Já tem um tempo que Tagarelack se apropriou da palavra "ôto" (outro) para os mais diversos fins. Por exemplo, para solicitar "ôto mamá" - aconteceu quando minha tentou dar o peito dela para não me acordar em uma das estressantes noites do feriado de fim de ano. O bichinho pedia: "Mamá, mamá", mas queria um que funcionasse, o "ôto". Quando eu deito com ele um pouquinho antes de dormir e o abraço com uma mão, ele, que sabe da minha vocação para contorcionista, sempre pede "ôto", querendo não só que eu o abrace com as duas mãos mas também faça carinho, com a terceria mão é claro. E foi em um dia desses que eu perguntei: "A outrA mão?", e ele prontamente respondeu afirmando com a cabecinha: "Ôta"! - Foi assim a descoberta do gênero.
Desde que ele descobriu a nova persepectiva do mundo que só se tem de cima da privada, seu passatempo predileto é primeiro, pedir pra fazer cocô, mesmo que seja 2 da manhã e ele obviamente não queira fazer cocô, e depois, uma vez no trono, arrancar cada pedacinho do papel higiênico e jogar no lixo, com direito à narração:"Papel? Litcho" (Papel, lixo). Um dia desses, em um daqueles momentos íntimos onde a mãe sentada no chão frio espera o menino acabar com o papel higiênico, não fazer cocô e falar:"Tega!" (chega), a mãe enfezada e altamente preocupada com o número de árvores que vão ter que ser cortadas pra produzir todo o papel higiênico que ele está desperdiçando fala:
- Filho, chega de papel, papel é pra limpar e depois jogar.
- Papel? Litcho?
- Não, só depois de limpar.
- Ôto? Pôpapô! (Outro? Por favor!)
- Não, filhinho, chega.
- Ôta? (Outra?)
Como se tudo fosse apenas uma questão de gênero.
E quem aguenta isso?
Vocês têm que "concordar" que de "gênero" o menino entende, de "número" de palavras engraçadinhas necessárias pra dobrar a mãe ele já domina, "grau" de fofura não é o problema...Pasquale que se cuide, "nossa língua portuguesa" tem novo dono.
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