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Poliglotismos

Poliglack e Polininoca, como muitos outros poliglotinhas espalhados por aí (confiram os ótimos posts do Iglu de Babel sobre o assunto), sabem sem problemas com quem devem falar em qual língua, apesar de não saberem qual língua chama o que muito bem (Confundack ficou super surpreso outro dia assitindo a peça "The lion king", achando que todo mundo vinha do Brasil, porque falavam Português, "igual a gente", quando na verdade a peça era em Inglês). Mas vez ou outra, especialmente nos primeiros minutos depois da escolinha, rola umas misturinhas finas, que na maioria das vezes, são auto corrigidas.

Hoje pegando Fofurina na escolinha, a professora me falou:
- She had a very good day!
E Traduzinina com a maior cara de "é verdade, minha cara mãe", clarifica:
- Uhum... eu "teve" um ... very... não (pensa um pouquinho)... um muito bom dia, mamãe... não...um dia muito bom! É ! - Diz ela satisfeita com as maravilhas da expressão oral.

Mais tarde, pegando Crescidack na escola (escola dos "GANDES", como diria Pequenina), onde desde semana passada ele está tendo oficialmente uma overdose da terceira língua, Francês. Escutando no carro o CD do "Rio", que é em si uma mistureba de Inglês e Português, eu pergunto:
- Filho, essa música é de que parte do filme mesmo? (Porque ele, diferente da mãe, tem uma memória fotográfica e musical invejável - eu gastei a minha decorando todas as músicas da Xuxa na minha infância... mas isso é outra história)
- Essa música é daquele... o... bird méchant, sabe?
- Ah! O passarinho mau, é mesmo!
- É mamãe, do passarinho mau, isso...

*****
Equanto isso, do lado de fora da cerca do pátio da escola, uma mãe ainda muito angustiada chora todo dia depois de deixar um menininho que dá tchau atéééé perder a mãe chorona de vista. E grita:
- Eu te amo mamãe!!!!
E ela aproveita enquanto ele ainda não tem vergonha de gritar. E curte sabendo que sempre terão um "código secreto", o Português.



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Fases

Ele:
Celebrou recentemente os tão temidos 40 anos. Relembra nostálgico como era bom ter 20 anos e como a vida era fácil. Ainda não comprou um carro esporte já que seu fraco sempre foi mesmo por carro de tiozão. Não trocou a mulher de 40 por duas de 20 até porque a mulher ainda está nos 20 (e ai de quem lembrar que isso acaba logo).
Está completamente absorvido pelo sonho da casa própria (cade o carnê do Baú nessas horas?) e gasta cada segundo extra vendo e decidindo coisas para a tal casa que se fosse por ele, teria escorregador, pssagem secreta e a melhor ideia de todas: Um buraco gigante e secreto que vai do segundo andar até o sub-solo, passando pela sala, onde poderíamos jogar todas as bagunças quando alguma visita estivesse chegando (mas sempre tem um arquiteto ou construtor sem-graça pra acabar com os sonhos dos outros e dizer que não vale a pena gastar nessas coisas, humpf).

Ela:
Anda conversando horas com os irmãos sobre " Como não ser mais gente grande" e a cada dia quando tem um compromisso muito cedo fica pensando se existe alguma coisa que ela possa dizer ou fazer para não ter que ir ao compromisso. Sem successo. Ela odeia compromissos para os quais não há desculpa, principalmente se forem cedo (e todos são!).
Nunca tem tempo pra dormir mais que 5 horas por noite (e quando tem uma horinha extra as 3 da manhã acaba gastando blogando ou assistindo séries enquanto finge corrigir prova).
Alguns dias pensa em largar tudo pra trás e ir mochilar na Europa por dois anos, vivendo com os hippies, ou ciganos, ou qualquer um que não tenha datas limites pra entregar coisas ou crianças para serem bem sucedidas e felizes. Ela queria que elas só fossem felizes.
Entre escola pro filho, armários pra cozinha e o que fazer no Natal ela decidiu que não quer decidir mais nada.
Já desistiu de emagrecer, já virou piada quantas vezes cancelou a drenagem linfática, anda achando que comer é bom e ser magra é ruim, embora o pensamento mude quando está tentando entrar naquela calça skinny, momentos no qual ela decide que amanhã, sem falta, começa o regime, joga fora a caixa de delícias (e que tipo de pessoa que quer emagrecer tem uma caixa de delícias em casa minha gente?), entra na academia e começa a usar todos os cremes que enchem o armário.
Está viciada em comprar "deals" na internet, de muitas coias que não precisa, mas que o preço estava tão bom que se tornaram imprescindíves (e quem pode viver sem uma foto gigante impressa em tela, ou um pacote de Pilates por 40% do preço?)

Ele:
Tem 3 amigos imaginários fixos: O Lusto-Galo, o Lusti e " Amigo de Francês" (algo me diz que esse último mudou pras bandas de cá depois que ele ouviu a mãe repetindo pra mundos e fundos como ele precisava aprender Francês. Quando a mãe etá muito cansada para apostar uma corrida até o elevador, ele logo convoca os amigos para o desafio. E acreditem, ele nem sempre ganha.
Sabe ler e escrever todas as letras e já anda reconhecendo várias sílabas e palavras pequenas. Sabe jogar dama e quase sempre ganha da mãe (sem muita colher de chá), sabe jogar jogo da velha, mas pra esse ainda precisa de umas dicas.
Começou a estudar violino e diz a professora que ele é um gênio (e a mãe jura de pé junto que a professora só diz isso pra ele, obviamente).
Adora livros e depois de lê-los muitas vezes, gosta de reinventar as histórias.
Adora improvisação musical, podemos passar horas tocando arranjos rítimicos e outras composições mais ou menos malucas.
Sabe tudo sobre o iPhone da mãe. Muito mais do que a própria mãe é claro.
Lembra fatos, pessoas e lugares com uma memória assustadoramente precisa. A mãe respira aliviada pois se dependesse da sua (memória), ninguém teria passado.

Ela:
Chega em casa, senta no chão e depois de algumas tentativas sem sucesso vem correndo pedir: mamãe, tilá, papá (sapato)!!!
Sapato tirado, vai correndo para o cadeirão e tentando escalar fala: Mamãe, xubiii, nham, nham, qué!
Coloca a boneca no carrinho e vai dar uma volta com ela: "Passá nenê?" - pergunta, e logo em seguida responde: " Passá, bá bom" - e vai passear com a nenê no carrinho. Daqui a pouco, tira a nenê do carrinho, senta na sua poltroninha e fala: "Mamá nenê?" - e também responde: " Mamá", colocando a nenê no peito e depois no "Ôto mamá" (e viva a amamentação prolongada!).
Tudo que o irmão quer ela quer também, e briga , arranca da mão dele e sai correndo.
Se acaba de rir quando escuta as músicas preferidas (em especial a "Onça Pintada, quem foi que te pintou?" e " Mamãe, qual é, larga do meu pé" , do Carnaval do Palavra Cantada), e cantarola todas elas com melodia claramente reconhecível e até umas palavras.
Come um pote inteiro de salada de fruta (ou de qualquer outra coisa, francamente) e pede "maix um mamãe, papô", e muitos "maix um" se for sopa de feijão, mas se conforma repetindo " baboooo", se alguém explica que acabou.
Adora escovar os dentes, mas quer escovar sozinha. Aliás ela quer fazer tudo sozinha.
Passa de muito nervosa a muito feliz em segundos, basta mostrar um passaLinho, estrelinha ou gatinho. Ou oferecer um mamá, ou ainda mais divertido, o "ôto (outro) mamá".
Acorda sempre de bom humor e abre um sorrisão capaz de curar qualquer mau-humor matinal, quando alguém vai buscá-la no berço.
Explica direitinho para qualquer um que ligue no skype que ela está muito "Totosa".
Olha pro céu noturno (as 5 da "tarde") e vê o ex-presidente: "A lula mamãe..."

Se fosse pra escolher, honestamente eu ficava com a última fase, mas fazer o que...

"Ser assim é uma delícia, desse jeito como eu sou. De outro jeito dá preguiça, sou assim pronto e acabou"
(Pé de Nabo - Sandra Peres e Luiz Tati)

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Como num passe de mágica...

Então você ouve dizer de lendas de bebês que dormem a noite inteira desde os 2 meses de idade, e vão pra cama cantando, saltitando e falando: " boa noite mamãe, dorme bem, a gente se vê amanhã as 10!".

E daí que seu filho de 4 anos ainda te convence todo dia que " Mamãe, vou dormir com você só mais hoje porque hoje é um dia de muitos abLaços, né?" - sabendo que o tema do dia muda a cada dia, todo dia, há 4 anos, há despeito de todos os bons livros sobre todas as técnicas de sono já inventadas.

E daí que sua filha de 19 meses que até que estava dormindo com pouco protesto aos 6 meses, descamba geral depois de várias viagens e poucas rotinas, e passa a não só fazer protestos verbais como também fisiológicos. Leia: gritar, berrar e chorar até vomitar e fazer cocô (sim, eu disse cocô porque...o que mais se pode dizer??), e isso em tempo record (porque o pai não aguenta mais do que 5 minutos de choro, e quem aguenta?).

Mas aí, um dia, inspirada pela fada do sono (ou pela total necessidade de dormir), você se confronta com um dilema intelectual e arrisca. Você percebe que de manhã, perguntou pra menina (aquela de 19 meses e que descambou a falar mais do que a velha da cobra de umas semanas pra cá): " Filha, tá comendo uva?" - Ao que ela responde: " Não, melão... papai" - e aponta em direção à sala, aonde está o pai, que certamente lhe deu a uva (embora ela acredite que seja um melão...ninguém precisa contar). Você então, engajada no diálogo pergunta: " Ah, foi o papai que te deu?" - sem esperar nenhuma resposta, mas ela não perde tempo: " Fooooi!!" - fazendo que sim com a cabeça. MEDO! A bichinha foi pra cama ontem falando só "mamãe e papai" e acordou respondendo perguntas... estranho. Mas é aí que a lâmpada acende e tlin! Você pensa...se ela entede isso, talvez, e somente talvez, entenda que a mamãe tem sono e precisa dormir (ou terminar de corrigir provas, ou um artigo, ou lavar a roupa, ou fazer a unha, ou escrever no blog, poxa vida...).

E daí, a mágica acontece: A noite, após mamar, escovar os dentes, historinha, musiquinha, você a coloca no berço. Ela chora, mas você faz um cafuné e explica no maior estilo papo-cabeça:
- Ninoca, mamãe agora vai dormir, e você também tem que dormir, tá bom?
E entre soluços um pouco incoformados, mas conscientes, você escuta:
- Bá bom.
Meio descrente, você fala...
- Então tá, tchau.
- Tchau.

A porta fecha, não se escuta mais nada... fiquei surda? Não, deu certo!!! Gente, deu certo!!!
A cena se repetiu com precisão milimétrica por umas 10 vezes durante a noite (acorda chamando: mamãaaaae!" - eu entro no quarto e repito o conversê e tudo dá certo, até uma hora depois...), mas depois da primeira noite, e consecutivamente pelas últimas 5 noites, isso tem dado certo todo dia, sem acordadas noturnas!

Então aquela mãe do primeiro parágrafo está pensando: " Bá, grande coisa!" . Mas pra mim, meus amigos, esta foi a conquista do ano.

Então, para as companheiras insones eu digo: Bebês de 19 meses entendem. No desespero, apele para a razão! Para aquelas com bebês mais novos, não se desperem, a idade, e o juízo, um dia chegam! Junto com noites melhores dormidas!




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Conselhos de mãe

- Está ruim da alergia filha? De novo? É porque você não está dormindo direito...
- É mãe, normal, ontem fui dormir as 3 fazendo coisas do doutorado...
- Ai filha, quando você vai acabar esse negócio?
- Ah, sei lá mãe... quando terminar... demora ainda...
- Ah não minha filha, você tem que parar com essa coisa de ficar estudando, chega disso, credo! Esse negócio de ficar estudando demais não leva a nada não!

Lembrando que a mãe em questão é professora aposentada, mas não espalha.

A mensagem importante que me ocorre hoje a 1:23 da manhã enquanto tento terminar um outro artigo é que "mãe sempre tem razão". Pena que a gente só escuta essas verdades quando já é tarde demais e calculando, eu estou estudando há 23 anos!! VINTE E TRES!!! - É o que me rende o título de "professional student", dado carinhosamente pelo meu irmão.

E deixa eu ir lá fazer um pouco mais de trabalho que não leva a nada...
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Dentro da caixola

Quer entender cabeça de criança de 3 anos é acompanhar as conversas deles:

Conversack e sua amiga Lara, de 5 anos que passou uns dias por aqui, falando sobre suas origens:
Lara (com seu fofíssimo sotaque carioca):
- Eu nasci no Rio de Janeiro, e você Zack?
Zack:
- Eu nasci no Canadá.
Lara (com cara confusa, como quem sabe que quem nasce aqui não é brasileiro, logo não deve falar Português e tal):
- Nossa...como assim? Então você é daqui?
Zack (mostrando que tem 2 anos a menos e não sabe bem o que significa ser daqui):
- Não sei...

E mudam de assunto.

Horas mais tarde, agora ambos com fantoches em mãos e falando com voz de fantoche:
Fantoche Zack:
- Oi amigo, tudo bem?
Fantoche Lara:
- Tudo, e você?
Fantoche Zack:
- Tudo bem!!!
Fantoche Lara:
- Ei amigo, onde você nasceu?
Fantoche Zack:
- Eu nasci no Canadá, mas pode ser um pouquinho no Brasil e também nos Estados Unidos...

Entendeu tudo o menino (a vovó mora nos EUA, estes são os 3 países que ele mais "frequenta").

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No shopping, onde tinha uma daquelas máquinas infernais de colocar moedinha de $2tendo uma chance em 2 bilhões de ganhar um óculos ridículo que custa $1:

- Mamãe!! Letters! Eu quero jogar o binquedo dos letters! Me dá uma moedinha!(esse jogo fica mostrando umas letras iluminadas, sei lá eu qual é o lance)
- Não filho, não vai dar pra jogar, esse jogo é de adulto, olha, só tem coisa feia, óculos, carteira...
- Por favor!!!! Eu quelo, eu quelo, eu quelo ganhá uma carteila!
- Filho, hoje a gente veio pra comprar as coisas para o seu aniversário de Cars, você não está feliz porque a gente comprou tudo de Cars que você queria para seu aniversário? Agora a gente não vai mais gastar dinheiro. A mamãe não tem mais dinheiro.
- Mas me dá só uma moedinha então...
- Não filho, pra ganhar moedinha tem que trabalhar!
- Mas eu trabalhei no meu contadozinho hoje! (computadorzinho, um desses laptops pra fazer criança ficar quieta no carro ao mesmo tempo que viram Einsten - e ele sabe que quando alguém está no computador, é porque está trabalhando)
- Mas esse trabalho não dá dinheiro filho.
- Mas eu quelo o letters mamãe, só uma vez, tá?
- Não.
E continuo andando
- aaaaaaa (batendo o pé no chão, pequeno chilique - dos grandes ele nunca tentou)
- Ok, então vamos agora na loja devolver tudo o que a gente comprou e aí você joga seu jogo de letras, combinado?
- Não, então vamos pla casa mamãe?

Lições de economia, escolha e comportamento socialmente aceitável, tudo em um diálogo. Repare no sorriso maroto, de quem se achou a pedagoga, no cantinho da boca da mãe.

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Enquanto isso, no mundo dos que ainda não falam...
Descobrina achou o nenê do outro lado do espelho e é só passar por um que ela se acaba de rir mostrando seu gengivão, e o nenê do espelho rí de volta, simpáticos como eles só esses bebês que moram no espelho, e o diálogo de risadas banguelas dura uma eternidade...

E tem coisa mais linda do que gentinha crescendo?
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Crise, crise!

Hoje recebi as listas das classes da escolinha (vulgo creche) para Setembro. Na lista da classe dos "3s", meu Nenezack e mais 17 crianças!! 17!!! Eu disse Dezessete!!!Totalizando 18 crianças para 3 professoras. Comecei a chorar (não contem pra ninguém que eu estava lendo o email no celular enquanto o sinal estava vermelho no trânsito - pense a cena...). Sério, momento de crise total. Tipo assim...como o meu Preciozack vai ser só um no meio de 18??? Hein, hein?

Daí continuei lendo as listas e lá estava minha Pequenina na lista dos bebês (com mais 7). Aí chorei mesmo. Eu sei, fui eu que a coloquei na lista mas sabe aquela momento de "realmente agora eu abandono tudo e vou só ficar soltando bolhas no parque o dia inteiro!".

Embora eu realmente confie no time de educadores da escolinha e saiba o quanto Zack se diverte e aprende lá, embora eu saiba que há benefícios e tudo, embora eu ache que "ficar em casa" não seja uma opção pra mim,embora eu tenha amigas que não "trabalham fora" e também passam pelo mesmo tipo de crise mas ao contrário, meu coração de mãe nunca vai estar 100% certo de que esta é a melhor decisão. Sem contar que eu realmente não estou pronta para só mais um mês de licença com minha bebezita gordita e bochechuda!E além do mais, Pesadelack acordou gritando ontem a noite dizendo que a dona aranha tinha passado na cama dele e embaixo da perna dele! - Acho que isso foi um sinal...

E vocês, mamães que trabalham "fora" ou "dentro", tem dessas crises também?
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3 anos - Meu meninão.

Começo a escrever este post com um aperto enorme no coração. Aonde está meu nenezinho? Virou um meninão. Era só outro dia e meu nenezinho alcançava com muito esforço o botão "SS" no elevador (o mais baixo, da garagem, ou do "Tio Silvio", de acordo com ele), agora sem esforço nenhum, meu meninão alcança o número 4, onde moramos, e esticando o pé já alcança o 5, não dá pra entender. Não digo que é grande, nem gorducho, aliás, meu meninão insiste em ficar no menor percentil de tamanho e peso, mas não deixa nenhuma dúvida que virou um meninão, meu meninão magricelo.

Meu meninão mudou a galopes no último ano. Na área "acadêmica" já conhece todas as letras e vive "lendo" por aí, além de escrever algumas como o "T", ""J" e "O". Também conhece os números e sabe contar de verdade querendo tirar foto "de vocês três aí", contando as colheradas de comida que faltam para poder ir brincar e lógico, contando quantos anos ele já "ganhou"- 3, não há dúvidas. A irmãzinha, no entanto, não ganhou nenhum número, mas ganhou uma letra, a letra "N", constatou meu meninão ontem quando eu disse que a irmãzinha não tinha nem um ano. Letras e números são parentes, afinal. Meu meninão sabe o que é maior ou menor (sabe que sua irmãzinha é maior do que a nenê que fomos visitar no hospital, mas que é menor do que ele, BEM menor, aliás, é pequenininha assim - mostrando com os dedinhos algo do tamanho de uma moeda). Meu meninão conhece todas as cores, descartando o diagnóstico de daltonismo dado pela mãe alucinada. Não só conhece as cores como agora virou controlador de trânsito e ai de quem atravesse a rua ou ande de carro com o semáforo vermelho. Meu meninão tem futuro. Se não for escritor ou matemático vai poder trabalhar na CET.

Meu meninão faz caras e bocas realmente únicas. Joga charme pra todo lado, é realmente conhecido como o "Casa Nova" da escolinha. Como o seu papito, meu meninão não consegue tirar foto com uma cara padrão. Tem que fazer careta e cada vez uma diferente. Aprendeu a piscar com um olho só e fica piscando e mexendo a sombrancelha pra cima quando quer dar efeito a uma frase. E se tem uma coisa que meu meninão tem são frases de efeito para acompanhar suas sombrancelhas falantes. Se não trabalhar na CET, meu meninão vai ser ator, certeza.

Aliás, meu meninão sabe usar frases. Como fala essa coisinha! Desenvolve idéias próprias, raciocínios complexos do tipo: "Mamãe, vamos fazer um game...não, um jogo! Você é a Robin (a professora da escolinha) e eu sou a Neela, porque a Neela ficou quietinha e ganhou sticker. Olha, eu tô quietinho, pergunta se eu quelo um sticker...". Meu meninão pega seu telefone e liga pro povo no Brasil, para os amigos, combina encontros, bate um papo danado. Meu meninão tem um Português pra lá de bom, mas as vezes dá umas misturadas do tipo: "Ah mamãe, olha o "feetinho" da irmãzinha como é bonitinho!", ou " eu tô jumpando muito alto, olha!", ou ainda as minhas confusões favoritas de pronomes: "Essa é a papai cadeira (daddy's chair)". Meu meninão tem amiguinhos francófonos na escolinha e outro dia, enquanto espiava meu meninão brincando por lá peguei um diálogo impagável: "Enzo, this is my bouteille, c'est a moi, ok? - E olhando pra mim: A garrafa é minha mamãe!". Se não trabalhar na CET nem for ator, meu meninão vai dar um ótimo tradutor.

E mais do que tudo, meu meninão é um compositor. Inventa letras e melodias o tempo todo. Vivo fazendo vídeos das novas músicas que incluem situações vividas, frases aprendidas, pedaços de histórias e por aí vai. Meu meninão reconhece sozinho vozes diferentes em uma música de quarteto. Outro dia inventou um jogo onde cada um de nós tinha que cantar uma voz de uma música do quarteto do Papito: "Papai canta o agudo, mamãe o outro médio e eu sou o Steve (o baixo), vou cantar bem grave...aaaa, mas e quem vai ser o Folou? (o barítono), ah ja sei, a irmãzinha! - Aaaa, a irmazinha não fala...". Meu meninão também é regente e fica organizando a entrada dos instrumentos nas muitas músicas que ouvimos no carro. Meu meninão tem carreira musical, caso desista da tradução.

Meu meninão é muito empático. Fica preocupado dizendo com desespero: "o que foi mamãe, o que foi?" quando eu falo brava ou triste, usa muitos recursos quando a irmãzinha está chorando como buscar a chupetinha (e sair cantando e dançando todo feliz quando ela pega a chupetinha: "I did it! I did it"!), mostra brinquedos, canta, dança na frente dela e pede com amor: "Irmãzinha, para de chorar por favor!". Ele também deixa bem claro quando está triste:"Eu estou muito triste com você mamãe!"- isso geralmente acontece quando tem que guardar os brinquedos ou escovar os dentes. Mas ele é tão bonzinho. Ajuda os amiguinhos e quase sempre divide o que tem, conta com apreensão sobre um amiguinho que caiu ou machucou na escolinha, ou quando o Enzo empurrou alguém, de novo. Além disso, meu meninão tem um raciocínio único e não se deixa enganar. Ontem mesmo, enquanto ele jantava e eu comia bolo e amamentava a irmãzinha ele falou: "Mamãe, sua comidinha é bolo? Mas a irmãzinha não gosta de bolo com chocolate, não é bom pa saúde!". Ele também conhece os parentescos de todas as pessoas, pergunta quem é casado com quem e depois da fase do "por que?" agora está na fase do "como?" e quer descobrir o como de tudo. Com tanto jogo de cintura e curiosidade, meu meninão se não quiser ser músico vai poder ser diplomata ou cientista, pode escolher.

Meu meninão está dando seus primeiros passos rumo à independência. Já tira a roupa sozinho, não usa mais fraldas, sabe guardar seus sapatos e roupas no lugar, separa as roupas sujas pra mim e põe na máquina de lavar. Meu meninão é um super ajudante, não pode me ver na cozinha que já vem arrastando sua "cadeira de ajudante" e dizendo: "mamãe, deixa eu te ajudar por favor!!!", com cara de gato do Shrek. Me ajuda a fazer bolo, já conhece as medidas e sabe até separar a clara da gema. Meu meninão vai dar um "chef" de mão cheia!

Meu meninão apesar de tão grande, é tão medroso. Tem medo de pular alto, tem medo de andar de bicicleta, tem medo de gente de máscara, tem medo de mergulhar na piscina, de dormir sozinho e de barulhos fortes. Por isso mesmo entramos na aula de ginástica e para a minha surpresa, meu meninão aprendeu a virar cambalhota super rápido, apesar de ainda fugir das barras e não gostar de ficar embaixo do "paraquedas" com os outros amigos. O que mais me deixa feliz no entanto é que quando está com medo, meu meninão corre pra mim. Ele não tem dúvida de que mesmo sendo muito grande e muito forte (como ele contou para todos que estava ficando, agora que ia ganhar 3 anos) o braço da mamãe sempre vai estar aqui pra ele, pra dar a mão, pra dar beijinho, pra segurar e não deixar cair, pra dormir junto enquanto ele coloca a mãozinha no meu rosto e eu faço "coquinha" nas suas costas, embora prefira o papai pra dormir. Meu meninão pode até ser astronauta (agora que sabe virar cambalhota, todo mundo sabe que isso é requisito essencial) mas sabe que em nenhum planeta vai achar um lugar tão seguro quanto meu colo. Meu meninão vai querer ficar comigo pra sempre, grudadinho como veio ao mundo, como se deve ser!!! E ai de quem diga o contrário.

Sabe meninão, mamãe tem tanta saudade de quando você era só um bebezinho, molezinho e sorridente como sua irmãzinha. É claro que é um deleite sem fim ver você crescer, descobrir o mundo. Mas enquanto vejo isso acontecendo e vou projetando em você tantos sonhos bobos, tantos planos que você vai mudar com sua própria história, meu coração aperta, meus olhos enchem de lágrima de alegria e tristeza. Queria congelar você, queria ter uma câmera embutida que registrasse todo e cada momento para que eles não se apagassem nunca, para que eu não esquecesse dessa sua vozinha gostosa, das suas risadas soltas, da sua mãozinha macia no meu rosto ou na minha mão quando atravessamos a rua (e só nessa hora). Queria guardar nas bolhas de sabão que você tanto adora soltar cada momento tão precioso, tão gostoso que passamos juntos, eternizar essas horas que não voltam mais. É claro que eu quero que você cresça e vire um moção muito independente e realizado com o que você quiser ser, que goste de escovar os dentes (e isso acontece?) e não avise que quer fazer cocô 2 segundos antes de fazer. Mas se eu pudesse escolher mesmo, guardava você assim, não acho que possa ficar mais gostoso do que isso. Não estou nem um pouco ansiosa pelos dias que você não vai mais querer dormir com a mãozinha no meu rosto, que não vai acordar de manhã pedindo sua "dedeira", que não vai pedir para eu brincar com você só mais um pouquinho ou para eu sentar no cantinho e ler um livro pra você, que não vai mais querer correr atrás dos patinhos e esquilos no parque, que não vai mais sair catando todas as pedras e pauzinhos que encontra pela frente, que não vai mais me encher de beijinhos, que não vai mais querer tocar todos os instrumentos do mundo e cantar músicas que nem malucos no carro comigo, ou que não vai mais me chamar enquanto eu digito: "Mamãe, eu e irmãzinha queremos que depois que você termina o trabalho você vem aqui brincar com nós, tá bom?".

Mas bom, meu meninão, a vida é assim mesmo, há de se crescer e olha você ai, não mais um "toddler", mas agora um "preschooler" como dizem por aqui. Um verdadeiro meninão tão bacana, lindo, esperto, uma alegria por onde passa. Mamãe fica num gosto só, se sentindo tão abençoada de ter 3 anos de você - o meninão mais especial do mundo, o meu meninão.
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Eventos e comemorações

Fim-de-semana passado fomos à Mont- Tremblant. Nossa primeira viagem à quatro. Dizem por aí que com um filho nós somos um casal com um filho, mas com dois, viramos oficialmente uma família. Bom, família feliz viaja feliz e ganha picada de mosquito feliz. Mosquiteiko, mestre de todas as picadas, como sempre foi premiada. Sem exagero, voltei com pelo menos 10 picadas. E pensar que vim do Brasil, onde todo mundo sabe, calor tropical, floresta e macacos por todos os lados, para ser alvejada por mosquitos canadenses, era só o que me faltava. Sendo assim, apesar de toda chuchuzeza (do adjetivo chuchu) da cidade, voltamos um dia mais cedo do que o planejado já que Sanguedocina ainda não pode usar repelente e levou uma picada, com direito a coágulo de sangue (sério gente, medonho! Baita mosquito assasino sangue-suga chupando o sangue da minha pequetita!) bem no meio do côco! Judieira, como diria a Cacá que trabalhava lá em casa. Apesar dos pesares, desci a montanha de carrinho de rolemã (é assim que escreve isso?) com Medrozack que a cada curva falava: "Mamãe, vamos mais devagarzinho? Se não eu fico tonto!", andamos de bondinho, de teleférico, comemos até passar mal, nadamos no mini-clube aquático, onde Veronina estreiou o biquini novo e voltamos felizes e cansados.

Conclusões importantes:

1.Sling é a melhor invenção que já fizeram. Logo depois do brigadeiro, é claro. Quem tem bebê e não tem sling compre um agora e você verá como sua vida vai mudar! Amamentar andando, ter duas mãos pra carregar menino pra cima e pra baixo, ir ao banheiro com bebê - Can we do it? Yes we can! E se for comprar, favor comprar dessa moça aqui, que é minha amiga e faz os slings mais lindos mesmo (Olha a publicidade gratuita Tati!! :-)

2.Ser família de 4 (olha a maldade!) dá uma canseira danada! Próxima viagem agendada pra semana que vem, não sem pesar. Ando achando que o melhor programa com bebê de 3 meses + menino de 3 anos é mesmo ficar em casa, com tudo organizado (cof, cof, alguém disse organizado? Por favor, não me visitem de surpresa), fraldas a mão sempre, comida certa na hora certa, todos os brinquedos que você quiser, sua caminha (Caseirack chegou no hotel e ficou falando: "Eu quero dormir na minha casinha mesmo, não gostei dessa casa diferente!")...ah, nada como a casa da gente! Mas fazer o que se o mundo é tão grande, não?

Mundo vasto mundo...nos aguarde, estamos chegando...

E bom, esse foi o evento. Primeira viagem em família. Agora a grande comemoração é 3 anos de Velhack. O tempo voa, falo mais sobre isso amanhã, que é o grande dia de "memesálio", quando ele vai "ganhar 3 anos, porque eu já ganhei 1 ano, 2 anos e agora vou ganhar 3!", de acordo com o próprio. Festa oficial vai ser em Julho pra caber na agenda da família, mas ontem teve festa na escolinha e gente...que emoção, eu fiz um bolo que ficou tão bonito, estou tão orgulhosa da minha pessoa! Ah sim, mais importante, Boleirack escolheu o sabor (chocolate, obviamente, sendo filho de quem é. Apesar de todas minhas tentativas, frustradas, de convencê-lo a fazer um de maçã, ou cenoura, ou banana...qualquer coisa que soasse mais saudável já que aqui o povo olha torto pra bolo de chocolate na escolinha, ainda que em dia de festa) e me ajudou de verdade na confecção toda. Eu sei que por aí na audiência tem um monte de boleira de mão cheia, mas pra mim, essa coisa de 'dona de casa do ano' está sendo assim meio show de calouros, sabe? Cada dia sai um número diferente e quando dá certo é só alegria. Então, estou toda pimpona com minha, digo, nossa produção, reparem:

Tasquei uns morangos e outras frutinhas do bosque pra esconder o chocolate, camuflagem perfeita, não? Passaria perfeitamente por uma porção de fruta no guia canadense de nutrição. Pensei em colocar uns brócolis também, mas achei que aí ia dar na cara...
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Hã?

Então...apesar de não estar levando essa história de licença maternidade 100% ao pé da letra e estar fazendo umas orientações aqui, uns recrutamentos pra pesquisa alí, eu esto me esforçando ao máximo para me manter fora do circuito da vida e dentro do circuito materno, já que, ao contrário da maioria das mães neste país, eu não vou ter 1 ano de licença, mas sim parcos 5 meses, logo, tenho que desfrutá-los ao máximo antes de voltar pra força proletária.

Estar fora do circuito inclui, marcar compromissos num dia e esquecer completamente deles no próximo, esquecer do aniversário da melhor amiga (pela segunda vez) e querer pular da ponte depois, pensar em vários posts enquanto caminha no parque mas não conseguir publicá-los quando chega em casa, distraída entre vômitos, fraldas, filhote com febre, a nova massinha com cheiro de frutas e sorrisos banguelas.

Então é isso...passei pra dar um oi, tenho um monte de coisa pra contar, mas agora realmente a cama me chama (e seu chamado não dura muito, só até Insonina chamar mais forte).
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A Revanche!


Deu nos jornais da cidade:

Não é só o Império que contra-ataca...depois de um dia de "Como é que deixaram um ser assim ser mãe???", a SuperMãe tirou sua capa empoeirada e amassada (porque bem se sabe que passar roupa não faz parte do trabalho de heroínas) do armário secreto e viveu pelo menos um dia de "A mãe que eu quero ser quando crescer".

Após uma noite mal dormida (pffff, isso nem devia fazer parte da história, tão óbvio que é com nenê de 6 semanas em casa), SM acorda feliz e sorridente (ok, nem tão feliz e nem tão sorridente, mas só de acordar já vale, veja bem) faz a difícil escolha entre uma das suas duas calças que servem após o parto e não são de grávida, lava a cara e escova os dentes, toma sua vitamina, digo, sua cápsula mágica, prepara a super vitamina de Dorminhack e vai acordar a fera. A pedidos, ela senta no chão com seu café da manhã e calmamente come com Esfomiack (e na descrição de "calmamente" inclua: você quer ir pra aula de música sim ou não? Então come logo esse pão! Já comeu a castanha? Não fala de boca cheia porque se não você demora mais pra mastigar! Vamos filho, vamos, hip, hip, hooo) dá um carinho, lê a meditação matinal, canta a música do "Bom dia começa com alegria". Enquanto o menino brinca um pouco, SM acorda Dormina (que tinha acabado de dormir, mas filha de super heroína não tem tempo pra ficar dormindo que nem um nenezinho) dá o peito, troca de roupa, bota o macacão todo manchado de "ouro líquido" de molho (mais sobre isso em outro post), bota a menina no sling (plim-plim, pausa para os reclames: os slings da minha amiga Tati, são luxo só!), bota casaco no menino e saem apostando corrida pra ver quem chega primeiro no elevador.

Miraculosamente, eles chegam na hora na aula de musicalização. SM se diverte com Musicack enquanto Dormina ronca no sling (porque todo mundo sabe que hora de dormir é de dia!). Depois da aula, Divertack brinca como um louco no parquinho do "Café de Mães" enquanto a mãe ignora as outras mães que puxam conversa e se concentra em brincar, brincar e brincar com a cria (mais sobre ignorar outras mães que puxam conversa em outro post).

Acabada a diversão, SM coloca os dois no carro e vai pra casa. Faz comida (e por cozinhar, excepcionalmente, estamos falando de juntar ingredientes, refogar, botar tempero, cortar coisas e não tirar a comida do freezer e botar no microondas) com Grudina no sling (porque a cama dela é de faquir e se colocar lá, espeta) e com a ajuda sempre muito organizada e tranquila de Cozinhack no seu banquinho (Eu que coloco! Eu pego o ovo! Eu quebro o ovo! Eu misturo!!!Eu, eu...ô-ôuuuuu, mamãe, o nenê fez bagunça! Caiu tudo, tudo! A mamãe limpa, tá?).

Todos almoçados como uma família contente e feliz, Papito terminou o trabalho e se voluntaria para ficar com Preguicina em casa enquanto SM vai com Passeack ver a exposição de Borboletas em liberdade, que fica no Jardim Botânico há uns dois quarteirões de casa.

Cansadack no carrinho, SM sai correndo pois tinha marcado com a amiga as 14h30 e já eram 14h15. A despeito da sua exímia forma física, SM percorre os longos dois quarteirões enfrentando umas 10 caimbras na bunda nos glúteos, 5 paradas cardíacas e chega na entrada do Botânico bufando como quem completou a São Silvestre, logo depois de ter atravessado o Canal da Mancha a nado. Mestre dos disfarces como só SM sabe ser, ela senta no banco fingindo querer apanhar os recém-chegados raios de sol do Quebec enquanto recupera o fôlego, bem a tempo de esperar a amiga e o amigo de Amigack com cara de quem "só andou dois quarteirões".




Felizes, todos visitam as borboletas, fogem delas desesperadamente, cheiram um monte de flores e passeiam despreocupados até que soa o Mamobile, o superaparelho (eca que essa coisa sem hífen fica feia demais, sô!) capaz de localizar super-heroínas e trazê-las para a Sala de Justiça quando o mundo está em perigo: "Desesperina já mamou dois tubinhos do leite que você deixou e quer mais, volta rápido que o negócio tá feio! - Ah sim, e tem visita chegando em 15 minutos!"- Ao fundo, o som dos berros deixam a mensagem bem verossímel. SM então volta correndo, literalmente para casa cortando caminho pelo parque e parando para Observack visitar os patos que estão de volta para o verão e os esquilos famigerados.



Todos de volta, a visita já em casa, SM coloca um pra tirar sua soneca, coloca a outra pra mamar o superlíquido precioso e depois brinca um pouco com ela enquanto tenta ser simpática com a visita, até que o supermarido dá a brilhante ideia de oferecer "alguma coisinha" pra visita. Sem poder matar o marido na frente da visita (o único jeito ia ser matar a visita junto, pra não deixar testemunha, mas SM tem princípios e não quis estragar a unha). Visita servida, sutilmente empurrada para fora de casa sob o pretexto real de que Esportack tinha que ir pra aula de natação. A visita vai embora, SM decide que, como punição, o pai vai sozinho pra natação com o filhote.

SM come uma coisinha saudável (iogurte natural com frutas, que exemplo! ... Seguidos por 2 Calipsos e 10 avelãs...cobertas de chocolate), olha rapidamente seus emails sem nem sequer abrir uma "tab" de blogs. Ao soar o alarme, SM corre para o berço, pega superbebê e brinca um pouco ao som de Toquinho. Pai e filho voltam da natação, todos jantam, história contada, supermeninograndequedormesozinho (se é pra não ter hífen então toma essa, sua nova gramática de uma figa!) é tomado por Morfeu e SM agora sim pode estudar com cautela seus superplanos para o próximo dia, não sem antes assistir LOST (uma super-heroína deve conhecer os segredos do mundo) com Gostosina em cima dela. Aproveitando o aconchego e com muita dor na perna para se mover sem ajuda, SM resolve também assistir Sex and the City, Tom and Kate plus 8 e outras coisas de cunho altamente científico e essenciais para o futuro da humanidade.

SM vai dormir "se achando A mãe". SM se sente realizada e pensa se é assim que as mães que ficam em casa se sentem todo dia e questiona se esta é a opção mais correta. SM pensa que seria impossível ter dias assim todo dia. SM lê de novo o livro pra ensinar nenê a dormir. SM capota exausta, só para acordar em 1 hora...e começar tudo de novo.
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Disclaimer:

Eu honestamente não acho que um dia bom precisa ser necessariamente um dia cheio de atividades e acho inclusive que aulas e passeios estruturados são muito bons como forma de explorar o mundo, aprender coisas novas, internalizar regras e socializar, mas não são melhores do que uma boa brincadeira livre com bagunça em qualquer grama ou no tapete de casa.

Por outro lado, obrigada pela solidariedade no post anterior, bom saber que existem outras como eu e que no fundo, todo mundo é a melhor mãe do mundo, apesar, ou até por causa, de tantas distrações que existem na vida! E viva as SMs do século XXI que sobrevivem com classe a blogs, twitter, facebook e orkut!

Nenhuma borboleta foi ferida.
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Escolhendo o presente de Natal

Ele pediu pra ver "o livro de brinquedos" que chegou pelo correio, depois de cinco minutos analisando o catálogo no trânsito, mantendo a pose, esticou a mão apontando categórico com o dedinho:"Eu quelo esse mamãe".
Ah, tá, ainda bem que pelo menos ele deu a dica.
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Plurais

Foi em Julho, no Brasil. O menino olhou pro céu e viu um avião. Comenta com o amigo da mãe:

- Olha um avião!

Aí apareceu outro:

- Olha, dois aviões!

Assim, no plural, certinho. Daí pra frente, tudo tem plural perfeito. Caminhão-caminhões, "Olha as quiançaS bincando", "eu quelo dois bicoitoS", "me dá duas guadanapaS pá limpá a mãozinha pofavô" (me dá dois guardanapos pra limpar a mãozinha por favor - porque plural tudo bem, agora gênero também é querer demais). Mas os meus favoritos são:

- Um, dois, três, quatroS, cincoS, seis, seteS, oitoS...

Porque todo mundo sabe que as coisas devem fazer sentido na vida e se "três e seis" são plurais, os outros também hão de ser. Pasquale que nos aguarde, Portuguezack vai re-escrever essa língua.

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Enquanto isso, na sala de justiça, ou melhor, no banheiro...
A grávida destraída que todo santo dia esquece de tomar a vitamina pré-natal, acorda no meio da madrugada com visões de desnutrição fetal e vai correndo tomar a vitamina, junto com o remédio para enjoo. Só pra vomitar tudo depois. E vir contar para os leitores solidários em seguida. Aliás, muito obrigada pelas palavras de apoio, pior do que vomitar o tempo todo, só mesmo vomitar e não ter como compartilhar esse sentimento com a coletividade :-)

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Alguém sabe me dizer porque raios eu tenho dois títulos aparecendo no meu layout???
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Por que?

Ainda seria tempo de perguntar: por que tantas pessoas não sentem nenhum enjôo durante a gravidez e eu tenho que sentir tanto, a ponto de ter vomitado em cima de mim enquanto dirigia hoje. Poderia perguntar também por que faz tanto calor nessa cidade em pleno mês de Setembro e subir uma ladeira de dois quarteirões me levou à exaustão absoluta a ponto de achar que ia ter que sentar no meio da rua e esperar a taquicardia passar, não sem antes chamar o 911. Como se vê, eu continuo sendo um grávida em plena (falta) de forma, obrigada.

Mas bom, o porquê da vez não é nenhum destes, mas sim, os infinitos porquês de Questionack. Meus livros sobre desenvolvimento infantil diziam que a fase do porquê era aos 4 anos, e não aos 2. É fato que a maioria das teorias sobre desenvolvimentos estão atrasados em relação as crianças super-estimuladas de hoje em dia (não a minha criança especificamente, mas qualquer criança que é hoje exposta a milhares de informações as quais não eram expostas na época que as teorias, em sua maioria, foram desenvolvidas). Mas agora achei exagero. E eu que achei que ainda tinha a minha frente alguns anos antes de ter que repensar questões essenciais da existência como: "Nenê tem que 'cová' o dente mamãe?...'Po quê'? ou "Tá na hola de domí?... Po quê?" ou ainda questões de cunho científico como: "O 'passalinho' tá láaaa no céu... 'Po quê'?" ou ainda o temático: "Mamãe cupiu? (cuspiu=vomitar)...'Po quê'?". Perceba que as perguntas não são assim, totalmente aleatórias ou impensadas, elas vem sempre após uma longa reflexão sobre o assunto em questão. Há de se achar a essência da vida, afinal de contas. A vantagem desta fase nesta idade é que ele geralmente se contenta com respostas simples e por enquanto até o "porque sim"- que como todos sabem, não é resposta - anda sendo suficiente para obter dele um satisfeito: "Aaaaaa, tá bom!".

Estou me dando satisfeita enquanto ele ainda não me veio com "de onde vêm os bebês", pra esta eu ainda não tenho resposta. Se bem que do jeito que a coisa anda, a questão não deve tardar a vir, vou logo procurar um exemplar de um livro desses que fazem o trabalho sujo e explicam a coisa toda, coloco na biblioteca do menino sem que ele se dê conta e quando eu vir, ele já vai ter achado sozinho todas as respostas para seus porquês. Ao mesmo tempo, duvido que venha mesmo já que ele acha que o bebê pode estar em qualquer barriga. Se alguém pergunta: "Zack, cadê o irmãozinho?". Ele prontamente levanta blusa (a dele) e mostra: "Aqui, na 'belly', dá beijinho". Meu plano é virar pra ele e perguntar: "Por que"?, depois eu conto a resposta.
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Um dentro, outro fora

Coisas de segunda gravidez:

A mãe grávida, que enjoou como ninguém na primeira gravidez e repete a dose na segunda, pára o carro no semáforo, abre a porta e vomita no chão. (Perdoem a riqueza dos detalhes)

No banco de trás, o primogênito, Pedregulhack, o maior amante das pedras, que nunca anda sem uma pedrinha em cada mão e acha pedrinhas por todos os caminhos onde passa:

- Mamãe cupiu? (Mamãe cuspiu?)

Tentando não repetir a cena, a mãe responde sem abrir a boca:

-Hum-hum

- Cupiu no chão? (cuspiu no chão?)

- Hum-hum

- Cupiu na pedinha mamãe? (cuspiu na pedrinha mamãe?) - Porque onde há chão, há de haver pedrinhas, bem se sabe.

- Hum-hum

Pelo retrovisor a mãe encara um menino com uma cara muito indignada que diz:

- Não pode mamãe, cupi na pedinha não!! A pedinha chola! (a pedrinha chora!)

E eu que pensei que ia ganhar algum apoio e solidariedade. Quem ficou com toda a piedade foi a pedrinha, e aposto que ela nunca, nunca vomitou tanto por ele!
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Live blogging

Diretamente do aeroporto JFK em NY, esperando o aviao pra Roma.

A outrora mae, agora disfarcada de esposa, baixa o Skype, paga acesso Wi-fi no aeroporto em um surto muito angustiado de ligar para a avo que hospeda a crianca. No fundo, ela tem a certeza que vai ligar e ouvir: "Filha, vc tem que voltar agora, o menino esta passado, acabado, saudoso e desesperado, volte e resgate a pobre alma imediatamete". Ao inves disso ela ouve: "Ixi! Ta brincando ateh, nem perguntou de vc, alias, perguntou na hora que levantou, falei que vcs tinham ido viajar, ele falou: " aaaaaa, ta bom ! " e pronto. Ah sim, esta sem fralda, jah pediu pra ir ao banheiro duas vezes enquanto andavamos de bicicleta e agora da licensa que a gente vai nadar no riozinho". 

O pai, sentado ao lado e pronto pra ir ao guiche mais proximo comprar o bilhete de retorno que salvara a crianca, quase morre de desgosto.

Ufa?? Essas criancas do seculo XXI, trocam os pais assim na maior cara de pau por qualquer riozinho e bicicleta, basta uma vozinha amorosa por perto, humpf!

Enquanto isso, no diario da viagem da lua-de-mel, vamos ali ver se todos os caminhos levam mesmo a Roma (Hihihihi, sempre quis dizer isso)






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Só 2 anos

Só dois anos, é o tamanho de uma vida inteira. Vida que veio acrescentar, virar de cabeça pra baixo e transformar definitivamente nossa vida, nossa família, deixando tudo com uma cara de alegria sem fim.



Só dois anos e eu já não lembro como era minha vida antes, o que eu costumava fazer com tanto tempo que hoje passo lendo histórias, brincando, fazendo piquenique no parque, cantando, colocando pra dormir e cozinhando. Lembro vagamente (e com uma certa saudade) que eu dormia mais, aliás, havia domingos que eu dormia até meio-dia, quem diria. Mas logo esqueço, mesmo sendo 5:30h, quando um serzinho de pouco mais de 80cm aparece na porta do meu quarto de manhã pedindo: "eu quelo mamá, tó um totinho" (eu quero mamar só um pouquinho) e aí, depois de mamar dorme de novo, só pra acordar umas duas horas depois cantando: "Acoda, acoda é hola de acodá - Nasce o sol, a biar, lindo!!- Acoda mamãe!!!" acompanhado de um beijinho.



Só dois anos e hoje em dia não acho nada mais tão lindo quanto ver Cresimentack crescer. Virei uma besta assumida, fico toda babona quando meu minusculinho reconhece a letra do "Cack" (que é o Z, não o C, vale dizer), e todas as outras que têm um significado pra ele (como as primeiras letras dos nomes das pessoas mais próximas). Quando ele canta o "ABC" então eu me desmancho, mas não tanto como quando ele acha algum objeto que têm em alguma das cem bilhões de músicas em línguas sortidas do seu repertório e automaticamente se lembra da música e começa a cantar, variando os padrões rítimicos, adaptando. A bobeira assumida toma conta quando ele conta de 1 a 5 em 3 línguas, e quando se ajoelha pra orar, colocando as mãozinhas e fechando os olhos, enrugando a testa que fica parecendo uma cara de bravo, mas é na verdade de muito concentrado. Outro dia estávamos olhando uma revista e achamos um grão-de-bico. Falei pra ele o nome e ele "pegou" o grão-de-bico da revista e colocou no umbigo, todo feliz, falando "bigo!!!". Fico me sentindo a mãe do ganhador do prêmio Nobel quando ele diz seus simpáticos "Bonjours" por aí e quando pede "popapô" e fala "obigada" (o Bonjour geralmente vem ser ser requisitado, os outros com um pouco de ajuda dos universitários, mas vem). Eu poderia ficar aqui mais dois anos só contando as venturas e espertices de Espertack, da sua memória prodigiosa, de como ele é afinado, de como ele gosta de sapatos e bolas. Mas vou parando, porque afinal de contas, tento (e quase sempre não consigo) falar de outras coisas na vida. Incrível como não falo tanto da minha pesquisa, por exemplo, que já me tomou 3 anos, como dessa coisinha que só tem 2. Mas como não falar de um trequinho que enquanto eu escrevo este post já veio aqui do meu lado, com um bolinho de brincadeira na mão cantando: "Happy birthday to mamãe, happy birthday to mamãe, happy birthday to mamãe! - Sopa mamãe, sopa!"(sopra mamãe, sopra!), depois pegou um papel e falou: "desenhá" e está aqui falando sozinho: " bonito nenê, bonito..." e isso tudo ele aprendeu só em dois anos...



Só dois anos e eu também aprendi tanto. Coisas de cunho altamente maternísticos e a existência de um mundo a parte, só de coisas de bebês, tipo Matrix. Você toma a pílula e quando vê, está em uma quarta dimensão, onde a existência de cereais de bebês, apetrechos infinitos de segurança, chupeta-termômetro, brinquedos bons e ruins viram parte do cotidiano. Aprendi outras tantas sobre nutrição como a ordem de introdução de alimentos, tudo sobre o "Canadian Food Guide", a quantidade de porções, cores e sabores para um crescimento saudável. Coisas bem menos essenciais à existência como o poder fétido de uma fralda de cocô e outras tão superiores como a grandeza do perdão instantâneo (aquele que dá uma mordida de raiva e depois de um segundo faz "calinho, calinho- decupa mamãe" - carinho, carinho, desculpa mamãe) e a existência do amor incondicional, tão grande que não cabe em lugar algum, absolutamente desatrelado à qualquer cláusula.



Só dois anos e meu nenezinho quietinho e bochechudo virou uma coisinha falante e magricela e mesmo assim, eu ainda quero fazer suco dele. Tanto em tão pouco, difícil de acreditar.



Parabéns meu filhinho lindo, você é a coisa mais preciosa do mundo. Se for pra mudar alguma coisa, por favor durma até mais tarde e me deixe escovar seus dentes em menos de 30 canções, o resto, pode ficar igualzinho, até os 200 anos.




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Mural - Musicalização e cia.

Queila:
Eu não estou mais fazendo aula de música no Maman, Bebé et Cafe. Desisti por alguns motivos:
O método que a professora lá usa (Kindermusik) eu conheço e adoro, usava várias idéias dele quando dava aula de musicalização no Brasil, mas não acho que ela use da maneira correta. o mesmo para a linguagem de sinais, que é uma ótima idéia, cheia de potencial, mas não é muito bem explorada. Em relação ao método: Primeiro, a professora não toca nenhum instrumento na aula e ter um instrumento acústico (como violão ou piano) é muito importante pra criar uma boa referência e desenvolver na criança os conceitos básicos de som. Segundo, ela não dava tempo suficiente para as crianças explorarem cada atividade e brinquedo, dava os materiais, cantava uma vez a música e recolhia tudo, bem quando os pequenos estavam começando a entender, se apropriar dos materiais/sons e sinais. Terceiro, a professora é educadinha mas tem uma cara absurdamente inexpressiva, e isso me irrita um pouco, sabe aquele tipo de pessoa que estando feliz, triste, dando bom dia ou pagando conta ou qualquer outra coisa tem a mesma cara de paisagem? Tipo o Igor daquela novela "Explode Coração"(Nossa, essa eu desenterrei mesmo!) - então não dava, música é expressão e uma das grandes descobertas da musicalização infantil é justamente usar a expressão/emoção/afetividade como forma de transmissão e internalização da música, então cara de nada não dá!
Pois é, por essas e outras eu resolvi tentar outra aula de musicalização, agora estou nesse lugar aqui. A professora (Jennifer Gosoi) é na verdade uma cantora, nominada ao Juno e tudo, ela é ótima, super simpática e expressiva, toca violão e outros instrumentos de percussão durante as aulas e ensina não só músicas tradicionais como composições próprias, todas de altíssima qualidade (o que também é bom pra gente saber mais da cultura infantil daqui). Estou gostando bem mais das aulas mas também tenho minhas críticas (acho que o problema sou eu). Ela também quer cantar mil músicas por aula, não dá muita chance pras crianças se apropriarem das músicas e o que é pior, não deixa as crianças encostarem nos instrumentos, o que é muito triste e errado, pois bem sabemos, crianças, principalmente até os 5 anos, precisam encostar, sentir, explorar pra aprender...
Mas enfim, resumo da ópera, eu sou meio "crica" com relação a musicalização, mas estou mais feliz no Bebéssimo do que no Maman, Bebe et Café, embora eu sinta falta da "ambiance" do Café (no Bebessimo é só o estúdio) mas acho que vale a pena experimentar e ver onde você e sua Pequerrucha se sentem melhor. Acabei de descobrir este outro lugar aqui e acho que vou tentar na próxima sessão, até porque é MUITO mais perto da minha casa. Por enquanto continuo indo, mais pra me divertir com Musicack (que está feliz e cantando a plenos pulmões em qualquer lugar) e aumentar meu repertório de músicas infantis em inglês e francês, do que pela qualidade das aulas em sí. Ou seja, "tá valendo".

Debby - Bem-vinda de volta ao Blogomundo, sentimos sua falta!

Bibi - Também adoramos visitar vocês! E nós adoramos bolos naturebas (mesmo que eu não tenha experimentado), então nem esquenta. Vamos marcar mais sim!!!
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Extra! Extra!

Notícias semi-frescas do mundo científico de interesse geral para aqueles seres responsáveis por outros seres menorzinhos, para não dizer que este blog não é só perda de tempo. Na verdade talvez sejam notícias meio velhas, mas calharam de cair na minha frente esta semana, bom, sendo assim nem são notícias, mas enfim...

1. Das bases da estimulação precoce: Pesquisas com ratinhos demonstraram que ratinhos crescidos em gaiolas cheias de brinquedos e estímulos visuais ficaram mais espertos (não tenho idéia do procedimento pra medir a inteligência dos roedores, desconheço teste de QI pra rato) do que os crescidos em gaiolas vazias, ótimo, ponto para os brinquedos, agora...nenhum dos dois grupos sequer chegou perto da inteligência dos ratinhos crescidos livres, leves e soltos na natureza, sabe como é, fugindo dos gatos, subindo em árvore (rato sobe em árvore?), armando planos pra roubar o queijo sem ser preso pela ratoeira e tals, pois é, ponto pra natureza. Mas nem precisava ler artigo científico pra concluir isso, basta comparar o Jerry (do Tom e Jerry - o Jerry é o rato, certo? Nunca soube muito bem isso...) com o Pink e o Cérebro - O Jerry sempre escapa de todas as situações, enquanto os outros dois, coitadinhos, nunca conseguem conquistar o mundo. Agora, o que ninguém consegue provar com ratinhos, mas é evidente e assinado por todas as pessoas cujos nomes começam por Dr. e terminam com um sobrenome chique, é: Nada é mais importante do que a afetividade e laços fortes de amor e carinho para o desenvolvimento de qualquer outra função, ponto e vitória para os abraços, beijinhos e chameguinhos.

2. Do poder da música clássica pra criar gênios: Um grupo de pesquisadores alemães finalmente foi testar se essa história de "Efeito Mozart" e todos os outros efeitos por aí, era verdade. Bom, não era, tudo balela. O máximo que se obtém botando os pimpolhos pra ouviro os mestres é criar, talvez, um gosto pelo gênero, o que, obviamente, pode mudar por completo na adolescência, ou mesmo antes (vide este post). Isso obviamente não quer dizer que está tudo bem botar os pobres inocentes pra ouvir o bonde do Tigrão, a não ser, é claro, que um outro estudo prove o contrário, vai saber...sempre há alguém pra provar que outro alguém que parecia muito certo, estava muito errado.

3. Dos tapinhas com fundo educativo: Uma comparação entre Suécia (onde por lei, os pais não podem usar punição física nos filhos) e Canadá (onde por lei o "espancamento educativo" pode ser usado com moderação - o que foi novidade pra mim, eu achava que aqui também era proibido) mostrou melhores resultados em tudo para a Suécia. Menos delinquencia (eu quero meu trema!) juvenil, menos comportamentos de risco, menos sentimentos de "não pertinência", mais laços de amizade significativos. Ao bom entendedor, meios números bastam, mas se não bastar, tem outras várias fontes de informações e alternativas, é só procurar.

4. De mais uma chance de morrer de câncer: Houve uma grande comoção por estas bandas de cá recentemente - não sei se chegou no Brasil, já que o povo aqui tende a ser mais dramático- com a história de outra substância que dá câncer, como quase tudo hoje em dia, vamos combinar. A bola da vez é o plástico, especialmente aquele plástico das mamadeiras e garrafas em geral, que tem um tal de PBA, liberado quando o plástico é aquecido. Como eu já aceitei o fato de que vou morrer de câncer mesmo (assim posso comer de tudo, beber de tudo e até respirar, morrer por morrer, melhor viver feliz) nem esquentei muito, continuei feliz com minhas garrafinhas de plástico. Agora, como Longevizack tem o direito de escolher morrer de outra coisa, joguei, em um surto desesperado, todas as mamadeiras (que nunca foram muito usadas, para meu alívio) fora (devidamente no lixo reciclável). E comprei outras novinhas, "PBA free". Dizem que o certo é ter mamadeiras de vidro, mas eu, minha coordenação motora e Jogatudonochãozack sabemos que isso não ia dar certo pra nós.

E é isso, ser mãe é: achar que informação nunca é demais...
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Estorinhas

Buscando Poliglack na creche hoje:

"Mommy, I'm comming!"

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E a professora contou que desde que Tropicack voltou do Brasil que ele só quer saber de dançar "Macarena", só de fralda, porque todo mundo sabe que essa é a dança oficial do Brasil e que todo mundo vive de fraldas por lá, eu concordei e fingi que sabia do que ela estava falando, depois fui conferir...e não é que ele sabe dançar direitinho mesmo!?! A próxima pergunta é obviamente de onde ele tirou isso.

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A nova composição do cancioneiro infantil de Trovadorack que só cresce a cada dia:
Letra: "Não, não, não, não, não, não, não, não"
Melodia: O cravo brigou com a rosa, Twinkle, twinkle little star entre outras.
E eu que achava que essa coisa de "fase do não" era balela...
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A nova eu

Esta expressão provavelmente não faz muito sentido em Português, faz? Nem soa bem eu acho, mas em inglês "The new me" sounds better, não?

Bom, a nova eu não reclama, não lamenta, não fica acordada até as 3 da manhã e ainda dá receitas, sim, porque a nova eu cozinha já que o filho estava em greve de fome, protestando contra qualquer coisa que passe entre o aquecimento global, a ausência do pai que teve que viajar ou a mãe que bateu o carro por pura distração. Ou talvez seja só uns vírus e uns dentes, nunca se sabe. Fato é que foi esta receita que não só tirou o menino da greve de fome como o transformou de Gandhi a Obelix em questão de dias (e a responsável por isso obviamente foi minha receita, não o fato de ele não estar mais doente).

Então vamos lá, a primeira e inédita receita deste recinto sem sapatos é:

Pãozinho de Soja e ricota- ok, a receita não é original, nem ao menos é minha, mas sim do livrinho de receitas saudáveis trazido pela sogra: "O melhor da soja". E vegetariana que sou, o melhor da soja que fique pronto em 30 minutos é tudo que me faz feliz.

Ingredientes:

- 1 xícara e meia de soja cozida
- 1 xícara de ricota (que substituí por cream cheese já que ricota por aqui é raridade)
- 2 1/2 xícaras de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 2 colheres de sopa de manteiga
- Cheiro verde picado
- 2 dentes de alho amassado
- 1 cebola pequena picada
- 1 ovo
- Sal a gosto
- Sazon amarelo (este eu acrescentei por minha conta, o tal do amor sem o qual não sou ninguém...se um dia descobrirem que isso dá câncer, como quase tudo hoje em dia, me considero na fila da quimio)

Modo de Fazer (para dummies, versão apressada e prática):

Bata no liquidificador tudo menos a farinha de trigo e o fermento. Bata bem até formar um creme, coloque em uma vasilha e vá acrescentando a farinha e mexendo com a mão (sem medo de lambança minha gente, mas lembre de tirar a aliança antes, especialmente se ela tiver pedrinhas - porque os espertos aprendem com o erro dos outros, já diria minha avó) até ficar com uma consistência de massinha (super lúdico), acrescente o fermento e coloque na forma em forma de bolinhas ou se quiser ainda mais diversão faça formas variadas como pessoas e convença seu filho de que ser canibal é legal (agora vamos comer esse braço, hummmm) ou letras, se quiser alfabetizar seu filho de 1 ano e meio. Asse até ficar assado (por essa você não esperava, eu sei) e coma sem medo, acredite, fica bem bom (testado e aprovado pela minha cunhada que odeia soja, mas acabou se convencendo de que este é bom)

Pois é, receitinha saudável pra começar a semana bem.
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Mural:

Taz - As 6 da manhã eu estava justamente procurando uma atividade de Valentine's day pra fazer com as criança que eu ia atender nas escolas as 8. Isto porque no dia anterior eu tinha dormido ao colocar Dorminhack pra dormir e só acordei desesperada no outro dia, sem ter a atividade preparada.

Todos os outros solidários do email antes do anterior: valeu pessoal, é issó aí, alegria, alegria, a vida é bela.