9

E la se vai mais um...

31 de Dezembro, 21h00, eu aqui do lado do Bush, longe da praia, assistindo TV ja que ninguem se animou a sair da toca pra ir ver os fogos ha 1 hora daqui...sem fogos nem areia no chinelo, mas ainda alegre por ter meus irmaozinhos, mamae, Princhuquinho, Princhucaoe demais agregados por perto pra ficar falando besteira e rindo ateh fazer xixi na calca enquanto o pobre padrasto gringo tenta entender " what a hell is going on"...

Ainda nao cansei de fazer nada, minha programacao genetica tem uma combinacao recessiva de resistencia a produtividade e ao excesso de acucar, mesmo assim, vim aqui soh pra desejar um Feliz Ano Novo, com metas que eventualmente se concretizem antes de 2009 - ou nao, com agenda nova soh pra anotar aniversarios e compromissos de lazer, com sorrisos de bebe e beijinhos matinais todos os dias, com cheirinho de pizza no forno ou de terra molhada depois da chuva, com sol que derreta a neve, com prato preferido na mesa, com tempo livre pra fazer nada -ou tudo, com casa que fique limpa sozinha, com roupa quentinha recem passada por alguem que nao seja voce, com familia que nao saiba porque esta rindo mas ria mesmo assim - e que chore quando preciso for, com dinheiro que voce nao esperava naquele bolso que voce nem lembrava, com pelo menos um novo lugar, cheiro ou gosto, com aquela musica que voce nao ouvia ha seculos tocando no radio no meio do transito, com elogios ouvidos sem querer, com frio na barriga, seja de montanha russa, de primeiro beijo ou de defesa de tese, com jogos de tabuleiro e outras coisas que lembrem que mesmo sendo grande eh preciso ser pequeno. Isso e mais o elementar como amor, saude e paz na terra...mas isso tudo vem de troco quando a gente eh feliz aos poucos.

Pra todo mundo por ai nesse mundo, ligados sem sapatos, olhando pra uma tela bem agora, um 2008 com muita felicidade aos poucos e com a mao de Deus lembrando que todas as pequenas felicidades dessa terra nao sao nada comparadas a felicidade que Ele ainda tem reservada pra gente.

E a piadinha batida que nao que calar: Ateh ano que vem!
3

Mural

Gostaria muito de escrever um post assim bem inspirado e instrutivo, mas estou muito ocupada fazendo absolutamente nada, ou melhor, ainda de pijama, assistindo TV e comendo, como se sabe, muito ocupada mesmo, aqui na casa da minha mae onde soh pra explicar o cenario, nem lixeiro passa...



So pra fazer alguma coisa de utilidade publica:



Gislane: Minha filha, nao sei responder suas perguntas nao(quem quiser saber do que se trata vide comentarios), primeiro porque eu nao moro em Toronto, segundo porque tudo eh muito relativo mesmo (se eu te perguntar quanto custa um tenis em Sao Paulo voce saberia dizer?), tem coisas de tudo quanto eh preco, de tudo quanto eh tipo.... entao tente consultar ou um forum de imigracao ou um blog de imigracao de alguem que more em Toronto.



Flavia: A sua pergunta eh mais facil :-) Comprei a roupinha de papai noel na nossa viagem ai...calma, calma, foi em Seattle, tambem nunca achei em terras canadenses.



Quando eu cansar de fazer nada eu volto...
7

Colocando o Sapato (na janela do quintal...)


As fotos de natal da mãe organizada: Perceba o charme do cenário com a tomada ao fundo...


Amanhã é o último dia útil antes do Natal, mas por aqui o clima já é de feriado. Já que por aqui, pra quem não sabe, no fim do ano são duas semaninhas de feriado e só.

Natalinack em pleno aniversário de maior idade bebesística (18 meses de praia, digo, de neve) decidiu tirar o dia "off" e ficou com um febrão danado, o que segurou Papito em casa enquanto Mamita, não tendo opção, saiu pra encarar o Rally dos Sertões, digo, o Rally do Pólo Norte. Pense você que dirigir em uma cidade pós-consecutivas nevascas é tarefa pra qualquer um...eu estou me sentindo suficientemente diplomada pra ir pro próximo Paris-Dakar (embora eu ache que o trajeto não seja mais Paris-Dakar-?-), é só trocar o "tudo branco" da neve pelo "tudo marrom" da areia do deserto e estou no páreo. Derrapadas, carro virando 180 graus sozinho, transpor dunas de neve e até fazer balisa sobre uma montanha de neve, tudo treinado. Só fui mesmo motivada pela visão de que este era o meu último dia útil antes das duas semanas de pura inutilidade...ah! Inutilidade...que falta você me faz!

Mas bom, voltando ao clima de feriado, se você esquecer que está há 3 horas no trânsito tentando chegar em casa e que já parou em todos os "drive-thru" do caminho e portanto já consumiu calorias suficientes pro ano novo inteiro, ligar o rádio em qualquer estação tocando músicas natalinas e olhar aquela neve toda caindo, tudo branquinho, as luzinhas das casas refletindo na neve, Papai Noel vestido apropriadamente para o clima, as crianças com pazinha e baldinho de areia construindo bonecos de neve...nossa, você realmente saca qual é a do "Natal Branco" e vê que poxa vida, não é que o Natal tem a maior cara de Natal?
A alegria natalina toma conta de vez e você sai cantarolando "Pinheirinhos que alegria" quando você recebe uma ligação desesperada do irmão do Brasil perguntando qual é mesmo o personagem preferido do Cocóricó de Cocóricack, porque contra todas as probabilidades, ele conseguiu o visto americano (que ele pediu há menos de 1 mês, porque deixar as coisas pra última hora é gene dominante na minha família) e conseguiu também passagem (que ele foi ver segunda-feira), ou seja, vem passar o Natal com a família expatriada (nos E.U.A, já que a mãe e o irmãozinho estão por lá, mãe casada com gringo e proibida pelo Tio Sam de sair do país até que tenha o afamado green card).

Mas é aí que você também lembra que, embora conheça bem o verdadeiro significado do natal, todo mundo está esperando um presentinho, e adivinhe...você ainda não tem nenhum. Aí você lembra que quando você crescer, até pensa em ser uma pessoa minimamente organizada e com uma vida planejada, do tipo que escreve na agenda e faz e não fica escrevendo nos próximos dias: "olhar ontem", "olhar antes de ontem", "olhar semana passada", para saber tudo o que tinha que ter feito mas jamais fará. E quando você for assim, há 4 dias do natal você já vai ter todos os presentes comprados e embrulhados, sob a árvore de Natal. Aliás, você vai até ter montado sua árvore de Natal.

E é assim que amanhã eu serei uma dessas pessoas ridículas, que arrasta um menino meio doentinho (mas que pelo menos é o único que já tem presente de natal garantido, o que ele aliás está aguardando ansiosamente, é claro) por um shopping lotado comprando roupa pro marido que detesta ganhar roupa, roupa pra mãe que adora ganhar roupa, roupa para os irmãos que já tem roupa para os próximos 20 anos. Bem eu que em uma época remota, tinha como filosofia só dar presentes criativos. O que me redime é que pelo menos nos cartões eu gasto um tempinho e mesmo que o presente não seja lá essas coisas, os cartões dão a mensagem. Afinal de contas, todo mundo gosta de um agradinho material, mas ninguém cruza o mundo, liga todo dia falando que está esperando e aguarda o ano inteiro pra ganhar presente, mas o que todo mundo quer é ser lembrado de que, mesmo longe, mesmo não ligando tanto quanto devia, o amor que a gente sente é tão grande que nem cabe em uma caixa de presente qualquer e que a maior alegria natalina é ter mesmo sua família por perto - e depois de saber disso ninguém liga mais pro presente xoxo. Ou se liga não tem coragem de dizer. Em qualquer um dos casos o que vale é o clima de tudo é paz.

Pois é, amanhã é o último dia útil antes do Natal e depois de entregar uns formulários na faculdade e levar uns presentinhos para as professoras de Crechack, eu vou sair as compras, mas também queria passar no museu de Belas Artes já que é o último dia "de graça" (ô pobreza!), cortar o cabelo, passar em uma feira de artensanato quebecois, ir à academia para amagrecer 10 kg antes do natal (nesse caso acho que eu deveria ir no consultório do Pitanguy), preparar a aulinha de Natal da escola sabatina, ensaiar uma música que vamos cantar, fazer biscoitinhos daqueles em formato de homenzinho para as crianças da igreja, fazer um bolo de cenoura que você venho prometendo há anos para a amiga canadense e visitar a inimiga doente (em um gesto de "o verdadeiro espírito do natal"). Mas é claro que metade disso vai pra agenda de 2008 (ah sim, porque depois do apoio moral dos caros leitores eu decidí que em 2008 vou ter agenda de papel de novo), no formato: "Olhar ano passado".

Como amanhã a agenda está cheia, sábado pior ainda e domingo cedinho partimos rumo ao sul (o sul aqui pertinho, não o sul da terrinha amada, infelizmente), já vou me adiantando e desejando a todos um Natal bem feliz, com peru (vegetariano, pra quem quiser), presentinhos com e sem graça, abraços e palavras só ditas neste dia. Coloquem os sapatinhos na janela do quintal, mas sobretudo não se esqueçam que podem até dizer que Papai Noel não se esquece de ninguém, mas quem não esquece mesmo é Deus, que mandou seu Filho pra nascer aqui, só porque te ama demais!


E a produção um pouco mais produzida do ano passado, graças ao presépio do prédio e ao irmãozinho que estava por aqui pra tirar as tomadas da parede no photoshop, lembrando do verdadeiro presente de Natal, em todos os sentidos.

FELIZ NATAL!!!




2

Grog

Hoje fui fazer programa de menina. Marido foi fazer programa de menino - Esquiar. Porque tem que ser muito macho pra ir pra montanha com -17. Sogra em temporada por aqui se encarregou de levar a criança embora, dar janta e botar pra dormir. Lembrei que família por perto também é bom.

Saímos pra assistir filme, mas só tinha coisa de menino. Monstros, bichos, último sobrevivente - caímos fora - em plena saída de meninas, em plena véspera de natal e nada de amores que não dão certo até chegar o fim, príncepes no cavalo branco, lágrimas no meio e final feliz com musiquinha natalina de fundo - um desaforo.

A solução foi experimentar uns sapatos e não comprar nenhum, jantar num café simpático, jogar conversa fora, falar mal da vida alheia...só faltou mesmo comentar sobre a última edição de CARAS...mas não tínhamos nenhuma em mãos.

Queria arrastar todo mundo pra minha casa enquanto aguardávamos os maridos atletas, só pra dar boa noite pra Saudosack (que eu tinha visto pela última vez há longas 2 horas), mas a amiga sábia me lembrou que com sorte, eu ainda vou dar boa noite pra ele nos próximos 20 anos pelo menos. Argumento vitorioso, fomos pra casa da outra e ficamos assistindo House, sofrendo com a menininha que no final das contas só estava doente porque o pai estava querendo aumentar suas funções masculinas pra conquistar a professorinha da creche, por assim dizer. Princhuco liga só pra dizer que ama. Tudo perfeito.

Até que depois de umas conversas meio filosóficas cheguei em casa numa tristeza...Dorminhack dormindo só meu deu mais tristeza, quase acordei pra cantar "Old McDonald has a farm" - só pra ouví-lo responder: "Ia, Ia Iô". Mas em um surto de sabedoria passei a ler todos os blogs da minha lista, porque bem se sabe, nenhuma TPM vence a leitura exaustiva de blogs até você não aguentar mais e dormir segurando o mouse. Resolvi finalizar a leitura com um post terapêutico, e foi aí que eu saquei...é esse clima de natal, essa neve que não para de cair e meus hormônios dizendo: "Compre batom", não, não na verdade eles dizem: "Vá dormir minha filha, chega de baboseira". Então é isso, esse fim desconexo vem com a mensagem: "Não deixe uma conversa triste arruinar seu dia perfeito, ele pode ser seu último". Gente do céu...tá dando tilt, ok, esquece tudo, o dia foi bom e depois que eu dormir e recobrar minha lucidez eu venho aqui deletar esse post sem sentido.

Ah sim, só importante dizer que não, eu não bebi, é só sono mesmo, fim de semestre, ansiedade de rever mamãe e irmãozinhos em uma semana e a vaga lembrança de que quando comecei a escrever este post ele tinha um fim que fazia sentido, mas realmente eu não lembro qual era.
5

Excesso

Eu sempre fui meio maníaca por informação. Principalmente as inúteis. O tipinho que lê caixa de sucrilhos e sabe todos os ingredientes e valores nutricionais do pão, porque fica lendo enquanto toma café da manhã, que tem sempre 2 revistas e um livro no banheiro, tudo muito coordenado, a leitura da manhã no trono é atualmente "Estorvo", a da noite é "Today's Parents" e se sobra um tempinho "Boa Forma". Na gaveta do escritório tenho um guia de nutrição infantil que é pra planejar o menu da semana enquanto reino por lá, ou se canso de fazer qualquer coisa mais útil, pra não ficar olhando pro teto. Na cabeceira da cama tenho a a Bíblia, um manual de estudos da mesma e "Um Antropólogo em Marte", pra acabar o dia com alguma coisa útil, pra variar.

Também sou do tipo que lê todos os anúncios de publicidade no metrô, que fica com raiva quando alguém para bem na frente daquela propaganda que você está lendo, pô, tanto lugar par parar e o cidadão estaciona alí, na frente da minha propaganda. Isso, é claro, além de ter lido a série vaga-lume inteira. A regra de ouro é, não há tempo a perder, mantenha-se informada, seja a informação útil ou não. Por essas e outras que estou ficando cada vez mais míope. Cega, mas bem informada.

Mas nem só de informações inúteis vive a Keiko. Chega uma época na vida que você é obrigada a passar para um nível mais útil...é matéria de faculdade, livros de gravidez, educação, nutrição, e ão, ão, ão que não acaba mais. Pra piorar, tenho acesso às bases de dados de todas as publicações de saúde, aí é uma triteza. Entro lá pra minha pesquisa, começo com "Paralisia Cerebral", "Determinantes", e quando me dou conta já estou pesquisando "Disciplina", "Educação", "Desenvolvimento Cognitivo" e imprimo pilhas e pillhas de artigos que vão sendo lidos na calçada enquanto ando, na academia (isso é, quando eu apareço por lá - Sandra, acho que é por isso que eu não faço amigos, estou sempre lendo).

Já é velha a notícia de que hoje temos acesso à informação como nunca. Fico pensando que pra conseguir um artigo que hoje consigo em um clic, na faculdade podia demorar até meses. Fico pensando que há algum tempo as caixas de sucrilhos nem tinham tabela nutricional e eu jamais iria saber que o prato cheio que como nem é tão light quando parece e eu só deveria comer 1/3 de xícara. Não que eu deixe de comer a xícara inteira, mas nada como uma decisão bem informada. Você engorda sabendo com o quê. Como eu acredito piamente que informação é poder, não acho ruim não, mas acho que a coisa está ficando meio exagerada.


Não basta aquela vaga sensação de que você não pode ser boa em nada se não tiver lido tudo que existe no mundo sobre o assunto. Do último artigo na Science até a notinha de rodapé do jornal, do pop up do site até o spam do cara da África que quer fazer um depósito milionário na sua conta. Agora outro dia me enfezei. Entrei na farmácia pra comprar um shampoo e saí tonta. Comecei a ler as embalagens : Cabelos longos com frizz e volume. Cabelos médios com a raiz oleosa e as pontas secas. Cabelos que tem mais volume de manhã e menos a noite. Cabelos enrolados com ondas médias. Cabelos curtos que armam e fazem pirueta. Fala sério?! Fiquei frustrada, percebi que o que eu queria era mesmo um absurdo...onde já se viu, em pleno século XXI querer shampoo pra cabelos Normais. Isso sem falar na coleção de condicionadores pra combinar com os shampoos. Bons tempos os do shampoo Seda cabelos Normais, Oleosos ou Secos e do Condicionador Neutrox pra todos os tipos de cabelo e ponto final. Saí da farmácia meio contrariada com um shampoo pra "Cabelos escuros que precisam realçar o brilho natural" e um outro para "Obter cabelos 75% mais macios em 3 lavagens", de repente no meio disso meu cabelo fica normal.

Só de raiva decidí, nunca mais leio caixa de sucrilhos no café da manhã.


7

Mural

1. Sobre a famosa "Elbow pain" @ Mcgill (Respondendo Lilian e Sandra):

As ciumeiras acadêmicas não valem um post, muito triste. Basicamente é assim, tenho uma colega que também é T.O. e nós duas "dividimos" nossa super orientadora. Tudo ia bem, nova amizade, alegria até que entre outras coisas bestas (como eu sugerir dar um presente de natal em conjunto para nossa orientadora, ela falar que não tinha nada a ver dar presente pra orientadora e depois ir lá e deu um sozinha), eu consegui uma bolsa de estudos bem concorrida, para a qual ela não tinha nem aplicado. Ela perguntou se eu tinha conseguido, eu falei que sim e ela: "Mas como?? Nossa, mas você nem fez nada de especial!". Depois que eu ganhei o primeiro prêmio ( e não fiz nem questão de contar pra ela, mas o departamento manda um email anunciando os ganahdores pra todo mundo), ela não só soltou frases piores que essa, mas ficou indignada, foi reclamar no departamento porque ela tinha as mesmas notas que eu, como eu tinha ganhado o prêmio? - Não sei, mas a impressão que eu tenho é que algo como: "Poxa, parabéns!" - Soaria menos invejoso, não precisava nem ser sincero.

Depois dessa teve outras tantas coisas como ela me perguntando a cada minuto que nota eu tinha tirado nisso, naquilo, para o que mais eu ia aplicar, o que eu ia fazer no fim de semana, o que eu comi no jantar...e cada vez que eu perguntava qualquer coisa altamente inapropriada, como: " E você?" - Ela falava que não queria falar sobre o assunto. Também teve quando eu fui "fast-tracked" para o doutorado, depois de apresentar meu "research proposal", com recomedação do departamento. Ela novamente ficou indignada, foi de novo reclamar no departamento, porque ela tinha feito as mesmas matérias, como o departamento ousava me convidar a ir para o doutorado e não convidá-la também?
Depois que Princhuquinho nasceu eu pedi um escritório para trabalhar no instituto de pesquisa, pois bem se sabe (Lilian que o diga) que trabalhar com um nenê no colo tentando digitar seu próprio texto e comer o mouse não é assim muito produtivo, embora eu preferiria mil vezes, caso não tivesse o tal bebê (e tem coisa melhor do que ficar o dia todo de pijama?). Minha supervisora me arranjou um escritório e foi só ela descobrir que eu tinha um que ela também quis, o meu, é claro, alegando que precisava de um espaço porque....sei lá, até hoje eu não entendi o argumento. Só sei que no escritório só tem um computador e que sempre que ela está lá temos que dividir o computador e eu tenho a leve impressão de estar sob vigilância constante, praticamente um Big Brother, só que ao vivo. Se eu fosse assim bem ruim mesmo como se faz necessário nesse mundinho, eu até ficaria feliz porque ela quebrou o braço e não vai poder aparecer por lá por uns 2 meses, mas como eu não dou conta e a consciência pesa só de pensar que eu pensei isso, já ofereci ajuda pra digitar os trabalhos finais e entregar pra ela...quem sabe pagando o mal com bem a coisa não melhora...

Enfim...isso realmente só pra contar os momentos mais gritantes, por essas e outras eu não tenho amigos na academia (nem na academia científica, nem na de ginástica, mas aí as razões são outras ;-)

2. Marquito:
Pois é, diz a regra que você tem que nomear outros 3, os critérios eu não sei não, acho que você tem que ver quem combina com o título do prêmio e boa!


3. Cristiana:

Sim, o "Porque Heloísa?" chegou tem um tempinho, já lí e relí pra mim e pra Inclusack, ambos adoramos, o texto é uma delícia e as ilustrações são perfeitas! Já recomendei também, sucesso total!!

PS - Tenho 2 posts no meu rascunho mental de posts (aqueles que você fica escrevendo e reescrevendo mentalmente enquanto está subindo escadas ou andando na rua - por favor, alguém me diga que também faz isso, assim eu não me sentirei uma maluca solitária) só aguardando o fim do semestre para serem transformados em letras. Alguém por favor crie uma disciplina do tipo: "Fenomenologia do Blog", ou qualquer coisa que conte créditos em um curso de pós-graudação, porque honestamente, isso sim é útil e produtivo. Enquanto ninguém inventa essa, deixa eu terminar meu trabalho, noite longa pela frente...

8

Eu?

Nota de Gratidão: Meu muitíssimo obrigada a todos os leitores do "Departamento respostas rápidas e eficientes para perguntas cretinas" que tão prontamente me auxiliaram a resolver o mistério da data do post. Mas já que estamos falando em prêmios, tenho que dizer no entanto que o prêmio de resposta do ano vai para a Lilian, porque quando você copia e cola em um novo post as fotos ficam todas fora do lugar e aí tem que arrumar tuuuuudo de novo. Já a solução da Lilian vale a pena aprender! O post muda de data com os comentários e tudo, uma verdadeira maravilha! ( Vide comentário da Lilian no post S.O.S - e aprenda como mudar as datas dos seus rascunhos com eficiência e agilidade! )

E agora, o texto velho, com data nova:

---------

Prêmios são coisas assim que você ganha sem esperar... alguém acha que você merece e você fica se achando merecedora a partir do momento que ganha, e fica com aquela cara de ganhadora de Oscar... Eu?? Oh! .



Por essas bandas de cá existe todo um sistema de premiações que eu desconhecia totalmente. Basicamente você pode ser premiado por tudo que faz na universidade. Várias pessoas decidem doar quantias, propriedades para faculdades e cursos, que se transformam em premiação por bom rendimento acadêmico ou outro critério qualquer. Aparentemente, o fato de ganhar os prêmios não só te dá um incentivo financeiro mas conta muito no seu currículo, principalmente na hora de pedir bolsas de pesquisa e empregos acadêmicos.

No primeiro mês do mestrado a secretária da faculdade me liga pra dizer que eu tinha ganhado um prêmio. Alguém, do nada, tinha decidido fazer uma doação para a faculdade de terapia ocupacional, o dinheiro aplicado, deveria ser dado anualmente para novos alunos do mestrado, com boas notas durante o bacharelado. Eu, hein? E agora eu mereço um prêmio pelas notas que eu tirei lá no Brasil? Mas eu nem pedi...bom, bom, cavalo dado não se olha os dentes, já diria alguém que certamente morava na fazenda. Dalí uns dias chega na minha casa um cheque de $2000,00. UAU! - Como diria Admirack, gostei da coisa. No Brasil o máximo que eu ganhei pelas minhas notas foi um "Parabéns !" - da minha mãe. Aqui, pelas mesmas, estão me pagando.




No fim do primeiro ano do mestrado, eu de barrigão de 6 meses com Premiack dentro, me liga a secretária de novo. Eu deveria comparecer à uma cerimônia dia tal porque ia receber um prêmio. Chego lá, meio sem saber do que se trata, todos os professores da faculdade, alunos, morango com champagne...Uma senhorinha já de idade, ex-terapeuta ocupacional, resolveu que a cada ano iria doar uma quantia em prêmio para o melhor aluno do mestrado. Lá vou eu feliz e garbosa, outro cheque, um certificado, fotos pro site...

Dia desses me liga a nova secretária da faculdade. Eu tinha que comparecer a outra cerimônia dia tal, hora tal. Chego lá, o mesmo povo, almoço de recepção, outra senhorinha que ao fazer 50 anos pediu aos amigos que ao invés de lhe dar presentes, dessem quantias em dinheiro para a faculdade de Fisio e TO. O dinheiro novamente investido, vai para a pesquisadora de doutorado cuja pesquisa tem maior potencial para beneficar ações de reabilitação, aparentemente essa aí era eu. E bom, outro certificado, outro cheque, mais fotos pro site.


A impressão que eu tenho é que no Brasil, por exemplo, é fácil achar mil causas precisando de doações e apoio para questões de vida ou morte, de pobreza extrema, de sofrimento social. Por aqui, na falta da pobreza por definição, as pessoas resolvem doar mais para educação e cultura, um sistema bem mecenas.


Se esses prêmios fazem bem à ciência, fazem ainda mais bem ao ego e ao bolso dos premiados. Cada prêmio desse eu fico pensando..."poxa, eu não tava esperando essa grana, então posso comprar X, Y, Z" (X= bolsas Y= roupas Z= sapatos). E não pensem que eu estou fazendo mal uso do dinheiro dedicado à pesquisa. Estes prêmios nominais são mesmo para a pessoa, e não para a pesquisa. Outros tantos existem destinados à pesquisa especificamente. Se o pesquisador achar que precisa de um novo computador, então que compre, se ele achar que precisa de uma nova bota marrom e uma bolsa, que compre também, o uso é totalmente pessoal. No entanto, nem tudo são flores e cheques. Uma vez que você ganha um prêmio desses, você perde uns 2 ou 3 "amigos". Mas como amigo que se preze não se perde assim, a gente ignora as perdas e se contenta com o sapato novo. É claro que isso também revela a faceta vilã do sistema de prêmios que recompensa performance, rendimento em detrimento do processo e alimenta o espírito de competição, já mais acirrado nas bandas de cá, nada saudável. Mas isso é prosa pra outro dia.


Diz meu irmão que não se escreve em blog essas coisas de auto-crédito, de ficar se "amostrando", em bom baianês. Mas tudo isso passou pela minha cabecinha de vento só porque andei sendo premiada pela Juliana, o prêmio: "Escritores da Liberdade". Aí lembrei que a Thelma, há mileanos tinha me nomeado também. Poxa gente, que coisa chique! Eu??


E boa como sou em manter essas coisas, me esqueci completamente de nomear meus 3 premiados. Esses prêmios virtuais são também uma massagem no ego de escritora frustrada. Não tem cheque, mas tem a vaga sensação de que o monte de bobeiras que você escreve, que te servem tão bem de catarse, também servem de alguma maneira a alguém mais. Valeu Thelma! Valeu Ju! A grande vantagem dos prêmios virtuais sobre os reais é que você não perde pretensos amigos e com sorte, até ganha uns.


Como achei esse nome "Escritores da Liberdade" chique demais, escolhi a dedo, da minha sempre crescente lista de blogs lidos, blogs que conseguem tratar de temas que de alguma forma libertam:


Estou no mundo a PC: Esse site coletivo conta histórias reais de mães e seus filhos e a liberdade que experimentam ao encarar os preconceitos, as dificuldades e as vitórias de cada dia na vida de uma criança com paralisia cerebral.


Blogtalk: A Cristiana além de ser a escritora que eu queria ser é uma mãe do tipo pé no chão e mãos a obra. No blogtalk ela fala de assuntos diversos e sinceros, livres de preconceitos e censura. Se eu não me engano, ela que criou o Estou no Mundo a PC. Ou seja, é premiação dupla. Se tivesse cheque, você agora estava rica!


É por aqui que vai pra lá? : Marquito, o autor, é meu amigo de verdade (digo de verdade, do mundo real e de verdade verdadeira, do mundo afetivo) e pai da minha criança preferida (fora a minha,é claro). Mas além disso, ele é também um escritor nato disfarçado de advogado que liberta ao escrever sobre religião, família, cultura e até futebol.


Como eu sou lesadinha e não sei colocar as imagens na barrinha aí do lado, vão aí as imagens dos meus prêmios (eu sei Dê, ficou meio metida a besta, foi mal...)



Indicado pela Debby, trocentos tempos atrás:


Indicado pela Juliana e Thelma há uns outros trocentos tempos:






Eu e minha mecenas na entrega do prêmio nesse ano na McGill (do outro não tenho as fotos):





E o maior prêmio de todos, que não vem com cheque, mas vem com este sorriso:




7

S.O.S

Alguém aí por favor, com mais do que 2 neurônios computadoriais (os meus são um para o Word, outro para emails, e olha lá...) me diz como eu faço pra publicar hoje um post que foi salvo como rascunho outro dia?

Porque eu estou tentando publicar este post hoje, mas ele só aparece lá embaixo... Então ou alguém me diz como trazer ele aqui pra cima, ou por gentileza o leiam lá embaixo mesmo.

Grata.
Equipe da redação que aprendeu a escrever em papel almaço.
8

Dias Perfeitos

"Dias perfeitos são aqueles que a meteorologia diz que vai chover, e chove mesmo"
(Composição de um grupo de amigos para um trabalho de Português no segundo ano do ensino médio)

Você acorda as 7:o0, feliz e disposta (ok, talvez triste e raivosa soe mais verdadeiro) pra levar o filhote ao dentista, para o exame neurótico de rotina. Olha pela sacada do apartamento e vê isso:



Liga pro dentista e cancela. Em alguns minutos, a amiga simpática liga e avisa: "Não venha pro centro a não ser em caso de vida ou morte. Eu vim e tive que andar atolada na neve até o trabalho porque o ônibus não conseguia andar mais". Mensagem dada é mensagem recebida. Minutos depois a pessoa que você tinha que encontrar ao meio dia também liga cancelando. Minutos depois liga o marido da amiga:"As escolas estão fechadas, se você ia trabalhar nas escolas não precisa ir!". Você pensa que é uma pena que não é hoje que você trabalha para as escolas, mas sim amanhã. Mesmo assim, agradecida pelo serviço de informações meteorológicas gratuito, fica feliz da vida em casa, satisfeita por ter um emprego/estudo flexível e a possibilidade de ficar em casa em um dia como esses. Pensa que vai passar o dia inteiro terminando o trabalho gigantesco que tem pra fazer, mas na verdade passa o dia inteiro brincando com Divertack. Depois que ele vai dormir, você começa a fazer o trabalho e lá fica até as 3:00 da manhã, crente que amanhã, as escolas também estarão fechadas.

Amanhã nem amanhece e você já está de pé, a cena pela sacada é a mesma. Liga a TV na esperança de que não vai ter que trabalhar. Esperanças perdidas, as escolas estão abertas. Pega o menino e vai-se, as 7:30. Na rua, a cena é igualzinha do "O dia depois de amanhã" (sem a estátua da liberdade nem os lobos sem nexo), só que o dia é hoje mesmo. Dá 5 voltas no quarteirão da creche até achar uma vaga, tira a criança do carro, vai andando com neve até o joelho (não é exagero, era até o joelho mesmo), volta bufando. Gasta exatas 2 horas e meia pra chegar ao trabalho, à uma velocidade de 10km/h. Acha uma vaga pra estacionar a 3 km de distância, anda com a neve na cara, na bota, na calça. Chega atrasada, os alunos que você tinha que avaliar estão saindo para uma excursão. Porque criança não dirige nem desatola carro, então eles realmente se divertem com a neve.

Ao sair da escola seu carro está cheio de neve. Polyana como você tenta ser, agradece porque seu carro é aquele com alguns centímetros de neve e não este:




Raspa a neve do carro e sai dirigindo, agora a 5km/h enquanto as pontas do seus dedos descongelam aos poucos. 1 hora e meia depois você chega na creche (que normalmente fica a meia hora), cata o menino, depois de mais 1 hora e meia, várias cochiladas no volante, 527 repetições do CD preferido da criança (criado por você mesma pro aniversário do cidadão - se arrependimento matasse) e você chega em casa, as 7 da noite pensando: "Mas que raios eu estou fazendo nesse freezer?". Ao mesmo tempo, lhe vem a iluminação: E se ao invés de gastarem $17 milhões com a operação de tirar a neve da cidade, evacuassem todos os cidadãos para o Brasil e reinvestissem os 17 milhões em educação, saúde, etc. Em troca, mandassem por exemplo, o pessoalzinho lá de Brasília (e não estou falando nem da Juliana nem da minha sogra, cunhadas, por favor, entendam bem) pra uma temporada no gelo, juntando assim o útil ao agradável? - Me diz aí se não é um bom plano?

Viu só, dias perfeitos são aqueles que a gente descobre sozinha a solução para todos os problemas do mundo.

1

Mural

Bibi - Já provei o tal do Ceres, mas cá pra nós, suco, sem as sementinhas que dão apendicite não se compara...
Agora, quanto à mutação do nosso pequeno corpo hospedeiro, deixe pra esquentar a muringa depois que o peixinho sair...se você já tinha o hábito de se mexer de alguma forma, com 1% a mais de disciplina do que eu você volta ao seu estado original rapidinho. Meu caso é meio patológico mesmo...Nesse fim de semana uma amiga pediu um pedaço do meu segundo chocotone e eu não dei...imagine que monstrinho que sou eu. Este é o penúltimo nível da "Síndrome da gordinha compulsiva desesperada", não querer dividir comida. O último é comer escondido, dentro da geladeira a noite, nesse não cheguei ainda...mas logo vem. No entanto, eu tinha esquecido que pedi pro meu marido trazer uma Chocolícia pra você! Sério mesmo. Ela está aqui, sã e salva por enquanto, vamos tentar marcar uma hora e o local pra entrega do bagulho, se for impossível ( o que é bem possível nestes tempos de fim de semestre) mande o endereço pra redação que a gente manda pelo correio.

Lilian - Acho que pitomba eu nunca comi...melhor nem experimentar que é pra não ficar sofrendo mais ainda depois.

Sandra - Já mandei a informação pelo Evaldo, mas vai aqui também a título de informação pública. Eu me matriculei na Energie Cardio, no plano mais chinfrim, que mesmo assim não é essa pechincha toda. Basicamente sai quase $50/mês (se você faz o plano anual)+ uns $85 de matrícula. O plano inclui as aulas de cardio, musculação, 3 aulas com personal trainner e avaliação física. Agora pergunte quantas vezes eu já fui desde quinta? R - 1, no dia da matrícula. Mas ainda vou melhorar esses números.

Ceci - Isso mesmo, mata de inveja, "tem nada não", como dizem aí na sua terrinha cheia de fruta boa! Quando eu vou pro Nordeste me acabo de chupar picolé de Cajá e beber suco de Cacau...ô delícia!
Quanto a temperatura para os seres pequenos, acho que eles acostumam com o que for. No entanto, em Janeiro quando estivemos em Ilhéus, Invernack quase morreu de tanto calor, o pobrezinho. Mas por aqui quando a gente sai em dias simpáticos como hoje (temperatura de -15) o bichinho também sofre, fica a própria rena do nariz vermelho. Mas tem uma vantagem, enquanto o calor tende a deixar os bebezinhos mais agitados e agoniados, o frio tem efeito contrário, pode estar o maior berreiro, saiu no frio até a birra congela.

Isabela - Já me falaram muito desse Adonis, preciso ir (digo isso há 2 anos, desde que alguém me falou que lá também tem requeijão...) é claro que "ser vermelha" é uma propriedade importante pra goiaba, mas tendo gosto já está valendo.

Do post anterior:

Marquito: Fica frio (literalmente), a gente derrapa mas não bate não. Pelo menos até hoje eu não morri, veja bem.

Flávia: Ah minha filha, to incorporando o espírito quebecoise de ser, ou é isso ou é passar 6 meses dentro de casa, não dou pra isso não.

Paula: Vou escrever um dia desses um post sobre o meu trabalho e minha tese, aí se você quiser saber mais pode mandar seu email que a gente se fala...