Interrompemos esta retrospectiva 2009 que só vai acabar em 2012 para noticiar um evento de extrema importância.
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Há exatos 10 anos, a uma hora dessas (5 da tarde) eu estava dentro de uma banheira de hidromassagem, com pétalas de rosa. Depois fui ser maquiada, penteada e engomada enquanto minhas amigas queridas (exceto uma que estava fazendo vestibular, certo Ny?), madrinhas, também se arrumavam e todas conversavam empolgadas, no maior clima de porta de escola, para as 20:00 em ponto estar na porta da igreja.
Não muito longe, nessa mesma hora, um certo moço estava jogando baskete. Depois de jogar baskete ele iria nadar com meus primos e irmãos no maior clima de ginásio de escola, e depois disso, lá pelas 19:30, ele iria tomar um banho e botar um terno para as 20:00 estar na porta da igreja.
Meses antes, viajávamos para Caldas Novas quando entre conversas sobre a vida e o amor ele disse: "E se a gente casasse?". E eu, com aquele sentimento no coração que só se sente uma vez na vida, eu acho, quando realmente se está frente a frente do seu grande amor, disse: "Você tá louco?" - não,não, brincadeirinha, eu disse: "Puts! Boa idéia!'É isso, vamos casar!" (naquela época ideia tinha acento:-). Tá bom, vou falar a verdade: Eu não tenho a mínima ideia do que foi a gente disse, mas o importante é que foi ali que a gente decidiu que nossa vida ia mudar pra sempre (aaaa, que lindo, gente!).
Era Julho de 1999 e achamos que seria legal se casássesmo dia 9/9/99, só pra ser divertido. Aliás, a gente sempre foi um casal divertido. Meu pai, confesso, não achou tão divertido assim, dado o fato de que eu tinha 18 anos e estava o primeiro ano da faculdade. Com o tempo, e a falta de opção, ele se acostumou com a ideia e foi ele que me buscou lá no salão do primero parágrafo, não no dia 9/9/99, porque a igreja já estava reservada, mas no dia 09/01/2000 - para entrar comigo corredor abaixo e me entregar, "de mão beijada", para o meu príncipe galeguinho(aaaa, e tem coisa mais linda do que noivo esperando noiva, lá no fim do corredor com aquela cara de bobo, todo contente?). Aliás, não só me pai como metade do mundo, achou que isso era um surto, um absrudo, onde já se viu, que casar cedo era bobagem, que não ia dar certo. 10 anos depois cá estamos nós pra provar o contrário.
Entre lá e cá, muita água passou por baixo da ponte, mudamos de casa 4 vezes, de país 1 vez, de cabelo, de peso...mas o que não mudou foi, clichê quanto seja, o meu amor pelo meu Princhucão (aaaa gente, coisa linda mesmo o amor!).
E daqui pra baixo a coisa fica pessoal e melosa. Crianças ou não-sentimentais, por favor saiam da sala.
Eu sempre soube que ia casar, mas nunca achei que ia casar com o homem perfeito, até porque, diziam as más líguas, homem perfeito não existe. Mas um dia ele apareceu, de terno azul (juro, era azul mesmo, azul Royal). Perfeito pra mim. Nestes 10 anos eu deixei, em vários sentidos, de ser uma menininha, afinal, eu tinha 18, 16 quando nos conhecemos, virei uma "mulher" (nossa, ficou brega a beça essa frase, dá pra botar numa música do Roberto Carlos - mas como meu amor adora Roberto Carlos, então deixa estar - puts, eu tinha acabado de falar que ele era perfeito, né? Tinha esquecido desse detalhe:). E depois de 10 anos de casado a gente realmente aprende que a perfeição não se trata de olhar para alguém e ver tudo o que você pensa ser correto ou melhor, mas sim é olhar pra trás e pensar: Eu não poderia ter sido mais feliz, de nenhum outro jeito, com nenhuma outra pessoa.
Essa felicidade não foi só das tantas e inacreditáveis surpresas que ele fez pra mim como o cruzeiro no nosso primeiro ano de casados, onde além do cruzeiro surpresa eu ganhei uma mala de "roupas novas-surpresa" pra usar no cruzeiro, ou o passeio de balão no meu aniversário. É claro que eu adoro um mimo, não vou dar uma de Madre Teresa, mas a felicidade, todo mundo sabe, vai muito além disso e mora mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Felicidade é 10 anos de caretas tão engraçadas que me fazem rir mesmo nas situações mais improváveis, é carregar todas as malas só pra eu ficar folgada e não carregar nada, é sempre me deixar na porta dos lugares e ir estacionar o carro lá longe, e depois buscar o carro, é me chutar da cama para eu ir pra aula só porque tinha prometido pro meu pai que eu ia estudar e virar doutora, mais do que isso, é me levar de carro pra São Carlos (3 horas de viagem), me deixar na porta da aula e voltar para São Paulo (mais 3 horas) só pra ficar mais um pouquinho comigo mesmo que fosse comigo roncando no carro, é lanchinhos da madrugada, preparados quando eu estou estudando desesperada, é sempre deixar o melhor e maior pedaço da sobremesa pra mim, é sempre saber qual é o horário do café da manhã nos hotéis para ter certeza que eu não vou perder, é sempre me deixar escolher o meu prato e o dele, só para eu poder escolher 2 pratos que eu quero e não ficar em dúvida, é carregar meu avô no colo quando ele teve derrame, só pra levá-lo no clube com a gente, é sempre lembrar de levar sobremesa dietética para minha avó que era diabética, é sempre me lembrar de pegar meu pendrive, chaves e óculos quando eu saio de manhã, é me dar um filho que é tão engraçado quanto ele e uma filha que segue pelo mesmo caminho, é topar dar uma parada nos seus próprios projetos para apoiar os meus, é corrigir listas de referências biográficas e fazer médias de alunos para eu poder dormir, é sempre dizer "compra tudo!" quando eu ligo de uma loja em dúvida entre a bota preta ou marrom, ou sempre ter as melhores soluções, mesmo que eu discorde no começo, é tantas coisas que essa lista renderia uns 10 posts, no mínimo.
Meu Docinho (eu sei gente, chamar o outro de Docinho em público é dose...mas eu tive que fazer, já que esse blog virou o local oficial das declarações especiais), aprendi tantas coisas nestes 10 anos com você, mas mais que tudo, aprendi a te admirar. Pela sua generosidade de um coração que eu nunca vi tão grande, pela segurança que você me transmite mesmo quando estávamos a caminho do hospital para reconhecer o corpo do meu pai, ou com o carro derrapando na neve prestes a cair em um abismo ou com um pneu furado no meio da estrada, de noite - eu nunca tive medo, sabendo que você estava ali, do meu ladinho, mão com mão. Passamos por coisas que caberiam em mais de 10 anos, rimos tanto, até fazer xixi na calça (eu, pelo menos - olha o vexame), cantamos muito no Uniarte, onde nos conhecemos e depois em coral, no chuveiro, na pousada, no restaurante, pra barriga, pros bebês, tivemos 2 filhos, dormimos muito e as vezes pouco, viajamos tanto e fizemos outras coisas que eu não posso contar em público :-) E mesmo nos eventuais e raros momentos de discórdia, eu nunca tive dúvida de que você era meu grande amor, amor pra 10 anos, amor pra vida inteira.
Eu sempre amava quando você dizia que eu era sua paz, e essa manhã você disse de novo, enquanto cantava pra mim, e é isso que eu quero continuar sendo. Sua paz de acordar sempre sorrindo, sua paz de não fazer nada, ou tudo juntos, sua paz para novas aventuras, sua paz para brincar e ver nossos filhos crescendo, indo embora e nós dois, com cara de maracujá, por outras tantas dezenas de anos abraçadinhos, minha mão no passador de cinto da sua calça, você me segurando para eu não cair quando tropeçar sozinha como sempre faço, um pote de sucrilhos do lado e toda a alegria de saber que SIM, aquele SIM com dentões pra fora, foi a melhor resposta de todas.
E pra finalizar, fiquei em dúvida entre tantas músicas que marcaram esses 10 anos e no final ia por o Soneto do Amor Total, que nem marcou nada mas é lindo. Daí eu tive um plano de fazer vídeo com nossas fotos, daí eu não conseguí, um pouco por ser lesadinha, outro tanto por ser desorganizada mesmo e não ter feito a tempo de pedir pra alguém (Dada, é claro) fazer. Sendo assim, empresto esse You Tube, dessa música que nos acompanhou em muitas viagens e acho que diz bem, como os nossos "dois meios, fizeram desaparecer qualquer fração, achamos a unidade, está resolvida a questão"e sim, eu ainda estou perdidamente apaixonada por você".