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Desabafos de uma mãe doutoranda

Esta semana eu dormi no total, 9 horas, desde sábado. Não é exagero, acabei de contar. Hoje é quinta.

Acho que cheguei no ponto em que posso dizer seguramente que nunca estive tão cansada, tão estressada, tão sem paciência e com tanto sono na minha vida.

Nesta semana: esqueci de abastecer o carro e fiquei sem combustível no meio da ponte, tive que ser guinchada até o posto e contar com a imprescindível ajuda dos amigos queridos (valeu mesmo Márcia e Silvio) para ir buscar os filhos nas respectivas escolas. Esqueci a chapinha ligada um dia inteiro e quando eu voltei a pia estava fervendo (e não, eu não passei a chapinha no cabelo de manhã, porque eu basicamente achei legal ligar a chapinha e ir embora), saí de casa sem casaco (num frio de -9 graus) e só percebi quando cheguei no trabalho (tá bom, foi semana passada, mas ainda entra na conta do descerebelamento), Atrasack chegou na escola atrasado dois dias, perdeu aula de violino e natação.

Só pra se ter uma ideia, cheguei no ponto de passar no drive-thru do McDonald's, comprar o lanche e deixar as crianças comerem assistindo televisão enquanto eu solenemente escrevo este post, pela pura e simples falta de força física para fazer janta ou subir a escada e botá-los pra dormir. Tamanha é a gravidade da situação.

Em compensação, eu analisei 500 páginas de estatística (não é exagero, eu abri uma resma de papel sulfite e gastei-a inteirinha - aliás, faltaram ainda algumas páginas), enviei dois artigos para publicação e submeti 2 resumos para conferências e uma "aplicação"de pós doutorado de 123 páginas (também não é exagero), além de avaliar 3 novos pacientes para minha pesquisa.

Sílvio: - Você quer trocar esta vida acadêmica maluca e este título de PhD inútil por uma noite inteirinha de sono e uma praia com água de côco e tempo para brincar com seus filhos?
Keiko: - Siiiiiiiiiiiiiim!

PS - Maridex está no Brasil esta semana, e é quando eu tiro o chapéu para qualquer mãe solteira. Eu não dou conta.

PS 2 - Você, mãe dedicada e companheira de guerra que estiver sentindo-se a pior mãe por ter ignorado seu filho por 5 minutos por qualquer razão bem justa, não se acanhe, lembre-se que em algum lugar do mundo sempre tem uma mãe pior que você.




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De volta - ou quase...

Então voltamos mas só por uns dias e só metade da família, o resto foi ficando pelo caminho. Marido no Brasil, Abandonack com a vovó na terra do tio Sam. Chegam ao destino final a mãe, que definitivamente confirma que ir ao Brasil engorda e cansa, mas faz um bem pro coração que a sociedade de cardiologia não pode explicar, e Escandalosina, que provou para o mundo (ou ao menos para os as pobres almas, os passageiros do nosso voo) que dormir é para os fracos. O que se faz mesmo durante a noite - TODA - é chorar, gritar, espernear e obviamente, não deixar ninguém mais dormir, no céu, na terra ou mar.

Digo que o tempo nos falta, vamos pra Vancouver amanhã. E que eu, que achava que um dos
"pluses" da vida acadêmica era viajar e coisa e tal, agora ando mais achando que bom mesmo ficar em casa, até porque ninguém merece roupa na mala por mais de um mês... cansei.

Mas todos estes problemas estariam resolvidos se eu tivesse ganhado na mega-sena acumulada de 85 milhões. Fretavva um jatinho só pra Nina enquanto eu ia de primeira classe e largava essa baboseira de doutorado porque cá pra nós... quem precisa disso?

Dicas, conselhos sobre o que não fazer em uma viagem com uma menina de 1 ano e meio e pouca tranquilidade, fotos dos eventos marcantes e todas essas coisas virão em breve, eu espero.




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Bate o sino pequenino...


Gente, eu sei que já ficou sem graça eu aparecer por aqui depois de um mês dizendo que não estou achando tempo de postar, mas o fato é que...bom, realmente eu ando sem tempo de postar... em parte por culpa do meu Mac, que apesar de simpático, complica a tarefa de colocar acentos, o que me chateia pra digitar, outra grande parte é o fim de semestre, provas para corrigir, artigos para entregar, aquele desespero de acabar as coisas antes de acabar o ano, mas o ano vai acabando e as coisas não, crianças doentes e...o programa de natal que estamos preparando!!

Para quem estiver aqui por Montreal, dando sopa neste sábado, venha conferir, o convite está aí em cima e a entrada é " de grátis!" . Vou adiantando que Cantarolack vai fazer um solo e Natalina vai ser o meNINO (como diz a Camila ;-) Jesus, isto é, se Jesus ajudar a sua intérprete a sarar da pneumonia até lá.

Depois disso só tem mais uma segunda-feira e...miniférias (isso também é tudo junto agora? E sem acento? Ou com? Xiiii) durante a qual eu já avisei pra minha mãe que só quero dormir, fazer scrapbook, alguns bonecos de neve e biscoitinhos de natal com Cozinhack pra levar para os velhinhos no asilo. Só.

Obrigada queridos leitores pelos desejos de feliz natal, e pelos comentários carinhosos e altamente motivadores!! Eu ainda estou tentando marcar uma data para quando eu vou voltar a ser uma blogueira minimamente decente, quem sabe esta vai pra lista de resoluções para 2010. Gente...2010!! Tem noção um negócio desse??? Deixa eu correr atrás da minha nave espacial porque 2011 está aí!
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Diário de uma mãe sem tempo

Poxa que poxa (como diria o Júlio, do Cocorícó - piada interna para mães) um mês sem postar, hein? Estou pensando seriamente em mudar o nome do blog para este do título... ou será que "mãe sem tempo" é pleonasmo? Do tipo: "A mãe sem tempo entrou pra dentro, subiu pra cima, desceu pra baixo e só não suicidou-se a si mesma com as próprias mãos porque uma estava ocupada cozinhando e a outra brincando de jogo da memória e se tivesse mais uma mão livre estaria colocando mais uma leva de roupa na máquina". O problema é que o diário seria assim:
"Querido diário, hoje não dá tempo de escrever, mas amanhã eu tento de novo".

Deixa assim mesmo então...eu tenho uns posts ótimos que andam escritos no meu cérebro, mas entre dentes crescendo e jogos de hockey com taco de golf e bola de futebol (estrelando Spiderman X Mulher Maravilha) não sobra tempo pra digitar. Se alguém aí inventar um cabo USB que conecte direto no córtex por favor avise que será de grande utilidade.

Por aqui anda assim:
Na Bebolândia o primeiro dente apareceu semana passada e precisamos morder o mundo. Passou na frente, a gente tritura. Dormir, obviamente, se tornou obsoleto para todos na casa, aliás, no prédio, no bairro, no mundo?...Dormir? O que é isso mesmo? O sofá da sala tem sido o spot mais concorrido da noite.
De dia, em compensação, começamos a engatinhar, ficar de pé e mandar beijo pra dentro, só pra seduzir o suficiente para aguentar mais um noite, ou muitas. Quantos dentes a gente tem mesmo?

Aliás, falando em dormir eu só estou aqui agora as 4 da manhã porque Pesadelack acordou aos prantos, dizendo: "Mamãe!!! Eu quelo ser mais japunes (japonês)!...é o papai noel". Freud, meu caro, você está por aí?

Com as recentes visitas dos tios, Familiack anda todo saudoso e diz pra todo mundo o tempo todo que está com saudades, para ligar no Skype. Isso, e também "Porque sim/não, não é resposta", que o tio fez questão de ensinar, para o deleite da mãe que agora precisa de respostas pra tudo e oh céus!...o menino tem perguntas.

E agora deixa eu ir pra cama por uns 5 minutos, antes da próxima acordada. Mês que vem eu volto :-)
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? . ...

Sempre acontece:

- Mas você faz o que mesmo nesse doutorado, Keiko?
- Faço pesquisa.
- Você pesquisa o quê?
- Estou pesquisando quais são os fatores que determinam a participação em atividades de lazer e qualidade de vida de adolescentes com paralisia cerebral.
- Ah...

***************
Carinhozack dá um abraço apertado em Fofuchina e depois a solta, fazendo-a cair no chão:

- Filho, você não pode soltar a irmãzinha assim de uma vez, se não ela cai.
- Tem que soltar de duas vezes, mamãe?
- ...

***************
Conversa com pessoas que tem empregada, ou não têm filhos, ou têm trabalhos com hora pra começar e terminar:

- Mas você teve dois filhos no meio do doutorado? E cuida da casa? Como você consegue?
- Pois é, sei lá, a gente vai indo.
(conversa vai, conversa vem...)
- Mas cuidar de casa é uma loucura, por exemplo, outro dia quando eu estava limpando o rodapé...como você faz pra deixar o rodapé branquinho?
- O rodapé?? Sério? Branquinho? Hum...
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Onde?

Desde que eu decidi que não durmo mais depois da meia-noite minha vida cibernética sofreu cortes. Email cheio de estrelinhas em mensagens que eventualmente serão respondidas, album digital da Gordina que nunca foi feito, blog pra lá de desatualizado, post de 6 meses da nenezinha escrito no caderninho durante o intervalo da aula, mas sem tempo pra digitar...

Ou isso ou acelero meu processo de Alzheimer e boto fogo na casa (esqueci panela - vazia - no fogo 3 vezes na mesma semana). Então acho que tem que ser isso, sabe como é, tenho uns meninos pra criar. E já são 12:53, droga! Mas eu tinha que contar isso pra vocês.

Mas eu volto...deixa só os neurônios se recuperarem um pouquinho.
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Chá de sumiço

Então, andei tomando esse clássico das ervas medicinais por razões que envolvem re-organização da vida pós-volta do Brasil, organização da festa de 3 anos 1 mês e uns dias de Aniversariack e fim de licença maternidade, tudo junto e não em doses homeopáticas como deveria ser.

Como sempre nessas fases de seca bloguística, tenho um punhado de posts compostos dentro da sub-divisão blogal do meu córtex, mas entre postá-los ou dormir mais cinco minutos, apertar bochechas, andar de bicicleta no parque aproveitando os últimos raios de sol desse hemisfério, fazer bolo, brigadeiro e outros quitutes, assistir os shows de verão ou organizar meu pen drive, tive que optar por todas as outras coisas, excluindo só a primeira.

Mas para que vocês, dois ou três leitores que ainda se dão ao trabalho de aparecer por aqui, fica uma fotinho da minha obra-prima (a terceira, depois de Artesanack e Esculturina)que me custou uma noite de sono, mas ah gente...vamos combinar, ficou tão simpático! E não é querendo confeti (até porque eu prefiro M&M's), mas reparem:

Créditos pro maridão que ajudou da concepção à confecção.

Se eu não estivesse com tanto sono iria até contar tudinho, mas gente...depois de 7 noites dormindo uma média de 3 horas por noite eu necessito dizer tchau. Volto logo, logo, assim que eu achar minha filha, que deve estar perdida em algum lugar entre a montanha de roupa suja, os restos de decoração de Cars espalhados, os brinquedos novos e suas respectivas caixas, laços e sacolas, os materiais que tenho que levar de volta pro hospital...tá por aí, certeza.
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Vendida

Hoje cheguei em casa quase meia-noite e botei as crianças pra dormir.

Um pouco por culpa, outro tanto por ideal não alcançado, sentei no computador com objetivos específicos: fazer o "menu da semana" dessa família, com receitas saudáveis, tudo balanceado e bonito, como uma boa mãe deve fazer. Depois eu ia fazer o roteiro de atividades culturais e divertidas que inclui aulas de musicalização, hora do conto na biblioteca, atividade física no parque e tals.

Duas horas e meia depois eu não fiz menu nenhum, mas em compensação lí uns 30 blogs e entrei no twitter. Algo me diz que eu não estou indo no caminho certo.
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Lar doce lar...

Após uma semana de sofrimento e exaustão (nunca pensei que repouso cansava tanto) cá estou eu, de volta ao lar...ai, ai, nada no mundo como a casa da gente. Bagunçada, zoneada, quase impossível de pisar, mas meu lar, doce lar, ufa! Pobrezack, que ficou uma semana usando a mesma roupa, a despeito dos meus protestos a distância mas que de acordo com o pai, ainda dava pra usar mais uns seis meses, tem de novo uma mãe e eu tenho de novo meu computador, minha cama, ah! A gente aprende a dar valor as pequenas coisas.

Então, estou com preguiça de contar pela milésima vez a mesma história, então assim, resumindo, está tudo bem, minha placenta está meio baixa, mas na pior das hipóteses vou ter que fazer uma cesárea (o que parece o fim do mundo por aqui), logo, de repouso até o final da gravidez, estou no limite pra diabetes gestacional, logo, sem doces nem carboidratos até o fim da gravidez (e quem sabe até o fim da vida, mas vamos por partes), o sistema de saúde quebecoise é uma tragédia do tipo em que o paciente fica uma semana internado e não vê seu obstetra, cujo consultório é há um quarteirão do hospital, em compensação, você come laranja e maçã em todas as refeições e lanches, além de ovo também em todas as refeições se você for vegetariana. Entrei no hospital com diabetes gestacional, saí com colesterol alto. Minhas dicas para não sair direto do hospital pro manicômio são: tenha muitos livros pra ler, não almeje falar com seu obstetra, pentelhe a residente até ela te dar alta, tenha celular com acesso a internet, faça amizade com as enfermeiras, lembre-se a cada dia que nada é tão ruim que não possa piorar. Pior seria se não tivessem nem ovo, se o marido não trouxesse comidas escondidas, se eu fosse analfabeta e como diz o Pollyanístico marido: E se você estivesse em Gaza agora, hein? - muito propício.

Enquanto isso, no mundo exterior, parece que eu perdi a chance de desfrutar do inverno mais frio da história com temperaturas de -30, Obama tomou posse eu assistí tudinho enquanto esperava minha alta, minha pesquisa está agora mais atrasada do que nunca, Desenvolvimentack virou realmente uma criança com idéias, planos, músicas e histórias completas, não sobrou nada do meu bebezinho, a nenê da barriga que quase saiu continua sem nome, sem quarto, sem enxoval, e a vida continua.
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Quando eu crescer...

Quando eu crescer eu vou lembrar com antecedência das coisas necessárias para se viajar, aliás, depois de 400 viagens com um filho e quase todas sem o pai dele, eu vou lembrar que preciso de uma autorização de viagem assinada pelo pai, principalmente sabendo que o pai já vai ter viajado e não vai estar na cidade pra assinar a tal autorização. E isso tudo não vai acontecer dois dias úteis antes da viagem. Mais do que isso, quando faltar dois dias úteis pra viagem, eu não vou descobrir que o passaporte da criança está vencido há 1 mês e que pra fazer um passaporte novo, não só eu precisaria de 5 dias úteis, como também da assinatura do pai da criança, que, lembrando, já foi pro Brasil.

Quando eu crescer, e virar gente, eu não vou ter que sair correndo que nem uma louca pela cidade, levar o menino pra tirar foto, preencher formulário, falar com o pai da criança pra imprimir e assinar o formulário e mandar por Fedex com entrega pra ontem, correr e entregar tudo no consulado antes que feche. Isso vai ser muito bom, porque assim eu não vou ter que implorar pro funcionário simpático e de extrema boa do consulado, como todo bom funcionário público, pra PELO AMOR de qualquer coisa implorar pro tal do cônsul pra aprontar o passaporte da criança em um dia. Porque todo mundo sabe que funcionário do consulado não tem obrigação nenhuma de ajudar o cidadão, principalmente se você realmente precisar. Mas o melhor mesmo é que eu não vou ter que ouvir coisas do tipo: "Olha, falei com o vice-cônsul e como ele está no espírito do natal, vai fazer pra você, mas olha...vê se não deixa as coisas assim pra última hora, porque não é sempre que você vai dar sorte assim". Sim, porque eu posso ter feito de última hora, admito, mas francamente, quanto tempo um cidadão desse gasta pra colar uma foto no maldito passaporte e botar uma assinatura?? E é claro, eu dormiria mais feliz sem ouvir lição de moral do mocinho do balcão, mas enfim.

Quando eu crescer, isso também não vai acontecer um dia antes da minha data limite de entrega dos trabalhos mais trabalhosos e importantes do meu doutorado, os quais eu já deveria terminado há semanas, mas por mais que tenha tentado, ainda estivesse desesperadamente terminando, ou tentando terminar. Afinal de contas, quando eu crescer, eu vou deixar todos os meus trabalhos prontos meses antes da data limite. Sendo assim, se a data limite for Sexta-feira as 17h, quando for Sexta-feira as 16:15 eu não vou estar correndo, literalmente, no meio da neve, com uma pança enorme, depois de ter passado o dia sem comer, beber água ou ir ao banheiro terminando essa joça. Eu não vou chegar as 16:20 no hospital pra entregar o presente de natal da orientadora, sem ter tempo nem pra dizer feliz natal, fazendo praticamente um arremesso de presente na sala dela, outro na sala da secretária que vai me perguntar: "E o passaporte do Zack, deu certo?" ao que eu não vou ter que me lembrar que sim, deu certo, SE eu chegar no consulado até 16:30 e pegar o passaporte, porque por mais simpático que o funcionário seja, ele não vai trazer o passaporte pra mim. Sendo assim, eu não vou ter que sair novamente correndo, mas correndo muito com minha barriga de 6 meses pela rua cheia de gelo por uns 5 quarteirões pra chegar no consulado as 16:29, só pra ouvir do mocinho: "Nossa, quase que você não chega, hein? A gente já ia fechar". Ao que eu não vou ter que responder nada já que o meu pulmão tinha ficado uns 2 quarteirões pra trás, junto com meu útero e bexiga.

Ah...quando eu crescer, eu posso antever como minha vida vai ser diferente...eu não vou ter que pegar o carro e sair dirigindo que nem uma louca inconsequente pra chegar as 16:59 na universidade e entregar o bendito trabalho que me custou o último mês e meio inteiro de muitas noites sem dormir, muitos dias sem sair, muitas horas brigando com o marido, muito tempo ignorando o filho, muitos "não passeios" com os amigos que visitavam do Brasil e muita falta de post.

Quando eu crescer, e for uma mulher organizada, a essa altura do campeonato eu vou ter mandado cartões de Natal pra todos os queridos, vou ter comprado presentes e estar com eles prontos, na mala, vou ter escutado as mensagens da minha caixa postal que não escuto há mais de um mês, vou estar com a mala arrumada. Porque quando eu crescer eu vou saber que não se deve começar a arrumar a mala a 1:20 da manhã se você tem que sair pro aeroporto as 6:30 da mesma manhã. Bom, talvez quando eu crescer eu não ache que deva escrever um post a 1:30 da manhã antes de começar a arrumar a mala, só pra resumir o último mês e dar um "alô".

Quando eu crescer eu não vou precisar da sorte ou de um Deus poderosíssimo que tenha muita dó de mim e faça as coisas miraculosamente darem certo. Não, pensando bem, dEsse Deus eu vou sempre precisar, até quando for grande.

Quando eu crescer, tudo vai ser diferente, tenho certeza...mas enquanto isso, vou pro Brasil curtir minhas férias, porque vai que quando eu crescer eu não tenha nem férias e essa coisa de dormir 2 horas por noite vire rotina. Não pretendo olhar pra nada que não seja família, mar e sol, porque essa coisa de ficar sentada no computador 20 horas por dia é definitivamente algo que vou deixar pra quando eu crescer.

Pra vocês, gente grande e bem resolvida na vida, Feliz Natal!! E que em 2008 você seja "gente grande" pra viver com calma e sem muitas emoções, mas se não der, que seja feliz assim mesmo :-)
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Cade a graça que estava aqui?

Minha mãe falando comigo na sexta:

- Ah, vi que você colocou o vestidinho que eu comprei no blog! Achei super chique!
- Pois é mãe, tá vendo...
- Ah, mas seu blog ultimamente anda tão assim...sem graça, né?

Quando mãe diz uma coisa dessas é porque a coisa tá feia mesmo.

Pudera, o que esperar de uma pessoa que em pleno sábado a noite tem que despachar marido e filho pra ver filme na casa dos amigos enquanto fica estudando (sozinha, abandonada, triste e desesperada) em casa??
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Pensamentos sobre doutorado

Essa é uma piadinha interna para os mestrandos, doutorandos e demais, não sei quem é o autor mas quem me mandou foi meu irmãozinho que, mesmo não estando na vida acadêmica entende e sofre por ela, ficando noites e noites a fio acordado trabalhando em um poster pra mim (também, que mandou fazer essas coisas melhor do que ninguém??).

Neste momento trágico enquanto espero que a impressão do poster dê certo para apresentar em um congresso semana que vem e preparando um dossiê para uma bolsa, e obviamente, são 1 da manhã e tudo deve estar pronto amanhã as 8h. Ou melhor, hoje as 8h.

"Era um dia lindo e ensolarado, o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa, e, viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar.
No entanto, ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de mestrado - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm… e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida, o coelho volta , sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.
No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de mestrado doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa…
- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca? O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e … silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem
alimentado, a palitar os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos…
5. O que importa é quem é o seu "padrinho/orientador/mestre sith"


Pois é...de volta ao trabalho.
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Pausa

Sabe quando são 3 da manhã de sábado pra domingo e você está estudando que nem uma condenada, tentando terminar uma parte de um trabalho que você passará amanhã o dia inteiro discutindo com o grupo, e você lê, lê, lê, escreve, escreve, escreve, depois lê mais, aí apaga tudo que escreveu e escreve tudo de novo e aí você sente uma necessidade urgente de cortar a unha do pé, para tudo, corta a unha, volta aos textos, continua lendo, sublinha, faz notas, digita, apaga, consome 5420 calorias em chocolates e tudo que estiver ao alcance das mãos pra ver se isso ajuda na sua produtividade (ajudava não ter nada dessas coisas ao alcance das mãos, mas você mora em uma casa que mais parece A fantástica fábrica de chocolates, com direito a Oompa-Loompas e tudo) e sem resultado, você continua lendo, o marido do quarto te chama pra dormir, você dá um esporro no marido argumentando que obviamente 3 da manhã não é hora de dormir, e então você olha pra sua casa enquanto está refletindo sobre um parágrafo que acabou de ler e vê que o caos está instalado de maneira absurda e que seus amigos vão chegar no próximo dia e descobrir que você mora num pardieiro já que você claramente não vai ter tempo de arrumar nada (porque normalmente você dá uma arrumada meramente cosmética quando vai receber visitas, jogando indiscriminadamente tudo o que está na sala pro quarto, mas como os amigos vão ficar no quarto, você não tem escapatória dessa vez) aí você pára (nem esse pára não tem mais acento?) para escrever um post e ver se era isso que precisava para produzir algo mais convincente mas descobre que isso só te consumiu mais 5 minutos e não acrescentou nada ao seu trabalho, então, sabe como é isso? Não sabe??? Eu hein, é cada gente normal que tem nesse mundo...
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Diário de bordo

Hoje foi um daqueles dias, tempestade de neve, anunciaram de 10-15cm, mas só no meu carro acumulou uns 2 metros em 2 horas, sem nenhum exagero, é claro. Pelo menos eu tive o desvaneio de estar em pleno carnaval, meu carro sendo o carro abre-alas de alguma escola de samba falando sobre o fim do mundo, ou o pólo norte, ou como o branco (a cor, não a raça, que fique claro) tomou conta do mundo. Pra ver como a coisa estava ruim, eu topava até assistir os desfiles completos de todas as escolas de samba, com comentários e apuração dos votos só pra não ver mais neve na minha frente.

Hoje era a "deadline" para mandar a inscrição de uma das bolsas de estudo que se eu ganhar, estou com a vida feita. Mas como fazer as coisas com antecedência não é virtude que me pertença, eu tinha que terminar umas mil coisinhas cá e lá, entre elas coletar um bando de assinaturas para os meus papéis. E como assinaturas por acaso são feitas por pessoas, lá fui eu de prédio em prédio pela cidade inteira, no meio da tempestade com meu envelopinho na mão tentando caçar assinaturas de pessoas que, já tendo a vida ganha, não vêm trabalhar quando anunciam tempestade de neve. É claro que eu esqueci minha luva e meu gorro em casa e estava bancando a própria Dorothy, só que na terra de Oz congelada, com o furacão me levando quem sabe pra onde. É claro também que tudo seria mais fácil se eu pudesse ligar para as pessoas antes de bater na porta de seus escritórios vazios, mas eu perdi meu celular e é claro, era lá que os números de telefones estavam.

Tendo vencido a tempestade, coletado as benditas assinaturas e voltado viva pra contar a estória, com todos os exageros que me são de direito, eu não poderia deixar de fazer a única coisa que eu realmente havia planejado pro dia, levar Musicack pra sua primeira aula de musicalização, "Sign and Sing", um chuchu de aulinha, música e sinais em um lugar que a despeito do meu preconceito inicial, virou favorito. Trata-se de um café "pra mães e bebês" onde as crianças podem brincar seguras e felizes enquanto você faz coisas impensáveis como...comer. E lá também eles tem uma sala pra aulas variadas, uma lojinha com produtos alternativos e coisas e tais. Ao menos o dia acabou bem, muito bem, o que parecia improvável.

E pra semana de vocês também acabar bem, estejam vocês sob a neve ou sob os enredos do grupo especial, finalmente posto a única coisa que eu vim postar (já que as 3 da manhã depois de um dia desses eu deveria estar pensando em dormir, não contar meu dia, mas não resistí). Este link que meu irmãozinho, aquele que sempre acha as coisas mais divertidas da internet (como o dia do sorvete Ben and Jerry de graça), mandou pra mim e eu quase me m... de rir (o que não é muito difícil desde meu fatídico parto) mas enfim, vale a pena conferir, só se assegure de não estar no escritório e estar perto de um banheiro.
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CRISE!!!!

Há 8 anos eu era uma meninha, de vestido branco, véu e grinalda, o príncipe encantado chegou a pé, pela plantação de girassóis (era bem isso mesmo, decorei a igreja com girassóis, tantos que mal dava pra achar os noivos, auge da moda na época, hoje em dia olhando as fotos acho que estava mais pra uma falsificação de Van Gogh de última categoria) e foram felizes para sempre.

Ah, a crise do título, não tem nada a ver com meu oitavo aniversário de casamento, que aliás, vai muitíssimo bem, obrigada. Mas sim pelo fato de que a pomposa comemoração do mesmo foi subsituída por uma emergencial e inadiável revisão de artigo, pelo telefone, com a orientadora. E pela minha consequente constatação de que nunca nesse mundo eu vou conseguir terminar essa !#%^$% de doutorado já que eu sou incapaz de escrever um mísero artigo que não precise de 50 revisões, inclusive as 10 da noite porque a orientadora estava de férias e até ela achou que eu era capaz de fazer sozinha, tadinha.

Então vou ter que recorrer ao plano B. Vou largar tudo e realizar meu sonho de colégio, montar uma barraquinha de água-de-côco na Praia do Norte, em Ilhéus. Viver de brisa, acarajé, minha jangada vai sair pro mar e tals. Já tenho vislumbres de QualéatuameureiZack correndo livre pela areia branca, carbonizado pelo sol que não dá cancer, trepando no coqueiro pra garantir o sustento da família.

E com estes pensamentos me retiro porque amanhã tenho que acordar cedo pra trabalhar, argh! Digo, pra comprar a passagem, tirar o mofo do biquini, ver a cotação do côco...
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Sintonizando

E bom, estamos de volta a nossa programação. Amanhã recomeça a vida, aliás, tem coisa mais antipática do que recomeçar a vida? Especialmente depois de um natal e ano novo recheados de família,vida mansa, comidinha na mesa, fraldas trocadas pela vó e pasmem, grama...sim, porque em algumas partes do mundo existe grama (e verde!) em pleno mês de Dezembro, eu tinha esquecido disso. Dois dias no freezer e eu já esqueci a cor da grama. É assim, sorte de quem é daltônico numa hora dessas, o mundo por aqui fica em um tom ótimo, tudo branco, nada de verde pra confundir com vermelho, meu pai (que era daltônico) ia adorar.

Já voltei mostrando à 2008 a que vim. Mal cheguei e já fui esquiar, sim, porque 2008 será um ano atlético.

Em seguida, passei o dia fazendo faxina, aquele espírito da mulher de verdade, moletom largo, cabelo preso com piranha, espanador na mão (ok, sem espanador na mão, mas só porque eu não tenho um, aliás, sempre quis ter, acho espanador assim, tão cara de faxina) e um ímpeto raro de jogar tudo fora, metade da casa tá no lixo, pelo menos até Princhuco voltar e recuperar metade dos ítems da lixeira. Sim, porque 2008 será um ano organizado.

O próximo ítem na lista era ler uns textos e me preparar pra aula de amanhã, porque 2008 seria um ano de mais estudo com antecedência e menos tempo de blog, mas aí não aguentei e me deu uma vontade de escrever só um pouquinho, ler só um poucão, largar aquele balde no meio da casa comer um pacote de Calipso. Sim, porque 2008 será um ano igualzinho 2007 - e que assim seja porque cá entre nós, chega um momento na vida que você percebe que já que é pra fazer resoluções e não cumprí-las, é melhor não fazer nenhuma. Só não me sinto tão mal porque até o Drummond era dos meus: "A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca" (e pra bom preguiçoso meia citação basta). E se o moço fez tanta beleza com a a disposição fraca, de repente até sobra uns versos da minha falta de disposição também. Pois é, esse ano vai sendo como for.
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Apenas um Fim de Semana Comum - última parte - finalmente

Bom, demorei tanto pra contar a estória toda que cansei, aí ia desistir de contar a última parte, mas achei que ia ser mancada, o final sempre é o melhor, ao menos em Holywood, porque esse final aqui tá mais pra cinema europeu, onde tudo dá errado no final, para o desespero dos carentes de um final feliz, vou logo avisando.

Sábado: Basicamente o sábado foi uma alegria, como já dizia uma canção que aprendí na minha infância, "o sábado é um dia feliz". De manhã fomos à igreja onde praticamente nasci, cresci e vivi até vir para o Canadá, todos viram e apertaram o pobre Princhuquinho que respondeu à altura dando beijos e sorrisos até se cansar e ir catar pedrinhas (na falta de coquinhos). Em um dado momento, não habituado com um sol de rachar em pleno Outubro e não querendo abrir mão das duas pedras que carregava, Desequilibrack caiu de boca no chão, "estragando a figura" do pajem do casamento que era a tarde. Gelo na cara sob protestos, a vida continua, com um beiço meio mulato.

Na hora do almoço banquete de amigos que trouxeram um banquete de comida, todas ao meu gosto. Essa é a grande vantagem de morar "fora", quando você volta é um mimo só. E eu que não sou besta exploro mesmo, fui logo encomendando mousse de maracujá, pavê de sonho de valsa, massa fresca de requeijão com amêndoas e ainda ganhei de brinde bobó de queijo, carne louca vegetal e outras iguarias vegetarianas e doces. Enquanto eu comia, o pai tentava fazer o Quiçá-pajem dormir, uma fazia chapinha no meu cabelo, outra mostrava as super produções de scrapbook, a outra trazia paninhos umedecidos pra limpar a cara e fazer maquiagem, tudo enquanto as fofocas do ano inteiro eram botadas em dia, aquele caos básico que tanto me faz falta.

Lá pelas 4 saímos que nem loucos para ir pra casa do irmão, tomar banho, trocar de roupa, vestir o pajem que obviamente, só agora pensou em dormir. Dá banho dormindo mesmo, vai de fralda até a igreja, madrinha e padrinho vestidos, maquiagem por fazer no carro. Busca a amiga querida que vai sempre de carona (e que constatou que é por isso que está sempre atrasada nos casamentos). Trânsitinho amigo na Marginal, chegamos junto com a noiva, a fila de padrinhos já pronta. Enfia o semi-fraque no pajem, agora em plena birra pós-ser acordado, taca um spray no cabelo do pobre, larga com a primeira desconhecida que vê na frente e entram na rabeira da fila de padrinhos, ao som do menino (e dos comentários: "gente, de quem é essa criança?") que berra no colo da desconhecida. Sorrisos, fotos, sobe no altar. Sai o pai pra socorrer Escandalosack, fica a mãe sozinha no altar com cara de tacho. No fundo da igreja a mãe agora consegue ver que o Possível-pajem se acalma e volta a ser feliz.

É chegado o grande momento, aquele que todos aguardavam, aquele que trouxe a família "do estrangeiro" diretamente para o casamento. A entrada do Pajem, com as alianças. A Mãe, no fim do corredor aguarda pra chamar o menino. O pai, no começo do corredor tenta convencer a daminha, de 4 anos, a dar a mão pro Pobrezinho do pajenzinho, olha como ele é bonitinho e nada. O outro pajem, de 2 anos e meio dá birra e resolve que não vai entrar mesmo. O Pai convence a daminha de pegar na mão do menino, fala pra ele que Mamãe está lá, dá aquele empurrão básico e lá se vão eles, corredor abaixo, a Daminha Nervosa e o Pajem do Nariz Vermelho. O Projeto de Pajem, embora exitante dá uns passos no corredor e começa a chamar Mã-Mã-Mã-Mã, conforme o prometido. Atrás de 2 fotógrafos e 2 câmeras que insistem em ficar na frente das crianças, uma madrinha maluca discretamente agita os braços, esperneia, quase grita: "A Mamãe tá aqui!", enquanto na frente do povo, um certo pajem vai ficando progressivamente mais desesperado, até começar a chorar já que não consegue ver a prometida Mamãe. A Daminha Nervosa se cansa daquela criancice e dá um puxão no menino como quem diz: "Cresça, muleque, você está estragando minha performance", típico. Meio cansado, meio chateado, meio atordoado e meio desequilibrado, o pajem, em slow motion, cai de novo de cara no chão, dessa vez no meio do corredor, para o desespero da platéia e da mãe que salta sobre os câmeras e fotógrafos e segue pelo resto do corredor com o Ex-pajem aos prantos, nariz mais vermelho, boca mais beiçuda e carreira de pajem definitivamente arruinada, como em Holywood, não adianta ser simpático e inteligente tentando provar pra todo mundo que 1 ano e 3 meses não é idade pra ser pajem, sem um rostinho perfeito você não é nada meu caro.

Após mostrar umas florzinhas pro Nunca-mais-pajem ele se acalma, a mãe sobe com ele no altar sob risadas complacentes da noiva, ele fala "Amém"um tanto de vezes durante a benção, começa a cantar Parabéns ao ver as velas, pede "água, água, água" ao ver a pia batismal e a paciência acaba junto com a cerimônia. A mãe sai pelo corredor com o pajem no colo, sem o pai que a essa altura estava escondido lá no fundinho da igreja, espertinho. Ainda havia esperança, as fotos fotos com a noiva na festa. Olhando o álbum anos depois ninguém lembra quem entrou ou não, o importante é aparecer sorrindo do lado da noiva.

Na festa, a cada vez que o Pajem-aposentado via a noiva, começava a chorar, e não houve bola, flor, luzinha ou Ritalin que fizesse o menino se acalmar. Não rolou foto com a noiva. Rolou foto com todos os convidados, o segurança, o garçom, o Dj, mas com a noiva...nem pensar! E eu que gastei R$130,00 nessa mini-roupa e não vou ter nem uma fotinho profissional. Bom, sobraram as nossas fotos escuras ou borradas como recordação do primeiro e provavelmente último casamento do qual o menino vai ser pajem, ufa! Como todas as outras histórias, não quero ouvir falar de pajem até ele ter 18 anos, pelo menos. Depois disso também acho que ninguém mais vai querer convidá-lo de qualquer forma.

E é isso...domingo só alegria, mais comida com as amigas, uma amiga mais chegada que um irmão veio de São Carlos só pra me ver um pouquinho, dia feliz fazendo compras na feirinha de artesanato, caldo de cana com pastel. Volta correndo pra casa do irmão, há 4 horas do nosso vôo. As amigas enfiam tudo na mala enquanto tomo banho e dou banho em Doentack, agora com febre. Tylenol pra baixar a febre e com sorte dormir no vôo. Passa no "Pedaço da Pizza" para uma última comidinha e encontrar a afilhadinha, corre para o aeroporto, larga a amiga na rodoviária, tudo corrido assim é bom que nem dá tempo pra tristeza, trânsito na Marginal pra lembrar que isso realmente é parte da viagem. Chegamos no aeroporto e o check-in estava fechando, não fosse a fila preferencial (exclusividade no Brasil) não teríamos chegado a tempo pro vôo. Despede correndo do irmão e do casal de amigos oficial-de-todas-as-despedidas. Pela primeira vez na vida, não choro depois de passar na Polícia Federal, não deu tempo, tínhamos que correr. Entramos no avião e esperamos quase 2 horas (sim, eu disse 2 horas) dentro do avião, porque relampejava. Impacientack prova que Tylenol não faz dormir, trocamos os "ol", tinha que ser "Tegretol". A viagem recomeça e vide capítulo 1 para mais detalhes. Só acrescente um pai para carregar as coisas e o bebê ter caído no chão 2 vezes durante a noite, a essa altura, ninguém mais se importa, está provado que o menino é a prova de choque.

Segunda de manhã: De volta à Montreal, corre pra botar o trabalho em dia e a vida continua...
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Apenas um fim de semana comum - Parte 2

Sexta-feira ( passada):
Amanhece no céu do Brasil. Dentro do avião, há meia hora da aterissagem, Insoniack decide que agora sim, é hora de dormir. Calmo e sereno ele dorme sobre a mãe de braços dormentes, pernas com caimbra e pescoço com torcicolo após passar a noite tentando ficar imóvel enquanto Sonambulack procurava, em vão, a melhor posição para dormir.

Os passageiros vizinhos aos poucos vão fingindo que acordam (já que dormir mesmo ninguém dormiu) e "simpaticamente" comentando: "Nossa, tadinho, está morto agora, né? Ele quase não dormiu a noite toda!". A mãe sorri e se passa por desentendida, fingindo que não sabe que o que eles queriam mesmo dizer era: "Por que não proíbem logo bebês com menos de...18 anos em aviões? Que desaforo! ". Não importa. A mãe já decidiu: O bebê volta de Fedex. Sem peso na consciência, ela não vai esquecer de fazer furinhos na caixa e escrever bem grande: "Este lado para cima". Ok, o problema da volta está resolvido.

Aterrissam. Acorda Belo Adormecido que obviamente, agora está de mal humor, só ele. Bota no sling, pega mochila, junta brinquedos, descem. Espera mala, pega mala, bota no carrinho e oooooooooo (música angelical de fundo), estão em terra firme. Na saída do Desembarque Internacional, o irmão e a cunhada esperam, alegria, alegria, pra todo flagelo há de haver uma recompensa.

A criança mal humorada ao ver os tios liga imediatamente a "função duas caras", abre aquele sorrisão e começa imediatamente a mostrar todas as suas proezas e novos truques, o último sendo cantar "Twinkle, twinkle, little star". Frente a tamanha simpatia ninguém entende as olheiras abissais da mãe. Melhor não tentar explicar, agora é sentar no carro e curtir o trânsito da Marginal, o cheirinho do Tietê...eita saudade!

Aqui acaba a tortura e começa a curtição, curta e exaustiva, mas certa. O primeiro objetivo do fim de semana era assistir ao casamento da amiga, mas o segundo, não menos importante, era fazer umas comprinhas e tirar a barriga da miséria, ou consumir 432000 calorias em dois dias, segundo a amiga. Casa do Pão de Queijo - Pão de queijo, pão de batata, Todynho. Banca de Frutas - Goiaba vermelha, mamão papaya, carambola, manga e mexerica poncã. Padaria da esquina da ex-casa - queijo quente na chapa, mini-sonho (mini porque pode não parecer, mas até meu estômago tem limite), Yakult, iogurte para Princhuqueto. Shopping: Comprinhas enquanto Exaustack dorme no carro com a cunhada, bolinha de queijo do Viena com suco de Acerola e bolo do Amor aos Pedaços para a mãe insaciável.
Próxima parada: loja de aluguel de roupas para ajustar a roupa do projeto de pajem. Badalação total na loja, ninguém nunca viu nem vestiu um pajem tão pequeno. Corta a roupa pela metade, dobra e costura pra dentro outra parte e voi-là, está vestida a coisinha minúscula. Todos param pra tirar foto com o celular, Exibicionistack faz pose de galã. Bom seria deixar umas fotos destas em display no avião, com legendas: "Tá vendo, eu posso até parecer insuportável agora, mas na verdade eu sou assim, lindo e bonzinho".
Outros shoppings (porque paulista que é paulista sai do Canadá pra ir ao shopping) e muitas outras comidas depois, passam na casa de uma amiga (lá pelas 22:00, já que tinham combinado de passar ao meio dia) que velha de guerra, esperava sem ansiedade. Matam-se saudades, dá-se banho na criança, bota pijama e vão pra casa do irmão onde outros amigos esperam. Um monte de conversa boa a beça jogada fora, papo, risada. Lá pela meia noite, Energizack em pleno pique conversa e transita pelas malas abertas cuidadosamente espalhando os presentes pela sala inteira. A mãe decide que é hora de botá-lo na cama. Diz para os amigos que vai ninar o menino e volta em 5 minutos. Acorda as 3 da manhã achando que são 12:05. Os amigos "já" foram (eita pessoalzinho que não sabe esperar, viu?) mas o irmão e o marido ainda estão acordados, jogando "quem consegue falar mais palavras que começam e terminam com "a" e só tem 2 letras no meio" - Agora ela se lembra porque sente tanta saudade do irmão. Convence os dois de continuarem o jogo até ela terminar a depilação. E lá ficam os 3, até umas 4:00, jogando e depilando...isso sim é vida!
...to be continued...


Banquete
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Vancouver, finalmente

De antemão vou dizendo que se conselho fosse bom eu aconselharia a quem quer que seja que não é uma boa idéia você inventar de ir pra congresso e juntar uns diazinhos de passeio no meio de um semestre corrido. Ainda mais se na semana seguinte você inventar de ir ao Brasil, por um fim de semana para o casamento de uma grande amiga. Fica pior se entre uma viagem e outra seu marido for para o Brasil e te deixar sozinha com um bebê metido a gente grande com crises de infância. Nenhuma das coisas é boa idéia, aliás, todas as coisas são péssimas idéias. Aliás, pior fica mesmo se você tiver um nene de 1 ano e tantos e por um acaso do destino resolver levá-lo para ambos os eventos. Péssima, péssima idéia.

Sobre Vancouver e a costa Oeste em geral (com amplo conhecimento de quem viu 2 cidades, Seattle sendo a segunda) digo que tudo é lindo. Você olha pra um lado e vê mar, olha pro outro e vê montanha. Seria mais lindo se quando você olhasse pra cima não visse uma gota de chuva, ou várias caindo na sua cabeça, mas perfeito, todos sabem, só o Céu. No kit que "ganhei" do congresso vinha caneta, propaganda de remédio, resumos das apresentações e...um guarda-chuva! Mais útil impossível. É claro que no último dia, que eu tive que passar inteirinho no congresso, abriu um sol lindo, céu azul, tudo pra gente curtir no caminho do aeroporto, tremenda injustiça.

Sobre o jantar com o pessoal do Iglu digo que tudo foi muito bom, mas muito abreviado pela presença de não um, mas dois moleques de 1 ano e poucos que digamos, não são muito fãs de eventos do tipo. Pior ainda quando a mãe aqui sendo confusa como é chegou atrasada e o Pacotinho já estava cansado de esperar, também pudera, eu também estaria, pobrezinho. Um encontro mais tranquilo ficou prometido pra quando as crianças forem maiores de idade.

Se eu não tivesse que fazer dois relatórios, preparar um power point pra um congreso, um texto de apresentação para outro congresso, lavar roupa de uma viagem para a outra, lavar a louça que está lá criando vida desde domingo, arrumar a mala (como? com a roupa suja ou molhada!), tudo isso ainda hoje, eu juro que contaria em detalhes e com dicas turísticas as venturas e desventuras da viagem. Mas sendo 21:30 acho melhor deixar pra lá e fazer o que tem que ser feito. Já disse como eu odeio fazer o que tem que ser feito???

Bom, como diria o Pernalonga, por enquanto é só pessoal. Acho que mais notícias só semana que vem, quando a vida voltar ao normal, se é que isso acontece um dia.
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Dá-se

Menininho simpático a beça, 25% nipônico, sorri pra todo mundo, sabe pedir água e comida, imita caretas e dá beijinho, mas infelizmente depois de uma certa viagem dormindo no quarto com os pais não quer mais saber de dormir sozinho e está lá no quarto aos berros chamando mã mã mã, pá pá pá (que foi pro Brasil), mas esperto como ele só, aprenderá rapidamente a chamar qualquer um que o busque. A mãe, com uma semana de trabalho atrasado por fazer e muita dor de cabeça, doa a criança, em bom estado, por enquanto.

Interessados deixar recado aqui.


E sendo assim, quem tem tempo pra contar da viagem??