Mostrando postagens com marcador Comemorações. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comemorações. Mostrar todas as postagens
3

Capítulo 4


Como diria uma amiga: Eu quero fazer um Bonsai de Ninoca! Será que dá?

Minha filhota gostosa

4 anos!!
Todo pai e mãe fala “nossa, passou voando, parece que foi ontem”, e de fato, isso é verdade. Parece que a gente piscou o olho e um bebezinho muito gorducho e muito bochechudo virou essa princesa bailarina que canta, dança e fala O TEMPO TODO. Não é exagero, é o tempo todo, exceto quando a bateria acaba, o que só acontece em situações extremas tipo a nossa última viagem ao Brasil com mais de 20 horas de vôo em 4 escalas das quais todas deram errado de alguma forma. Mas vamos falar sobre isso daqui a pouco.

Por outro lado, neste momento de retrospectiva, eu não consigo entender como tanto tempo cabe em somente 4 anos. E ao bem da verdade, ando fazendo uma força danada pra tentar lembrar como era a vida antes de você… será que tinha uma? Você preencheu cada espaço, cada silêncio, cada momento de um jeito tão arrebatador, tão divertido, tão único que eu sinceramente olho e penso que “parece que foi há 200 anos”, parece que a gente sempre existiu e só existiu juntas. 

O tempo vai passar pra você também, minha coisinha gostosa. Daqui uns anos  você vai descobrir como aniversários não são dias mágicos nos quais, como hoje, você acorda se sentindo grande e forte e “virando 4 anos”, em boa tradução. Nem sempre o mundo inteiro vai mudar num passe de mágica no dia 4 de março, mas você, como eu, vai descobrir que aniversários são sim mágicos, mas de uma mágica deveras diferente. Uma mágica que faz a gente parar e pensar no que passou, no que virá, no que foi bom, no que precisa mudar. Porque aniversários fazem isso com gente que não é tão sábia  quanto você, que consegue ver bem o que está a sua frente, que me respondeu hoje à pergunta:
-       - O que você mais gostou dos seus 4 anos?
-       - De você, mamãezinha linda e quentinha!
Um dia, você também vai olhar pro dia 4 de março chegando no calendário e pensar: mas onde foi parar o tempo? E ao mesmo tempo, que tempo? – Essas reflexões meio que absurdas pra você, são apenas porque o seu aniversário é muito perto do da mamãe, e ela queria estar fazendo 4 também, tão mais divertido que 32!

Mas enfim, voltemos aos 4. Você, que sempre foi do partido das bailarinas, agora se afiliou com carteirinha e ações no sindicato das princesas. Eu posso culpar seu pai, que te deu uma peruca loira e “muito longa” da Rapunzel, junto com o vestido da mesma. Posso culpar sua avó que te deu o vestido da Cinderela, posso culpar o mundo e o capitalismo pela imposição cultural e social das princesas. Mas eu não aguentei quando você, num dia de vento batendo no rosto e seu cabelo mesmo voando lindo pra trás ficou toda séria e começou a cantar: “ Have you ever heard the wolf cry to the blue moon”, e quando eu quis tirar uma foto e falei pra você sorrir, você me falou que não, porque a Pocahontas é séria. Além disso, você não só constatou sozinha que você está mais pra Pocahontas do que pra Cinderela, mas fez uma constação que eu achei interessante, do ponto de vista antropológico, ainda que um pouquinho preocupante, do ponto de vista social , você falou que a Pocahontas e a Jasmin podem ser amigas, porque elas duas são “marrons”. Eu expliquei que não, que todas podem ser amigas, inclusive a Cinderela, coitada, que só tem irmãs más, que ela iria se divertir horrores brincando na floresta com a Pocahontas, ao que você reagiu com a maior cara de “dããr”: “Mamãe, as princesas são adultas, elas não brincam”. Enfim, princesas e suas concepções distorcidas da realidade a parte, a fofura é inevitável. Além do que, você anda se divertindo tanto com a turma da Mônica, com o Patati Patatá, com a Galinha Pintadinha e esses outros capitalistas mais tupiniquins, além dos seus amigos sem marca que são tão preferidos como a sapinha caolha, a tartaruga do projeto Tamar, o porquinho que tem filhotinhos que mamam e o macaquinho pendurado na mamãe, que no fringir dos ovos, eu acho que o negócio é relaxar e deixar você curtir o bom e o ruim. Fiquei tão feliz quando você escolheu sozinha fazer sua festa de 4 anos de “Boneca de neve”, sem nenhuma princesa por perto, que  acho que quando você crescer você vai saber que a roupa da feirinha é tão mais legal do que a da Pakalolo (se bem que você nunca vai saber o que é a Pakalolo), mesmo que só uma vezinha você queira pelo menos um elastiquinho de marca, tudo bem, a gente vai achar um equilíbrio bacana, de comer granola feita em casa mas de vez em quando ir ao McDonald’s.

Do que você é hoje, posso dizer por mim: uma bebezoca gostosa muito, muito engraçada. Você tem personalidade, minha filha, sempre teve! Sabe o que quer e se faz ouvir, característica que eu adoro quase sempre, exceto quando a gente está com muita pressa. Mas eu adoro seu senso de humor, como você não passa batido, e como você sempre tem resposta para tudo, e perguntas para as coisas sem resposta. Coisa de mãe achar que só você é assim. Mas já te digo que só você é assim! J Na escolinha a professora não cansa de me dizer que você vai ser ou artista, pelas suas inúmeras performances, caras e bocas, ou primeira ministra, porque você é uma líder nata. Já vi você liderando todos os seus 18 amiguinhos em um passeio de “ônibus”, onde você organizava quem entrava, quem saía, quem fazia o quê. Já ví você coordenando um piquenique e vejo todos os dias umas 5 ou 6 amiguinhas saindo no tapa, literalmente, pra te abraçar primeiro quando você chega na escolinha. O que eu amo nisso é que a professora vive me contando como você contorna essas disputas “com classe”, ou saindo dela de vez (do tipo, se vocês vão ficar brigando então eu vou brincar com os meninos), ou tentando organizar o coreto. E como você sempre tenta incluir outras crianças “menos populares” (eu jurava que essa de popularidade era mais pra frente...) para quebrar o atrito, e pra deixar todo mundo brincar. Eu amo até o fato de você dizer, sem vergonha nem pudores que você “gosta mais do papai do que da mamãe”, que você prefere piscina à praia, que você só vai usar o casaquinho enquanto eu estiver vendo mas que depois você vai tirar porque você sente calor, e que você era danada, quando riscou a parede de casa, mas que não vai mais ser porque o papai ficou bravo, mas você acha que não tem problema riscar a parede. Autenticidade te resume bem. Eu adoro ter sido a fábrica que produziu esse exemplar único. Sua patente não tem preço!

Das coisas que eu mais amo fazer com você, estão nossos bolos e cupcakes, que você pede pra fazer e eu não aguento, tenho que parar tudo para ver você se orgulhando por já conseguir quebrar os ovos direitinho sem deixar cair casquinha, limpando a mão depois de cada ovo porque não aguenta ficar com a mãe melada, igual eu, medindo a farinha bem certinho, passando o dedo pra ficar retinho e tudo. É delicioso demais ver você se deliciando com seu próprio sucesso. Adoro quando você me chama pra deitar no seu colo quando você está assistindo TV, e eu deito na sua perninha gordinha, e você faz cafuné. Adoro quando você me chama pra inventar brincadeiras onde eu tenho que dizer exatamente o que você tem no seu script mental, sem direito a mudança, e adoro nossas segundas-feiras, quando você fica trabalhando comigo no escritório, na sua mesinha de bricolagens. A outra coisa que me faz feliz a cada manhã, porque faz você feliz também, é arrumar o cabelo. A gente se diverte escolhendo presilhinhas, decidindo se vamos fazer maria-chiquinha, cocotinha, trancinha (uma ou duas, porque o Zack gosta mais de duas), rabinho alto, baixo, de lado...uma infinidade de vaidades que me lembram tanto eu! – E quanto mais eu te vejo, mais eu concordo que uma das coisas mais deliciosas de ser mãe, é a gente ver a vida de novo. E eu que sempre achei que as coisas só eram bem boas quando vistas com olhos de primeira vez, agora consigo ver que há sim uma coisa linda em ver tudo com olhos de “segunda vez”, vale a pena ver de novo e é claro, com a chance de melhorar, de endireitar o que saiu meio torto, enfim, você é uma projeção onde só coisas boas se projetam, como ler um texto pela segunda vez e achar os erros, e descobrir novas belezas, como visitar um lugar amado de novo e achar novos cantinhos, e evitar os restaurantes ruins, e assim, do velho escrever uma história novinha em folha, uma história que vira cada vez mais sua, uma história que eu comecei, mas que aos poucos vou te ensinando a segurar a caneta, escrevemos juntas, até que um dia você vai pegar a caneta de vez, e continuar escrevendo sozinha, e eu vou ler, filhotinha, vou ler e acompanhar cada novo capítulo, mas vai ser impossível não sentir saudade de quando escrevíamos juntas.


5

Tradições de Natal


Gente!!! Me recuso a acreditar que Dezembro chegou. Fico besta como o tempo insiste em passar mais rápido a cada dia. E não importa quanto tempo você não tenha para entregar as provas a tempo, comprar presentes para levar para o Brasil a tempo, enviar os artigos a tempo e analisar seus dados a tempo, o tempo passa.

Eu gosto de Dezembro, sabe? Gosto de natal e tradições que existem na minha mente mas as quais eu executo com devida limitação de tempo e preparação, mas executo. De tudo que eu não faço, as tradições de fim de ano são parte das coisas que eu faço, custe o sono, custe os artigos, custe o que for, a gente faz e pronto.

Nossas tradições aqui são:
1. Ir ao concerto de natal da Jenifer Gasoi, uma cantora meio jazz, meio blues, meio pop e completamente queridinha com a qual fizemos aula de musicalização em ume época e desde então fomos à todos os concertos, mistura de clássicos de criança, de clássicos de Natal e de Hannukah (o concerto acontece na biblioteca judia), com ótima banda ao vivo, nada de efeitos especiais, bolhas soltadas pela própria Jenifer no meio do show, muita pulação, danças espontaneas e batidas de palma... tudo de certo e bom.

2. A partir do primeiro de dezembro nós lemos um livro de natal por noite, regado ao chocolate quente com marshmallow, à luz de velas. Esta é minha favorita.

3. Montamos árvore de natal colocando o enfeitinho de gesso com as mãozinhas do "primeiro natal" de cada um, e a cada ano é uma surpresa (bem melancólica) ao constatar quão grande estão as mãozinhas neste ano, em relação àquele primeiro natal...

Adoro natal. E vocês, que ainda eventualmente aparecem por este canto cheio de sapatos empoeirados...quais são as tradições de natal e fim de ano por aí?
2

Do G pro P e outras histórias natalinas

Quisera eu que a mudança do G pro P fosse no manequim, mas não, meus caros. Este milagre natalino ainda vai depender do desaparecimento dos Chocotones (e suas respectivas 500 calorias por fatia) da face da terra. Coisa que não parece estar próxima de acontecer já que encontramos Chocotone Bauduco no supermercado italiano aqui em Montreal, por 1/3 do preço que custa no Brasil...vai entender. Deve ser a conspiração dos duendes. Deve-se dizer que um chocotone de 500gr não dura mais do que 3 dias aqui em casa. E que come-se sempre com margarina e um copo de leite com Ovomaltine. Faça as contas, o manequim não vai mesmo do G pro P.

Fato é que mudamos de carro. De uma mini-van para um carro comum, daqueles dos mortais. Eu tinha um Fit no Brasil e achava o carro mais espaçoso do mundo. E enchi a paciência do marido porque não aguentava mais aquele carro grande e cheio de tralha, até que ele, só pra provar que eu estava errada e ele certo, aceitou trocar de carro. Acrescente duas crianças e suas cadeirinhas e tralhas e de Fit pra lambreta estamos a um passo. Acrescente a família que veio para o Natal e a coisa fica feia. Feia, e pequena. Sinceramente, não sei como as pessoas conseguem viver com um carro comum e crianças. Como gente?? No Brasil ninguém tem esses mini onibus que a gente tem aqui e todo mundo vive bem e feliz, como?? Ninguém carrega a família no carro? Tipo é cada um por sí, metrô pra todos?Não sei, não sei, não sei, ai que falta de ar! Mas ficaremos assim até Fevereiro. Se tem gente que anda como nenê de metrô e ônibus e arrasta carrinho sobre 15 cm de neve, não sou eu que vou ficar aqui reclamando do Fit. Mas que é apertado isso é!

Em um outro tom muito mais festivo, uma das únicas coisas boas de passar o Natal aqui (e este é o nosso primeiro natal aqui em 5 anos) é que aqui a tudo tem cara de Natal, o original. Com direito a pinheirinho cheio de neve de verdade. Nevack e Nevina obviamente não podiam estar mais contentes, assim como toda criança que habita o pólo-norte. "Neve mamãe, mUta neve", diz ela toda feliz. E ambos ainda vão ter uma congestão de tanto comer neve. Se é que isso é possível. Aliás, existe algo mágico na composição da neve. Tente raspar o freezer e o efeito não é o mesmo.

No ritmo das tradições natalinas começamos desde o dia primeiro uma tradição que copiei do "Notes from the trenches" e que fazemos desde o ano passado (eu ando super copiona de blogs!). Embrulhei todos os livros de natal e alguns que não são de natal, mas são novos e a cada noite lemos um livro à luz de velas (isto é, até os fósforos acabarem e uma breve adaptação para luz de abajour até a mãe lembrar de comprar mais fósforos...talvez no ano novo). E posso garantir, vale a pena o plágio, esta é uma tradição deliciosa. Ainda mais com Leitorack achando umas palavrinhas aqui e ali, todo orgulhoso.

Natal foi no maior clima tudo é paz...coral na igreja, biscoitinhos feitos e decorados em casa para os velhinhos do prédio que ficam sempre tão sozinhos, amigos daqui, família aqui, tudo bom. Papai Noel passou o maior sufoco para encontrar o tal do cavalo de plástico que pula, mas como só o bom velhinho pode, ele encontrou (no dia 23 de noite na última loja possível, para o alívio e alegria incontidos dos duendes e seus demais dependentes, leia-se pai e mãe).

E vocês, quais são as suas tradições de natal? Partilhem pra todo mundo poder copiar! Afinal, este é o espírito do Natal, certo? Pelo menos foi isso que disse o patinho do Wonder Pets no DVD que assistimos hoje...e vocês sabem, com pato que fala a gente não discute.

E algumas cenas de natal aqui na terra dos sem-sapatos:


Animação no concerto de Natal da professora de música. Meninos, controlem-se. Gatinha que é gatinha finge que está batendo palma só pra mostrar a barriguinha sexy com direito a barrinha da fralda aparecendo.


As pombas que não são espertas o suficiente para migrar para o Sul, mas pelo menos aproveitam o calor que escapa do aquecimento do hospital
Ensinando o tio a fazer um forte de neve. Nunca se sabe quando estas habilidades vão ser imprescindíveis em um país como este.
9

SIM!

Interrompemos esta retrospectiva 2009 que só vai acabar em 2012 para noticiar um evento de extrema importância.

*********************************

Há exatos 10 anos, a uma hora dessas (5 da tarde) eu estava dentro de uma banheira de hidromassagem, com pétalas de rosa. Depois fui ser maquiada, penteada e engomada enquanto minhas amigas queridas (exceto uma que estava fazendo vestibular, certo Ny?), madrinhas, também se arrumavam e todas conversavam empolgadas, no maior clima de porta de escola, para as 20:00 em ponto estar na porta da igreja.

Não muito longe, nessa mesma hora, um certo moço estava jogando baskete. Depois de jogar baskete ele iria nadar com meus primos e irmãos no maior clima de ginásio de escola, e depois disso, lá pelas 19:30, ele iria tomar um banho e botar um terno para as 20:00 estar na porta da igreja.

Meses antes, viajávamos para Caldas Novas quando entre conversas sobre a vida e o amor ele disse: "E se a gente casasse?". E eu, com aquele sentimento no coração que só se sente uma vez na vida, eu acho, quando realmente se está frente a frente do seu grande amor, disse: "Você tá louco?" - não,não, brincadeirinha, eu disse: "Puts! Boa idéia!'É isso, vamos casar!" (naquela época ideia tinha acento:-). Tá bom, vou falar a verdade: Eu não tenho a mínima ideia do que foi a gente disse, mas o importante é que foi ali que a gente decidiu que nossa vida ia mudar pra sempre (aaaa, que lindo, gente!).

Era Julho de 1999 e achamos que seria legal se casássesmo dia 9/9/99, só pra ser divertido. Aliás, a gente sempre foi um casal divertido. Meu pai, confesso, não achou tão divertido assim, dado o fato de que eu tinha 18 anos e estava o primeiro ano da faculdade. Com o tempo, e a falta de opção, ele se acostumou com a ideia e foi ele que me buscou lá no salão do primero parágrafo, não no dia 9/9/99, porque a igreja já estava reservada, mas no dia 09/01/2000 - para entrar comigo corredor abaixo e me entregar, "de mão beijada", para o meu príncipe galeguinho(aaaa, e tem coisa mais linda do que noivo esperando noiva, lá no fim do corredor com aquela cara de bobo, todo contente?). Aliás, não só me pai como metade do mundo, achou que isso era um surto, um absrudo, onde já se viu, que casar cedo era bobagem, que não ia dar certo. 10 anos depois cá estamos nós pra provar o contrário.

Entre lá e cá, muita água passou por baixo da ponte, mudamos de casa 4 vezes, de país 1 vez, de cabelo, de peso...mas o que não mudou foi, clichê quanto seja, o meu amor pelo meu Princhucão (aaaa gente, coisa linda mesmo o amor!).

E daqui pra baixo a coisa fica pessoal e melosa. Crianças ou não-sentimentais, por favor saiam da sala.

Eu sempre soube que ia casar, mas nunca achei que ia casar com o homem perfeito, até porque, diziam as más líguas, homem perfeito não existe. Mas um dia ele apareceu, de terno azul (juro, era azul mesmo, azul Royal). Perfeito pra mim. Nestes 10 anos eu deixei, em vários sentidos, de ser uma menininha, afinal, eu tinha 18, 16 quando nos conhecemos, virei uma "mulher" (nossa, ficou brega a beça essa frase, dá pra botar numa música do Roberto Carlos - mas como meu amor adora Roberto Carlos, então deixa estar - puts, eu tinha acabado de falar que ele era perfeito, né? Tinha esquecido desse detalhe:). E depois de 10 anos de casado a gente realmente aprende que a perfeição não se trata de olhar para alguém e ver tudo o que você pensa ser correto ou melhor, mas sim é olhar pra trás e pensar: Eu não poderia ter sido mais feliz, de nenhum outro jeito, com nenhuma outra pessoa.

Essa felicidade não foi só das tantas e inacreditáveis surpresas que ele fez pra mim como o cruzeiro no nosso primeiro ano de casados, onde além do cruzeiro surpresa eu ganhei uma mala de "roupas novas-surpresa" pra usar no cruzeiro, ou o passeio de balão no meu aniversário. É claro que eu adoro um mimo, não vou dar uma de Madre Teresa, mas a felicidade, todo mundo sabe, vai muito além disso e mora mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Felicidade é 10 anos de caretas tão engraçadas que me fazem rir mesmo nas situações mais improváveis, é carregar todas as malas só pra eu ficar folgada e não carregar nada, é sempre me deixar na porta dos lugares e ir estacionar o carro lá longe, e depois buscar o carro, é me chutar da cama para eu ir pra aula só porque tinha prometido pro meu pai que eu ia estudar e virar doutora, mais do que isso, é me levar de carro pra São Carlos (3 horas de viagem), me deixar na porta da aula e voltar para São Paulo (mais 3 horas) só pra ficar mais um pouquinho comigo mesmo que fosse comigo roncando no carro, é lanchinhos da madrugada, preparados quando eu estou estudando desesperada, é sempre deixar o melhor e maior pedaço da sobremesa pra mim, é sempre saber qual é o horário do café da manhã nos hotéis para ter certeza que eu não vou perder, é sempre me deixar escolher o meu prato e o dele, só para eu poder escolher 2 pratos que eu quero e não ficar em dúvida, é carregar meu avô no colo quando ele teve derrame, só pra levá-lo no clube com a gente, é sempre lembrar de levar sobremesa dietética para minha avó que era diabética, é sempre me lembrar de pegar meu pendrive, chaves e óculos quando eu saio de manhã, é me dar um filho que é tão engraçado quanto ele e uma filha que segue pelo mesmo caminho, é topar dar uma parada nos seus próprios projetos para apoiar os meus, é corrigir listas de referências biográficas e fazer médias de alunos para eu poder dormir, é sempre dizer "compra tudo!" quando eu ligo de uma loja em dúvida entre a bota preta ou marrom, ou sempre ter as melhores soluções, mesmo que eu discorde no começo, é tantas coisas que essa lista renderia uns 10 posts, no mínimo.

Meu Docinho (eu sei gente, chamar o outro de Docinho em público é dose...mas eu tive que fazer, já que esse blog virou o local oficial das declarações especiais), aprendi tantas coisas nestes 10 anos com você, mas mais que tudo, aprendi a te admirar. Pela sua generosidade de um coração que eu nunca vi tão grande, pela segurança que você me transmite mesmo quando estávamos a caminho do hospital para reconhecer o corpo do meu pai, ou com o carro derrapando na neve prestes a cair em um abismo ou com um pneu furado no meio da estrada, de noite - eu nunca tive medo, sabendo que você estava ali, do meu ladinho, mão com mão. Passamos por coisas que caberiam em mais de 10 anos, rimos tanto, até fazer xixi na calça (eu, pelo menos - olha o vexame), cantamos muito no Uniarte, onde nos conhecemos e depois em coral, no chuveiro, na pousada, no restaurante, pra barriga, pros bebês, tivemos 2 filhos, dormimos muito e as vezes pouco, viajamos tanto e fizemos outras coisas que eu não posso contar em público :-) E mesmo nos eventuais e raros momentos de discórdia, eu nunca tive dúvida de que você era meu grande amor, amor pra 10 anos, amor pra vida inteira.

Eu sempre amava quando você dizia que eu era sua paz, e essa manhã você disse de novo, enquanto cantava pra mim, e é isso que eu quero continuar sendo. Sua paz de acordar sempre sorrindo, sua paz de não fazer nada, ou tudo juntos, sua paz para novas aventuras, sua paz para brincar e ver nossos filhos crescendo, indo embora e nós dois, com cara de maracujá, por outras tantas dezenas de anos abraçadinhos, minha mão no passador de cinto da sua calça, você me segurando para eu não cair quando tropeçar sozinha como sempre faço, um pote de sucrilhos do lado e toda a alegria de saber que SIM, aquele SIM com dentões pra fora, foi a melhor resposta de todas.


E pra finalizar, fiquei em dúvida entre tantas músicas que marcaram esses 10 anos e no final ia por o Soneto do Amor Total, que nem marcou nada mas é lindo. Daí eu tive um plano de fazer vídeo com nossas fotos, daí eu não conseguí, um pouco por ser lesadinha, outro tanto por ser desorganizada mesmo e não ter feito a tempo de pedir pra alguém (Dada, é claro) fazer. Sendo assim, empresto esse You Tube, dessa música que nos acompanhou em muitas viagens e acho que diz bem, como os nossos "dois meios, fizeram desaparecer qualquer fração, achamos a unidade, está resolvida a questão"e sim, eu ainda estou perdidamente apaixonada por você".

5

Imagens das ultimas semanas que estavam salvas e eu esqueci de postar

Update e upgrade da carta para o Papai Noel - Sai o arroz com feijao, entra um a abajour do Cars ou um peixe de verdade...se vira velhinho!

Lanchinho da madrugada feito pelo Maridinho, enquanto eu terminava correcoes de provas

Doentina com Papito na sala de espera do raio X. Mas a pneumonia ja foi embora a tempo pro Natal :-)

Espetaculo de Natal " Natal Quebec" com todas as cancoes favoritas em frances, inclusive uma que dizia " O Papai Noel eh Quebecois", sempre aprendendo...

E a imagem de hoje se eu tivvesse um cabo, seria ... a de um "natal muito branco" na casa da mamae (e sem acentos), aqui do interior da terra do tio Sam, tudo eh paz...lareira acesa, torta de Nutella no forno, Gostosina engatinhando tenta arrancar todos os enfeites da arvore, Esportack joga futebol no basement com o vovo.
Feliz Natal pra todos! Eventualmente com presentes do Papai Noel, mas certamente com muitas bencaos do Papai do Ceu (riminha pobre, mas verdadeira :-)

Espero voltar antes de 2010, com a retrospectiva 2009.

5

Bate o sino pequenino...


Gente, eu sei que já ficou sem graça eu aparecer por aqui depois de um mês dizendo que não estou achando tempo de postar, mas o fato é que...bom, realmente eu ando sem tempo de postar... em parte por culpa do meu Mac, que apesar de simpático, complica a tarefa de colocar acentos, o que me chateia pra digitar, outra grande parte é o fim de semestre, provas para corrigir, artigos para entregar, aquele desespero de acabar as coisas antes de acabar o ano, mas o ano vai acabando e as coisas não, crianças doentes e...o programa de natal que estamos preparando!!

Para quem estiver aqui por Montreal, dando sopa neste sábado, venha conferir, o convite está aí em cima e a entrada é " de grátis!" . Vou adiantando que Cantarolack vai fazer um solo e Natalina vai ser o meNINO (como diz a Camila ;-) Jesus, isto é, se Jesus ajudar a sua intérprete a sarar da pneumonia até lá.

Depois disso só tem mais uma segunda-feira e...miniférias (isso também é tudo junto agora? E sem acento? Ou com? Xiiii) durante a qual eu já avisei pra minha mãe que só quero dormir, fazer scrapbook, alguns bonecos de neve e biscoitinhos de natal com Cozinhack pra levar para os velhinhos no asilo. Só.

Obrigada queridos leitores pelos desejos de feliz natal, e pelos comentários carinhosos e altamente motivadores!! Eu ainda estou tentando marcar uma data para quando eu vou voltar a ser uma blogueira minimamente decente, quem sabe esta vai pra lista de resoluções para 2010. Gente...2010!! Tem noção um negócio desse??? Deixa eu correr atrás da minha nave espacial porque 2011 está aí!
13

3 anos - Meu meninão.

Começo a escrever este post com um aperto enorme no coração. Aonde está meu nenezinho? Virou um meninão. Era só outro dia e meu nenezinho alcançava com muito esforço o botão "SS" no elevador (o mais baixo, da garagem, ou do "Tio Silvio", de acordo com ele), agora sem esforço nenhum, meu meninão alcança o número 4, onde moramos, e esticando o pé já alcança o 5, não dá pra entender. Não digo que é grande, nem gorducho, aliás, meu meninão insiste em ficar no menor percentil de tamanho e peso, mas não deixa nenhuma dúvida que virou um meninão, meu meninão magricelo.

Meu meninão mudou a galopes no último ano. Na área "acadêmica" já conhece todas as letras e vive "lendo" por aí, além de escrever algumas como o "T", ""J" e "O". Também conhece os números e sabe contar de verdade querendo tirar foto "de vocês três aí", contando as colheradas de comida que faltam para poder ir brincar e lógico, contando quantos anos ele já "ganhou"- 3, não há dúvidas. A irmãzinha, no entanto, não ganhou nenhum número, mas ganhou uma letra, a letra "N", constatou meu meninão ontem quando eu disse que a irmãzinha não tinha nem um ano. Letras e números são parentes, afinal. Meu meninão sabe o que é maior ou menor (sabe que sua irmãzinha é maior do que a nenê que fomos visitar no hospital, mas que é menor do que ele, BEM menor, aliás, é pequenininha assim - mostrando com os dedinhos algo do tamanho de uma moeda). Meu meninão conhece todas as cores, descartando o diagnóstico de daltonismo dado pela mãe alucinada. Não só conhece as cores como agora virou controlador de trânsito e ai de quem atravesse a rua ou ande de carro com o semáforo vermelho. Meu meninão tem futuro. Se não for escritor ou matemático vai poder trabalhar na CET.

Meu meninão faz caras e bocas realmente únicas. Joga charme pra todo lado, é realmente conhecido como o "Casa Nova" da escolinha. Como o seu papito, meu meninão não consegue tirar foto com uma cara padrão. Tem que fazer careta e cada vez uma diferente. Aprendeu a piscar com um olho só e fica piscando e mexendo a sombrancelha pra cima quando quer dar efeito a uma frase. E se tem uma coisa que meu meninão tem são frases de efeito para acompanhar suas sombrancelhas falantes. Se não trabalhar na CET, meu meninão vai ser ator, certeza.

Aliás, meu meninão sabe usar frases. Como fala essa coisinha! Desenvolve idéias próprias, raciocínios complexos do tipo: "Mamãe, vamos fazer um game...não, um jogo! Você é a Robin (a professora da escolinha) e eu sou a Neela, porque a Neela ficou quietinha e ganhou sticker. Olha, eu tô quietinho, pergunta se eu quelo um sticker...". Meu meninão pega seu telefone e liga pro povo no Brasil, para os amigos, combina encontros, bate um papo danado. Meu meninão tem um Português pra lá de bom, mas as vezes dá umas misturadas do tipo: "Ah mamãe, olha o "feetinho" da irmãzinha como é bonitinho!", ou " eu tô jumpando muito alto, olha!", ou ainda as minhas confusões favoritas de pronomes: "Essa é a papai cadeira (daddy's chair)". Meu meninão tem amiguinhos francófonos na escolinha e outro dia, enquanto espiava meu meninão brincando por lá peguei um diálogo impagável: "Enzo, this is my bouteille, c'est a moi, ok? - E olhando pra mim: A garrafa é minha mamãe!". Se não trabalhar na CET nem for ator, meu meninão vai dar um ótimo tradutor.

E mais do que tudo, meu meninão é um compositor. Inventa letras e melodias o tempo todo. Vivo fazendo vídeos das novas músicas que incluem situações vividas, frases aprendidas, pedaços de histórias e por aí vai. Meu meninão reconhece sozinho vozes diferentes em uma música de quarteto. Outro dia inventou um jogo onde cada um de nós tinha que cantar uma voz de uma música do quarteto do Papito: "Papai canta o agudo, mamãe o outro médio e eu sou o Steve (o baixo), vou cantar bem grave...aaaa, mas e quem vai ser o Folou? (o barítono), ah ja sei, a irmãzinha! - Aaaa, a irmazinha não fala...". Meu meninão também é regente e fica organizando a entrada dos instrumentos nas muitas músicas que ouvimos no carro. Meu meninão tem carreira musical, caso desista da tradução.

Meu meninão é muito empático. Fica preocupado dizendo com desespero: "o que foi mamãe, o que foi?" quando eu falo brava ou triste, usa muitos recursos quando a irmãzinha está chorando como buscar a chupetinha (e sair cantando e dançando todo feliz quando ela pega a chupetinha: "I did it! I did it"!), mostra brinquedos, canta, dança na frente dela e pede com amor: "Irmãzinha, para de chorar por favor!". Ele também deixa bem claro quando está triste:"Eu estou muito triste com você mamãe!"- isso geralmente acontece quando tem que guardar os brinquedos ou escovar os dentes. Mas ele é tão bonzinho. Ajuda os amiguinhos e quase sempre divide o que tem, conta com apreensão sobre um amiguinho que caiu ou machucou na escolinha, ou quando o Enzo empurrou alguém, de novo. Além disso, meu meninão tem um raciocínio único e não se deixa enganar. Ontem mesmo, enquanto ele jantava e eu comia bolo e amamentava a irmãzinha ele falou: "Mamãe, sua comidinha é bolo? Mas a irmãzinha não gosta de bolo com chocolate, não é bom pa saúde!". Ele também conhece os parentescos de todas as pessoas, pergunta quem é casado com quem e depois da fase do "por que?" agora está na fase do "como?" e quer descobrir o como de tudo. Com tanto jogo de cintura e curiosidade, meu meninão se não quiser ser músico vai poder ser diplomata ou cientista, pode escolher.

Meu meninão está dando seus primeiros passos rumo à independência. Já tira a roupa sozinho, não usa mais fraldas, sabe guardar seus sapatos e roupas no lugar, separa as roupas sujas pra mim e põe na máquina de lavar. Meu meninão é um super ajudante, não pode me ver na cozinha que já vem arrastando sua "cadeira de ajudante" e dizendo: "mamãe, deixa eu te ajudar por favor!!!", com cara de gato do Shrek. Me ajuda a fazer bolo, já conhece as medidas e sabe até separar a clara da gema. Meu meninão vai dar um "chef" de mão cheia!

Meu meninão apesar de tão grande, é tão medroso. Tem medo de pular alto, tem medo de andar de bicicleta, tem medo de gente de máscara, tem medo de mergulhar na piscina, de dormir sozinho e de barulhos fortes. Por isso mesmo entramos na aula de ginástica e para a minha surpresa, meu meninão aprendeu a virar cambalhota super rápido, apesar de ainda fugir das barras e não gostar de ficar embaixo do "paraquedas" com os outros amigos. O que mais me deixa feliz no entanto é que quando está com medo, meu meninão corre pra mim. Ele não tem dúvida de que mesmo sendo muito grande e muito forte (como ele contou para todos que estava ficando, agora que ia ganhar 3 anos) o braço da mamãe sempre vai estar aqui pra ele, pra dar a mão, pra dar beijinho, pra segurar e não deixar cair, pra dormir junto enquanto ele coloca a mãozinha no meu rosto e eu faço "coquinha" nas suas costas, embora prefira o papai pra dormir. Meu meninão pode até ser astronauta (agora que sabe virar cambalhota, todo mundo sabe que isso é requisito essencial) mas sabe que em nenhum planeta vai achar um lugar tão seguro quanto meu colo. Meu meninão vai querer ficar comigo pra sempre, grudadinho como veio ao mundo, como se deve ser!!! E ai de quem diga o contrário.

Sabe meninão, mamãe tem tanta saudade de quando você era só um bebezinho, molezinho e sorridente como sua irmãzinha. É claro que é um deleite sem fim ver você crescer, descobrir o mundo. Mas enquanto vejo isso acontecendo e vou projetando em você tantos sonhos bobos, tantos planos que você vai mudar com sua própria história, meu coração aperta, meus olhos enchem de lágrima de alegria e tristeza. Queria congelar você, queria ter uma câmera embutida que registrasse todo e cada momento para que eles não se apagassem nunca, para que eu não esquecesse dessa sua vozinha gostosa, das suas risadas soltas, da sua mãozinha macia no meu rosto ou na minha mão quando atravessamos a rua (e só nessa hora). Queria guardar nas bolhas de sabão que você tanto adora soltar cada momento tão precioso, tão gostoso que passamos juntos, eternizar essas horas que não voltam mais. É claro que eu quero que você cresça e vire um moção muito independente e realizado com o que você quiser ser, que goste de escovar os dentes (e isso acontece?) e não avise que quer fazer cocô 2 segundos antes de fazer. Mas se eu pudesse escolher mesmo, guardava você assim, não acho que possa ficar mais gostoso do que isso. Não estou nem um pouco ansiosa pelos dias que você não vai mais querer dormir com a mãozinha no meu rosto, que não vai acordar de manhã pedindo sua "dedeira", que não vai pedir para eu brincar com você só mais um pouquinho ou para eu sentar no cantinho e ler um livro pra você, que não vai mais querer correr atrás dos patinhos e esquilos no parque, que não vai mais sair catando todas as pedras e pauzinhos que encontra pela frente, que não vai mais me encher de beijinhos, que não vai mais querer tocar todos os instrumentos do mundo e cantar músicas que nem malucos no carro comigo, ou que não vai mais me chamar enquanto eu digito: "Mamãe, eu e irmãzinha queremos que depois que você termina o trabalho você vem aqui brincar com nós, tá bom?".

Mas bom, meu meninão, a vida é assim mesmo, há de se crescer e olha você ai, não mais um "toddler", mas agora um "preschooler" como dizem por aqui. Um verdadeiro meninão tão bacana, lindo, esperto, uma alegria por onde passa. Mamãe fica num gosto só, se sentindo tão abençoada de ter 3 anos de você - o meninão mais especial do mundo, o meu meninão.
9

Eventos e comemorações

Fim-de-semana passado fomos à Mont- Tremblant. Nossa primeira viagem à quatro. Dizem por aí que com um filho nós somos um casal com um filho, mas com dois, viramos oficialmente uma família. Bom, família feliz viaja feliz e ganha picada de mosquito feliz. Mosquiteiko, mestre de todas as picadas, como sempre foi premiada. Sem exagero, voltei com pelo menos 10 picadas. E pensar que vim do Brasil, onde todo mundo sabe, calor tropical, floresta e macacos por todos os lados, para ser alvejada por mosquitos canadenses, era só o que me faltava. Sendo assim, apesar de toda chuchuzeza (do adjetivo chuchu) da cidade, voltamos um dia mais cedo do que o planejado já que Sanguedocina ainda não pode usar repelente e levou uma picada, com direito a coágulo de sangue (sério gente, medonho! Baita mosquito assasino sangue-suga chupando o sangue da minha pequetita!) bem no meio do côco! Judieira, como diria a Cacá que trabalhava lá em casa. Apesar dos pesares, desci a montanha de carrinho de rolemã (é assim que escreve isso?) com Medrozack que a cada curva falava: "Mamãe, vamos mais devagarzinho? Se não eu fico tonto!", andamos de bondinho, de teleférico, comemos até passar mal, nadamos no mini-clube aquático, onde Veronina estreiou o biquini novo e voltamos felizes e cansados.

Conclusões importantes:

1.Sling é a melhor invenção que já fizeram. Logo depois do brigadeiro, é claro. Quem tem bebê e não tem sling compre um agora e você verá como sua vida vai mudar! Amamentar andando, ter duas mãos pra carregar menino pra cima e pra baixo, ir ao banheiro com bebê - Can we do it? Yes we can! E se for comprar, favor comprar dessa moça aqui, que é minha amiga e faz os slings mais lindos mesmo (Olha a publicidade gratuita Tati!! :-)

2.Ser família de 4 (olha a maldade!) dá uma canseira danada! Próxima viagem agendada pra semana que vem, não sem pesar. Ando achando que o melhor programa com bebê de 3 meses + menino de 3 anos é mesmo ficar em casa, com tudo organizado (cof, cof, alguém disse organizado? Por favor, não me visitem de surpresa), fraldas a mão sempre, comida certa na hora certa, todos os brinquedos que você quiser, sua caminha (Caseirack chegou no hotel e ficou falando: "Eu quero dormir na minha casinha mesmo, não gostei dessa casa diferente!")...ah, nada como a casa da gente! Mas fazer o que se o mundo é tão grande, não?

Mundo vasto mundo...nos aguarde, estamos chegando...

E bom, esse foi o evento. Primeira viagem em família. Agora a grande comemoração é 3 anos de Velhack. O tempo voa, falo mais sobre isso amanhã, que é o grande dia de "memesálio", quando ele vai "ganhar 3 anos, porque eu já ganhei 1 ano, 2 anos e agora vou ganhar 3!", de acordo com o próprio. Festa oficial vai ser em Julho pra caber na agenda da família, mas ontem teve festa na escolinha e gente...que emoção, eu fiz um bolo que ficou tão bonito, estou tão orgulhosa da minha pessoa! Ah sim, mais importante, Boleirack escolheu o sabor (chocolate, obviamente, sendo filho de quem é. Apesar de todas minhas tentativas, frustradas, de convencê-lo a fazer um de maçã, ou cenoura, ou banana...qualquer coisa que soasse mais saudável já que aqui o povo olha torto pra bolo de chocolate na escolinha, ainda que em dia de festa) e me ajudou de verdade na confecção toda. Eu sei que por aí na audiência tem um monte de boleira de mão cheia, mas pra mim, essa coisa de 'dona de casa do ano' está sendo assim meio show de calouros, sabe? Cada dia sai um número diferente e quando dá certo é só alegria. Então, estou toda pimpona com minha, digo, nossa produção, reparem:

Tasquei uns morangos e outras frutinhas do bosque pra esconder o chocolate, camuflagem perfeita, não? Passaria perfeitamente por uma porção de fruta no guia canadense de nutrição. Pensei em colocar uns brócolis também, mas achei que aí ia dar na cara...
9

Tirando o sapato...

... e botando o chinelo. Estamos saindo de férias.


Após um muito exaustivo primeiro semestre regado à muito trabalho, doutorado e eventos dos mais variados.


Após uma muito exaustiva organização/realização de uma festa de aniversário de um tal menininho bem bonitinho que aproveitou a festa como ninguém, mas que deixou pra trás uma família e seus amigos mais próximos exaustos (mais conhecidos como "as vítimas" - no melhor estilo: quem manda ser amigo??? Agora tem que ajudar,tem que acordar de madrugada em pleno domingo, tem que cozinhar, tem que encher balão...).


No controverso roteiro das férias, largaremos o pequeno Abandonack com a avó enquanto pai e mãe retomarão seus papéis de marido e mulher em lua-de-mel pelas "Europa", seguindo para o Brasil, após retomar a guarda da criança, para o aniversário de 91 anos da bisa, na deliciosa fazenda em Minas Gerais.

Mais detalhes na volta em Agosto. Ou se rolar tempo, em algum cyber café pelo caminho.


Para os que ficam com o verão daqui, bom verão, para os que ficam com o inverno de lá, bom inverno. Para todos, boas férias, aproveitem, a vida passa rápido e as melhores lembranças sempre são das férias (esta mensagem é um oferecimento do meu último neurônio, as 2:20 da manhã).

Fiquem com a foto da mesa do aniversário deste ano. Eu sei que não se compara às mesas de festas de Holywood de qualquer festinha merreca por ai nessas bandas com Buffet Infantil. Mas fora o pequeno rombo no meio do arco de balões, até que estamos nos aprimorando na técnica de fazer festas "a mão" - leia-se, sem salgadinho encomendado, sem docinho encomendado, sem decoração encomendada, sem balões encomendados, tudo assim, na mão-de-obra escrava dos pobres amigos e tios importados diretamente do Brasil. A mesa e mais umas 50 bolas gigantes espalhadas pelo salão ficaram muito simpáticos, modéstia a parte. Ah sim, o bolo era encomendado, mas não conta, porque de tudo foi a coisa menos gostosa. O melhor foi que o aniversariante brincou até dizer chega, comeu tantas bolinhas de chocolate e brigadeiros quanto pode, fez e comeu seu próprio sanduíche, decorou seu próprio muffin, fez bolhas de sabão e se divertiu absurdamente muito. Tanto que a pilha, que tinha sido ligada 7 horas da manhã, para a festa que começou às 10:00, só foi acabar 7 da noite...as pilhas da mãe já estavam arriadas há tempos, mas sobrevivemos.

Caso não fique evidente, o tema deste ano foi bola, a nova paixão de Bolack.









Boas férias para todos!!!
5

Centenário da Imigração Japonesa no Brasil


Eu deveria estar mais atualizada sobre esta parte da história que faz parte da minha própria. Mas no momento só estou tendo tempo pra me ligar em preparativos para outras festas (a de 2 anos do Velhack e a festa das nossas férias, a partir da semana que vem).Mas achei este desenho do Maurício de Souza muito fofo pra não ser postado. Fofo também deve ter sido o "encontro histórico" da Hello Kit com a Mônica, que andou rolando por aí.
Minha avó chegou ao Brasil no terceiro navio de imigrantes, em 1914, se eu não me engano. Pequena, veio de casamento arranjado e já chegou trabalhando nas lavouras de café no interior paulistano. Na casa dela, onde passávamos sempre o ano novo, sempre assistíamos fita de karaokê, comíamos sushi e inari (aquele que ao invés de alga tem uma paradinha de tofu em volta - em termos bem técnicos), muito tofu com shoyo e peixe com olho, do qual eu, mesmo quando comia carne, morria de nojo (argh! Aquele baita peixe com aquele olho de peixe olhando pra você na mesa, eu, hein!) e bebíamos coca-cola de garrafa, que eu e meu irmão éramos responsáveis de trocar no armazém. Também tinha um ursinho panda de pelúcia que eu adorava, calendários com mulheres japonesas mandados do Japão pela tia que morava no Japão (não! Era mandado do Japão pela tia que morava na Indonésia, daar).
Minha tia, muito solteira e que morou com minha avó até o fim, era muito católica, e muito amiga de um padre. Tinha sempre dois cachorros Collie, lindos e bem cuidados e todos os livros do Sydney Sheldom, que eu e meu irmão líamos vorazmente nos anos adolescentes, pra matar o tédio durante os 3 ou 4 dias que passávamos lá a cada ano. Minha avó era Seicho-no-ie e tudo que eu sei sobre isso é que no velório dela tinha umas outras velhinhas japinhas rezando em japonês, eu suponho (se fosse russo seria estranho...) e muitas outras colocando envelopes (com dinheiro, me contaram) em uma caixinha com incenso e um negocinho escrito algo em japonês também.
Apesar do nome muito japonês, da cara meio japonesa (no Brasil, porque aqui todo mundo acha que eu sou filipina ou vietnamita ou qualquer outra coisa) e de ter sempre feito o papel de japonesa nas pecinhas da escola, meu contato com a cultura japonesa se restringia as idas na casa da minha "obatchan", era um mundo paralelo. A culpa deve ter sido da minha mãe, aquela brasileira (que diga-se de passagem, minha vó não gostava, por não ser japonesa, obviamente) que sendo a única 100% brasileira na família, era a que mais zelava pela nossa "japonesidade" já que meu pai era meio anti-japonesismos. Minha tia que morava no Japão até tentava me catequisar, sem muito sucesso. Sempre me mandava um Kimono original e cheio de apetrechos (que eu usava nas peças da escola, e mais tarde nas festas a fantasia) e a única Barbie que eu tive por muito tempo era uma versão Suzi de Mangá, de Kimono, chinelinho e meinha (isso deve ter outro nome), florzinha no cabelo (que era loiro, diga-se de pasagem).
Outro dia fizeram um super encontro da nossa família, com direito a montagem de árvore genealógica e tudo. Eu adoro árvore genealógica, elas contam tantas histórias que fazem parte da História, mas não deu pra ir. Me mandaram as fotos, um monte de japonesinhos, tudo igualzinho mesmo, com leves variações abrasileiradas (eram meus irmãos).
Hoje em dia como Sushi só se não tiver outra opção, odeio peixe cru, prefiro garfo à hashi, não falo mais que "Arigatô" e de origami só sei fazer barquinho de papel (que nem origami é), uma pena, eu bem gostaria de ser mais japonesa, e menos "japonesa do Paraguai", como vários já me intitularam.
Mesmo assim, fico feliz de ser essa mistura que mesmo não sendo, é parte de mim, de quem sou e até de quem Japonesack, apesar dos cabelos muito claros, é. Meu irmão, que sabe fazer conta, diz que somos 12, 25% japoneses. Espero que isso me dê o direito de celebrar esse centenário e dizer que eu também sou parte dessa história, que é uma parte tão interessante da História do Brasil. Uoba!
Feliz Centenário (e isso é coisa que se diga???) para os mais japoneses do que eu, e Arigatô, Sayonará, Kimono, Karaokê, Mangá para todos os outros...
10

CRISE!!!!

Há 8 anos eu era uma meninha, de vestido branco, véu e grinalda, o príncipe encantado chegou a pé, pela plantação de girassóis (era bem isso mesmo, decorei a igreja com girassóis, tantos que mal dava pra achar os noivos, auge da moda na época, hoje em dia olhando as fotos acho que estava mais pra uma falsificação de Van Gogh de última categoria) e foram felizes para sempre.

Ah, a crise do título, não tem nada a ver com meu oitavo aniversário de casamento, que aliás, vai muitíssimo bem, obrigada. Mas sim pelo fato de que a pomposa comemoração do mesmo foi subsituída por uma emergencial e inadiável revisão de artigo, pelo telefone, com a orientadora. E pela minha consequente constatação de que nunca nesse mundo eu vou conseguir terminar essa !#%^$% de doutorado já que eu sou incapaz de escrever um mísero artigo que não precise de 50 revisões, inclusive as 10 da noite porque a orientadora estava de férias e até ela achou que eu era capaz de fazer sozinha, tadinha.

Então vou ter que recorrer ao plano B. Vou largar tudo e realizar meu sonho de colégio, montar uma barraquinha de água-de-côco na Praia do Norte, em Ilhéus. Viver de brisa, acarajé, minha jangada vai sair pro mar e tals. Já tenho vislumbres de QualéatuameureiZack correndo livre pela areia branca, carbonizado pelo sol que não dá cancer, trepando no coqueiro pra garantir o sustento da família.

E com estes pensamentos me retiro porque amanhã tenho que acordar cedo pra trabalhar, argh! Digo, pra comprar a passagem, tirar o mofo do biquini, ver a cotação do côco...
7

Colocando o Sapato (na janela do quintal...)


As fotos de natal da mãe organizada: Perceba o charme do cenário com a tomada ao fundo...


Amanhã é o último dia útil antes do Natal, mas por aqui o clima já é de feriado. Já que por aqui, pra quem não sabe, no fim do ano são duas semaninhas de feriado e só.

Natalinack em pleno aniversário de maior idade bebesística (18 meses de praia, digo, de neve) decidiu tirar o dia "off" e ficou com um febrão danado, o que segurou Papito em casa enquanto Mamita, não tendo opção, saiu pra encarar o Rally dos Sertões, digo, o Rally do Pólo Norte. Pense você que dirigir em uma cidade pós-consecutivas nevascas é tarefa pra qualquer um...eu estou me sentindo suficientemente diplomada pra ir pro próximo Paris-Dakar (embora eu ache que o trajeto não seja mais Paris-Dakar-?-), é só trocar o "tudo branco" da neve pelo "tudo marrom" da areia do deserto e estou no páreo. Derrapadas, carro virando 180 graus sozinho, transpor dunas de neve e até fazer balisa sobre uma montanha de neve, tudo treinado. Só fui mesmo motivada pela visão de que este era o meu último dia útil antes das duas semanas de pura inutilidade...ah! Inutilidade...que falta você me faz!

Mas bom, voltando ao clima de feriado, se você esquecer que está há 3 horas no trânsito tentando chegar em casa e que já parou em todos os "drive-thru" do caminho e portanto já consumiu calorias suficientes pro ano novo inteiro, ligar o rádio em qualquer estação tocando músicas natalinas e olhar aquela neve toda caindo, tudo branquinho, as luzinhas das casas refletindo na neve, Papai Noel vestido apropriadamente para o clima, as crianças com pazinha e baldinho de areia construindo bonecos de neve...nossa, você realmente saca qual é a do "Natal Branco" e vê que poxa vida, não é que o Natal tem a maior cara de Natal?
A alegria natalina toma conta de vez e você sai cantarolando "Pinheirinhos que alegria" quando você recebe uma ligação desesperada do irmão do Brasil perguntando qual é mesmo o personagem preferido do Cocóricó de Cocóricack, porque contra todas as probabilidades, ele conseguiu o visto americano (que ele pediu há menos de 1 mês, porque deixar as coisas pra última hora é gene dominante na minha família) e conseguiu também passagem (que ele foi ver segunda-feira), ou seja, vem passar o Natal com a família expatriada (nos E.U.A, já que a mãe e o irmãozinho estão por lá, mãe casada com gringo e proibida pelo Tio Sam de sair do país até que tenha o afamado green card).

Mas é aí que você também lembra que, embora conheça bem o verdadeiro significado do natal, todo mundo está esperando um presentinho, e adivinhe...você ainda não tem nenhum. Aí você lembra que quando você crescer, até pensa em ser uma pessoa minimamente organizada e com uma vida planejada, do tipo que escreve na agenda e faz e não fica escrevendo nos próximos dias: "olhar ontem", "olhar antes de ontem", "olhar semana passada", para saber tudo o que tinha que ter feito mas jamais fará. E quando você for assim, há 4 dias do natal você já vai ter todos os presentes comprados e embrulhados, sob a árvore de Natal. Aliás, você vai até ter montado sua árvore de Natal.

E é assim que amanhã eu serei uma dessas pessoas ridículas, que arrasta um menino meio doentinho (mas que pelo menos é o único que já tem presente de natal garantido, o que ele aliás está aguardando ansiosamente, é claro) por um shopping lotado comprando roupa pro marido que detesta ganhar roupa, roupa pra mãe que adora ganhar roupa, roupa para os irmãos que já tem roupa para os próximos 20 anos. Bem eu que em uma época remota, tinha como filosofia só dar presentes criativos. O que me redime é que pelo menos nos cartões eu gasto um tempinho e mesmo que o presente não seja lá essas coisas, os cartões dão a mensagem. Afinal de contas, todo mundo gosta de um agradinho material, mas ninguém cruza o mundo, liga todo dia falando que está esperando e aguarda o ano inteiro pra ganhar presente, mas o que todo mundo quer é ser lembrado de que, mesmo longe, mesmo não ligando tanto quanto devia, o amor que a gente sente é tão grande que nem cabe em uma caixa de presente qualquer e que a maior alegria natalina é ter mesmo sua família por perto - e depois de saber disso ninguém liga mais pro presente xoxo. Ou se liga não tem coragem de dizer. Em qualquer um dos casos o que vale é o clima de tudo é paz.

Pois é, amanhã é o último dia útil antes do Natal e depois de entregar uns formulários na faculdade e levar uns presentinhos para as professoras de Crechack, eu vou sair as compras, mas também queria passar no museu de Belas Artes já que é o último dia "de graça" (ô pobreza!), cortar o cabelo, passar em uma feira de artensanato quebecois, ir à academia para amagrecer 10 kg antes do natal (nesse caso acho que eu deveria ir no consultório do Pitanguy), preparar a aulinha de Natal da escola sabatina, ensaiar uma música que vamos cantar, fazer biscoitinhos daqueles em formato de homenzinho para as crianças da igreja, fazer um bolo de cenoura que você venho prometendo há anos para a amiga canadense e visitar a inimiga doente (em um gesto de "o verdadeiro espírito do natal"). Mas é claro que metade disso vai pra agenda de 2008 (ah sim, porque depois do apoio moral dos caros leitores eu decidí que em 2008 vou ter agenda de papel de novo), no formato: "Olhar ano passado".

Como amanhã a agenda está cheia, sábado pior ainda e domingo cedinho partimos rumo ao sul (o sul aqui pertinho, não o sul da terrinha amada, infelizmente), já vou me adiantando e desejando a todos um Natal bem feliz, com peru (vegetariano, pra quem quiser), presentinhos com e sem graça, abraços e palavras só ditas neste dia. Coloquem os sapatinhos na janela do quintal, mas sobretudo não se esqueçam que podem até dizer que Papai Noel não se esquece de ninguém, mas quem não esquece mesmo é Deus, que mandou seu Filho pra nascer aqui, só porque te ama demais!


E a produção um pouco mais produzida do ano passado, graças ao presépio do prédio e ao irmãozinho que estava por aqui pra tirar as tomadas da parede no photoshop, lembrando do verdadeiro presente de Natal, em todos os sentidos.

FELIZ NATAL!!!