Fomos pro aniversário do priminho querido e aproveitamos para tirar uma muito necessária mini-férias assim:
Só deu pra um suspiro:"Ah o mar..."- E voltar com o coração apertado, um sofrimento sem tamanho de saber que praia agora sabe-se lá quando, que só quem mora no pólo-norte e sabe que o outono a aguarda, conhece. No avião não saia da cabeça:"Garota eu vou pra Califórnia...O vento beija meus cabelos, As ondas lambem minhas pernas, O sol abraça o meu corpo, Meu coração canta feliz...Eu dou a volta, pulo o muro, Mergulho no escuro, salto de banda...Na Califórnia é diferente, irmão,É muito mais do que um sonho...A vida passa lentamente." - Olha Lulu, você que tem razão, viu? Eu mesmo já estou descolando um pos-doc ou alguma outra desculpa esfarrapada pra morar na frente do mar. Percebi até que se morasse lá eu correria todo dia de manhã, cozinharia comida fresca, meu cabelo ia estar sempre esvoaçante, ia ter uma casa com vista pro mar e minha celulite ia sumir de um dia pro outro. Além de ver o mar, vimos a família, o Mickey e o carimbo do pé do Woody Allen. Lugar fantástico essa Califórnia.
Mas enfim, voltamos à nossa bela Montreal, com as folhas mudando de cor e o termômetro em sua usual queda. Todos relaxados, bronzeados, felizes e...doentes. Trouxe da Califórnia um coktail de gripe suína, aviária, espanhola, pateteana, sei lá eu o que mais, um show de horror. Assim pelo menos me auto-diagnostiquei após desistir de ver um médico, 5 horas depois, quase morrendo mesmo, na urgência do hospital.
Depois de uma semana de cama, tylenol, gemidos, máscara e antibióticos, as crianças também pegaram o bicho, a despeito de todas as minhas tentativas de manter a distância (Carentack lá pelas tantas: "Mamãe, você já salou do dodói? É porque eu quelia te dá um beijinho..."). Fim-de-semana de alegria, dois com febre e uma mãe meio-lá-meio-cá é tão ruim quanto você nem imagina. Um chora, a outra nem se mexe, parece um bonequinho de cera, de partir o coração. Princhuco saiu ileso, pelo menos alguém pra cuidar da troupe de desfalecidos.
Hoje finalmente, só Doentina ainda dorme 20 em 24 horas pra se recuperar, a pobre Catarrina. Resolvemos então botar o nariz pra fora, dar uma olhada no mundo exterior para ter certeza que ele ainda estava lá. No caminho:
- Mamãe, a gente estamos indo onde?
- No supermercado meu amor.
- Ah, que bom! Eu vou complar umas coisas saudáveis.
Se me contassem eu ia dizer que estavam inventando, mas foi verdade. De repente, o menino sabe do que precisa.