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Vômitos inteligentes e outros fatos

Um estudo mostrou que enjoos matinais na gravidez estão associados com crianças mais inteligentes. Pelo menos algo positivo pra manter em mente enquanto se admira o fundo da privada. Se depender de mim, o mundo tem dois novos Einsteins.
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No prédio onde eu moro só tem velhinhos. Outro dia encontrei uma das minhas velhinhas preferidas, que está sempre respectivamente acompanhada do seu velhinho, que além de super simpático aparenta uns 30 anos a menos do que a realidade. Acontece que a velhinha veio me contar que seu velhinho tinha falecido...me deu uma tristeza. Toda vez que chego em casa agora fico só pensando que ali bem do meu ladinho tem uma velhinha sozinha no seu apartamento, esperando sua vez chegar. Aí eu corro e abraço muito o meu velhinho (11 anos de diferença gente, pense...), o negócio é mesmo fazer cada dia contar, e manter a esperança nas coisas do Alto, se não a vida fica meio sem sentido, né?
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Péssimo sinal é quando você chega no shopping e todas as vitrines só têm roupas de outono, as piscinas públicas começam a botar cartazes de "1 semana para o fechamento" e em todo lugar só se fala de volta às aulas - e você sabe que é volta mesmo, e não que tudo só começa depois do carnaval. É o fim do verão, o fim das férias, o fim do mundo?
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Observack hoje, a caminho do jantar na casa de um casal de amigos:
- Mamãe, a gente vai pla onde?
- Pra casa da tia Isa.
- Mas não ela pla casa do tio Jerry?
- Sim filho, eles moram na mesma casa, porque eles são casados, igual o papai e a mamãe, a gente mora na mesma casa, né?
- É, mas o papai não tem aquela coisa assim no dedo ó (fazendo círculos em volta do dedo, se referindo obviamente à aliança, que o pai, alegando que é atleta e contando a história de como um dia quase perdeu o dedo porque usava a aliança durante um jogo de baskete, e a muito contragosto da mãe, não porta).

Não tenho ideia de quem foi que disse que pra ser casado tinha que ter aliança, em todo caso, fica aí a lição, viu, PAPAI do Zack???? 
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Olha o tippinho. Nunca aparece e quando vem é só pra dizer umas bobagens (como se algum dia tivesse dito outra coisa, mas enfim...). Está mais pra Twitter que pra blog isso aqui.
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Nao va embora....(diretamente do teclado que insiste em ficar gringo, a despeito dos meus esforcos contrarios)

Todo mundo falando em volta as aulas, os festivais de verao chegando ao fim e o pensamento sombrio eh que daqui uns dias, para descer aqui soh de treno:

Para andar aqui, soh com esqui:
E as bisnaguinhas vao conhecer a embalagem de inverno:

Depois de uns anos nessas bandas a gente aprende a fazer como o moco da construcao. Rolou naquela grama como se fosse a ultima, andou de bicicleta como se ouvisse musica, nadou na piscininha como se fosse a unica...e logo acaba o verao, e a gente nao pula de predio nao, mas o que tem de gente pulando no metro...

Enquanto isso, deixa eu ir la curtir meu solzinho, blogar fica pra dias de chuva.
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Chá de sumiço

Então, andei tomando esse clássico das ervas medicinais por razões que envolvem re-organização da vida pós-volta do Brasil, organização da festa de 3 anos 1 mês e uns dias de Aniversariack e fim de licença maternidade, tudo junto e não em doses homeopáticas como deveria ser.

Como sempre nessas fases de seca bloguística, tenho um punhado de posts compostos dentro da sub-divisão blogal do meu córtex, mas entre postá-los ou dormir mais cinco minutos, apertar bochechas, andar de bicicleta no parque aproveitando os últimos raios de sol desse hemisfério, fazer bolo, brigadeiro e outros quitutes, assistir os shows de verão ou organizar meu pen drive, tive que optar por todas as outras coisas, excluindo só a primeira.

Mas para que vocês, dois ou três leitores que ainda se dão ao trabalho de aparecer por aqui, fica uma fotinho da minha obra-prima (a terceira, depois de Artesanack e Esculturina)que me custou uma noite de sono, mas ah gente...vamos combinar, ficou tão simpático! E não é querendo confeti (até porque eu prefiro M&M's), mas reparem:

Créditos pro maridão que ajudou da concepção à confecção.

Se eu não estivesse com tanto sono iria até contar tudinho, mas gente...depois de 7 noites dormindo uma média de 3 horas por noite eu necessito dizer tchau. Volto logo, logo, assim que eu achar minha filha, que deve estar perdida em algum lugar entre a montanha de roupa suja, os restos de decoração de Cars espalhados, os brinquedos novos e suas respectivas caixas, laços e sacolas, os materiais que tenho que levar de volta pro hospital...tá por aí, certeza.
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Aqui de novo

Oi gente, voltamos!

Entre mortos e feridos, quase todos estamos semi-vivos. Viajar sozinha com dois, sendo um de 4 meses foi uma aventura. O problema de bebês de 4 meses é que eles não param em pé ou sentados sozinhos, sabe como é? Então foi um tal de: "o moço da imigração você pode segurar esse bebezinho?", ou "o seu guarda, você pode segurar esse nenezinho um pouquinho", ou..." o moço desconhecido, você pode ficar de olho nesse bebezinho enquanto eu levo esse outro aqui ao banheiro? (essa só no avião tá gente, onde eu sabia que o moço não ia poder sumir com minha Gordita). Fora esses momentos, com sling, carrinho e função-polvo ativada, tudo deu certo.

Aventuras mil, irmão aprendendo a trocar fralda (com aqulea cara de quem está em contato com elementos altamente tóxicos, peculiar das pessoas, principalmente homens, sem filhos), bebê de 4 meses indo à 25 de Março (aquele lugar assustador onde todos usam máscara..."olha a máscara minha senhora, é moda, é moda, só 1 Real!), amigos que te ajudam a fazer a mala e cuidam dos seus filhos, pais de amigos que cuidam dos seus filhos, parque do Terror, digo, da Mônica com várias crianças, irmão que dá M&M escondido pro sobrinho só pra ser o titio mais legal do mundo e que compra todas as comidas favoritas da irmã só pra ser o irmão mais legal do mundo, reflexões sobre a gringuice que te assola (mais sobre isso no próximo post) e obviamente nenhum tempo pra postar, ou olhar email ou fazer outra coisa que não curtir irmãozinho e amigos, jabuticaba e Amor aos Pedaços...ai, ai...quem dera minha terra tivesse só Palmeiras, ia ser menos difícil voltar.

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Mural:

Meninas da Bahia: Não foi dessa vez que consegui esticar até esse lugar maravilhoso...vou convencer meu povo a mudar todinho pra Salvador, aí eu consigo arranjar mais desculpas pra ir aí comer Acarajé e ver vocês, não nessa ordem ;-)

Tatty: Perdão!!!! A correria foi tanta! Vixe...to sem desculpa pra dar, só essa mesmo! Perdoa nóis please!!!
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Colocando o sapato

Fui ali, volto já, fui comprar maracujá - maracujá doce, na feira...isso sim é vida.

Aqui não se tira o sapato, mas se come bisnaguinha, queijo quente e mamão papaya todo dia de manhã...não que uma coisa tenha alguma coisa a ver com a outra.
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Dentro da caixola

Quer entender cabeça de criança de 3 anos é acompanhar as conversas deles:

Conversack e sua amiga Lara, de 5 anos que passou uns dias por aqui, falando sobre suas origens:
Lara (com seu fofíssimo sotaque carioca):
- Eu nasci no Rio de Janeiro, e você Zack?
Zack:
- Eu nasci no Canadá.
Lara (com cara confusa, como quem sabe que quem nasce aqui não é brasileiro, logo não deve falar Português e tal):
- Nossa...como assim? Então você é daqui?
Zack (mostrando que tem 2 anos a menos e não sabe bem o que significa ser daqui):
- Não sei...

E mudam de assunto.

Horas mais tarde, agora ambos com fantoches em mãos e falando com voz de fantoche:
Fantoche Zack:
- Oi amigo, tudo bem?
Fantoche Lara:
- Tudo, e você?
Fantoche Zack:
- Tudo bem!!!
Fantoche Lara:
- Ei amigo, onde você nasceu?
Fantoche Zack:
- Eu nasci no Canadá, mas pode ser um pouquinho no Brasil e também nos Estados Unidos...

Entendeu tudo o menino (a vovó mora nos EUA, estes são os 3 países que ele mais "frequenta").

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No shopping, onde tinha uma daquelas máquinas infernais de colocar moedinha de $2tendo uma chance em 2 bilhões de ganhar um óculos ridículo que custa $1:

- Mamãe!! Letters! Eu quero jogar o binquedo dos letters! Me dá uma moedinha!(esse jogo fica mostrando umas letras iluminadas, sei lá eu qual é o lance)
- Não filho, não vai dar pra jogar, esse jogo é de adulto, olha, só tem coisa feia, óculos, carteira...
- Por favor!!!! Eu quelo, eu quelo, eu quelo ganhá uma carteila!
- Filho, hoje a gente veio pra comprar as coisas para o seu aniversário de Cars, você não está feliz porque a gente comprou tudo de Cars que você queria para seu aniversário? Agora a gente não vai mais gastar dinheiro. A mamãe não tem mais dinheiro.
- Mas me dá só uma moedinha então...
- Não filho, pra ganhar moedinha tem que trabalhar!
- Mas eu trabalhei no meu contadozinho hoje! (computadorzinho, um desses laptops pra fazer criança ficar quieta no carro ao mesmo tempo que viram Einsten - e ele sabe que quando alguém está no computador, é porque está trabalhando)
- Mas esse trabalho não dá dinheiro filho.
- Mas eu quelo o letters mamãe, só uma vez, tá?
- Não.
E continuo andando
- aaaaaaa (batendo o pé no chão, pequeno chilique - dos grandes ele nunca tentou)
- Ok, então vamos agora na loja devolver tudo o que a gente comprou e aí você joga seu jogo de letras, combinado?
- Não, então vamos pla casa mamãe?

Lições de economia, escolha e comportamento socialmente aceitável, tudo em um diálogo. Repare no sorriso maroto, de quem se achou a pedagoga, no cantinho da boca da mãe.

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Enquanto isso, no mundo dos que ainda não falam...
Descobrina achou o nenê do outro lado do espelho e é só passar por um que ela se acaba de rir mostrando seu gengivão, e o nenê do espelho rí de volta, simpáticos como eles só esses bebês que moram no espelho, e o diálogo de risadas banguelas dura uma eternidade...

E tem coisa mais linda do que gentinha crescendo?
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O que veio primeiro?

No fim-de-semana fomos ao circo. Lembro quando juntando dois rótulos de leite moça a gente ganhava um ingresso pro circo do leite moça, que ficava no estacionamento do Carrefour. Eu achei o máximo. Mas bom, o circo por aqui é um bocadinho mais chique do que o circo do leite moça, foi o Cirque du Soleil.

Tinham me dito que ir a circo com um nenê e um guri de 3 anos não era boa idéia, que o show era meio "over", mas como a gente não dá muito ouvidos pros outros e só faz mesmo o que a gente quer, lá fomos nós. Nenê no sling, menino na mão e um certo receio de que depois de 15 minutos a gente ia ter que sair correndo com dois chorando.

Superando as expectativas, tudo correu pra lá de bem. Surpresack achou tudo o máximo. Não sei se nossos vizinhos de cadeira concordariam, já que ele tinha aproximadamente 10 questões por segundo: "Mamãe, o que o moço tá fazendo?", "Papai!!!!Olha! Por que o grilo fez aquilo?". "Mamãe!! A dona aranha subiu pela parede!". Dorminhoquina também se divertiu horrores. Mamou e dormiu do começo ao fim, com uma pequena pausa para prestar atenção por 5 minutos nos acrobatas.

O show, "OVO" foi um espetáculo de insetos saltitantes e contorcionistas fazendo coisas que só o Cirque du Soleil dá conta de inventar. Entre Kiwis voadores e uma Joaninha identificada por Irmãozack como "Olha mamãe, igual a Mamita Gordita!", ou seja, Gordina (não eu tá pessoal, vamos esclarecer!), um delicioso toque de Brasil dado pela Deborah Colker. A coisa começou em samba, passou por bossa nova e terminou com baião. Delícia para os ouvidos, ufania gratuita, bom, nem tão gratuita assim.

O que eu gosto de espetáculos assim é que a gente sai com vontande de voar, de pular na cama elástica, de fazer acrobacia, de criar coisas. Eu, no entanto, que já fiz literalmente aula de todas as coisas que se se sonhar nessa vida, inclusive de circo, sei que a coisa não é tão fácil assim. Passei um mês pra conseguir fazer uma gracinha minúscula no trapézio, quem dirá fazer o que esse povo faz, é impensável mesmo, ainda mais com minha exímia forma física atual. Circenzack, pra compensar, chegou em casa virando cambalhota, crente que estava fazendo tudo igualzinho. Sua única reclamação foi não ter visto a foca, sua nova paixão animal, mas o OVO veio primeiro.