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Aqui de novo

Oi gente, voltamos!

Entre mortos e feridos, quase todos estamos semi-vivos. Viajar sozinha com dois, sendo um de 4 meses foi uma aventura. O problema de bebês de 4 meses é que eles não param em pé ou sentados sozinhos, sabe como é? Então foi um tal de: "o moço da imigração você pode segurar esse bebezinho?", ou "o seu guarda, você pode segurar esse nenezinho um pouquinho", ou..." o moço desconhecido, você pode ficar de olho nesse bebezinho enquanto eu levo esse outro aqui ao banheiro? (essa só no avião tá gente, onde eu sabia que o moço não ia poder sumir com minha Gordita). Fora esses momentos, com sling, carrinho e função-polvo ativada, tudo deu certo.

Aventuras mil, irmão aprendendo a trocar fralda (com aqulea cara de quem está em contato com elementos altamente tóxicos, peculiar das pessoas, principalmente homens, sem filhos), bebê de 4 meses indo à 25 de Março (aquele lugar assustador onde todos usam máscara..."olha a máscara minha senhora, é moda, é moda, só 1 Real!), amigos que te ajudam a fazer a mala e cuidam dos seus filhos, pais de amigos que cuidam dos seus filhos, parque do Terror, digo, da Mônica com várias crianças, irmão que dá M&M escondido pro sobrinho só pra ser o titio mais legal do mundo e que compra todas as comidas favoritas da irmã só pra ser o irmão mais legal do mundo, reflexões sobre a gringuice que te assola (mais sobre isso no próximo post) e obviamente nenhum tempo pra postar, ou olhar email ou fazer outra coisa que não curtir irmãozinho e amigos, jabuticaba e Amor aos Pedaços...ai, ai...quem dera minha terra tivesse só Palmeiras, ia ser menos difícil voltar.

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Mural:

Meninas da Bahia: Não foi dessa vez que consegui esticar até esse lugar maravilhoso...vou convencer meu povo a mudar todinho pra Salvador, aí eu consigo arranjar mais desculpas pra ir aí comer Acarajé e ver vocês, não nessa ordem ;-)

Tatty: Perdão!!!! A correria foi tanta! Vixe...to sem desculpa pra dar, só essa mesmo! Perdoa nóis please!!!
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Colocando o sapato

Fui ali, volto já, fui comprar maracujá - maracujá doce, na feira...isso sim é vida.

Aqui não se tira o sapato, mas se come bisnaguinha, queijo quente e mamão papaya todo dia de manhã...não que uma coisa tenha alguma coisa a ver com a outra.
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Dentro da caixola

Quer entender cabeça de criança de 3 anos é acompanhar as conversas deles:

Conversack e sua amiga Lara, de 5 anos que passou uns dias por aqui, falando sobre suas origens:
Lara (com seu fofíssimo sotaque carioca):
- Eu nasci no Rio de Janeiro, e você Zack?
Zack:
- Eu nasci no Canadá.
Lara (com cara confusa, como quem sabe que quem nasce aqui não é brasileiro, logo não deve falar Português e tal):
- Nossa...como assim? Então você é daqui?
Zack (mostrando que tem 2 anos a menos e não sabe bem o que significa ser daqui):
- Não sei...

E mudam de assunto.

Horas mais tarde, agora ambos com fantoches em mãos e falando com voz de fantoche:
Fantoche Zack:
- Oi amigo, tudo bem?
Fantoche Lara:
- Tudo, e você?
Fantoche Zack:
- Tudo bem!!!
Fantoche Lara:
- Ei amigo, onde você nasceu?
Fantoche Zack:
- Eu nasci no Canadá, mas pode ser um pouquinho no Brasil e também nos Estados Unidos...

Entendeu tudo o menino (a vovó mora nos EUA, estes são os 3 países que ele mais "frequenta").

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No shopping, onde tinha uma daquelas máquinas infernais de colocar moedinha de $2tendo uma chance em 2 bilhões de ganhar um óculos ridículo que custa $1:

- Mamãe!! Letters! Eu quero jogar o binquedo dos letters! Me dá uma moedinha!(esse jogo fica mostrando umas letras iluminadas, sei lá eu qual é o lance)
- Não filho, não vai dar pra jogar, esse jogo é de adulto, olha, só tem coisa feia, óculos, carteira...
- Por favor!!!! Eu quelo, eu quelo, eu quelo ganhá uma carteila!
- Filho, hoje a gente veio pra comprar as coisas para o seu aniversário de Cars, você não está feliz porque a gente comprou tudo de Cars que você queria para seu aniversário? Agora a gente não vai mais gastar dinheiro. A mamãe não tem mais dinheiro.
- Mas me dá só uma moedinha então...
- Não filho, pra ganhar moedinha tem que trabalhar!
- Mas eu trabalhei no meu contadozinho hoje! (computadorzinho, um desses laptops pra fazer criança ficar quieta no carro ao mesmo tempo que viram Einsten - e ele sabe que quando alguém está no computador, é porque está trabalhando)
- Mas esse trabalho não dá dinheiro filho.
- Mas eu quelo o letters mamãe, só uma vez, tá?
- Não.
E continuo andando
- aaaaaaa (batendo o pé no chão, pequeno chilique - dos grandes ele nunca tentou)
- Ok, então vamos agora na loja devolver tudo o que a gente comprou e aí você joga seu jogo de letras, combinado?
- Não, então vamos pla casa mamãe?

Lições de economia, escolha e comportamento socialmente aceitável, tudo em um diálogo. Repare no sorriso maroto, de quem se achou a pedagoga, no cantinho da boca da mãe.

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Enquanto isso, no mundo dos que ainda não falam...
Descobrina achou o nenê do outro lado do espelho e é só passar por um que ela se acaba de rir mostrando seu gengivão, e o nenê do espelho rí de volta, simpáticos como eles só esses bebês que moram no espelho, e o diálogo de risadas banguelas dura uma eternidade...

E tem coisa mais linda do que gentinha crescendo?
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O que veio primeiro?

No fim-de-semana fomos ao circo. Lembro quando juntando dois rótulos de leite moça a gente ganhava um ingresso pro circo do leite moça, que ficava no estacionamento do Carrefour. Eu achei o máximo. Mas bom, o circo por aqui é um bocadinho mais chique do que o circo do leite moça, foi o Cirque du Soleil.

Tinham me dito que ir a circo com um nenê e um guri de 3 anos não era boa idéia, que o show era meio "over", mas como a gente não dá muito ouvidos pros outros e só faz mesmo o que a gente quer, lá fomos nós. Nenê no sling, menino na mão e um certo receio de que depois de 15 minutos a gente ia ter que sair correndo com dois chorando.

Superando as expectativas, tudo correu pra lá de bem. Surpresack achou tudo o máximo. Não sei se nossos vizinhos de cadeira concordariam, já que ele tinha aproximadamente 10 questões por segundo: "Mamãe, o que o moço tá fazendo?", "Papai!!!!Olha! Por que o grilo fez aquilo?". "Mamãe!! A dona aranha subiu pela parede!". Dorminhoquina também se divertiu horrores. Mamou e dormiu do começo ao fim, com uma pequena pausa para prestar atenção por 5 minutos nos acrobatas.

O show, "OVO" foi um espetáculo de insetos saltitantes e contorcionistas fazendo coisas que só o Cirque du Soleil dá conta de inventar. Entre Kiwis voadores e uma Joaninha identificada por Irmãozack como "Olha mamãe, igual a Mamita Gordita!", ou seja, Gordina (não eu tá pessoal, vamos esclarecer!), um delicioso toque de Brasil dado pela Deborah Colker. A coisa começou em samba, passou por bossa nova e terminou com baião. Delícia para os ouvidos, ufania gratuita, bom, nem tão gratuita assim.

O que eu gosto de espetáculos assim é que a gente sai com vontande de voar, de pular na cama elástica, de fazer acrobacia, de criar coisas. Eu, no entanto, que já fiz literalmente aula de todas as coisas que se se sonhar nessa vida, inclusive de circo, sei que a coisa não é tão fácil assim. Passei um mês pra conseguir fazer uma gracinha minúscula no trapézio, quem dirá fazer o que esse povo faz, é impensável mesmo, ainda mais com minha exímia forma física atual. Circenzack, pra compensar, chegou em casa virando cambalhota, crente que estava fazendo tudo igualzinho. Sua única reclamação foi não ter visto a foca, sua nova paixão animal, mas o OVO veio primeiro.
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Crise, crise!

Hoje recebi as listas das classes da escolinha (vulgo creche) para Setembro. Na lista da classe dos "3s", meu Nenezack e mais 17 crianças!! 17!!! Eu disse Dezessete!!!Totalizando 18 crianças para 3 professoras. Comecei a chorar (não contem pra ninguém que eu estava lendo o email no celular enquanto o sinal estava vermelho no trânsito - pense a cena...). Sério, momento de crise total. Tipo assim...como o meu Preciozack vai ser só um no meio de 18??? Hein, hein?

Daí continuei lendo as listas e lá estava minha Pequenina na lista dos bebês (com mais 7). Aí chorei mesmo. Eu sei, fui eu que a coloquei na lista mas sabe aquela momento de "realmente agora eu abandono tudo e vou só ficar soltando bolhas no parque o dia inteiro!".

Embora eu realmente confie no time de educadores da escolinha e saiba o quanto Zack se diverte e aprende lá, embora eu saiba que há benefícios e tudo, embora eu ache que "ficar em casa" não seja uma opção pra mim,embora eu tenha amigas que não "trabalham fora" e também passam pelo mesmo tipo de crise mas ao contrário, meu coração de mãe nunca vai estar 100% certo de que esta é a melhor decisão. Sem contar que eu realmente não estou pronta para só mais um mês de licença com minha bebezita gordita e bochechuda!E além do mais, Pesadelack acordou gritando ontem a noite dizendo que a dona aranha tinha passado na cama dele e embaixo da perna dele! - Acho que isso foi um sinal...

E vocês, mamães que trabalham "fora" ou "dentro", tem dessas crises também?