, historinha e cama de volta...momento no qual eu capotei junto com eles e só acordei hoje, atrasada, janela do blogger aberta no computador. E tudo começa de novo.



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Carta para o Papai Noel

Sábado a noite, todos com preguiça e vontade absurda de ficar em casa e fazer nada. Em um surto natalino, Noelack pede para montar a árvore de natal. Mamãe que adora coisas de natal e seus derivados não perde tempo e dá-lhe caçar enfeites, luzinhas, alegria, alegria. Exausta pela intensa atividade física que é montar uma árvore de Natal, Preguiceiko anuncia que vamos comer pizza. Crianças ficam felizes com pizza, supõe-se. Nutricionack no entanto fala:
- Ah não mamãe, eu quelo arroz e feijão.
Mas como a Mamãe é a rainha (ditadora?) do lar, a pizza é feita (e por feita obviamente leia: descongelada + milho + espinafre - pra dar o efeito nutritivo e umas colheres de cream cheese - pra dar aquele efeito catupiry).

Mais tarde, entre guirlandas cheias de nó, homens de neve e enfeites de mãozinhas minúsculas no gesso de um nenezinho que virou moço, Papito pergunta:
- Então Zack, o que você vai pedir pro Papai Noel?
E Resoluzack sem titubear anuncia:
- Arroz e feijão. And candy.

É bom saber que mesmo se sua mãe não te ouve, sempre pode-se contar com o bom velhinho.

PS - Uma amiga grávida entrou outro dia em pânico porque descobriu-se falando horas a fio exclusivamente sobre bebês, como se nada mais na vida fosse importante. Eu tenho horror a conversas com outras mães que só giram em torno de bebês, acho chato mesmo quem só sabe falar sobre isso, como se a vida tivesse parado. Mas pensando bem...eu só escrevo sobre isso! E bom, cá pra nós, a gente continua se arrumando, trabalhando, fazendo ginástica (cof, cof) e tentando ser bem-sucedida na vida, mas quem quer saber sobre pesquisa, trabalho, trânsito, moda e outras coisas ainda menos importantes como política, economia, atualidades, mundo. Aliás, que mundo?
A conclusão que cheguei é que sim, há vida após a maternidade, na verdade depois que acaba a licença tudo volta ao normal incrivelmente rápido, alías, tudo sempre esteve lá. O que acontece é que essa vida se torna menos importante e bem menos interessante do que um sorriso de um dente só, frases engraçadinhas e abraços coletivos. Mais do que isso, as coisas do universo mãe passam tão rápido, enquanto a vida e suas outras coisas bem sérias continuam por lá. Então, é como eu disse pra minha amiga: Fica fria, daqui uns 18 anos passa... talvez 30...bom, não sei qual é o ponto onde seus filhos não são mais o centro do seu mundo, não quero nem pensar, porque este mundo é inexplicavelmente delicioso.

Assinado:
Keiko, a alien.
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Diário de uma mãe sem tempo

Poxa que poxa (como diria o Júlio, do Cocorícó - piada interna para mães) um mês sem postar, hein? Estou pensando seriamente em mudar o nome do blog para este do título... ou será que "mãe sem tempo" é pleonasmo? Do tipo: "A mãe sem tempo entrou pra dentro, subiu pra cima, desceu pra baixo e só não suicidou-se a si mesma com as próprias mãos porque uma estava ocupada cozinhando e a outra brincando de jogo da memória e se tivesse mais uma mão livre estaria colocando mais uma leva de roupa na máquina". O problema é que o diário seria assim:
"Querido diário, hoje não dá tempo de escrever, mas amanhã eu tento de novo".

Deixa assim mesmo então...eu tenho uns posts ótimos que andam escritos no meu cérebro, mas entre dentes crescendo e jogos de hockey com taco de golf e bola de futebol (estrelando Spiderman X Mulher Maravilha) não sobra tempo pra digitar. Se alguém aí inventar um cabo USB que conecte direto no córtex por favor avise que será de grande utilidade.

Por aqui anda assim:
Na Bebolândia o primeiro dente apareceu semana passada e precisamos morder o mundo. Passou na frente, a gente tritura. Dormir, obviamente, se tornou obsoleto para todos na casa, aliás, no prédio, no bairro, no mundo?...Dormir? O que é isso mesmo? O sofá da sala tem sido o spot mais concorrido da noite.
De dia, em compensação, começamos a engatinhar, ficar de pé e mandar beijo pra dentro, só pra seduzir o suficiente para aguentar mais um noite, ou muitas. Quantos dentes a gente tem mesmo?

Aliás, falando em dormir eu só estou aqui agora as 4 da manhã porque Pesadelack acordou aos prantos, dizendo: "Mamãe!!! Eu quelo ser mais japunes (japonês)!...é o papai noel". Freud, meu caro, você está por aí?

Com as recentes visitas dos tios, Familiack anda todo saudoso e diz pra todo mundo o tempo todo que está com saudades, para ligar no Skype. Isso, e também "Porque sim/não, não é resposta", que o tio fez questão de ensinar, para o deleite da mãe que agora precisa de respostas pra tudo e oh céus!...o menino tem perguntas.

E agora deixa eu ir pra cama por uns 5 minutos, antes da próxima acordada. Mês que vem eu volto :-)
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Zack Drummond

"Chocolate quando come,
come, come, come, come
E depois quando ele some,
É porque comeu!"

Poesia recitada espontaneamente para sí e ouvida pela mãe por acaso no carro. Pré-Hallowen, pós-muitas festas e seus saquinhos de surpresas cheio de docinhos e durante visitas dos tios e vovó, com muitos chocolates.

Muita alegria ter dois irmãozinhos (os meus) e uma mamãe (a minha) em casa por uns parcos dias. O tempo que já não tinha antes agora tenho que dar todo pra eles, obviamente. Consolo de blogueira sem tempo pra postar, é filhote que fala coisas engraçadas. E a outra Tagarelina, tenho que admitir, ontem em um diálogo emocionante com Papito começou do nada: Pa-pa-pa-pa-pa...
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? . ...

Sempre acontece:

- Mas você faz o que mesmo nesse doutorado, Keiko?
- Faço pesquisa.
- Você pesquisa o quê?
- Estou pesquisando quais são os fatores que determinam a participação em atividades de lazer e qualidade de vida de adolescentes com paralisia cerebral.
- Ah...

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Carinhozack dá um abraço apertado em Fofuchina e depois a solta, fazendo-a cair no chão:

- Filho, você não pode soltar a irmãzinha assim de uma vez, se não ela cai.
- Tem que soltar de duas vezes, mamãe?
- ...

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Conversa com pessoas que tem empregada, ou não têm filhos, ou têm trabalhos com hora pra começar e terminar:

- Mas você teve dois filhos no meio do doutorado? E cuida da casa? Como você consegue?
- Pois é, sei lá, a gente vai indo.
(conversa vai, conversa vem...)
- Mas cuidar de casa é uma loucura, por exemplo, outro dia quando eu estava limpando o rodapé...como você faz pra deixar o rodapé branquinho?
- O rodapé?? Sério? Branquinho? Hum...
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De repente


Fomos pro aniversário do priminho querido e aproveitamos para tirar uma muito necessária mini-férias assim:


Só deu pra um suspiro:"Ah o mar..."- E voltar com o coração apertado, um sofrimento sem tamanho de saber que praia agora sabe-se lá quando, que só quem mora no pólo-norte e sabe que o outono a aguarda, conhece. No avião não saia da cabeça:"Garota eu vou pra Califórnia...O vento beija meus cabelos, As ondas lambem minhas pernas, O sol abraça o meu corpo, Meu coração canta feliz...Eu dou a volta, pulo o muro, Mergulho no escuro, salto de banda...Na Califórnia é diferente, irmão,É muito mais do que um sonho...A vida passa lentamente." - Olha Lulu, você que tem razão, viu? Eu mesmo já estou descolando um pos-doc ou alguma outra desculpa esfarrapada pra morar na frente do mar. Percebi até que se morasse lá eu correria todo dia de manhã, cozinharia comida fresca, meu cabelo ia estar sempre esvoaçante, ia ter uma casa com vista pro mar e minha celulite ia sumir de um dia pro outro. Além de ver o mar, vimos a família, o Mickey e o carimbo do pé do Woody Allen. Lugar fantástico essa Califórnia.

Mas enfim, voltamos à nossa bela Montreal, com as folhas mudando de cor e o termômetro em sua usual queda. Todos relaxados, bronzeados, felizes e...doentes. Trouxe da Califórnia um coktail de gripe suína, aviária, espanhola, pateteana, sei lá eu o que mais, um show de horror. Assim pelo menos me auto-diagnostiquei após desistir de ver um médico, 5 horas depois, quase morrendo mesmo, na urgência do hospital.

Depois de uma semana de cama, tylenol, gemidos, máscara e antibióticos, as crianças também pegaram o bicho, a despeito de todas as minhas tentativas de manter a distância (Carentack lá pelas tantas: "Mamãe, você já salou do dodói? É porque eu quelia te dá um beijinho..."). Fim-de-semana de alegria, dois com febre e uma mãe meio-lá-meio-cá é tão ruim quanto você nem imagina. Um chora, a outra nem se mexe, parece um bonequinho de cera, de partir o coração. Princhuco saiu ileso, pelo menos alguém pra cuidar da troupe de desfalecidos.

Hoje finalmente, só Doentina ainda dorme 20 em 24 horas pra se recuperar, a pobre Catarrina. Resolvemos então botar o nariz pra fora, dar uma olhada no mundo exterior para ter certeza que ele ainda estava lá. No caminho:

- Mamãe, a gente estamos indo onde?

- No supermercado meu amor.

- Ah, que bom! Eu vou complar umas coisas saudáveis.

Se me contassem eu ia dizer que estavam inventando, mas foi verdade. De repente, o menino sabe do que precisa.



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Onde?

Desde que eu decidi que não durmo mais depois da meia-noite minha vida cibernética sofreu cortes. Email cheio de estrelinhas em mensagens que eventualmente serão respondidas, album digital da Gordina que nunca foi feito, blog pra lá de desatualizado, post de 6 meses da nenezinha escrito no caderninho durante o intervalo da aula, mas sem tempo pra digitar...

Ou isso ou acelero meu processo de Alzheimer e boto fogo na casa (esqueci panela - vazia - no fogo 3 vezes na mesma semana). Então acho que tem que ser isso, sabe como é, tenho uns meninos pra criar. E já são 12:53, droga! Mas eu tinha que contar isso pra vocês.

Mas eu volto...deixa só os neurônios se recuperarem um pouquinho.
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Professora leguminosa

- Filho, qual é o nome da sua professora nova?
- Humm...tem a Linda, a Karleene...
- E a outra? São três, não são?
- Hummm...acho que a outla é Cenoula.
- Cenoura, filho?? Acho que não...será que tem alguém que chama Cenoura?
- É, Cenoula o nome de ela mamãe, Carrot.

Em país onde o povo come salsão puro na hora do lanchinho, vai saber...

Isso foi ontem, hoje tive que perguntar o nome da professora, é "Carrie",  e eu tive que sair correndo pra não rir na cara dela.





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Primeiros

Hoje foi o primeiro dia de escolinha de Gorduchina. Uma hora e 6 bebês chorando depois, mamãe sai de fininho, Bochechina em mãos, e fala para a professora que volta outro dia, quando estas crianças grandes de quase 1 ano tomarem vergonha na cara e pararem de chorar, para deixar um colinho disponível pra minha Pequenina. Isto é, daqui uns 18 anos, pelo menos.

Crescidack, em compensação, está adorando sua classe dos "glandes", apesar de ressentir o fato de não estar mais com alguns amigos muito pequeninhos, de apenas 2 anos de meio, que ficaram na classe dos "2s". Ele garante que,  apesar deste abismo de idades, e mesmo pertencendo a universos completamente diferentes e logo,  não poderem mais dicutir sobre a filosofia da vida pós-fraldas, "a Sofia, Olivia e Eleanor are still my friends, mommy" e abraça as antigas colegas de classe (antigas como em, até ontem). Depois vai desfrutar os prvilégios de ser um homem crescido: na classe nova o cavalete de pintura está sempre aberto para uso, basta apenas colocar o avental. E quem disse que era difícil a vida de gente grande?

Após um dia cheio,  vamos ao parquinho de bicicleta para comemorar e enquanto Balancina experimenta o balanço pela primeira vez e morre de dar gargalhadas, Experiençack relembra nostálgico: " Lembla mamãe, quando eu ela pequenininho e você me balançava e eu ria muito"...e como esquecer, parece que foi ontem. E eu que achava que o povo exagerava quando diziam que "eles crescem tão rápido"...rápido agora parece eufemismo.

Depois do parquinho, todos a mesa, Esfomina não quer mais ser apenas um rostinho bonito e bochechudo na mesa, ela quer comer. E enquanto eu poderia facilmente amamentá-la exclusivamente até os 25 anos, ok, só até os 18, já que amamentar é sem dúvida a coisa mais deliciosa do mundo, o iminente aniversário de 6 meses e o desespero pela comida que todo mundo está comendo que inclui grunidos, contorcionismo e tentativas, bem sucedidas, de arrancar a comida da minha boca e colocar na dela, me convencem que é hora de começar a comer. Ou isso, ou colocá-la em uma jaula enquanto a gente come, sei lá...acho que o cereal parece a melhor opção.

Dia cheio...mas antes de dormir, após uma cara de reflexão profunda, Filosofack arremata com uma última colocação altamente existencial: " Na classe dos three's a gente não dome (dorme) nas camas altas, as camas são baixinhas, poque a gente é glande já". Certo filhinho, e glande também é o mundo...mas será que você não pode ficar pequenininho, só mais um pouquinho?

E assim termina um dia cheio de primeiros, com uma menininha fofucha dormindo no seu bercinho e um menino grande pedindo pra eu dormir com ele enquanto coloca as duas mãozinhas no meu rosto, na sua glande cama.

                              -Sabe filho, vida é uma grande balança... cheia de altos e baixos...
                                 -Eu sei mamãe, então empurra mais forte que um dinossauro!

                                        A estação de pintura: Livre para maiores de idade

                                         Nina estressadíssima em seu primeiro dia de aula



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Vômitos inteligentes e outros fatos

Um estudo mostrou que enjoos matinais na gravidez estão associados com crianças mais inteligentes. Pelo menos algo positivo pra manter em mente enquanto se admira o fundo da privada. Se depender de mim, o mundo tem dois novos Einsteins.
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No prédio onde eu moro só tem velhinhos. Outro dia encontrei uma das minhas velhinhas preferidas, que está sempre respectivamente acompanhada do seu velhinho, que além de super simpático aparenta uns 30 anos a menos do que a realidade. Acontece que a velhinha veio me contar que seu velhinho tinha falecido...me deu uma tristeza. Toda vez que chego em casa agora fico só pensando que ali bem do meu ladinho tem uma velhinha sozinha no seu apartamento, esperando sua vez chegar. Aí eu corro e abraço muito o meu velhinho (11 anos de diferença gente, pense...), o negócio é mesmo fazer cada dia contar, e manter a esperança nas coisas do Alto, se não a vida fica meio sem sentido, né?
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Péssimo sinal é quando você chega no shopping e todas as vitrines só têm roupas de outono, as piscinas públicas começam a botar cartazes de "1 semana para o fechamento" e em todo lugar só se fala de volta às aulas - e você sabe que é volta mesmo, e não que tudo só começa depois do carnaval. É o fim do verão, o fim das férias, o fim do mundo?
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Observack hoje, a caminho do jantar na casa de um casal de amigos:
- Mamãe, a gente vai pla onde?
- Pra casa da tia Isa.
- Mas não ela pla casa do tio Jerry?
- Sim filho, eles moram na mesma casa, porque eles são casados, igual o papai e a mamãe, a gente mora na mesma casa, né?
- É, mas o papai não tem aquela coisa assim no dedo ó (fazendo círculos em volta do dedo, se referindo obviamente à aliança, que o pai, alegando que é atleta e contando a história de como um dia quase perdeu o dedo porque usava a aliança durante um jogo de baskete, e a muito contragosto da mãe, não porta).

Não tenho ideia de quem foi que disse que pra ser casado tinha que ter aliança, em todo caso, fica aí a lição, viu, PAPAI do Zack???? 
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Olha o tippinho. Nunca aparece e quando vem é só pra dizer umas bobagens (como se algum dia tivesse dito outra coisa, mas enfim...). Está mais pra Twitter que pra blog isso aqui.
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Nao va embora....(diretamente do teclado que insiste em ficar gringo, a despeito dos meus esforcos contrarios)

Todo mundo falando em volta as aulas, os festivais de verao chegando ao fim e o pensamento sombrio eh que daqui uns dias, para descer aqui soh de treno:

Para andar aqui, soh com esqui:
E as bisnaguinhas vao conhecer a embalagem de inverno:

Depois de uns anos nessas bandas a gente aprende a fazer como o moco da construcao. Rolou naquela grama como se fosse a ultima, andou de bicicleta como se ouvisse musica, nadou na piscininha como se fosse a unica...e logo acaba o verao, e a gente nao pula de predio nao, mas o que tem de gente pulando no metro...

Enquanto isso, deixa eu ir la curtir meu solzinho, blogar fica pra dias de chuva.
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Chá de sumiço

Então, andei tomando esse clássico das ervas medicinais por razões que envolvem re-organização da vida pós-volta do Brasil, organização da festa de 3 anos 1 mês e uns dias de Aniversariack e fim de licença maternidade, tudo junto e não em doses homeopáticas como deveria ser.

Como sempre nessas fases de seca bloguística, tenho um punhado de posts compostos dentro da sub-divisão blogal do meu córtex, mas entre postá-los ou dormir mais cinco minutos, apertar bochechas, andar de bicicleta no parque aproveitando os últimos raios de sol desse hemisfério, fazer bolo, brigadeiro e outros quitutes, assistir os shows de verão ou organizar meu pen drive, tive que optar por todas as outras coisas, excluindo só a primeira.

Mas para que vocês, dois ou três leitores que ainda se dão ao trabalho de aparecer por aqui, fica uma fotinho da minha obra-prima (a terceira, depois de Artesanack e Esculturina)que me custou uma noite de sono, mas ah gente...vamos combinar, ficou tão simpático! E não é querendo confeti (até porque eu prefiro M&M's), mas reparem:

Créditos pro maridão que ajudou da concepção à confecção.

Se eu não estivesse com tanto sono iria até contar tudinho, mas gente...depois de 7 noites dormindo uma média de 3 horas por noite eu necessito dizer tchau. Volto logo, logo, assim que eu achar minha filha, que deve estar perdida em algum lugar entre a montanha de roupa suja, os restos de decoração de Cars espalhados, os brinquedos novos e suas respectivas caixas, laços e sacolas, os materiais que tenho que levar de volta pro hospital...tá por aí, certeza.
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Aqui de novo

Oi gente, voltamos!

Entre mortos e feridos, quase todos estamos semi-vivos. Viajar sozinha com dois, sendo um de 4 meses foi uma aventura. O problema de bebês de 4 meses é que eles não param em pé ou sentados sozinhos, sabe como é? Então foi um tal de: "o moço da imigração você pode segurar esse bebezinho?", ou "o seu guarda, você pode segurar esse nenezinho um pouquinho", ou..." o moço desconhecido, você pode ficar de olho nesse bebezinho enquanto eu levo esse outro aqui ao banheiro? (essa só no avião tá gente, onde eu sabia que o moço não ia poder sumir com minha Gordita). Fora esses momentos, com sling, carrinho e função-polvo ativada, tudo deu certo.

Aventuras mil, irmão aprendendo a trocar fralda (com aqulea cara de quem está em contato com elementos altamente tóxicos, peculiar das pessoas, principalmente homens, sem filhos), bebê de 4 meses indo à 25 de Março (aquele lugar assustador onde todos usam máscara..."olha a máscara minha senhora, é moda, é moda, só 1 Real!), amigos que te ajudam a fazer a mala e cuidam dos seus filhos, pais de amigos que cuidam dos seus filhos, parque do Terror, digo, da Mônica com várias crianças, irmão que dá M&M escondido pro sobrinho só pra ser o titio mais legal do mundo e que compra todas as comidas favoritas da irmã só pra ser o irmão mais legal do mundo, reflexões sobre a gringuice que te assola (mais sobre isso no próximo post) e obviamente nenhum tempo pra postar, ou olhar email ou fazer outra coisa que não curtir irmãozinho e amigos, jabuticaba e Amor aos Pedaços...ai, ai...quem dera minha terra tivesse só Palmeiras, ia ser menos difícil voltar.

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Mural:

Meninas da Bahia: Não foi dessa vez que consegui esticar até esse lugar maravilhoso...vou convencer meu povo a mudar todinho pra Salvador, aí eu consigo arranjar mais desculpas pra ir aí comer Acarajé e ver vocês, não nessa ordem ;-)

Tatty: Perdão!!!! A correria foi tanta! Vixe...to sem desculpa pra dar, só essa mesmo! Perdoa nóis please!!!
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Colocando o sapato

Fui ali, volto já, fui comprar maracujá - maracujá doce, na feira...isso sim é vida.

Aqui não se tira o sapato, mas se come bisnaguinha, queijo quente e mamão papaya todo dia de manhã...não que uma coisa tenha alguma coisa a ver com a outra.
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Dentro da caixola

Quer entender cabeça de criança de 3 anos é acompanhar as conversas deles:

Conversack e sua amiga Lara, de 5 anos que passou uns dias por aqui, falando sobre suas origens:
Lara (com seu fofíssimo sotaque carioca):
- Eu nasci no Rio de Janeiro, e você Zack?
Zack:
- Eu nasci no Canadá.
Lara (com cara confusa, como quem sabe que quem nasce aqui não é brasileiro, logo não deve falar Português e tal):
- Nossa...como assim? Então você é daqui?
Zack (mostrando que tem 2 anos a menos e não sabe bem o que significa ser daqui):
- Não sei...

E mudam de assunto.

Horas mais tarde, agora ambos com fantoches em mãos e falando com voz de fantoche:
Fantoche Zack:
- Oi amigo, tudo bem?
Fantoche Lara:
- Tudo, e você?
Fantoche Zack:
- Tudo bem!!!
Fantoche Lara:
- Ei amigo, onde você nasceu?
Fantoche Zack:
- Eu nasci no Canadá, mas pode ser um pouquinho no Brasil e também nos Estados Unidos...

Entendeu tudo o menino (a vovó mora nos EUA, estes são os 3 países que ele mais "frequenta").

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No shopping, onde tinha uma daquelas máquinas infernais de colocar moedinha de $2tendo uma chance em 2 bilhões de ganhar um óculos ridículo que custa $1:

- Mamãe!! Letters! Eu quero jogar o binquedo dos letters! Me dá uma moedinha!(esse jogo fica mostrando umas letras iluminadas, sei lá eu qual é o lance)
- Não filho, não vai dar pra jogar, esse jogo é de adulto, olha, só tem coisa feia, óculos, carteira...
- Por favor!!!! Eu quelo, eu quelo, eu quelo ganhá uma carteila!
- Filho, hoje a gente veio pra comprar as coisas para o seu aniversário de Cars, você não está feliz porque a gente comprou tudo de Cars que você queria para seu aniversário? Agora a gente não vai mais gastar dinheiro. A mamãe não tem mais dinheiro.
- Mas me dá só uma moedinha então...
- Não filho, pra ganhar moedinha tem que trabalhar!
- Mas eu trabalhei no meu contadozinho hoje! (computadorzinho, um desses laptops pra fazer criança ficar quieta no carro ao mesmo tempo que viram Einsten - e ele sabe que quando alguém está no computador, é porque está trabalhando)
- Mas esse trabalho não dá dinheiro filho.
- Mas eu quelo o letters mamãe, só uma vez, tá?
- Não.
E continuo andando
- aaaaaaa (batendo o pé no chão, pequeno chilique - dos grandes ele nunca tentou)
- Ok, então vamos agora na loja devolver tudo o que a gente comprou e aí você joga seu jogo de letras, combinado?
- Não, então vamos pla casa mamãe?

Lições de economia, escolha e comportamento socialmente aceitável, tudo em um diálogo. Repare no sorriso maroto, de quem se achou a pedagoga, no cantinho da boca da mãe.

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Enquanto isso, no mundo dos que ainda não falam...
Descobrina achou o nenê do outro lado do espelho e é só passar por um que ela se acaba de rir mostrando seu gengivão, e o nenê do espelho rí de volta, simpáticos como eles só esses bebês que moram no espelho, e o diálogo de risadas banguelas dura uma eternidade...

E tem coisa mais linda do que gentinha crescendo?
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O que veio primeiro?

No fim-de-semana fomos ao circo. Lembro quando juntando dois rótulos de leite moça a gente ganhava um ingresso pro circo do leite moça, que ficava no estacionamento do Carrefour. Eu achei o máximo. Mas bom, o circo por aqui é um bocadinho mais chique do que o circo do leite moça, foi o Cirque du Soleil.

Tinham me dito que ir a circo com um nenê e um guri de 3 anos não era boa idéia, que o show era meio "over", mas como a gente não dá muito ouvidos pros outros e só faz mesmo o que a gente quer, lá fomos nós. Nenê no sling, menino na mão e um certo receio de que depois de 15 minutos a gente ia ter que sair correndo com dois chorando.

Superando as expectativas, tudo correu pra lá de bem. Surpresack achou tudo o máximo. Não sei se nossos vizinhos de cadeira concordariam, já que ele tinha aproximadamente 10 questões por segundo: "Mamãe, o que o moço tá fazendo?", "Papai!!!!Olha! Por que o grilo fez aquilo?". "Mamãe!! A dona aranha subiu pela parede!". Dorminhoquina também se divertiu horrores. Mamou e dormiu do começo ao fim, com uma pequena pausa para prestar atenção por 5 minutos nos acrobatas.

O show, "OVO" foi um espetáculo de insetos saltitantes e contorcionistas fazendo coisas que só o Cirque du Soleil dá conta de inventar. Entre Kiwis voadores e uma Joaninha identificada por Irmãozack como "Olha mamãe, igual a Mamita Gordita!", ou seja, Gordina (não eu tá pessoal, vamos esclarecer!), um delicioso toque de Brasil dado pela Deborah Colker. A coisa começou em samba, passou por bossa nova e terminou com baião. Delícia para os ouvidos, ufania gratuita, bom, nem tão gratuita assim.

O que eu gosto de espetáculos assim é que a gente sai com vontande de voar, de pular na cama elástica, de fazer acrobacia, de criar coisas. Eu, no entanto, que já fiz literalmente aula de todas as coisas que se se sonhar nessa vida, inclusive de circo, sei que a coisa não é tão fácil assim. Passei um mês pra conseguir fazer uma gracinha minúscula no trapézio, quem dirá fazer o que esse povo faz, é impensável mesmo, ainda mais com minha exímia forma física atual. Circenzack, pra compensar, chegou em casa virando cambalhota, crente que estava fazendo tudo igualzinho. Sua única reclamação foi não ter visto a foca, sua nova paixão animal, mas o OVO veio primeiro.
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Crise, crise!

Hoje recebi as listas das classes da escolinha (vulgo creche) para Setembro. Na lista da classe dos "3s", meu Nenezack e mais 17 crianças!! 17!!! Eu disse Dezessete!!!Totalizando 18 crianças para 3 professoras. Comecei a chorar (não contem pra ninguém que eu estava lendo o email no celular enquanto o sinal estava vermelho no trânsito - pense a cena...). Sério, momento de crise total. Tipo assim...como o meu Preciozack vai ser só um no meio de 18??? Hein, hein?

Daí continuei lendo as listas e lá estava minha Pequenina na lista dos bebês (com mais 7). Aí chorei mesmo. Eu sei, fui eu que a coloquei na lista mas sabe aquela momento de "realmente agora eu abandono tudo e vou só ficar soltando bolhas no parque o dia inteiro!".

Embora eu realmente confie no time de educadores da escolinha e saiba o quanto Zack se diverte e aprende lá, embora eu saiba que há benefícios e tudo, embora eu ache que "ficar em casa" não seja uma opção pra mim,embora eu tenha amigas que não "trabalham fora" e também passam pelo mesmo tipo de crise mas ao contrário, meu coração de mãe nunca vai estar 100% certo de que esta é a melhor decisão. Sem contar que eu realmente não estou pronta para só mais um mês de licença com minha bebezita gordita e bochechuda!E além do mais, Pesadelack acordou gritando ontem a noite dizendo que a dona aranha tinha passado na cama dele e embaixo da perna dele! - Acho que isso foi um sinal...

E vocês, mamães que trabalham "fora" ou "dentro", tem dessas crises também?
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Workshop

Então eu me inscrevi para um workshop sobre "escrita científica" em Outubro, no auge do meu desespero com uns exames e não pensei direito que em Junho, época do workshop, estaria com um bebê de 2 meses (que teria 3 caso nascesse prematura). Fui aprovada pra vaga e fiquei com vergonha de dizer não. Lá fui eu semana passada. Marido bonzinho em mãos, 50 malas incluindo brinquedos diferentes e divertidos para Entediack, fraldas sem fim, roupas suficientes para abrir uma loja para Cagonina e vamos lá.

Rotina da semana foi assim: Acordar, tomar café correndo, voltar para o quarto para o marido ir tomar café, dar mamar, sair correndo. Hora do intervalo, ir no banheiro tirar leite. Hora do almoço, voltar para o hotel para dar mamar e voltar correndo. Hora do intervalo da tarde, ir para o banheiro tirar leite, fim do dia, nada de networking, nada de nada, voltar para o hotel correndo e encontrar todo mundo para fazer alguma coisa divertida. Divertido até foi no final das contas. Passeamos de trenzinho, alimentamos um cisnes, fomos ao museu das crianças, fomos a um castelo cheio de coisas antigas (e de todas as coisas antigas a que Historiack mais gostou foi o "pãozinho antigo" que a mulher deixou experimentar quando chegamos na cozinha do castelo - o pãozinho não datava do século passado, só para esclarecer).

Depois de uma semana de muito leite e muita televisão para as crianças encarceradas no hotel (que Papito levava pra passear durante o dia, vamos dar o crédito, tadinho), fomos conhecer o Canadá "pra inglês ver". Fomos ver baleias e outros bichos grandes que jogam água na gente (para o grande desgosto de Agoniack que deixou bem claro desaprovar aquela atitude infantil da Orca), também fomos ver as famosas cataratas do Niagara e a CN Tower. Semaninha intensa. Não recomendo fazer isso com bebê de 3 meses, os bichinhos choram no castelo, choram no museu, choram no parque, choram nas cataratas e haja trabalho de equipe pra ir ver as coisas com um enquanto se troca a fralda do outro, e ainda por cima, bebezinhos não sorriem nas fotos quando você quer! - Esses bebezinhos! Só porque os pais malucos a levam pra cima e pra baixo sem a menor compaixão, resolvem fazer birra e ficar de cara fechada nas fotos de família, pffft! A próxima viagem divertida, após esta experiência, foi adiada para daqui uns 18 anos, quando todos souberem ir ao banheiro sozinhos, andar o dia inteiro no sol sem cansar ou reclamar, se virar para achar a própria comida e não ficar meia hora chorando após ser molhado pela baleia. Ou até eu mudar de idéia, tipo...semana que vem. E pra não achar que a gente não se divertiu, apesar da canseira:

Da CN Tower - "Olha aquele prédio pequenininho"

No rio tem cachoeira, e cachoeira é um barato...

Não tente fazer em casa


Pezinho de bisnaguinha...

Ai que saudade da Bahia...na falta de praia "entrável", baldinho achado e pazinha improvisada


Se esse negócio de doutorado não der certo, tento a National Geographic


"Olha mamãe, é igual a gente! Um papai cisne, uma mamãe cisne, um filhinho cisne e uma irmãzinha cisne!"


A família busca-pé
(Pedicure? Desconheço a palavra há séculos)

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3 anos - Meu meninão.

Começo a escrever este post com um aperto enorme no coração. Aonde está meu nenezinho? Virou um meninão. Era só outro dia e meu nenezinho alcançava com muito esforço o botão "SS" no elevador (o mais baixo, da garagem, ou do "Tio Silvio", de acordo com ele), agora sem esforço nenhum, meu meninão alcança o número 4, onde moramos, e esticando o pé já alcança o 5, não dá pra entender. Não digo que é grande, nem gorducho, aliás, meu meninão insiste em ficar no menor percentil de tamanho e peso, mas não deixa nenhuma dúvida que virou um meninão, meu meninão magricelo.

Meu meninão mudou a galopes no último ano. Na área "acadêmica" já conhece todas as letras e vive "lendo" por aí, além de escrever algumas como o "T", ""J" e "O". Também conhece os números e sabe contar de verdade querendo tirar foto "de vocês três aí", contando as colheradas de comida que faltam para poder ir brincar e lógico, contando quantos anos ele já "ganhou"- 3, não há dúvidas. A irmãzinha, no entanto, não ganhou nenhum número, mas ganhou uma letra, a letra "N", constatou meu meninão ontem quando eu disse que a irmãzinha não tinha nem um ano. Letras e números são parentes, afinal. Meu meninão sabe o que é maior ou menor (sabe que sua irmãzinha é maior do que a nenê que fomos visitar no hospital, mas que é menor do que ele, BEM menor, aliás, é pequenininha assim - mostrando com os dedinhos algo do tamanho de uma moeda). Meu meninão conhece todas as cores, descartando o diagnóstico de daltonismo dado pela mãe alucinada. Não só conhece as cores como agora virou controlador de trânsito e ai de quem atravesse a rua ou ande de carro com o semáforo vermelho. Meu meninão tem futuro. Se não for escritor ou matemático vai poder trabalhar na CET.

Meu meninão faz caras e bocas realmente únicas. Joga charme pra todo lado, é realmente conhecido como o "Casa Nova" da escolinha. Como o seu papito, meu meninão não consegue tirar foto com uma cara padrão. Tem que fazer careta e cada vez uma diferente. Aprendeu a piscar com um olho só e fica piscando e mexendo a sombrancelha pra cima quando quer dar efeito a uma frase. E se tem uma coisa que meu meninão tem são frases de efeito para acompanhar suas sombrancelhas falantes. Se não trabalhar na CET, meu meninão vai ser ator, certeza.

Aliás, meu meninão sabe usar frases. Como fala essa coisinha! Desenvolve idéias próprias, raciocínios complexos do tipo: "Mamãe, vamos fazer um game...não, um jogo! Você é a Robin (a professora da escolinha) e eu sou a Neela, porque a Neela ficou quietinha e ganhou sticker. Olha, eu tô quietinho, pergunta se eu quelo um sticker...". Meu meninão pega seu telefone e liga pro povo no Brasil, para os amigos, combina encontros, bate um papo danado. Meu meninão tem um Português pra lá de bom, mas as vezes dá umas misturadas do tipo: "Ah mamãe, olha o "feetinho" da irmãzinha como é bonitinho!", ou " eu tô jumpando muito alto, olha!", ou ainda as minhas confusões favoritas de pronomes: "Essa é a papai cadeira (daddy's chair)". Meu meninão tem amiguinhos francófonos na escolinha e outro dia, enquanto espiava meu meninão brincando por lá peguei um diálogo impagável: "Enzo, this is my bouteille, c'est a moi, ok? - E olhando pra mim: A garrafa é minha mamãe!". Se não trabalhar na CET nem for ator, meu meninão vai dar um ótimo tradutor.

E mais do que tudo, meu meninão é um compositor. Inventa letras e melodias o tempo todo. Vivo fazendo vídeos das novas músicas que incluem situações vividas, frases aprendidas, pedaços de histórias e por aí vai. Meu meninão reconhece sozinho vozes diferentes em uma música de quarteto. Outro dia inventou um jogo onde cada um de nós tinha que cantar uma voz de uma música do quarteto do Papito: "Papai canta o agudo, mamãe o outro médio e eu sou o Steve (o baixo), vou cantar bem grave...aaaa, mas e quem vai ser o Folou? (o barítono), ah ja sei, a irmãzinha! - Aaaa, a irmazinha não fala...". Meu meninão também é regente e fica organizando a entrada dos instrumentos nas muitas músicas que ouvimos no carro. Meu meninão tem carreira musical, caso desista da tradução.

Meu meninão é muito empático. Fica preocupado dizendo com desespero: "o que foi mamãe, o que foi?" quando eu falo brava ou triste, usa muitos recursos quando a irmãzinha está chorando como buscar a chupetinha (e sair cantando e dançando todo feliz quando ela pega a chupetinha: "I did it! I did it"!), mostra brinquedos, canta, dança na frente dela e pede com amor: "Irmãzinha, para de chorar por favor!". Ele também deixa bem claro quando está triste:"Eu estou muito triste com você mamãe!"- isso geralmente acontece quando tem que guardar os brinquedos ou escovar os dentes. Mas ele é tão bonzinho. Ajuda os amiguinhos e quase sempre divide o que tem, conta com apreensão sobre um amiguinho que caiu ou machucou na escolinha, ou quando o Enzo empurrou alguém, de novo. Além disso, meu meninão tem um raciocínio único e não se deixa enganar. Ontem mesmo, enquanto ele jantava e eu comia bolo e amamentava a irmãzinha ele falou: "Mamãe, sua comidinha é bolo? Mas a irmãzinha não gosta de bolo com chocolate, não é bom pa saúde!". Ele também conhece os parentescos de todas as pessoas, pergunta quem é casado com quem e depois da fase do "por que?" agora está na fase do "como?" e quer descobrir o como de tudo. Com tanto jogo de cintura e curiosidade, meu meninão se não quiser ser músico vai poder ser diplomata ou cientista, pode escolher.

Meu meninão está dando seus primeiros passos rumo à independência. Já tira a roupa sozinho, não usa mais fraldas, sabe guardar seus sapatos e roupas no lugar, separa as roupas sujas pra mim e põe na máquina de lavar. Meu meninão é um super ajudante, não pode me ver na cozinha que já vem arrastando sua "cadeira de ajudante" e dizendo: "mamãe, deixa eu te ajudar por favor!!!", com cara de gato do Shrek. Me ajuda a fazer bolo, já conhece as medidas e sabe até separar a clara da gema. Meu meninão vai dar um "chef" de mão cheia!

Meu meninão apesar de tão grande, é tão medroso. Tem medo de pular alto, tem medo de andar de bicicleta, tem medo de gente de máscara, tem medo de mergulhar na piscina, de dormir sozinho e de barulhos fortes. Por isso mesmo entramos na aula de ginástica e para a minha surpresa, meu meninão aprendeu a virar cambalhota super rápido, apesar de ainda fugir das barras e não gostar de ficar embaixo do "paraquedas" com os outros amigos. O que mais me deixa feliz no entanto é que quando está com medo, meu meninão corre pra mim. Ele não tem dúvida de que mesmo sendo muito grande e muito forte (como ele contou para todos que estava ficando, agora que ia ganhar 3 anos) o braço da mamãe sempre vai estar aqui pra ele, pra dar a mão, pra dar beijinho, pra segurar e não deixar cair, pra dormir junto enquanto ele coloca a mãozinha no meu rosto e eu faço "coquinha" nas suas costas, embora prefira o papai pra dormir. Meu meninão pode até ser astronauta (agora que sabe virar cambalhota, todo mundo sabe que isso é requisito essencial) mas sabe que em nenhum planeta vai achar um lugar tão seguro quanto meu colo. Meu meninão vai querer ficar comigo pra sempre, grudadinho como veio ao mundo, como se deve ser!!! E ai de quem diga o contrário.

Sabe meninão, mamãe tem tanta saudade de quando você era só um bebezinho, molezinho e sorridente como sua irmãzinha. É claro que é um deleite sem fim ver você crescer, descobrir o mundo. Mas enquanto vejo isso acontecendo e vou projetando em você tantos sonhos bobos, tantos planos que você vai mudar com sua própria história, meu coração aperta, meus olhos enchem de lágrima de alegria e tristeza. Queria congelar você, queria ter uma câmera embutida que registrasse todo e cada momento para que eles não se apagassem nunca, para que eu não esquecesse dessa sua vozinha gostosa, das suas risadas soltas, da sua mãozinha macia no meu rosto ou na minha mão quando atravessamos a rua (e só nessa hora). Queria guardar nas bolhas de sabão que você tanto adora soltar cada momento tão precioso, tão gostoso que passamos juntos, eternizar essas horas que não voltam mais. É claro que eu quero que você cresça e vire um moção muito independente e realizado com o que você quiser ser, que goste de escovar os dentes (e isso acontece?) e não avise que quer fazer cocô 2 segundos antes de fazer. Mas se eu pudesse escolher mesmo, guardava você assim, não acho que possa ficar mais gostoso do que isso. Não estou nem um pouco ansiosa pelos dias que você não vai mais querer dormir com a mãozinha no meu rosto, que não vai acordar de manhã pedindo sua "dedeira", que não vai pedir para eu brincar com você só mais um pouquinho ou para eu sentar no cantinho e ler um livro pra você, que não vai mais querer correr atrás dos patinhos e esquilos no parque, que não vai mais sair catando todas as pedras e pauzinhos que encontra pela frente, que não vai mais me encher de beijinhos, que não vai mais querer tocar todos os instrumentos do mundo e cantar músicas que nem malucos no carro comigo, ou que não vai mais me chamar enquanto eu digito: "Mamãe, eu e irmãzinha queremos que depois que você termina o trabalho você vem aqui brincar com nós, tá bom?".

Mas bom, meu meninão, a vida é assim mesmo, há de se crescer e olha você ai, não mais um "toddler", mas agora um "preschooler" como dizem por aqui. Um verdadeiro meninão tão bacana, lindo, esperto, uma alegria por onde passa. Mamãe fica num gosto só, se sentindo tão abençoada de ter 3 anos de você - o meninão mais especial do mundo, o meu meninão.
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Eventos e comemorações

Fim-de-semana passado fomos à Mont- Tremblant. Nossa primeira viagem à quatro. Dizem por aí que com um filho nós somos um casal com um filho, mas com dois, viramos oficialmente uma família. Bom, família feliz viaja feliz e ganha picada de mosquito feliz. Mosquiteiko, mestre de todas as picadas, como sempre foi premiada. Sem exagero, voltei com pelo menos 10 picadas. E pensar que vim do Brasil, onde todo mundo sabe, calor tropical, floresta e macacos por todos os lados, para ser alvejada por mosquitos canadenses, era só o que me faltava. Sendo assim, apesar de toda chuchuzeza (do adjetivo chuchu) da cidade, voltamos um dia mais cedo do que o planejado já que Sanguedocina ainda não pode usar repelente e levou uma picada, com direito a coágulo de sangue (sério gente, medonho! Baita mosquito assasino sangue-suga chupando o sangue da minha pequetita!) bem no meio do côco! Judieira, como diria a Cacá que trabalhava lá em casa. Apesar dos pesares, desci a montanha de carrinho de rolemã (é assim que escreve isso?) com Medrozack que a cada curva falava: "Mamãe, vamos mais devagarzinho? Se não eu fico tonto!", andamos de bondinho, de teleférico, comemos até passar mal, nadamos no mini-clube aquático, onde Veronina estreiou o biquini novo e voltamos felizes e cansados.

Conclusões importantes:

1.Sling é a melhor invenção que já fizeram. Logo depois do brigadeiro, é claro. Quem tem bebê e não tem sling compre um agora e você verá como sua vida vai mudar! Amamentar andando, ter duas mãos pra carregar menino pra cima e pra baixo, ir ao banheiro com bebê - Can we do it? Yes we can! E se for comprar, favor comprar dessa moça aqui, que é minha amiga e faz os slings mais lindos mesmo (Olha a publicidade gratuita Tati!! :-)

2.Ser família de 4 (olha a maldade!) dá uma canseira danada! Próxima viagem agendada pra semana que vem, não sem pesar. Ando achando que o melhor programa com bebê de 3 meses + menino de 3 anos é mesmo ficar em casa, com tudo organizado (cof, cof, alguém disse organizado? Por favor, não me visitem de surpresa), fraldas a mão sempre, comida certa na hora certa, todos os brinquedos que você quiser, sua caminha (Caseirack chegou no hotel e ficou falando: "Eu quero dormir na minha casinha mesmo, não gostei dessa casa diferente!")...ah, nada como a casa da gente! Mas fazer o que se o mundo é tão grande, não?

Mundo vasto mundo...nos aguarde, estamos chegando...

E bom, esse foi o evento. Primeira viagem em família. Agora a grande comemoração é 3 anos de Velhack. O tempo voa, falo mais sobre isso amanhã, que é o grande dia de "memesálio", quando ele vai "ganhar 3 anos, porque eu já ganhei 1 ano, 2 anos e agora vou ganhar 3!", de acordo com o próprio. Festa oficial vai ser em Julho pra caber na agenda da família, mas ontem teve festa na escolinha e gente...que emoção, eu fiz um bolo que ficou tão bonito, estou tão orgulhosa da minha pessoa! Ah sim, mais importante, Boleirack escolheu o sabor (chocolate, obviamente, sendo filho de quem é. Apesar de todas minhas tentativas, frustradas, de convencê-lo a fazer um de maçã, ou cenoura, ou banana...qualquer coisa que soasse mais saudável já que aqui o povo olha torto pra bolo de chocolate na escolinha, ainda que em dia de festa) e me ajudou de verdade na confecção toda. Eu sei que por aí na audiência tem um monte de boleira de mão cheia, mas pra mim, essa coisa de 'dona de casa do ano' está sendo assim meio show de calouros, sabe? Cada dia sai um número diferente e quando dá certo é só alegria. Então, estou toda pimpona com minha, digo, nossa produção, reparem:

Tasquei uns morangos e outras frutinhas do bosque pra esconder o chocolate, camuflagem perfeita, não? Passaria perfeitamente por uma porção de fruta no guia canadense de nutrição. Pensei em colocar uns brócolis também, mas achei que aí ia dar na cara...
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Sai desse corpo que não te pertence!

Quando seu bebê tem 3 meses e 6 kilos e logo, você não consegue carregá-la mais o tempo todo no sling e logo, você não tem mais aquele artefato natural de escondimento de banhas.


Quando você vai brincar no parquinho com seu filho e quer mostrar pra ele, crente que é a Nadia Comaneci, como virar cambalhota na barra de ferro, como você sempre fez a vida toda, mas não consegue porque simplesemente você não tem mais nenhum músculo que o valha na sua região abdominal.


Quando você sai só com seu filho e dentro do elevador o vizinho incoveniente querendo puxar assunto solta esse comentário inocente: "Que menino bonito! E já tem outro a caminho?!" (inocente nada! Acha que me engana com aquela cara de velhinho bonzinho, mas enfim...se é pra puxar conversa fiada que fale sobre o tempo, não?!).


Quando te convidam para um "playdate" no parque aquático e você pensa em dizer que a cicatriz da cesárea ainda não fechou, que sua religião não permite, que seu filho tem alergia a cloro, que você tem medo de micose e ainda pensa em comentar que leu um artigo sobre aumento do risco de gripe suína em frequentadores de parques aquáticos, mas na verdade você só não quer ir porque...sei lá, pode ser meio esquisito ir pra piscina de calça e blusa comprida.


Quando você vai passear no parque e enquanto sorri simpática para as passantes com filhos, no fundo você só fica olhando e pensando: Essa tá mais gorda, ufa!...Essa tá mais magra...mas o nenê é mais velho!...Essa tá enorme e só tem 1!...Essa tem 3 e barriga chapada?!Certeza que fez lipo, ou é daquelas que é magra de ruim, vai morrer seca mesmo, sem graça, aposto que queria engordar e não consegue!


Quando você se vê ameaçando seu marido pelo último pedaço de sorvete (que você já tinha comido inteiro sozinha e ele só pediu um pedacinho) ou convencendo seu filho que o bolinho "estava ruim mesmo" por isso você não esperou até que ele descesse do escorregador para lhe dar um pedacinho.


Quando tudo isso acontece...é meus amigos, é tempo de tomar vergonha na cara e começar a fazer alguma coisa. Ou mandar matar essa solitária que me manda comer desesperadamente tudo que eu vejo (e até o que não vejo pela frente). Gente, que fome!!! E não venha me dizer que só amamentar emagrece porque essa aí eu já testei. Amamentack mamou até 2 anos e eu não perdi um mísero grama. Amamentina mama tanto que toda vez engasga, está cheia de dobras, gorda e gostosa e eu...idem! Ah sim...atividade física? Parar de comer besteira? - Isso é para os fracos. Eu vou inventar a pílula mágica que todos aguardavam. Ou ressucitar Botero porque esse sim sabia das coisas!
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Sortidos

Layout:
Vocês viram só que coisa chique e sofisticada? Irmãozinho botou logo pra quebrar e em prol da democracia, fez uma paradinha que muda as fotos a cada "refresh", se você é bobo que nem eu pode ficar dando "refresh" na página só pra ver a foto mudar! Super mágico.

Encontros ciber-reais:
Estava semana retrasada no consulado brasileiro aqui em Montreal com as crias, fazendo passaporte de Documentina e de repente entra uma moça e fala pra Famozack:
- Ei, você é o Zack!
E vira pra mim:
- E você deve ser a mãe do Zack!
Eu, meio pasma e revisando rapidamente meus arquivos cerebrais para ligar a pessoa ao nome, sem nenhum sucesso (acontece comigo o tempo todo essa coisa de não ter a menor idéia de quem é uma pessoa super conhecida)olho com ar de cachorro sem dono (ou sem memória, no caso):
- Sim...e você...
- Eu sou a Karina, eu leio seu blog!
Ufa!Minha gente, que coisa essa, não? Eu sempre tenho a impressão de que as pessoas não são tão reais assim, mas são! Então tá: Oi Karina!!! Prazer, viu?

E nessa onda, conheci a Camila, essa com hora marcada pra tomar sorvete e tudo! Não só tomamos sorvete como ela e maridão ficaram andando comigo no shopping e ainda dando uma de babá nas muitas idas de Mijack ao banheiro, ou me dando um toque quando Mãolevack ia saindo da loja de doces com um doce na mão, assim, sem pagar - o bichinho foi achando que era o paraíso, gostou, pegou, levou. Adorei o encontro Camila! Empatia total, amigas de infância praticamente.

Preguiça:
Ando com uma preguiça de escrever! Perceba...preguiça meio prolixa, mas assim...pra escrever algo menos sortido e mais de fato está difícil...amanhã talvez?
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Sapatos

Então, ele voltou. Mas como vocês sabem, eu não sou dona de mim. Ou bem...eu não sou dona do layout. Eu não sei como funciona, eu não sei como faz e após muito implorar para meu irmãozinho ele finalmente refez a parada, mas eu não sei o porquê dessa árvore macabra aí do lado, ele tem uma cabeça meio artista de vanguarda e quando eu conseguir falar com ele peço uma explicação (tá, vou pedir para ele mudar a foto mesmo).Minha lista de blogs também se foi no processo e como eu não tenho google reader ou qualquer outra dessas coisas feitas pra facilitar a vida, mas as quais eu resisto, e bom, como eu também não tenho uma memória assim prodigiosa (só pra não dizer que eu não tenho memória mesmo), vou refazendo a lista aos poucos.

Agora, a título de juntar argumentos quando for negociar com ele a mudança da foto,vocês votariam naquela foto que estava antes (dos sapatos - que não pertencem a ninguém-caindo)ou em alguma dessas? Qual? Hein, hein?

































E amanhã publico o posto que comecei a escrever antes de ontem, continuei hoje e não acabei...sentar sem interrupções por mais de 5 minutos tem sido privilégio raro ultimamente. E há quem diga que maternidade não é profissão.
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Hã?

Então...apesar de não estar levando essa história de licença maternidade 100% ao pé da letra e estar fazendo umas orientações aqui, uns recrutamentos pra pesquisa alí, eu esto me esforçando ao máximo para me manter fora do circuito da vida e dentro do circuito materno, já que, ao contrário da maioria das mães neste país, eu não vou ter 1 ano de licença, mas sim parcos 5 meses, logo, tenho que desfrutá-los ao máximo antes de voltar pra força proletária.

Estar fora do circuito inclui, marcar compromissos num dia e esquecer completamente deles no próximo, esquecer do aniversário da melhor amiga (pela segunda vez) e querer pular da ponte depois, pensar em vários posts enquanto caminha no parque mas não conseguir publicá-los quando chega em casa, distraída entre vômitos, fraldas, filhote com febre, a nova massinha com cheiro de frutas e sorrisos banguelas.

Então é isso...passei pra dar um oi, tenho um monte de coisa pra contar, mas agora realmente a cama me chama (e seu chamado não dura muito, só até Insonina chamar mais forte).
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Bichinhos de estimação




Zack lendo um livro. Vem decidido me perguntar:

- Mamãe, por que eu não tenho um cachorrinho e um gatinho?

- Porque não filho...você quer um bichinho? - Diz a mãe, pensando em todos os anos de infância que passou querendo um cachorrinho, sem ser autorizada, apesar de agora, obviamente, entender as razões da mãe.

- Quero!

- Que bichinho você queria, um cachorrinho ou um gatinho?

- Hummmm...um cachorrinho, um gatinho, um camelo e um cavalo pequenininho.

Ainda bem que ele tem noção, aqui em casa só cabe mesmo um cavalo pequeno. Já o camelo, hummm... vai ter que dormir na sacada, a não ser que queira dividir a cama com ele.










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Fábrica

Videozinho feito pelo meu irmãozinho na ONG do meu irmaozão (gente...existe palavra com dois ~?) que aliás, é um projeto super hiper mega bacana, que realmente objetiva a promoção da cidadania através da arte, mas que está correndo o risco de acabar por falta de $$. Então fica aí, se algum dos super leitores conhecer um super patrocinador procurando um projeto bem elaborado, consistente, com toda a pedagogia da libertação em prática, é só avisar!

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4 anos

Post que deveria ter sido publicado dia 09/05

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Há 4 anos troquei as Havaianas por botas impermeáveis com etiquetas que garantem sua resitência até -30 graus.

Depois de 4 anos, quase nada mais é igual.


Um tanto de coisas fazem parte do percurso normal da vida e acho que teriam acontecido lá ou cá. Mestrado que virou doutorado, 2 empregos diferentes, 2 filhos, X kilos a mais (e o valor de X não será revelado nesta equação, nem com regra de 3).


Outras tantas eu jamais teria passado houvera eu decidido ficar bem quietinha onde estava e hoje quando penso que fiz tudo isso só a lembrança me cansa e me pergunto, sem ter resposta, se faria isso tudo de novo. Entram aqui tradução de aproximadamente 1000 páginas das ementas de todas as minhas disciplinas da faculdade para validação na minha ordem profissional, mais outras muitas e muitas páginas de projetos e inscrições em bolsas de estudo, curso de francês normal, curso de francês para profissionais da saúde, curso de inglês como segunda língua, curso de inglês acadêmico, provas de francês para ordem profissional, provas de inglês e GRE (o pior teste de todos os testes que eu já fiz na vida). Entram nessa categoria também coisas como ter que descobrir onde fazer barra de calça (e por fazer barra de calça não deve se considerar a técnica de grampear ou colocar clips, que usei por muito tempo até achar alguém que fizesse com linha por menos de $20), onde achar material de artesanato, como se chamam determinadas comidas em francês (e que dicionário nenhum te conta), que banana se compra verde mesmo, que manga nunca vai ter gosto, mesmo que custe $3, que goiaba, Yakult, mandioca e côco ralado só se acha no mercado chinês enquanto queijo branco é no mercado árabe e creme de leite só no Wal Mart, que aqueles brinquedinhos legais se acha na rua tal, que a fulana conhece ciclano que é primo do beltrano que tem um tio que afia alicate de unha, que a aula de musicalização boa é em tal lugar (e pra isso você teve que testar os outros 5 lugares porque aqui, diferente de lá, você não nasceu sabendo quais são os bons lugares). Enfim, é uma trabalheira sem fim você ter que aprender como, onde e por que faz um monte de coisas que você nunca pensou que tivesse que pensar como se faz.


Outras mudanças são do plano cotidiano e que depois de 4 anos, de repente viraram naturais. A primeira, inspiração para este blog, é tirar o sapato. Realmente eu acho bem estranho, quase nojento hoje em dia quando vou ao Brasil e vejo o povo entrando em casa de sapato. Também já acho normal ter cômodos sem lustre de teto e que todas as tomadas de cima se apagam no interruptor do cômodo. Lavar banheiro? Pffft, é coisa do passado e não é mais estranho não ver um ralo por aí. Hoje se for encomendar pães para uma festinha nem vou pensar em pão francês, mas "bagel" e muffins são opções instantâneas. Café da manhã não tem pão com manteiga mas sim pão com peanut butter e geléia, coisa aliás que foi vítima de um grande "eca" da primeira vez que vi. Hoje eu sei perfeitamente que existe tal coisa como "casaco de primavera" e que oh céus, eles são muito diferentes dos casacos de inverno. Aliás, hoje eu sinceramente acho que 15 graus é MUITO calor, tipo, 15 graus? Tô saindo de Havaiana e regata. Ok, não é pra tanto, mas hoje estava 15 e eu saí de Melissa e blusinha de manga curta. Normal também é olhar a temperatura todo dia antes de sair de casa. Duvido que alguém aí no Brasil saiba assim na ponta da língua quantos graus fez hoje. Pois aqui o site da meteorologia está marcado como favorito e 10 entre 10 pessoas vão saber te dizer a previsão dos próximos dias. Inclusive, se você não sabe, você é uma pessoa muito desinformada (como eu, as vezes). Entrar em banco sem ter que encarar segurança armado e sem ter que deixar o celular, a chave, as moedas, a calcinha e o sutiã na gavetinha da porta também é normal.


E enquanto muitas coisas que no começo causavam estranhamento ou faziam muita falta, hoje já são normais, outras continuam sendo estranhas e fazendo falta. Empregada, por exemplo, vou morrer querendo uma e sem ter coragem de pagar. Pensando bem, essa é uma mudança, no Brasil eu não tinha a menor dó de pagar, mas aqui rola esse sentimento de que "empregada é coisa pra gente muito, muito abastada, madame fru fru e tal" - ou seja, não é pra mim. A rudeza da maioria dos vendedores (acho que ninguém aqui ganha por comissão) e muitos garços (que ganham gorjeta mas são grossos assim mesmo), todo comércio fechado as 17h, exceto na quinta-feira (que fecha as 19h ou 21h - não me pergunte o porquê) afinal eu sou paulista e sábado a noite é dia de ir em shopping e esta não é uma opção aqui. Sinto muita falta de muitas comidas, de padaria, de não ter que ir a 4 lugares diferentes para achar todos os ingredientes para fazer a receita tal.


Dizem que quando a gente sai do nosso país tudo muda e nada mais volta pro lugar. Tudo verdade. Toda vez que chego no Brasil eu acho mesmo que está tudo fora do lugar. São Paulo já não tem mais outdoors (nada a favor deles, mas é estranho), os amigos tem outros amigos que não são meus amigos, as fofocas já não me empolgam (tanto) porque não conheço metade dos nomes envolvidos, a amiga conta do último assalto, a janela do carro tem que ficar fechada, o Tietê continua sujo mas apesar das florzinhas, tudo parece mais feio. Depois de matar a saudade dos amigos, que geralmente tem que trabalhar e tocar a vida enquanto eu estou lá de férias, depois de arrastar os amigos para comer todas as 324 coisas do meu roteiro gastronômico (gorda, eu?) já estou pronta pra voltar. Embora eu continue adorando Sampa e principalmente meu irmão e meus amigos que estão lá, não lhe pertenço mais, nem ela me pertence. Por outro lado, quando volto pra cá eu quero ir embora. O frio dói, as sobremesas não tem leite condensado, meu filho fala "eu te lovo mamãe", ninguém sabe o que é "quebrar um galho" (a assistente de pesquisa do laboratório sempre se diverte com as minhas traduções "to break a sitck") ou "fazer uma vaquinha" (let's make a little cow).

4 anos, me perguntaram um dia desses qual era o balanço. Acho que é positivo, a bolsa de pesquisa que eu teria no Brasil, por exemplo, não seria nada comparada a que eu tenho aqui, eu não conheceria pessoalmente todas as pessoas importantes na minha área profissional, Poliglack não falaria Inglês e nem entenderia Francês, eu não saberia esquiar (bom, saber é relativo, mas tentar pelo menos) e nem saberia que não é qualquer neve que serve para fazer um boneco de neve. Mandei semana passada meus documentos para pedir a cidadania canadense mas toda vez que alguém me pergunta: você vai voltar pro Brasil? - Eu não tenho uma resposta. Se lá não é mais casa, tão pouco é aqui. Cidadã do mundo = cidadã de lugar nenhum?
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Ligue djá!

Cansada de todas as roupas cor-de-rosa da sua filha?
Acha que todas elas merecem um novo tom?
Quer romper com os estereótipos e ir contra a ditadura do " rosa pra menina e azul pra menino"?
A solução para os seus problemas nunca esteve tão perto de suas mãos!
Com a super técnica Keiko Thomas de tingimento rápido de roupas você tem finalmente a oportunidade de transformar TODAS as roupas rosas, brancas ou amarelas em tons variados de azul!
Mas calma! Não ligue ainda! Se você for um dos 10 primeiros clientes a ligar você ganha também o kit de transformação de fraldas de tecido. Com o nosso kit, não só todas as roupinhas ficarão do exclusivo tom de azul-burro-quando-foge, mas também as fraldinhas de pano!
Nosso segredo? Coloque uma única blusinha azul marinho junto com as roupas que você esteve acumulando por dias para lavar tudo de uma vez e voi-là! Em um simples passo, que não requer prática e muito menos habilidades domésticas você consegue estragar todas as roupinhas da sua filha!
Mas não se desespere, foram só as de 0-3 meses, e ela já tem 2! Com sorte, daqui mais um mês ela volta a usar roupas cor-de-rosa!

...viu só Lucy, eu falei para não pedir conselhos domésticos pra mim!

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Mural:

Tatá - Macarons são uns docinhos franceses tipo merengue com uma casquinha durinha, a base de farinha de amêndoa e açúcar, assim diz a Wikipédia.

Camila - Bienvenue au Quebec!!! Avise quando chegar!
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Imagens do dia

Foi semana passada, mas meu computador, que anda ruim da cabeça e doente do pé, não estava reconhecendo as fotos do celular.

Tive que ir ao dentista, isso nunca é feliz. Mas deixei PequeNina com Papito e uns saquinhos de leite e já que estava na rua fui buscar Estudiack na escolinha. Na volta, fugindo do trânsito, acabei passando sem querer na frente de uma loja que Bibi tinha dito que era boa. O nome é sugestivo e não engana: "Point G". Mas não, não saí de lá com calcinha comestível e nem com o último modelo de...bom, dessas coisas que se encontraria numa loja com este nome. Ao invés disso, saí com uma caixinha destas:





Pra quem mora em Montreal recomendo fortemente, fica na Avenue Mont Royal e minha gente...que prazer! Para ser polida. Estes macarons são simplesmente uma absurdo de deliciosos, do tipo desesperadoramente deliciosos, inclusive aquele ali do cantinho, de Lichia com Framboesa. Os outros foram escolhidos por Colorack, pelas cores que ele gostou e não se enganem pela cor de Bala Juquinho, os trecos são bons, mas bons mesmo (não que bala Juquinha não seja, mas há de se evoluir na vida!).

Eu já estava feliz com os macarons e o dia podia acabar assim, mas chegando em casa, ainda acho isso no sofá:

Só mesmo um moranguinho é mais gostoso do que macaron de Lichia.

Mais tarde no mesmo dia, não satisfeita de ter devorado a caixa inteira de macarons (com ajuda de toda a família, é claro. Obviamente contando que eu, que sou a fonte de alimentação de Macaronina tive que comer a parte que lhe cabia), fui dar uma olhada no que poderia comer da nossa "cesta de delícias", uma cesta que fica em cima do armário, com delícias do Brasil (alpino, opereta, passatempo recheada, etc), coisa de gordo mesmo isso de ter uma cesta cheia de besteira para ser consumida em caso de emergência (e por emergência entenda: tristezas, alegrias, decepções, sucessos, capítulos de Lost, ou qualquer outra desculpa esfarrapada). Enfim, subi na cadeira e fui pegar alguma coisinha e quando vejo, dentro da cesta encontro isso:



Maridinho engraçadinho que só ele, escondeu todas as delícias. Fiquei na dúvida se morria de rir ou mandava matar. Como não quero ficar viúva com duas crianças pra criar, resolvi só tirar uma foto pra postar.


Foi um dia bem fotogênico, que também combinou com esse evento, que desde semana passada vem se repetindo:



Bochechina e seu sorriso banguela (esse foi o primeiro que eu consegui fotografar, assim, envergonhadinho, os próximos foram mais gengivas a mostra, mas aí eu já estava muito abestalhada para registrar).