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Do G pro P e outras histórias natalinas

Quisera eu que a mudança do G pro P fosse no manequim, mas não, meus caros. Este milagre natalino ainda vai depender do desaparecimento dos Chocotones (e suas respectivas 500 calorias por fatia) da face da terra. Coisa que não parece estar próxima de acontecer já que encontramos Chocotone Bauduco no supermercado italiano aqui em Montreal, por 1/3 do preço que custa no Brasil...vai entender. Deve ser a conspiração dos duendes. Deve-se dizer que um chocotone de 500gr não dura mais do que 3 dias aqui em casa. E que come-se sempre com margarina e um copo de leite com Ovomaltine. Faça as contas, o manequim não vai mesmo do G pro P.

Fato é que mudamos de carro. De uma mini-van para um carro comum, daqueles dos mortais. Eu tinha um Fit no Brasil e achava o carro mais espaçoso do mundo. E enchi a paciência do marido porque não aguentava mais aquele carro grande e cheio de tralha, até que ele, só pra provar que eu estava errada e ele certo, aceitou trocar de carro. Acrescente duas crianças e suas cadeirinhas e tralhas e de Fit pra lambreta estamos a um passo. Acrescente a família que veio para o Natal e a coisa fica feia. Feia, e pequena. Sinceramente, não sei como as pessoas conseguem viver com um carro comum e crianças. Como gente?? No Brasil ninguém tem esses mini onibus que a gente tem aqui e todo mundo vive bem e feliz, como?? Ninguém carrega a família no carro? Tipo é cada um por sí, metrô pra todos?Não sei, não sei, não sei, ai que falta de ar! Mas ficaremos assim até Fevereiro. Se tem gente que anda como nenê de metrô e ônibus e arrasta carrinho sobre 15 cm de neve, não sou eu que vou ficar aqui reclamando do Fit. Mas que é apertado isso é!

Em um outro tom muito mais festivo, uma das únicas coisas boas de passar o Natal aqui (e este é o nosso primeiro natal aqui em 5 anos) é que aqui a tudo tem cara de Natal, o original. Com direito a pinheirinho cheio de neve de verdade. Nevack e Nevina obviamente não podiam estar mais contentes, assim como toda criança que habita o pólo-norte. "Neve mamãe, mUta neve", diz ela toda feliz. E ambos ainda vão ter uma congestão de tanto comer neve. Se é que isso é possível. Aliás, existe algo mágico na composição da neve. Tente raspar o freezer e o efeito não é o mesmo.

No ritmo das tradições natalinas começamos desde o dia primeiro uma tradição que copiei do "Notes from the trenches" e que fazemos desde o ano passado (eu ando super copiona de blogs!). Embrulhei todos os livros de natal e alguns que não são de natal, mas são novos e a cada noite lemos um livro à luz de velas (isto é, até os fósforos acabarem e uma breve adaptação para luz de abajour até a mãe lembrar de comprar mais fósforos...talvez no ano novo). E posso garantir, vale a pena o plágio, esta é uma tradição deliciosa. Ainda mais com Leitorack achando umas palavrinhas aqui e ali, todo orgulhoso.

Natal foi no maior clima tudo é paz...coral na igreja, biscoitinhos feitos e decorados em casa para os velhinhos do prédio que ficam sempre tão sozinhos, amigos daqui, família aqui, tudo bom. Papai Noel passou o maior sufoco para encontrar o tal do cavalo de plástico que pula, mas como só o bom velhinho pode, ele encontrou (no dia 23 de noite na última loja possível, para o alívio e alegria incontidos dos duendes e seus demais dependentes, leia-se pai e mãe).

E vocês, quais são as suas tradições de natal? Partilhem pra todo mundo poder copiar! Afinal, este é o espírito do Natal, certo? Pelo menos foi isso que disse o patinho do Wonder Pets no DVD que assistimos hoje...e vocês sabem, com pato que fala a gente não discute.

E algumas cenas de natal aqui na terra dos sem-sapatos:


Animação no concerto de Natal da professora de música. Meninos, controlem-se. Gatinha que é gatinha finge que está batendo palma só pra mostrar a barriguinha sexy com direito a barrinha da fralda aparecendo.


As pombas que não são espertas o suficiente para migrar para o Sul, mas pelo menos aproveitam o calor que escapa do aquecimento do hospital
Ensinando o tio a fazer um forte de neve. Nunca se sabe quando estas habilidades vão ser imprescindíveis em um país como este.
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Merry Christmas! and a Happy new YEAR!

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Mensagem do Papai Noel

Vi no NY with Kids e adorei!!

Melhor ainda foi ver os olhinhos de Noelack brilhando quando o Barbudo falou seu nome, e Confundina assistindo e perguntado: Jesus?? Jesus, mamãe? Acho que todos ficam meio confusos nessa época do ano...


--> Ceci, não paga não para fazer a mensagem. Se não me engano, você paga se quiser "salvar" a mensagem tipo pra sempre. Para deixar no site e ter no email o Bom velhinho faz de graça.
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Menos Zs, mais Is

Uma amiga me mandou essa reportagem aqui falando de um estudo que mostrou que as pessoas com QI mais alto tendem a dormir mais tarde e serem mais produtivas a noite. Ignore a parte que diz que o mesmo hábito também pode ser causa direta de obesidade, hipertensão, depressão e outras bobeirinhas dessas.

Viu, mãe? Agora pode parar de repetir que eu tenho que dormir cedo. A culpa não é minha, é do meu QI. A julgar pela minha média de produtivdade versus hora do dia meu perfil é de uma obesa, hipertensa e depressiva, mas um gênio. Afinal de contas, nada que uma lipo e uns remedinhos tarja preta não resolvam.

Essa vai pra lista de reportagens favoritas, junto com aquela que lista todos os (dois) benefícios do chocolate e aquela outra que fala que as mães boas são aquelas que deixam os filhos comerem terra. É por isso que eu amo a ciência (e até as bem frequentes más interpretações dela), sempre tem alguma coisa que faz alguém feliz, e o que não faz, a gente ignora!





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Fases

Ele:
Celebrou recentemente os tão temidos 40 anos. Relembra nostálgico como era bom ter 20 anos e como a vida era fácil. Ainda não comprou um carro esporte já que seu fraco sempre foi mesmo por carro de tiozão. Não trocou a mulher de 40 por duas de 20 até porque a mulher ainda está nos 20 (e ai de quem lembrar que isso acaba logo).
Está completamente absorvido pelo sonho da casa própria (cade o carnê do Baú nessas horas?) e gasta cada segundo extra vendo e decidindo coisas para a tal casa que se fosse por ele, teria escorregador, pssagem secreta e a melhor ideia de todas: Um buraco gigante e secreto que vai do segundo andar até o sub-solo, passando pela sala, onde poderíamos jogar todas as bagunças quando alguma visita estivesse chegando (mas sempre tem um arquiteto ou construtor sem-graça pra acabar com os sonhos dos outros e dizer que não vale a pena gastar nessas coisas, humpf).

Ela:
Anda conversando horas com os irmãos sobre " Como não ser mais gente grande" e a cada dia quando tem um compromisso muito cedo fica pensando se existe alguma coisa que ela possa dizer ou fazer para não ter que ir ao compromisso. Sem successo. Ela odeia compromissos para os quais não há desculpa, principalmente se forem cedo (e todos são!).
Nunca tem tempo pra dormir mais que 5 horas por noite (e quando tem uma horinha extra as 3 da manhã acaba gastando blogando ou assistindo séries enquanto finge corrigir prova).
Alguns dias pensa em largar tudo pra trás e ir mochilar na Europa por dois anos, vivendo com os hippies, ou ciganos, ou qualquer um que não tenha datas limites pra entregar coisas ou crianças para serem bem sucedidas e felizes. Ela queria que elas só fossem felizes.
Entre escola pro filho, armários pra cozinha e o que fazer no Natal ela decidiu que não quer decidir mais nada.
Já desistiu de emagrecer, já virou piada quantas vezes cancelou a drenagem linfática, anda achando que comer é bom e ser magra é ruim, embora o pensamento mude quando está tentando entrar naquela calça skinny, momentos no qual ela decide que amanhã, sem falta, começa o regime, joga fora a caixa de delícias (e que tipo de pessoa que quer emagrecer tem uma caixa de delícias em casa minha gente?), entra na academia e começa a usar todos os cremes que enchem o armário.
Está viciada em comprar "deals" na internet, de muitas coias que não precisa, mas que o preço estava tão bom que se tornaram imprescindíves (e quem pode viver sem uma foto gigante impressa em tela, ou um pacote de Pilates por 40% do preço?)

Ele:
Tem 3 amigos imaginários fixos: O Lusto-Galo, o Lusti e " Amigo de Francês" (algo me diz que esse último mudou pras bandas de cá depois que ele ouviu a mãe repetindo pra mundos e fundos como ele precisava aprender Francês. Quando a mãe etá muito cansada para apostar uma corrida até o elevador, ele logo convoca os amigos para o desafio. E acreditem, ele nem sempre ganha.
Sabe ler e escrever todas as letras e já anda reconhecendo várias sílabas e palavras pequenas. Sabe jogar dama e quase sempre ganha da mãe (sem muita colher de chá), sabe jogar jogo da velha, mas pra esse ainda precisa de umas dicas.
Começou a estudar violino e diz a professora que ele é um gênio (e a mãe jura de pé junto que a professora só diz isso pra ele, obviamente).
Adora livros e depois de lê-los muitas vezes, gosta de reinventar as histórias.
Adora improvisação musical, podemos passar horas tocando arranjos rítimicos e outras composições mais ou menos malucas.
Sabe tudo sobre o iPhone da mãe. Muito mais do que a própria mãe é claro.
Lembra fatos, pessoas e lugares com uma memória assustadoramente precisa. A mãe respira aliviada pois se dependesse da sua (memória), ninguém teria passado.

Ela:
Chega em casa, senta no chão e depois de algumas tentativas sem sucesso vem correndo pedir: mamãe, tilá, papá (sapato)!!!
Sapato tirado, vai correndo para o cadeirão e tentando escalar fala: Mamãe, xubiii, nham, nham, qué!
Coloca a boneca no carrinho e vai dar uma volta com ela: "Passá nenê?" - pergunta, e logo em seguida responde: " Passá, bá bom" - e vai passear com a nenê no carrinho. Daqui a pouco, tira a nenê do carrinho, senta na sua poltroninha e fala: "Mamá nenê?" - e também responde: " Mamá", colocando a nenê no peito e depois no "Ôto mamá" (e viva a amamentação prolongada!).
Tudo que o irmão quer ela quer também, e briga , arranca da mão dele e sai correndo.
Se acaba de rir quando escuta as músicas preferidas (em especial a "Onça Pintada, quem foi que te pintou?" e " Mamãe, qual é, larga do meu pé" , do Carnaval do Palavra Cantada), e cantarola todas elas com melodia claramente reconhecível e até umas palavras.
Come um pote inteiro de salada de fruta (ou de qualquer outra coisa, francamente) e pede "maix um mamãe, papô", e muitos "maix um" se for sopa de feijão, mas se conforma repetindo " baboooo", se alguém explica que acabou.
Adora escovar os dentes, mas quer escovar sozinha. Aliás ela quer fazer tudo sozinha.
Passa de muito nervosa a muito feliz em segundos, basta mostrar um passaLinho, estrelinha ou gatinho. Ou oferecer um mamá, ou ainda mais divertido, o "ôto (outro) mamá".
Acorda sempre de bom humor e abre um sorrisão capaz de curar qualquer mau-humor matinal, quando alguém vai buscá-la no berço.
Explica direitinho para qualquer um que ligue no skype que ela está muito "Totosa".
Olha pro céu noturno (as 5 da "tarde") e vê o ex-presidente: "A lula mamãe..."

Se fosse pra escolher, honestamente eu ficava com a última fase, mas fazer o que...

"Ser assim é uma delícia, desse jeito como eu sou. De outro jeito dá preguiça, sou assim pronto e acabou"
(Pé de Nabo - Sandra Peres e Luiz Tati)

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Ode ao cupcake


Começou com a aula de musicalização que tinha cupcake na saída e aí já nem sei bem se foi só porque virou moda ou se é a minha facilidade em incorporar hábitos potencialmente engordativos à minha rotina (e não incorporar os emagrecedores. Sério, tremenda injustiça comparar Cupcakes com alface ou ginástica...), fato é que de uns tempos pra cá ando obcecada com cupcakes.

Em Washington meu irmão me levou aqui e eu quase surtei (eu e toda a populacão de Maryland porque a loja tinha fila dobrando o quarteirão). Outro dia quase esbofeteei o cara do Starbucks porque eles pararam de fazer cupcakes (e a culpa era dele, obviamente, e de quem mais?). No desespero, tive que apelar para essa loja que valha-me... tem cupcake de queijo de cabra com lavanda, maracujá com chocolate e côco e por aí vai. Os "minis" então, são de matar, você fica naquela de "poxa, tão pequenininho e inofensivo, não deve ter nem 100 calorias... " e num passe de mágica, lá se foi meia dúzia...E depois não sabe porque não emagrece.

A boa desculpa (e sempre há de haver uma), são os 13 anos de namoro com meu Princhucão, esse sim, melhor que qualquer cupcake! :-)


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Como num passe de mágica...

Então você ouve dizer de lendas de bebês que dormem a noite inteira desde os 2 meses de idade, e vão pra cama cantando, saltitando e falando: " boa noite mamãe, dorme bem, a gente se vê amanhã as 10!".

E daí que seu filho de 4 anos ainda te convence todo dia que " Mamãe, vou dormir com você só mais hoje porque hoje é um dia de muitos abLaços, né?" - sabendo que o tema do dia muda a cada dia, todo dia, há 4 anos, há despeito de todos os bons livros sobre todas as técnicas de sono já inventadas.

E daí que sua filha de 19 meses que até que estava dormindo com pouco protesto aos 6 meses, descamba geral depois de várias viagens e poucas rotinas, e passa a não só fazer protestos verbais como também fisiológicos. Leia: gritar, berrar e chorar até vomitar e fazer cocô (sim, eu disse cocô porque...o que mais se pode dizer??), e isso em tempo record (porque o pai não aguenta mais do que 5 minutos de choro, e quem aguenta?).

Mas aí, um dia, inspirada pela fada do sono (ou pela total necessidade de dormir), você se confronta com um dilema intelectual e arrisca. Você percebe que de manhã, perguntou pra menina (aquela de 19 meses e que descambou a falar mais do que a velha da cobra de umas semanas pra cá): " Filha, tá comendo uva?" - Ao que ela responde: " Não, melão... papai" - e aponta em direção à sala, aonde está o pai, que certamente lhe deu a uva (embora ela acredite que seja um melão...ninguém precisa contar). Você então, engajada no diálogo pergunta: " Ah, foi o papai que te deu?" - sem esperar nenhuma resposta, mas ela não perde tempo: " Fooooi!!" - fazendo que sim com a cabeça. MEDO! A bichinha foi pra cama ontem falando só "mamãe e papai" e acordou respondendo perguntas... estranho. Mas é aí que a lâmpada acende e tlin! Você pensa...se ela entede isso, talvez, e somente talvez, entenda que a mamãe tem sono e precisa dormir (ou terminar de corrigir provas, ou um artigo, ou lavar a roupa, ou fazer a unha, ou escrever no blog, poxa vida...).

E daí, a mágica acontece: A noite, após mamar, escovar os dentes, historinha, musiquinha, você a coloca no berço. Ela chora, mas você faz um cafuné e explica no maior estilo papo-cabeça:
- Ninoca, mamãe agora vai dormir, e você também tem que dormir, tá bom?
E entre soluços um pouco incoformados, mas conscientes, você escuta:
- Bá bom.
Meio descrente, você fala...
- Então tá, tchau.
- Tchau.

A porta fecha, não se escuta mais nada... fiquei surda? Não, deu certo!!! Gente, deu certo!!!
A cena se repetiu com precisão milimétrica por umas 10 vezes durante a noite (acorda chamando: mamãaaaae!" - eu entro no quarto e repito o conversê e tudo dá certo, até uma hora depois...), mas depois da primeira noite, e consecutivamente pelas últimas 5 noites, isso tem dado certo todo dia, sem acordadas noturnas!

Então aquela mãe do primeiro parágrafo está pensando: " Bá, grande coisa!" . Mas pra mim, meus amigos, esta foi a conquista do ano.

Então, para as companheiras insones eu digo: Bebês de 19 meses entendem. No desespero, apele para a razão! Para aquelas com bebês mais novos, não se desperem, a idade, e o juízo, um dia chegam! Junto com noites melhores dormidas!