Criança que tem confiança em sí e que acredita ter a capacidade para vencer desafios não se deixa abalar pelas adversidades, é resiliente. E é aí que entra também a discussão sobre o excesso de incentivos "falsos" que pais podem dar, no sentindo de dizer que tudo que a criança faz é bom, bonito, o melhor e tal. Ao contrário do bom incentivo e na medida certa para que a criança perceba que, merece sim os créditos por algo bem feito, o reforço positivo, que a fará eventualmente acreditar que pode realmente fazer o que quiser, desde que esforce-se para tal. E mais que isso, que ela realmente sabe como ser ótima, independentemente do que outras pessoas possam dizer.
Daí que você tenta fomentar este tipo de autoestima, aliada à uma confiança inabalável também em Deus, ou seja, juntos, você e Deus sabem como ninguém como ser uma pessoa sábia, correta, querida e feliz. Daí vem o seu filhote de cinco anos e aos prantos diz que não quer vestir a camisa do "Cookie Monster", porque algum amiguinho falou que aquela camisa era de bebê. Não só falou como chamou outras crianças para confirmar sua tese. A camisa que semana passada ele escolheu e pediu pra vestir. Depois que a vontade de sair e fazer justiça com as próprias mãos, dar um soco na cara do moleque e falar que "bebê é você, seu otário! Vai mexer com alguém do seu tamanho", você pensa que talvez, só talvez, esta não seja a melhor solução, se recompõe e com toda a calma do mundo bate um papo cabeça sobre ser ou não ser, acreditar no que os outros dizem, quem são seus amigos, quem é você e o que fazer quando alguém fala alguma coisa que você não gosta. Troca-se a camiseta, sai o menino pra escola, fica a mãe pensando que cada vez mais ela sabe cada vez menos, e lá fora o mundo cresce sem controle.
As vezes eu acho que exagero. Que esta é realmente só uma questão sobre gostos de camiseta e um menino meio bobo (não o meu, obviamente), contra um menino muito bonzinho (o meu, obviamente) tendo uma discussão mais boba ainda durante o recreio. Mas e se não for? Saudade do tempo que minha única preocupação era a cor do cocô, e uma leve impressão de que mais fácil não fica.