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Quando eu crescer...

Quando eu crescer eu vou lembrar com antecedência das coisas necessárias para se viajar, aliás, depois de 400 viagens com um filho e quase todas sem o pai dele, eu vou lembrar que preciso de uma autorização de viagem assinada pelo pai, principalmente sabendo que o pai já vai ter viajado e não vai estar na cidade pra assinar a tal autorização. E isso tudo não vai acontecer dois dias úteis antes da viagem. Mais do que isso, quando faltar dois dias úteis pra viagem, eu não vou descobrir que o passaporte da criança está vencido há 1 mês e que pra fazer um passaporte novo, não só eu precisaria de 5 dias úteis, como também da assinatura do pai da criança, que, lembrando, já foi pro Brasil.

Quando eu crescer, e virar gente, eu não vou ter que sair correndo que nem uma louca pela cidade, levar o menino pra tirar foto, preencher formulário, falar com o pai da criança pra imprimir e assinar o formulário e mandar por Fedex com entrega pra ontem, correr e entregar tudo no consulado antes que feche. Isso vai ser muito bom, porque assim eu não vou ter que implorar pro funcionário simpático e de extrema boa do consulado, como todo bom funcionário público, pra PELO AMOR de qualquer coisa implorar pro tal do cônsul pra aprontar o passaporte da criança em um dia. Porque todo mundo sabe que funcionário do consulado não tem obrigação nenhuma de ajudar o cidadão, principalmente se você realmente precisar. Mas o melhor mesmo é que eu não vou ter que ouvir coisas do tipo: "Olha, falei com o vice-cônsul e como ele está no espírito do natal, vai fazer pra você, mas olha...vê se não deixa as coisas assim pra última hora, porque não é sempre que você vai dar sorte assim". Sim, porque eu posso ter feito de última hora, admito, mas francamente, quanto tempo um cidadão desse gasta pra colar uma foto no maldito passaporte e botar uma assinatura?? E é claro, eu dormiria mais feliz sem ouvir lição de moral do mocinho do balcão, mas enfim.

Quando eu crescer, isso também não vai acontecer um dia antes da minha data limite de entrega dos trabalhos mais trabalhosos e importantes do meu doutorado, os quais eu já deveria terminado há semanas, mas por mais que tenha tentado, ainda estivesse desesperadamente terminando, ou tentando terminar. Afinal de contas, quando eu crescer, eu vou deixar todos os meus trabalhos prontos meses antes da data limite. Sendo assim, se a data limite for Sexta-feira as 17h, quando for Sexta-feira as 16:15 eu não vou estar correndo, literalmente, no meio da neve, com uma pança enorme, depois de ter passado o dia sem comer, beber água ou ir ao banheiro terminando essa joça. Eu não vou chegar as 16:20 no hospital pra entregar o presente de natal da orientadora, sem ter tempo nem pra dizer feliz natal, fazendo praticamente um arremesso de presente na sala dela, outro na sala da secretária que vai me perguntar: "E o passaporte do Zack, deu certo?" ao que eu não vou ter que me lembrar que sim, deu certo, SE eu chegar no consulado até 16:30 e pegar o passaporte, porque por mais simpático que o funcionário seja, ele não vai trazer o passaporte pra mim. Sendo assim, eu não vou ter que sair novamente correndo, mas correndo muito com minha barriga de 6 meses pela rua cheia de gelo por uns 5 quarteirões pra chegar no consulado as 16:29, só pra ouvir do mocinho: "Nossa, quase que você não chega, hein? A gente já ia fechar". Ao que eu não vou ter que responder nada já que o meu pulmão tinha ficado uns 2 quarteirões pra trás, junto com meu útero e bexiga.

Ah...quando eu crescer, eu posso antever como minha vida vai ser diferente...eu não vou ter que pegar o carro e sair dirigindo que nem uma louca inconsequente pra chegar as 16:59 na universidade e entregar o bendito trabalho que me custou o último mês e meio inteiro de muitas noites sem dormir, muitos dias sem sair, muitas horas brigando com o marido, muito tempo ignorando o filho, muitos "não passeios" com os amigos que visitavam do Brasil e muita falta de post.

Quando eu crescer, e for uma mulher organizada, a essa altura do campeonato eu vou ter mandado cartões de Natal pra todos os queridos, vou ter comprado presentes e estar com eles prontos, na mala, vou ter escutado as mensagens da minha caixa postal que não escuto há mais de um mês, vou estar com a mala arrumada. Porque quando eu crescer eu vou saber que não se deve começar a arrumar a mala a 1:20 da manhã se você tem que sair pro aeroporto as 6:30 da mesma manhã. Bom, talvez quando eu crescer eu não ache que deva escrever um post a 1:30 da manhã antes de começar a arrumar a mala, só pra resumir o último mês e dar um "alô".

Quando eu crescer eu não vou precisar da sorte ou de um Deus poderosíssimo que tenha muita dó de mim e faça as coisas miraculosamente darem certo. Não, pensando bem, dEsse Deus eu vou sempre precisar, até quando for grande.

Quando eu crescer, tudo vai ser diferente, tenho certeza...mas enquanto isso, vou pro Brasil curtir minhas férias, porque vai que quando eu crescer eu não tenha nem férias e essa coisa de dormir 2 horas por noite vire rotina. Não pretendo olhar pra nada que não seja família, mar e sol, porque essa coisa de ficar sentada no computador 20 horas por dia é definitivamente algo que vou deixar pra quando eu crescer.

Pra vocês, gente grande e bem resolvida na vida, Feliz Natal!! E que em 2008 você seja "gente grande" pra viver com calma e sem muitas emoções, mas se não der, que seja feliz assim mesmo :-)
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Beija, beija, tá calor, tá calor!


Temperatura: -18
Sensação térmica: -28
Ah! Que calor!
Vou alí colocar meu biquini, comprar uma água de côco e sair pra fazer um "cooper", volto já.
Ao menos é isso que as comidas dentro do meu freezer estão pensando.
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Oração

Papai do céu, muito obrigado pol esse dia...
Abençoa...o Spiderman, o Barney, o sapo, a Anna, o Robin (as duas professoras da escolinha), e tooooooooodo mundo.
É....
Amém.
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Cade a graça que estava aqui?

Minha mãe falando comigo na sexta:

- Ah, vi que você colocou o vestidinho que eu comprei no blog! Achei super chique!
- Pois é mãe, tá vendo...
- Ah, mas seu blog ultimamente anda tão assim...sem graça, né?

Quando mãe diz uma coisa dessas é porque a coisa tá feia mesmo.

Pudera, o que esperar de uma pessoa que em pleno sábado a noite tem que despachar marido e filho pra ver filme na casa dos amigos enquanto fica estudando (sozinha, abandonada, triste e desesperada) em casa??
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O primeiro vestidinho...

...a gente nunca esquece.

Vovó ligou dos EUA falando que comprou o vestidinho mais lindo do mundo pra netinha. Não só comprou, como já lavou e gastou um tempaaaaaaaaao passando o tal, que é cheio de babadinho e coisinha, do jeito que a mamãe gosta. Mesmo sabendo que a dona do vestido só vem em Abril, a mãe, embora muito contente, fica pensando...de duas uma, ou ela só vai usar o vestido uma vez, ou então da segunda em diante vai usar amassado mesmo, porque essa coisa de gastar um tempãaaaaaao passando ou é pra vovó boazinha e aposentada, ou pra empregada eficiente, nenhuma das duas disponíveis no dia-a-dia, muito infelizmente.


Passadas a parte, digam se o vestidinho não é de fato a coisa mais fofa desse mundo inteiro! (A foto tá meio embaçadinha, mas dá pra entender, o que me diz que mesmo amassado, ele vai ficar lindo!). Obrigada vovó! Adoramos!








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Escolhendo o presente de Natal

Ele pediu pra ver "o livro de brinquedos" que chegou pelo correio, depois de cinco minutos analisando o catálogo no trânsito, mantendo a pose, esticou a mão apontando categórico com o dedinho:"Eu quelo esse mamãe".
Ah, tá, ainda bem que pelo menos ele deu a dica.
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Filho de peixe...

Papo de criança vegetariana, filho de vegetariana:

A mãe, contando a história da Bíblia quando Jesus multiplicou os pães e peixes, usando um livro com figuras de feltro:

Mãe:
- Então todo mundo comeu os peixinhos, hummmm, que delícia!
Criança:
- Comeu os peixinhos???? NÃO MAMÃE!! O peixinho é pra nadar no mar (pega o peixinho de feltro, tira do cesto e coloca no mar).

Atitude é tudo :-)

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Comentário nada a ver pra quem tem Gmail:
Não é o máximo essa opção de layout variado? E o melhor, num simples clic eu posso agora ler email na praia...boa ilusão pra um dia de -5 graus.
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Sexo

Acho que acabo de colocar um título que vai me render muitos "views" ianpropriados...mas bom, se o assunto é esse...

...então, estão vendo aquela "pererequinha" alí?? Não?

Nem eu, mas a moça do utlrassom jura de pé junto que é menina.

A GAP deveria estar contente, faz mais de 2 anos que eu estou de olho em cada item da coleção "pra meninas", mesmo só podendo comprar as coisas "semi-fofas" de menino. Não sobrará saia fofinha sobre vestido fofinho, que venham os lacinhos!

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Fenômenos

Na falta de tempo pra escrever, ando dada a notar fenômenos interessantes, ainda que inúteis, de diferentes naturezas:

Fenômenos sócio-culturais:

- O Fenômeno dos Limpadores de Banheiro:
Em todos os prédios que eu freqüento aqui as pessoas responsáveis pela limpeza são homens. Esse universo do feminino servil ainda é realidade no Brasil (nunca nunquinha ví um homem limpando banheiro no Brasil), aqui é o contrário.
Julgando pela capacidade (inexistente) do Princhuco aqui de limpar banheiro (apesar da sua exímia habilidade de lavar a louça, justiça seja feita), que inclui achar que o banheiro está sempre limpo, mesmo quando ele está prestes a ser interditado pela vigilância sanitária, eu não botaria fé em banheiro limpo por homem, mas aqui parece praxe.
Só é estranho você estar lá, na sua cabine do banheiro feminino e de repente, quando você sai, ainda abotoando a calça, dá de cara com um homem, de esfregão na mão limpando o chão como se nada estivesse acontecendo. Meio maluca como sou, já pensei que estava no banheiro errado, pensei, xiiiii...entrei no banheiro dos homens, agora já entendi.

- O Fenômeno do Salsão:

Não sei qual é o problema da gente dessa terra de cá. Eles tem uma mania odiável de botar salsão em tudo.

Meu pai, cabra macho que comia cebola como se fosse maçã, mascava alho como se fosse chiclete e adorava jiló, jamais tolerou salsão. Agora vá entender porque é que esse povo tem mania de meter salsão em tudo quanto é prato. É sanduíche com salsão, macarrão com salsão, salada com salsão, uma desgraça. Meu problema é que salsão é o tipo de coisa que, como pimentão, contamina tudo o que encosta. Logo, macarão não tem mais gosto de macarrão, salada não tem gosto de nada, e tudo fica com gosto e salsão. Eca!

Diz uma amiga que esse negócio de contaminação é coisa de quem não gosta da comida e que eu sou a mais "picky" das "pickies" que ela conhece. Tremenda injustiça já que eu só não gosto de salsão, pimentão e cebola, além de ser vegetariana. Eu até tento me adaptar a cultura gstronômica local, mas salsão, literalmente, não dá pra engolir.

Fenômenos da Gravidez:

- O Fenômeno da Esquizofrenia Gravídica:

Passada a fase dos enjôos e vômitos, a novidade agora é ter alterações sensoriais. Pra quem não sabe, a grosso modo, um dos sintomas da esquizofrenia é uma série de alterações da percepção. A pessoa pode ouvir coisas, ver coisas ou sentir coisas. Eu sinto cheiros. Adoraria estar sentindo cheiro de goiaba ou manga madura, mas adivinhem, o cheiro que eu ando sentindo em tudo é...de salsão.

Princhuco jura que eu maluquei de vez depois que eu comuniquei que todos os rolos de papel higiênico que usamos estão com cheiro de salsão. Bem entendido, eu só sei disso por causa das minhas crises de alergia e eu sempre uso papel higiênico pra assoar o nariz. Este problem é mais sério num pais onde se compra papel higiênico em embalagens de 48 (e não de 6 ou 12 rolos como no Brasil). Agora...o que fazer, pensei em mandar uma carta mal-criada pra empresa do papel higiênico explicando a situação e exigindo que o cara que trabalha na linha de produção e traz sanduíche de salsão de almoço seja demitido imediatamente. Mas sei lá, ninguém leva grávida a sério.

Fenômenos do Desenvolvimento Infantil:

- O Fenômeno da Lógica Infantil:

Escolack anda de uns meses pra cá muito ligado em símbolos. Com uma memória de fazer inveja à qualquer mãe desmiolada como a dele, reconhece letras em tudo quanto é canto, relacionando a letra ao nome de alguém (R de vovó Reni, S de tio Silvio, K da mamãe Keiko e por aí vai o alfabeto quase inteiro...), além dos números familiares como 4 (o andar onde moramos) e 8 (sei lá porque, é redondo??). A última sensação do momento no entanto são as bandeiras. A do Brasil ele reconhece há muito tempo, agora anda pulando de alegria cada vez que vê uma do Canadá ou do Quebec.

Dia desses, passando por umas bandeiras, a mãe estica o tópico e pergunta:
- Filho, onde mora o tio Dedê?
- No Basil.
- E a vovó?
- Nos Estados Unidos.
- E o Zack?
- Na casa.

Ninguém discute, fatos são fatos.

- O Fenômeno da Malandragem:

É incrível o poder de comunicação que uma criança adquire em apenas 2 anos e 5 meses. Malandrack já tinha sacado que conseguia quase tudo que queria quando pedia "por favor", com aquela cara de coitado. Notando que esta estratégia já estava manjada no entanto, ele se encarregou de acrescentar um "só um pouquinho??", acompanhado de um sorrisinho irrestível e os dedinhos fazendo sinal de "pouquinho".

Se o interlocutor é o pai, só isso já basta pra garantir mais meia hora de TV, mais 10 livros, 1 kg de chocolate ou mais 5 horas no banho. Agora, se no entanto o interlocutor é mais duro na queda, ou mais poliglota, nada que um "piiise (please)... sil-tu-plait???" não resolva.

Nem na Lapa, nem em Brasília, a nata da malandragem agora mora em Montreal.
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Mural II - Sobre música infantil

Flavinha:
Eu sou professora de musicalização infantil nas horas vagas (ou seja, não sou mais, mas era até minha vida virar esse caos que está agora), então é um certo dever conhecer música infantil. Em francês e inglês eu ainda estou explorando o repertório, mas o que eu achei de bom por enquanto é:
Francês:
Les petites tounes - é um grupo quebecois (composto por um peruano e mais uns mixs) que fazem música "pop" infantil. As letras são divertidas e a qualidade musical é boa (muitos instrumentos acústicos, boa harmonia), já fui em alguns shows deles por aqui (eles sempre estão no Festival de Jazz e outros eventos como "La fête des enfants") e eles são divertidíssimos.
Inglês:
Rafi - é um compositor super premiado, tem vários cds, gosto muito das músicas dele, que abordam temáticas das mais variadas (Musicack aqui é fã número 1 do hit "Baby Beluga", que conta a história de uma baleia beluga - dãr) e também tem qualidade boa.
Jennifer Gasoi - é a professora de musicalização do Zack, ela tem um CD gravado com composições próprias que são lindas, estilo meio jazz, que foi nominado pro Juno. Como professora ela não é lá essa maravilha, mas é um amor de pessoa e ótima compositora.
Mas ao bem da verdade, eu até tenho estes CDs e escuto com ele de vez em quando, só pra saber do que se trata, mas em casa só rola música brasileira mesmo. Deixo o inglês e francês por conta da creche e da igreja.
Português:
No outro post eu só falei dos CDs que tinham DVDs, mas se for pra falar só de CD, alguns essenciais são também:
- Todos do Toquinho/Vinícius (A arca de Noé 1 e 2, Canção de todas as crianças, A casa de brinquedos)
- Os Saltimbancos
- Vila Sésamo (a trilha sonora original, com bonecos assustadores e gente vestida de antigamente na capa)
- Adivinha o que é (do MPB4)
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Mural

A cada semana que passa eu penso: Essa semana foi corrida, mas semana que vem tudo vai ser diferente. Eu vou ter tempo pra escrever uns 3 posts, pra assistir "Eli Stone" na TV, pra fazer todas as atividades que eu venho planejando com Artistack e quiçá até lavar roupa e arrumar a casa.

Semana vai, semana vem e a tal semana com muito tempo nunca chega. Semana passada de todas essas coisas a única que eu fiz foi brincar de massinha com Divertack, isso porque ele implorou, a pobre criança.

Na falta de tempo pra um post de verdade, vão algumas respostas:

- Sandra: Pois é, o menino é um beijoqueiro de mão cheia, coisa de louco. E ele sabe que menina é pra beijar e menino é pra bater. Não pergunte quem ensinou, eu não fui. Mas também, vamos combinar, a Lara é irrestível!

- Chris: Lista de DVDs e CDs altamente recomendados:
1. Toquinho no Mundo da Criança: É um DVD com todos os clássicos do Toquinho (Aquarela, o Pato, A casa, etc ) com animações lindíssimas, ganhadoras de Anima- Mundi e tudo. MPBack é fã de carteirinha e sabe todas as músicas de cor.
2. Todos do Cocóricó: As músicas são de Hélio Zinskind, um músico mega craque em música infantil de qualidade, as histórias contam do folclore e da cultura brasileria, além de situações "da roça", coisa que criança da cidade não vê muito, e logo, se fascina. O único problema é o fator vício, aqui em casa agora parece parque temático, temos TUDO do Cocóricó, porque todo mundo que vem do Brasil sabe que é alegria na certa.
3. DVDs e CDs do Palavra Cantada: Estes são feitos por outra dupla de craques, a Sandra Peres e o Luis Tatit. Os dois DVDs que eu tenho (clipes e Canções do Brasil) são excelentes, mas eles tem uma lista de CDs que são todos ótimos (eu tenho todos também, meus favoritos são: "Canções Curiosas" e o recém adquirido "Carnaval" - que é uma gracinha, cheio de marchinhas com letras "pra criança").

Todos estes são sim recomendados pra crianças bem pequenas já que as animações são muito bem feitas, os do Palavra Cantada e do Cocóricó tem personagens "de verdade" o que atrai a atenção dos menorzinhos. O que muda é o estilo de apreciação. Zackolino assistiu todos desde pequeno. No começo assistia uma pouquinho, enquanto estava brincando, balbuciava umas coisas aqui e alí. Agora se deixar ele passa o dia inteiro, cantando, tocando instrumentos acompanhando as músicas, faz conexões (ex. fomos fazer piquenique e ele lembrou que um dos clipes é sobre piquenique e começou a cantar a música, aliás, qualquer coisa que aconteça na vida ele tem uma música pra lembrar).

Ah sim, e por favor, não mande os da Xuxa, porque ninguém merece. Apesar que, devo confessar, Papito trouxe do Brasil uma vez uma coleção da Xuxa. Eu, que quando criança queria ser Paquita e depois que cresci passei a ver quão ruim é a qualidade daquilo, assisti todos, sem Zack por perto (e não no mesmo dia se não nem estava aqui pra contar a história), para fazer uma revisão crítica da coisa e o único ponto positivo que achei (contra os 428 negativos) foi que ela inclui crianças de todos os tipos nos clipes. Acho boa a iniciativa, mas a qualidade das músicas não dá pra engolir.

Ciça: Não deu pra fazer USG, eu bem queria, mas não deu, o que siginifica que eu ainda não sei o que vem por aí. Agora, 4kg mais gorda não é ruim não minha filha, o segredo é engravidar de novo. Eu, que ainda tinha 5kg sobrando da primeira, já perdi quase 6kg ,então estou pronta pra ganhar uns 10kg :-)

Boa semana pra todos!
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48 horas

Foi o tempo que eu passei na terrinha.

Uma passagem que ia vencer foi a desculpa, mas o tempo estando escasso, só deu pro fim de semana mesmo.

Sem reclamações. Curti uma viagem sem nenê, isto é, com direito a leitura tranquila, dormir no avião e não ter ninguém pra entreter que não eu mesma, além de não ter nenhum passageiro olhando feio enquanto a criança chora.Vi mãe, vi irmão, vi amigos queridos, vi calor em Outubro, vi o trânsito da minha Sampa. Botei umas fofocas em dia, fiz umas comprinhas e obviamente, consumi um total record de calorias.

Acho mesmo que vou entrar pro Guiness, a pessoa que consegue comer mais comidas variadas em menos tempo. Foi uma sequencia de comida da Cacá (que trabalha na casa da minha mãe há 20 anos e cozinha como ninguém), jaboticaba, uva rosada, mousse de chocolate branco do Amor aos Pedaços, bolinha de queijo do Viena, Milkshake de Ovomaltine do Bob's, pizza de catupiry com palmito do Pedaço da Pizza, café da manhã na Galeria dos Pães, pão de batata do Baked Potato, pão de queijo recheado da Casa do Pão de Quejo, sucos naturais variados e é claro...muitas, muitas limas da Pérsia compradas pela amiga e comidas com voracidade minutos antes do embarque. A cena era de dar dó, aposto que teve gente contando em casa como viu uma grávida descascando lima com a mão e comendo que nem doida no saguão do aeroporto. Mas como ninguém paga minha contas, comi feliz.

Ai você se pergunta, mas não era essa a grávida que até outro dia vomitava só de pensar em comida?? Pois é, nada que dose dobrada de remédios anti-enjôo (seria sem acento ??) e um esforço psicológico fora do normal (será que enjoo - com acento ou sem - é psicológico?) não corrijam. É o que chamo de "Síndrome da Comilança Aguda", doença rara que acomete expatriados quando em visita à terra de origem. Caso patológico que será estudado por comissão da OMS. Tá certo que eu entrei no avião quase vomitando e não consegui nem sentir o cheiro da comida do avião, mas sei lá, a mente tem dessas coisas.

Fui na sexta, voltei hoje. Foi como um pit-stop - voltei reabastecida, pneus trocados e pronta pra continuar a corrida.
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Cenas de Outono

Trilha até o lago


O lago absurdamente lindo, o menino absolutamente cansado e o pai completamente babão.
Outuno é assim...Idos são os dias de calor, de camiseta e chinelo. Casacos e cachecóis vão saindo aos poucos do armário, uma leve tristeza vai tomando conta de saber que o longo e tenebroso inverno está a porta...por outro lado, a natureza fica tão linda com folhas de tantas cores caindo das árvores que a gente até dá um desconto e tenta aproveitar.
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Conversas

A nova mania de Tagarelack é ter respostas práticas. Até um dia desses, quando eu perguntava no fim do dia:
- O que você fez na escolinha hoje?
Ele começava uma longa história do tipo:
- Brincou, e os babies, e Eleonor e o John, tum, tum, tum (imitando o professor de música tocando violão) e Shalev pffffff (fazendo alguma onomatopéia de alguma cena indecifrável aos ouvidos da mãe que dirigia e ficava espiando pelo retrovisor)...
E por aí a história seguia com mix de músicas, fatos, sons.
De um dia pro outro, cansado de prestar contas, Adolescentack resolveu encurtar e a nova resposta, para a mesma pergunta é:
- Não fez nada.
E fim de papo. E eu que achava que tinha mais uns anos de cumplicidade.

Por outro lado, para meu alívio, ele ainda mostra que precisa do apoio da mãe quando o problema é realmente sério. Por exemplo, outro dia, depois de um longo banho de banheira, ele olhou pra sua mão, toda enrugada, e com a maior cara de espanto do mundo falou indignado:
- Mamãe!!!! A mão do nenê tá estagada!! (estragada).
No dia seguinte, sentado na privada, foi a vez de descobrir que o piu-piu (ou melhor, o anexo do piu-piu, o saquinho), também estava estragado.

Pior mesmo foi quando eu descobri também, sozinha, que minha cara anda meio estragada e que esta, diferente da mão do Enrugack, não volta ao normal depois de uns minutos fora da água.
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Mural

Pessoas, pessoas, muito obrigada pela solidariedade coletiva. Muito me comove. Eu já recebi goiaba vinda de Los Angeles por Fedex, sob a etiqueta "baby cloth", mas lima e pão de batata não estou certa que atravessaria a fronteira...obrigada pelas tentativas assim mesmo ;-) Meu problema será resolvido em breve. Vou pro Brasil dia desses, pra usar uma passagem que está vencendo, já encomendei tudinho com as amigas e elas estarão me aguardando noa aeroporto de lima e pão de batata na mão.

Isabela: Não gosto de fazer propaganda negativa das coisas não, ainda mais das poucas coisas brasileiras que existem por aqui. Mas o lugar em questão é o Chez Brasil Café sim. No entanto, não vá pelo meu gosto de grávida. Eu particularmente não gostei do pastel porque o queijo não estava derretido e o requeijão (que elas fazem lá) não era bom. Mas considere que eu já estava indignada porque o que eu queria mesmo era pão de batata. Sendo assim, vamos dar os louros necessários, elas fizeram uma super reforma no lugar (que sempre foi um ponto "brasileiro", mas antes delas era uma verdadeira espelunca), está super bonitinho. Tem pão de queijo (pra comer na hora ou congelado pra fazer em casa tipo "Casa do Pão de Queijo"), tem Guaraná Antártica (que é puro e natural - desenterrei!), tem umas coisinhas de mercado (sequilhos, as vezes tem biscoito de polvilho, biscoitos brasileiros, chocolate, farinhas variadas, suco de maracujá) e o antedimento é ótimo.
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Jiló com doce de leite

Eu sempre achei que esse negócio de desejos estrambólicos de grávida fosse conversa furada. Ainda acho, na verdade. Acho que é sim uma estratégia válida pra arrancar favores de marido e conhecidos em geral. Afinal, há de se abusar dos outros já que você passa seus dias vomitando, se escorando em cada poste pra dormir um pouquinho, sentindo calafrios etc e tal. Tá certo que "os outros" geralmente não tem nada a ver com isso, agora, o marido, que quer ter 5 filhos sem ter que ficar grávido de nenhum deles, esse tem.

A questão é, o que fazer então, em um dia como este, quando, você vomita o café da manhã e não consegue comer mais nada o dia inteiro. Lá pelas 4 da tarde, faminta, porém enjoada,e sentindo a necessidade de alimentar o pequeno ser dentro de você, você começa a pensar: o que eu poderia comer nesse momento que não me faria vomitar...e as únicas coisas que lhe vêem a mente são: pão de batata com catupiry e lima da pérsia. Pois é, foi bem isso mesmo que me ocorreu. Você, aí na Terrinha amada, idolatrda, salve-salve, onde além de Palmeiras onde canta o Sabiá, tem também feira e padaria na esquina, pode pensar que este desejo estava fácil. Nas terras aqui do Norte a estória não é bem assim.

O marido nem aqui estava pra cumprir o seu papel e ir até as profundezas do abismo pra buscar, se necessário(aliás, está no Brasil, o danadinho).Pensei em ligar pra ele e mandar voltar agora, com pão de batata e Lima na mão, mas achei que ele não ia curtir a idéia. Sendo assim, peguei a criança na creche e fui em busca dos meus objetivos. Pão de batata com catupiry parecia possível, tentei um novo barzinho brasileiro que tem umas coisas (não muitas, mas tem.Não tinha. Comi uma empanada de palmito (e desde quando empanada é comida típica brasileira??) pra ver se resolvia o problema, não resolveu. Comi um pastel de queijo com requeijão feito lá mesmo. Horrível. Lima da pérsia a este ponto era caso perdido na certa. Até procurei no google pra ver qual seria um nome em inglês ou francês pra Lima, mas aparentemente isso é coisa que dá só no interior de São Paulo mesmo. Que dureza. Tomei um suco de manga com laranja pra enganar e aí, realmente passando mal, voltei pra casa arrasada.

Dias como estes, mas do que em dias de -30 graus e neve até o joelho, eu penso: O que estou fazendo aqui?? Que país é esse que não tem pão de batata com catupiry e Lima da Pérsia? hein, hein, hein?
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E.T. minha casa

Agora em 3D, e nem precisa de óculos.O(A) ETzinho(a) no conforto do seu lar.

E viva a tecnologia,que nos deixa ver um nenê de massinha, que só tem uns 6cm, chupando o dedinho e tudo (muito admirável pra quem nem olho tem). E viva Deus, que faz milagres assim, tão inexplicáveis.

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Updatando

Dia desses, Poliglack solta essa:
-Papai ta laughtando* muito mamãe!
*laughtando=rindo
Esse foi o primeiro mix total, agora coisas como:
-Olha a sheep passeando na grama!
ou
- Cadê o hat do nenê?
Estas "escalopem" o tempo todo.

*********
Doutoreiko fugiu de casa e foi sozinha para Atlanta, apresentar um congresso. Largou marido, filhote e visitas. Saudade? Sim, muita, mas uns dias de mordomia total, cama arrumada, nada de louça para lavar, nenhum dente (que não o seu próprio) para escovar e assistir televisão até dormir caem bem. Mas a melhor parte ainda é voltar pra casa e na recepção no aeroporto ter um menininho muito gostosinho dando um abraço apertado e falando: "Mamãezinha quelida!", como que aliviado ao ver que ainda tinha uma mãe.

*********
Vantagem de segunda gravidez é que você fica tão sabida. Acabei de achar uma médica muito boa, finalmente. Só sei que essa é muito boa porque passei por outros tantos muito ruins. Na primeira gravidez eu me contentei e achei que ruim era a norma por aqui. Agora fiquei espertinha e passei por todos os médicos da cidade até achar um que me fizesse feliz. Médica de família, com especialidade em obstetrícia e o mais incrível, ela perguntou:"Tudo bem com você, como estão indo as coisas?", com um sorriso e tudo - Isso é raridade por aqui. Primeiro mundo é assim, ninguém rouba seu celular na rua, mas também não espere cordialidade das classes profissionais "superiores".

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Tati e demais preocupados com a estória do coelho: Eu dei sorte e minha orientadora não só é uma verdadeira mestre Jedi (do tipo sabida, famosa e muito boa - no bom sentido) como é um amorzinho. Não trapaceia, não passa por cima de ninguém, é super ética e querida, além de se vestir bem e me chamar pra fazer compras no meio de um congresso. Mas nem todos são assim.
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Pensamentos sobre doutorado

Essa é uma piadinha interna para os mestrandos, doutorandos e demais, não sei quem é o autor mas quem me mandou foi meu irmãozinho que, mesmo não estando na vida acadêmica entende e sofre por ela, ficando noites e noites a fio acordado trabalhando em um poster pra mim (também, que mandou fazer essas coisas melhor do que ninguém??).

Neste momento trágico enquanto espero que a impressão do poster dê certo para apresentar em um congresso semana que vem e preparando um dossiê para uma bolsa, e obviamente, são 1 da manhã e tudo deve estar pronto amanhã as 8h. Ou melhor, hoje as 8h.

"Era um dia lindo e ensolarado, o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa, e, viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar.
No entanto, ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de mestrado - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm… e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida, o coelho volta , sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.
No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de mestrado doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa…
- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca? O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e … silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem
alimentado, a palitar os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos…
5. O que importa é quem é o seu "padrinho/orientador/mestre sith"


Pois é...de volta ao trabalho.
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Notícias do interior

A gente vomita, a gente fica tonta, a gente fica cansada, a gente emagrece mas depois engorda e eventualmente nunca mais emagrece, mas a gente lembra que tudo vale a pena quando escuta um coraçãozinho batendo muito acelerado e vê uma pessoinha de verdade lá do lado de dentro.

O primeiro vídeo deste retrógrado blog é um especial, diretamente lá de dentro da "belly"da mamãe. Antecipando possíveis perguntas semelhantes as do pai, a ameba tentando engolir meu nenê deve ser o útero se contraindo, a placenta, uma coisa dessas...eu sou TO, não obstetra ;-)

Quem estiver grávida que derrame a primeira lágrima... (ou as segundas, porque as primeiras já foram)

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Plurais

Foi em Julho, no Brasil. O menino olhou pro céu e viu um avião. Comenta com o amigo da mãe:

- Olha um avião!

Aí apareceu outro:

- Olha, dois aviões!

Assim, no plural, certinho. Daí pra frente, tudo tem plural perfeito. Caminhão-caminhões, "Olha as quiançaS bincando", "eu quelo dois bicoitoS", "me dá duas guadanapaS pá limpá a mãozinha pofavô" (me dá dois guardanapos pra limpar a mãozinha por favor - porque plural tudo bem, agora gênero também é querer demais). Mas os meus favoritos são:

- Um, dois, três, quatroS, cincoS, seis, seteS, oitoS...

Porque todo mundo sabe que as coisas devem fazer sentido na vida e se "três e seis" são plurais, os outros também hão de ser. Pasquale que nos aguarde, Portuguezack vai re-escrever essa língua.

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Enquanto isso, na sala de justiça, ou melhor, no banheiro...
A grávida destraída que todo santo dia esquece de tomar a vitamina pré-natal, acorda no meio da madrugada com visões de desnutrição fetal e vai correndo tomar a vitamina, junto com o remédio para enjoo. Só pra vomitar tudo depois. E vir contar para os leitores solidários em seguida. Aliás, muito obrigada pelas palavras de apoio, pior do que vomitar o tempo todo, só mesmo vomitar e não ter como compartilhar esse sentimento com a coletividade :-)

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Alguém sabe me dizer porque raios eu tenho dois títulos aparecendo no meu layout???
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Por que?

Ainda seria tempo de perguntar: por que tantas pessoas não sentem nenhum enjôo durante a gravidez e eu tenho que sentir tanto, a ponto de ter vomitado em cima de mim enquanto dirigia hoje. Poderia perguntar também por que faz tanto calor nessa cidade em pleno mês de Setembro e subir uma ladeira de dois quarteirões me levou à exaustão absoluta a ponto de achar que ia ter que sentar no meio da rua e esperar a taquicardia passar, não sem antes chamar o 911. Como se vê, eu continuo sendo um grávida em plena (falta) de forma, obrigada.

Mas bom, o porquê da vez não é nenhum destes, mas sim, os infinitos porquês de Questionack. Meus livros sobre desenvolvimento infantil diziam que a fase do porquê era aos 4 anos, e não aos 2. É fato que a maioria das teorias sobre desenvolvimentos estão atrasados em relação as crianças super-estimuladas de hoje em dia (não a minha criança especificamente, mas qualquer criança que é hoje exposta a milhares de informações as quais não eram expostas na época que as teorias, em sua maioria, foram desenvolvidas). Mas agora achei exagero. E eu que achei que ainda tinha a minha frente alguns anos antes de ter que repensar questões essenciais da existência como: "Nenê tem que 'cová' o dente mamãe?...'Po quê'? ou "Tá na hola de domí?... Po quê?" ou ainda questões de cunho científico como: "O 'passalinho' tá láaaa no céu... 'Po quê'?" ou ainda o temático: "Mamãe cupiu? (cuspiu=vomitar)...'Po quê'?". Perceba que as perguntas não são assim, totalmente aleatórias ou impensadas, elas vem sempre após uma longa reflexão sobre o assunto em questão. Há de se achar a essência da vida, afinal de contas. A vantagem desta fase nesta idade é que ele geralmente se contenta com respostas simples e por enquanto até o "porque sim"- que como todos sabem, não é resposta - anda sendo suficiente para obter dele um satisfeito: "Aaaaaa, tá bom!".

Estou me dando satisfeita enquanto ele ainda não me veio com "de onde vêm os bebês", pra esta eu ainda não tenho resposta. Se bem que do jeito que a coisa anda, a questão não deve tardar a vir, vou logo procurar um exemplar de um livro desses que fazem o trabalho sujo e explicam a coisa toda, coloco na biblioteca do menino sem que ele se dê conta e quando eu vir, ele já vai ter achado sozinho todas as respostas para seus porquês. Ao mesmo tempo, duvido que venha mesmo já que ele acha que o bebê pode estar em qualquer barriga. Se alguém pergunta: "Zack, cadê o irmãozinho?". Ele prontamente levanta blusa (a dele) e mostra: "Aqui, na 'belly', dá beijinho". Meu plano é virar pra ele e perguntar: "Por que"?, depois eu conto a resposta.
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Mais pra lá que pra cá

Oi de casa,

Pois é, ando bem mais pra lá do que pra cá. Minha vida anda se resumindo em achar um médico decente (e por decente por favor leia: alguém que não te faça esperar 4 horas por uma consulta de 4 minutos e que não te dê nada, nenhuma informação que você não saiba ou não pudesse obter na internet, e que te prescreva exames de primeira necessidade sem que você tenha que dizê-lo quais são os tais exames e que sim, você quer fazê-los). Depois disso eu me mato pra botar a pesquisa em dia, chego em casa, vomito e durmo no sofá enquanto o pobre marido cuida da criança, da casa, da vida.

Pra não parecer aquelas grávidas reclamonas, que reclamam do médico, do sistema de saúde, da política mundial, do preço do dólar, do Brasil que não ganhou ouro no voley masculino apesar de do feminino e até do marido que apesar de fazer tudo e mais um pouco, não sabe limpar a privada, na qual você passa boa parte do dia com a cara enfiada, abstenho-me de qualquer comunicação com o mundo durante a semana. No fim de semana tento recuperar o prejuízo e levar a criança pro parque, o marido pra passear e até fazer uma faxina. Logo, os posts escassos. O mundo que me perdoe, espero que tudo logo passe, como já diria o sábio ditado, na vida tudo é passageiro e aqui nem cobrador os ônibus têm.
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Em parcelas

Aos poucos, vamos contando a viagem:
Dia 1
Chegamos em Roma, alugamos um carro e fomos pra Pisa. No caminho, umas cidadezinhas medievais, la no alto das montanhas, a coisa mais linda. 
Paramos aqui e ali pra achar uns cantinhos tirados de livros de contos-de-fada, tudo muito magico e bonitinho...
Eu, como boa co-pilota que sou, dormi em uma parte da viagem (sou incapaz de ficar uma viagem inteira acordada, reclama o marido. Por isso eu queria ir de trem, mas ele insistiu...bom, jah me conhece ha 11 anos, estava bem informado). Em um certo ponto, Princhuco me a
corda angustiado, o GPS ficou doido e ele nao sabe mais como chegar em Pisa, estamos perdidos, declara. Acordo e quando olho pra frente la esta ela: Linda, Loira e Torta:
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Um dentro, outro fora

Coisas de segunda gravidez:

A mãe grávida, que enjoou como ninguém na primeira gravidez e repete a dose na segunda, pára o carro no semáforo, abre a porta e vomita no chão. (Perdoem a riqueza dos detalhes)

No banco de trás, o primogênito, Pedregulhack, o maior amante das pedras, que nunca anda sem uma pedrinha em cada mão e acha pedrinhas por todos os caminhos onde passa:

- Mamãe cupiu? (Mamãe cuspiu?)

Tentando não repetir a cena, a mãe responde sem abrir a boca:

-Hum-hum

- Cupiu no chão? (cuspiu no chão?)

- Hum-hum

- Cupiu na pedinha mamãe? (cuspiu na pedrinha mamãe?) - Porque onde há chão, há de haver pedrinhas, bem se sabe.

- Hum-hum

Pelo retrovisor a mãe encara um menino com uma cara muito indignada que diz:

- Não pode mamãe, cupi na pedinha não!! A pedinha chola! (a pedrinha chora!)

E eu que pensei que ia ganhar algum apoio e solidariedade. Quem ficou com toda a piedade foi a pedrinha, e aposto que ela nunca, nunca vomitou tanto por ele!
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Roda viva

Eu tinha planos, muitos planos. Sério mesmo que passei as férias inteiras só pensando, maquinando na caixola como eu iria descrever aqui tudinho, cada lugar, cada ponto visitado, com dicas, causos, fotos etc e tal. Eu ia também fazer um longo ensaio sobre as primeiras férias sem Abandonack que terminaria apoteóticamente com o grande reencontro (não aquela da Elba, Zé e Alceu, até porque este era só O grande encontro) onde mãe e filho se abraçam em lágrimas e juras de nunca-mais-abandono são feitas e esquecidas na próxima birra.

Ora pois, imaginem, meus planos incluiam a descrição de uma cidade por dia, a partir do dia do meu retorno à Montreal, isto significaria que hoje, eu já teria descrito a viagem inteira, inclusive todas as massas ruins comidas na Itália, as ruínas sem fim e maravilhosas de Éfesos, a arte de tirar o fôlego da Capela Sistina, a falta do mesmo fôlego para escalar o Acrópolis e a minha grande dica de "nunca visitem Creta", a não ser que realmente você já tenha conhecido o mundo inteiro.

Ah....como seria bom ter feito isso, eu tinha até ambição de virar um daqueles blogs de viagem, cujos escritores são pagos pra viajar (fala sério, quer profissão melhor que essa na vida? Viajar e bloguear) e para isso eu já tinha um plano, iria montar alternadamente um roteiro "com" e "sem" filhos. No roteiro "com" estariam todas as atrações divertidas para crianças, eu iria criticar os lugares cujos banheiros não têm trocadores ou aqueles que não são acessíveis com carrinho, iria festejar as atrações que terminam as 20:00 no máximo e prestigiar os hotéis que oferecem caminhas de bebê. Na verdade acho que eu só ia falar sobre a fazenda da minha vovó, e como lá é o lugar mais perfeito no mundo inteiro para se levar crianças, com direito a depoimento de Fazendack no fim, descrevendo alegremente o seu júbilo ímpar ao ter andado de cavalo, contado vacas até 12 umas mil vezes (ele só sabe contar até 12, o pobre), corrido atrás de pintinho, jogado infintas pedras no lago e tomado banho de bica. Assim, além de enriquecer com o blog, eu ia enriquecer também minha vó, já que ela teria que cobrar ingresso para o acesso à Fazenda, ia ser um luxo.

No roteiro "sem", descreveria minuciosamente as alegrias de acordar na hora que quiser, não ter fraldas pra trocar, não se preocupar com a hora do soninho da tarde, poder almoçar sorvete e ficar andando na rua até tarde...E obviamente, todos os lugares onde isso é possivel, desde que se tenha uma avó a disposição e hotéis com wi-fi pra falar todo dia com um certo serzinho do outro lado do mundo todos os dias pelo Skype.

Mas bom, eis que chega a roda viva e carrega o blog pra lá. A vida real é assim: Ninguém me fez nenhuma oferta milionária pra transformar meu blog em " Colocando o sapato na mala", mas também, pudera, eu não consegui, absolutamente não consegui arranjar um tempo pra sentar e escrever uma linha se quer, vocês bem notaram. Aliás, nem baixei as fotos para o computador de casa. Minha vida pós-férias foi tomada por uma incrível sensação de "tá vendo, quem mandou tirar um mês de férias e se divertir tanto? Agora agüenta!". E vamos agüentando. Limpa a casa aqui, trabalha até 22:00 alí, os dias passam e tempo de sobra??? Só pra dormir, ou ficar abraçadinha com maridinho no sofa assistindo as Olimpíadas. Ainda mais que no hospital onde faço minha pesquisa eles não deixam acessar o Blogger, então não dá nem pra ficar matando tempo entre artigos, estatística e recrutamento pra pesquisa, a maior injustiça.

As razões de tanta canseira e tão pouca inspiração? Vou abrir um fórum para vocês decidirem:

a) Quem na vida tem inspiração depois de trabalhar o dia inteiro, limpar uma geladeira que estragou no meio da viagem e assim ficou por semanas?
b) Quem na vida tem inspiração depois de trbalhar, limpar geladeira, lavar 5 máquinas de roupa, limpar banheiro e fazer janta?
c) Quem na vida tem inspiração depois de limpar geladeira, lavar 5 máquinas de roupa, limpar banheiro, fazer janta, brincar e botar menino pra dormir, isso entre enjôos, vômitos e uma indisposição generalizada causada por um certo elemento interno adquirido durante as férias?

As votações estão abertas. Dê sua opinião, participe!

PS - Ah sim, se você prestou atenção e bem notou, a verdade é esta, fomos 2 e voltamos 3. Gente maluca (e que que casa com marido que quer 5 filhos) é assim, sai de casa no roteiro "sem" filhos e volta "com". Maluca sim, e muito feliz, obrigada.
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Voltamos!

Olá crianças!

Estamos de volta ao mundo real onde decidir qual será o próximo destino e o que vamos fazer amanhã não é uma opção...onde para consertar a geladeira quebrada não basta ligar para a recepção e para ter um computador que funciona não basta só fazer o log off em um e sentar em frente do outro, onde o quarto e a casa não estão perfeitamente em ordem e arrumados quando você volta...ai, ai...

Por estas e outras, aguardem notícias fresquinhas, da vida divertida como deveria ser sempre logo, logo, assim que eu conseguir andar pela minha própria casa sem tropeçar em roupa suja.
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Live blogging

Diretamente do aeroporto JFK em NY, esperando o aviao pra Roma.

A outrora mae, agora disfarcada de esposa, baixa o Skype, paga acesso Wi-fi no aeroporto em um surto muito angustiado de ligar para a avo que hospeda a crianca. No fundo, ela tem a certeza que vai ligar e ouvir: "Filha, vc tem que voltar agora, o menino esta passado, acabado, saudoso e desesperado, volte e resgate a pobre alma imediatamete". Ao inves disso ela ouve: "Ixi! Ta brincando ateh, nem perguntou de vc, alias, perguntou na hora que levantou, falei que vcs tinham ido viajar, ele falou: " aaaaaa, ta bom ! " e pronto. Ah sim, esta sem fralda, jah pediu pra ir ao banheiro duas vezes enquanto andavamos de bicicleta e agora da licensa que a gente vai nadar no riozinho". 

O pai, sentado ao lado e pronto pra ir ao guiche mais proximo comprar o bilhete de retorno que salvara a crianca, quase morre de desgosto.

Ufa?? Essas criancas do seculo XXI, trocam os pais assim na maior cara de pau por qualquer riozinho e bicicleta, basta uma vozinha amorosa por perto, humpf!

Enquanto isso, no diario da viagem da lua-de-mel, vamos ali ver se todos os caminhos levam mesmo a Roma (Hihihihi, sempre quis dizer isso)






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Vida

Ai (com acento agudo) estava aqui, continuando minhas pesquisas viajatorias, e vi que o irmaozinho deixou o Orkut dele aberto aqui no meu computador, ai comecei a fucar na vida dos outros. Porque eu nao tenho orkut nao, sem paciencia pra deixar a vida exposta assim, jah basta o blog. Mas espionar a vida dos outros de vez em quando ateh que eh bom, e se ele deixou aberto a culpa eh toda dele, bem se sabe.

Ai comecei a achar um povo que era pequeno quando eu jah era grande (lembrando que grande eh referente ao tempo, nao ao tamanho), um povo que era novinho mesmo e que agora esta pelo mundo a fora, morando na Europa, casando...eu, hein??? Mas ela??? Como assim? Para de beijar esse menino nessa foto agora! Voce eh uma crianca!

Ai me deu aquela tristeza de velhice...jah comecei a pensar que gente, eles eram soh filhos das maezinhas deles e de repente sao essas pessoas com suas proprias vidas, longe, longe, com uma foto ou duas no Orkut com a mamae e os irmaos e na legenda dizendo: saudade. Eh isso, voce cria um filho e anos depois voce eh soh uma foto com uma legendinha. Como ousam?

Ai eu ia acordar minha mae, dar um abraco forte e dizer saudade, eu que sai de casa com 17 e nunca mais voltei e nem Orkut tenho pra botar uma legenda, tadinha...mas ao inves disso vou ali trancar Idosack numa jaula e soh deixa-lo sair quando tiver 78, isso se ele  prometer que vai me dedicar pelo menos 3 fotos no Orkut. Isso eh, se eh que eu vou dar um computador, essa coisa de muita informacao eh um perigo, da cada ideia....

Ai eu vou continuar agora minhas pesquisas sobre como viajar e abandonar ao mesmo tempo a mae e o filho. Pois eh...






4

Planejando

Falei que soh ia dar as caras de novo em Agosto, mas nao resisti.

Estou aqui em breve parada na casa da minha mae, em plena roca (com cedilha, sei nao onde ficam os acentos etcs e tais, irmaozinho configurou o novo laptop companheiro de viagem, mas nao achei os danados ainda) norte americana, onde em tres dias, largo a cria pra sair em lua-de-mel. Enquanto Princhuco e Abandonack dormem, o gato do padrasto tenta subir no sofa e eu visito freneticamente todos os blogs e foruns do mundo pra saber tudo sobre Italia e Grecia em 1 noite.

Comprei um guia da Italia, mas ainda estou testando o poder de osmose do livro, sei nao... parece que vou ter que ler mesmo. Detalhezinhos basicos como hoteis ainda nao foram reservados, mas quem liga? Eu ja dormi em hotel 1 estrela em Milao, mas charmoso mesmo seria dormir na estacao de trem, soh pra ter historia pra contar.

Frio na barriga absurdo, nunca fomos a(a) Europa juntos, cada qual jah teve seus turnos na vida antes e depois de casados, mas juntinhos assim, romanticozinho vai ser a primeira vez, que dilicia! Frio na barriga mais absurdo de deixar nenezinho. Hoje a avo jah deu mostras de que mimado vai ser pouco. Jah vi tudo, quando eu voltar o menino nao vai mais me reconhecer, voltar pra casa nem pensar e vai ter certeza que comer chocolate de almoco eh bom e certo. Assim como eh certo ter alguem aos seus pes, fazendo todas as suas vontades todo dia o dia todo, brincando, contando historias...ai avos, o que seria de nos sem elas?

Por enquanto os planos incluem certamente pizza, pasta e sorvete. Coliseu, Vaticano, Gondolas e Acropole. Alguem ai tem dicas pra dar??

Ah mundo vasto mundo, nos aguarde, estamos chegando...
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Tirando o sapato...

... e botando o chinelo. Estamos saindo de férias.


Após um muito exaustivo primeiro semestre regado à muito trabalho, doutorado e eventos dos mais variados.


Após uma muito exaustiva organização/realização de uma festa de aniversário de um tal menininho bem bonitinho que aproveitou a festa como ninguém, mas que deixou pra trás uma família e seus amigos mais próximos exaustos (mais conhecidos como "as vítimas" - no melhor estilo: quem manda ser amigo??? Agora tem que ajudar,tem que acordar de madrugada em pleno domingo, tem que cozinhar, tem que encher balão...).


No controverso roteiro das férias, largaremos o pequeno Abandonack com a avó enquanto pai e mãe retomarão seus papéis de marido e mulher em lua-de-mel pelas "Europa", seguindo para o Brasil, após retomar a guarda da criança, para o aniversário de 91 anos da bisa, na deliciosa fazenda em Minas Gerais.

Mais detalhes na volta em Agosto. Ou se rolar tempo, em algum cyber café pelo caminho.


Para os que ficam com o verão daqui, bom verão, para os que ficam com o inverno de lá, bom inverno. Para todos, boas férias, aproveitem, a vida passa rápido e as melhores lembranças sempre são das férias (esta mensagem é um oferecimento do meu último neurônio, as 2:20 da manhã).

Fiquem com a foto da mesa do aniversário deste ano. Eu sei que não se compara às mesas de festas de Holywood de qualquer festinha merreca por ai nessas bandas com Buffet Infantil. Mas fora o pequeno rombo no meio do arco de balões, até que estamos nos aprimorando na técnica de fazer festas "a mão" - leia-se, sem salgadinho encomendado, sem docinho encomendado, sem decoração encomendada, sem balões encomendados, tudo assim, na mão-de-obra escrava dos pobres amigos e tios importados diretamente do Brasil. A mesa e mais umas 50 bolas gigantes espalhadas pelo salão ficaram muito simpáticos, modéstia a parte. Ah sim, o bolo era encomendado, mas não conta, porque de tudo foi a coisa menos gostosa. O melhor foi que o aniversariante brincou até dizer chega, comeu tantas bolinhas de chocolate e brigadeiros quanto pode, fez e comeu seu próprio sanduíche, decorou seu próprio muffin, fez bolhas de sabão e se divertiu absurdamente muito. Tanto que a pilha, que tinha sido ligada 7 horas da manhã, para a festa que começou às 10:00, só foi acabar 7 da noite...as pilhas da mãe já estavam arriadas há tempos, mas sobrevivemos.

Caso não fique evidente, o tema deste ano foi bola, a nova paixão de Bolack.









Boas férias para todos!!!
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Centenário da Imigração Japonesa no Brasil


Eu deveria estar mais atualizada sobre esta parte da história que faz parte da minha própria. Mas no momento só estou tendo tempo pra me ligar em preparativos para outras festas (a de 2 anos do Velhack e a festa das nossas férias, a partir da semana que vem).Mas achei este desenho do Maurício de Souza muito fofo pra não ser postado. Fofo também deve ter sido o "encontro histórico" da Hello Kit com a Mônica, que andou rolando por aí.
Minha avó chegou ao Brasil no terceiro navio de imigrantes, em 1914, se eu não me engano. Pequena, veio de casamento arranjado e já chegou trabalhando nas lavouras de café no interior paulistano. Na casa dela, onde passávamos sempre o ano novo, sempre assistíamos fita de karaokê, comíamos sushi e inari (aquele que ao invés de alga tem uma paradinha de tofu em volta - em termos bem técnicos), muito tofu com shoyo e peixe com olho, do qual eu, mesmo quando comia carne, morria de nojo (argh! Aquele baita peixe com aquele olho de peixe olhando pra você na mesa, eu, hein!) e bebíamos coca-cola de garrafa, que eu e meu irmão éramos responsáveis de trocar no armazém. Também tinha um ursinho panda de pelúcia que eu adorava, calendários com mulheres japonesas mandados do Japão pela tia que morava no Japão (não! Era mandado do Japão pela tia que morava na Indonésia, daar).
Minha tia, muito solteira e que morou com minha avó até o fim, era muito católica, e muito amiga de um padre. Tinha sempre dois cachorros Collie, lindos e bem cuidados e todos os livros do Sydney Sheldom, que eu e meu irmão líamos vorazmente nos anos adolescentes, pra matar o tédio durante os 3 ou 4 dias que passávamos lá a cada ano. Minha avó era Seicho-no-ie e tudo que eu sei sobre isso é que no velório dela tinha umas outras velhinhas japinhas rezando em japonês, eu suponho (se fosse russo seria estranho...) e muitas outras colocando envelopes (com dinheiro, me contaram) em uma caixinha com incenso e um negocinho escrito algo em japonês também.
Apesar do nome muito japonês, da cara meio japonesa (no Brasil, porque aqui todo mundo acha que eu sou filipina ou vietnamita ou qualquer outra coisa) e de ter sempre feito o papel de japonesa nas pecinhas da escola, meu contato com a cultura japonesa se restringia as idas na casa da minha "obatchan", era um mundo paralelo. A culpa deve ter sido da minha mãe, aquela brasileira (que diga-se de passagem, minha vó não gostava, por não ser japonesa, obviamente) que sendo a única 100% brasileira na família, era a que mais zelava pela nossa "japonesidade" já que meu pai era meio anti-japonesismos. Minha tia que morava no Japão até tentava me catequisar, sem muito sucesso. Sempre me mandava um Kimono original e cheio de apetrechos (que eu usava nas peças da escola, e mais tarde nas festas a fantasia) e a única Barbie que eu tive por muito tempo era uma versão Suzi de Mangá, de Kimono, chinelinho e meinha (isso deve ter outro nome), florzinha no cabelo (que era loiro, diga-se de pasagem).
Outro dia fizeram um super encontro da nossa família, com direito a montagem de árvore genealógica e tudo. Eu adoro árvore genealógica, elas contam tantas histórias que fazem parte da História, mas não deu pra ir. Me mandaram as fotos, um monte de japonesinhos, tudo igualzinho mesmo, com leves variações abrasileiradas (eram meus irmãos).
Hoje em dia como Sushi só se não tiver outra opção, odeio peixe cru, prefiro garfo à hashi, não falo mais que "Arigatô" e de origami só sei fazer barquinho de papel (que nem origami é), uma pena, eu bem gostaria de ser mais japonesa, e menos "japonesa do Paraguai", como vários já me intitularam.
Mesmo assim, fico feliz de ser essa mistura que mesmo não sendo, é parte de mim, de quem sou e até de quem Japonesack, apesar dos cabelos muito claros, é. Meu irmão, que sabe fazer conta, diz que somos 12, 25% japoneses. Espero que isso me dê o direito de celebrar esse centenário e dizer que eu também sou parte dessa história, que é uma parte tão interessante da História do Brasil. Uoba!
Feliz Centenário (e isso é coisa que se diga???) para os mais japoneses do que eu, e Arigatô, Sayonará, Kimono, Karaokê, Mangá para todos os outros...
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Só 2 anos

Só dois anos, é o tamanho de uma vida inteira. Vida que veio acrescentar, virar de cabeça pra baixo e transformar definitivamente nossa vida, nossa família, deixando tudo com uma cara de alegria sem fim.



Só dois anos e eu já não lembro como era minha vida antes, o que eu costumava fazer com tanto tempo que hoje passo lendo histórias, brincando, fazendo piquenique no parque, cantando, colocando pra dormir e cozinhando. Lembro vagamente (e com uma certa saudade) que eu dormia mais, aliás, havia domingos que eu dormia até meio-dia, quem diria. Mas logo esqueço, mesmo sendo 5:30h, quando um serzinho de pouco mais de 80cm aparece na porta do meu quarto de manhã pedindo: "eu quelo mamá, tó um totinho" (eu quero mamar só um pouquinho) e aí, depois de mamar dorme de novo, só pra acordar umas duas horas depois cantando: "Acoda, acoda é hola de acodá - Nasce o sol, a biar, lindo!!- Acoda mamãe!!!" acompanhado de um beijinho.



Só dois anos e hoje em dia não acho nada mais tão lindo quanto ver Cresimentack crescer. Virei uma besta assumida, fico toda babona quando meu minusculinho reconhece a letra do "Cack" (que é o Z, não o C, vale dizer), e todas as outras que têm um significado pra ele (como as primeiras letras dos nomes das pessoas mais próximas). Quando ele canta o "ABC" então eu me desmancho, mas não tanto como quando ele acha algum objeto que têm em alguma das cem bilhões de músicas em línguas sortidas do seu repertório e automaticamente se lembra da música e começa a cantar, variando os padrões rítimicos, adaptando. A bobeira assumida toma conta quando ele conta de 1 a 5 em 3 línguas, e quando se ajoelha pra orar, colocando as mãozinhas e fechando os olhos, enrugando a testa que fica parecendo uma cara de bravo, mas é na verdade de muito concentrado. Outro dia estávamos olhando uma revista e achamos um grão-de-bico. Falei pra ele o nome e ele "pegou" o grão-de-bico da revista e colocou no umbigo, todo feliz, falando "bigo!!!". Fico me sentindo a mãe do ganhador do prêmio Nobel quando ele diz seus simpáticos "Bonjours" por aí e quando pede "popapô" e fala "obigada" (o Bonjour geralmente vem ser ser requisitado, os outros com um pouco de ajuda dos universitários, mas vem). Eu poderia ficar aqui mais dois anos só contando as venturas e espertices de Espertack, da sua memória prodigiosa, de como ele é afinado, de como ele gosta de sapatos e bolas. Mas vou parando, porque afinal de contas, tento (e quase sempre não consigo) falar de outras coisas na vida. Incrível como não falo tanto da minha pesquisa, por exemplo, que já me tomou 3 anos, como dessa coisinha que só tem 2. Mas como não falar de um trequinho que enquanto eu escrevo este post já veio aqui do meu lado, com um bolinho de brincadeira na mão cantando: "Happy birthday to mamãe, happy birthday to mamãe, happy birthday to mamãe! - Sopa mamãe, sopa!"(sopra mamãe, sopra!), depois pegou um papel e falou: "desenhá" e está aqui falando sozinho: " bonito nenê, bonito..." e isso tudo ele aprendeu só em dois anos...



Só dois anos e eu também aprendi tanto. Coisas de cunho altamente maternísticos e a existência de um mundo a parte, só de coisas de bebês, tipo Matrix. Você toma a pílula e quando vê, está em uma quarta dimensão, onde a existência de cereais de bebês, apetrechos infinitos de segurança, chupeta-termômetro, brinquedos bons e ruins viram parte do cotidiano. Aprendi outras tantas sobre nutrição como a ordem de introdução de alimentos, tudo sobre o "Canadian Food Guide", a quantidade de porções, cores e sabores para um crescimento saudável. Coisas bem menos essenciais à existência como o poder fétido de uma fralda de cocô e outras tão superiores como a grandeza do perdão instantâneo (aquele que dá uma mordida de raiva e depois de um segundo faz "calinho, calinho- decupa mamãe" - carinho, carinho, desculpa mamãe) e a existência do amor incondicional, tão grande que não cabe em lugar algum, absolutamente desatrelado à qualquer cláusula.



Só dois anos e meu nenezinho quietinho e bochechudo virou uma coisinha falante e magricela e mesmo assim, eu ainda quero fazer suco dele. Tanto em tão pouco, difícil de acreditar.



Parabéns meu filhinho lindo, você é a coisa mais preciosa do mundo. Se for pra mudar alguma coisa, por favor durma até mais tarde e me deixe escovar seus dentes em menos de 30 canções, o resto, pode ficar igualzinho, até os 200 anos.




9

$33,85

Ganhei de presente de uma amiga um "vale-manicure". Manicure não, porque manicure é coisa de pobre, um vale -"soins complete netteté des mains avec verniz" (algo como: "cuidados completos de limpeza das mãos + esmalte).

Nunca, nunquinha na minha pobre vida canadense eu tinha ido à manicure (e cada vez que vou ao Brasil pareço uma recém chegada de um campo de concentração, logo, necessitando de cuidados essenciais à sobrevivência como corte de cabelo, depilação completa e manicure/pedicure) e dessa vez lembrei o porquê. Mas como tinha sido presente, lá fui eu, dar uma de "madame" (porque você pode achar que "mão e pé" é coisa que se faça toda semana, mas pra quem já conheceu gente - e mais de uma - que aos 30 anos NUNCA na vida se quer fez as unhas, na manicure ou fora dela, como muitas quebequenses, manicure é definitivamente coisa de madame).

Chego na hora marcada, abro a bolsa pra pegar meu vale-presente e cadê? Desmemoreiko teve a capacidade de marcar o horário e esquecer o vale-presente em casa. Como aqui não é Brasil e dificilmente se dá um jeitinho (do tipo pagar no dia e trazer o certificado no dia seguinte pra ser reembolsada), muito sem graça que fiquei, resolvi fazer a mão e pagar, já que era dia dos namorados e íamos sair a noite.

Entramos na sala que estava mais pra centro cirúrgico do que salão de beleza, tudo muito limpo, muito esterelizado, mesa forrada com papel descartável, mocinha de máscara e luva, uma coisa de louco. Antipática que sou e como odeio jogar conversa fora em salão, peguei meus textos e comecei a ler enquanto a mocinha fazia minha unha. Um artigo (de 7 páginas) inteirinho depois, ela acabou uma mão. Olhei assim, ao acaso pra minha unha e em desespero pergunto:
- Você não vai tirar a cutícula?
- Ah não, eu não encosto em cutícula, porque você quer tirar a cutícula?
- Porque é assim que se faz unha????
- Ah não, não precisa não, não, não...
- Moça, eu quero tirar a cutícula!
- Ah, mas não...eu não mexo em cutícula.
- Pois pode mexer agora minha filha, porque eu não vou pagar $30 mais taxas pra você fazer absolutamente nada!!!!! -- Tá bom, isso eu não falei, mas que pensei, eu pensei, ao invés, o que eu falei foi um cortês, pero no mucho:
- Silt-tu-plait, enlève la cuticule... (porque em francês assim como qualquer folhadinho de cogumelo vira um "vol-au-vent aux champignons", qualquer conversinha desaforada parece muito mais chique - apesar de que eu nunc aprendi na aula de francês a escrever cutícula, até porque acho que isso não faz parte do vocabulário).

Muito lentamente e com as mãos visivelmente trêmulas, a mocinha tirou aproximadamente 1/20 da minha cutícula, passou um esmalte que ficou todo manchado e pronto. Nada de creminho exfoliante, nada de massagem, nada de spray secante, nada. Paguei $33,85, ou R$60,00, se preferirem. No Brasil com essa quantia eu sairia magra e loira, fácil. Ao invés disso, saí bufante e com uma raiva interna que só quem já pagou "quinze real" pra fazer pé e mão, com direito a frescuras, pode entender.
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Notícias quentes

O verão chegou em Montréal. Estão anunciando temperatura ressentida de 41 graus amanhã, é calor pra Saara nenhum botar defeito, vai entender essa cidade.

Enquanto isso, na sala de justiça, chegaram também os vírus que estavam hibernando durante o inverno e agora, quando nós deveríamos sair, eles resolveram sair primeiro de onde quer que estivessem e por aqui está tudo dominado. Doentack, Doenteiko e até o Computador, que não tinha nada a ver com isso. Entre febres e gargantas inflamadas, o único que tinha backup era o computador, o resto está destruído.

Aliás, capítulo a parte foi a história do backup. Há uns 3 meses eu achei que era tempo de comprar um HD externo e fazer um backup de TODAS as fotos de Fotografack, que até então estavam a mercê dos vírus, já que Eficienteiko aqui não imprime nunca as zilhões de fotos da criança. Bom, entre comprar o HD e fazer o backup passaram-se 3 meses (essas máquinas ineficientes que não se plugam sozinhas e fazem o serviço completo, humpf!) até que quinta passada, por uma iluminação divina eu resolvi tomar vergonha na cara e fazer o tal do backup. Batata, na sexta o computador pifou geral, morreu. Agora, minha questão é: premonição, sexto sentido ou uma conspiração da companhia que fabrica o tal HD e que coloca um vírus no seu computador quando você pluga o HD, só pra você sentir que o HD acaba de salvar seus documentos, sua história, a sua vida e assim você, em um ato de gratidão eterna, se sentirá compelida a comprar outros HDs e outros produtos vendidos secretamente pela mesma, ou até ações na bolsa até ir a falência???? Hein, hein, hein?? - Eu sei, são esses vírus, a febre...

Conspirações industriais a parte, tudo que a mãe não tem de precavida (prova cabal é demorar 2 anos pra fazer backup das fotos), Preventack tem. Desde que a onda de calor começou, ele aderiu a novos hábitos. Agora só vai pra cama com sua baleia e seu copo de água. Não só vai pra cama, mas dorme abraçado com os dois, um em cada mão. A água, bem se sabe, do jeito que vai, se a água do mundo todo secar de repente, no meio da noite, ele vai ter o seu copo do Elmo, pra tomar a vontade enquanto esbanja os outros, ou ainda, vender a preço de ouro e dar todo o dinheiro pra mãe explorar novas jaziguas de água na lua ou em Marte. Agora, se ao contrário disso, as gelerias da Antártida derreterem de vez causando uma inundação mundial, ele já garantiu que vai ter consigo sua Baleia de estimação - todo mundo deve ser amigo de uma baleia numa hora dessas. E não tente dissuadí-lo de que as duas tragédias não podem acontecer na mesma noite, ele não larga nenhum dos dois.
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De frente pro crime

Gente do céu, semana passada aconteceu uma das coisas mais estranhas de todas as coisas estranhas que já aconteceram na minha vida. Bom, na verdade não aconteceu comigo diretamente, mas foi muito perto. Foi tão traumático que tive que esperar uma semana pra falar sobre o assunto.

Longe de mim bancar Gil Gomes, "Aqui, Agora", se for pra tirar sapato aqui, não vai ser o sapato branco, mas essa história me deixou meio tonta. Basicamente, cheguei em casa e Princhuco estava falando com o pessoal no escritório dele em Sampa, o que ele faz todo dia, várias vezes por dia. Desta vez, no entanto, a conversa era: " Chama a polícia, agora, liga pra emergência!". Pensei comigo: Pronto, mais um assalto - nada novo, ponderei - vira pro lado e vai fazer janta. Mas não, dessa vez a história foi essa:
O pessoal estava lá, feliz e tranquilo no fim de tarde, trabalhando no escritório que fica no primeiro andar de um edifício comercial, e tem um "jardim de inverno", uma área aberta para a qual todas as janelas do prédio se abrem. De repente, escutam um barulhão, olham pro tal jardim e constatam: "Tá lá o corpo estendido no chão". Não veio camelô vender nada, muito pelo contrário, o pessoal ficou totalmente paralisado e a primeira medida foi ligar pro patrão aqui no Canadá, pois bem se sabe, só o chefe está apto a tomar decisões importantes como chamar a emergência dado uma pessoa agonizante no jardim de inverno. A história não melhora daqui pra frente. A emergência aparentemente veio logo, constatou a morte do cidadão e o deixou lá, até muitas, muitas horas depois, quando chegou a polícia e o IML, que, em uma demonstração clara de sensibilidade e respeito humano, arrastou o corpo pra fora deixando um rastro no escritório, objetos pessoais do homem, pedaços de um corpo, mas também de uma vida que acabou assim... Avisaram que descobriram familiares do homem, que trabalhava no décimo andar do prédio e que ao que tudo indicava, tinha sido suicídio.

Eu, no entanto, fiquei sem dormir umas boas horas (e acreditem, nada no mundo me tira o sono normalmente), só pensando no moço e o que o fez a vida dele ficar tão triste assim a ponto de ter coragem de se jogar de uma janela. Como foi que ninguém viu, interferiu? Será que um sorriso, uma escuta teriam feito a diferença? Que mundo é esse minha gente? Será que a indiferença foi o grande crime?

"...E um silêncio servindo de Amém,
sem pressa foi cada um pro seu lado,
pensando numa mulher ou num time..."
olharam o rastro no chão e fecharam a janela do escritório do meu marido de frente pro crime. *

Triste, muito triste.

*Citações e paráfrases de: "De Frente pro Crime", de Jõao Bosco (Favorita na voz do Chico).
4

Mural - Musicalização e cia.

Queila:
Eu não estou mais fazendo aula de música no Maman, Bebé et Cafe. Desisti por alguns motivos:
O método que a professora lá usa (Kindermusik) eu conheço e adoro, usava várias idéias dele quando dava aula de musicalização no Brasil, mas não acho que ela use da maneira correta. o mesmo para a linguagem de sinais, que é uma ótima idéia, cheia de potencial, mas não é muito bem explorada. Em relação ao método: Primeiro, a professora não toca nenhum instrumento na aula e ter um instrumento acústico (como violão ou piano) é muito importante pra criar uma boa referência e desenvolver na criança os conceitos básicos de som. Segundo, ela não dava tempo suficiente para as crianças explorarem cada atividade e brinquedo, dava os materiais, cantava uma vez a música e recolhia tudo, bem quando os pequenos estavam começando a entender, se apropriar dos materiais/sons e sinais. Terceiro, a professora é educadinha mas tem uma cara absurdamente inexpressiva, e isso me irrita um pouco, sabe aquele tipo de pessoa que estando feliz, triste, dando bom dia ou pagando conta ou qualquer outra coisa tem a mesma cara de paisagem? Tipo o Igor daquela novela "Explode Coração"(Nossa, essa eu desenterrei mesmo!) - então não dava, música é expressão e uma das grandes descobertas da musicalização infantil é justamente usar a expressão/emoção/afetividade como forma de transmissão e internalização da música, então cara de nada não dá!
Pois é, por essas e outras eu resolvi tentar outra aula de musicalização, agora estou nesse lugar aqui. A professora (Jennifer Gosoi) é na verdade uma cantora, nominada ao Juno e tudo, ela é ótima, super simpática e expressiva, toca violão e outros instrumentos de percussão durante as aulas e ensina não só músicas tradicionais como composições próprias, todas de altíssima qualidade (o que também é bom pra gente saber mais da cultura infantil daqui). Estou gostando bem mais das aulas mas também tenho minhas críticas (acho que o problema sou eu). Ela também quer cantar mil músicas por aula, não dá muita chance pras crianças se apropriarem das músicas e o que é pior, não deixa as crianças encostarem nos instrumentos, o que é muito triste e errado, pois bem sabemos, crianças, principalmente até os 5 anos, precisam encostar, sentir, explorar pra aprender...
Mas enfim, resumo da ópera, eu sou meio "crica" com relação a musicalização, mas estou mais feliz no Bebéssimo do que no Maman, Bebe et Café, embora eu sinta falta da "ambiance" do Café (no Bebessimo é só o estúdio) mas acho que vale a pena experimentar e ver onde você e sua Pequerrucha se sentem melhor. Acabei de descobrir este outro lugar aqui e acho que vou tentar na próxima sessão, até porque é MUITO mais perto da minha casa. Por enquanto continuo indo, mais pra me divertir com Musicack (que está feliz e cantando a plenos pulmões em qualquer lugar) e aumentar meu repertório de músicas infantis em inglês e francês, do que pela qualidade das aulas em sí. Ou seja, "tá valendo".

Debby - Bem-vinda de volta ao Blogomundo, sentimos sua falta!

Bibi - Também adoramos visitar vocês! E nós adoramos bolos naturebas (mesmo que eu não tenha experimentado), então nem esquenta. Vamos marcar mais sim!!!
8

Ocupados

Vão desculpando a falta de textos, é que ultimamente andamos muito ocupados por aqui, brincando no parque e ajudando a espalhar a praga das florzinhas amarelas. Um homem não pode falhar com seus compromissos, todas as flores brancas devem ter o direito de espalhar suas hastes e virar uma autêntica flor amarela - Não restará pólen sobre pólen.

E não, aquilo não é um precoce bigode branco ou uma mini-máscara de carnaval de Veneza, mas sim uma haste da florzinha capturada por uma câmera sem 3 dimensões.
4

No supermercado

Outro dia falei de como volta e meia a gente tromba com alugma comida que parece com alguma outra comida que teoricamente não existia aqui. Faz falta achar suco de maracujá e requeijão assim, ao alcance das mãos, mas eventualmente a gente acha umas coisas parecidas pra matar a saudade e outras tantas diferentes, pra dar a volta ao mundo em 80 comidas. É como um supermercado "Extra", por exemplo, tivesse produtos diferentes dependendo do bairro onde está. Essa semana estava voltando de uma reunião em um bairro com muitos judeus e resolvi passar no supermercado pra dar uma espiada e achei um queijo branco de Israel que tem tudo pra ser queijo minas, só falta o "uai". Além disso achei um monte de produtos Kosher como um hamburguer de grão de bico que parecem deliciosos.


Outra coisa de supermercados e lojas em geral é que aqui hora de fechar é hora de fechar. Não tem essa de "quem está dentro fica". Quando deu o horário a luz apaga, o povo te bota pra fora sem dó nem piedade, se não passou no caixa problema seu, nada de "pode ficar a vontade, madame", aqui é "cai fora minha filha, toma vergonha na cara e chega mais cedo da próxima vez". Acho certo e justo, todo mundo tem direito de ir pra casa no horário que acaba o trabalho e não ficar esperando a boa vontade do povo. Eu e meu espírito brasileiro de "o consumidor sempre tem razão" já fiquei com carrinho cheio de coisa sem ter caixa pra passar, agora não vacilo mais, apagou a primeira luz eu vou voando pro caixa, treinada.

Ah, e comprei farinha de pão. Mas isso foi 'so depois de ter comprado um saco de 5kg de farinha "pra toda obra" que vai durar no mínimo uns 7 anos, porque agora eu tenho uma máquina de pão, mas ninguém, ninguenzinho alertou a pobre alma aqui que pra fazer pão precisa de farinha de pão. Eu, hein?!


2

Altruísmo

Cena:
Dia desses, Papito alimentando Altruistack, mamãe ao lado estudando.

Altruistack pega uma colherada de abobrinha refogada:
Mamãe:
- Filhinho, dá um pouquinho pra mamãe?
- Tó mamãe - oferecendo na colher.
- Obrigada!
Que criança boazinha! - Orgulhosa, pensa a mãe.

Altruistack termina a comida, Papito coloca a sobremesa, melão.
Mamãe:
- Filhinho, dá um pouquinho pra mamãe?
- Tó mamãe - oferecendo melão na colher.
- Obrigada nenê!
Como eu estou educando bem esse menino! - Retumbante, se orgulha a mãe.

Altruistack termina o melão. Papito teimoso dá um ovinho de chocolate pra criança.
- Filhinho dá um pedacinho pra mamãe?
Altruistack em um movimento rápido e certeiro enfia tudo na boca. Mamãe faz cara de triste. Altruistack mais que depressa estica o braço, pega o copo de água:
- Qué água mamãe?
O pior é não conseguir nem brigar já que, sendo o ovo Lindt, ela provavelmente faria o mesmo - Pobre criança sem futuro! - Cheia de remorso, conclui a mãe.
4

Petits Bonheurs


Uma das coisas que eu mais gosto por estas bandas de cá é a variedade de festivais e eventos que começam a brotar com as flores na primavera. O mais interessante é que nunca rola muvuca e sempre rolam muitas famílias com seus filhotes na rua, curtindo com a multidão.


Festivack já foi ver Carlinhos Brown no Festival de Jazz quando ainda era bem mínusculo (porque agora ele é grande, vocês sabem), várias outras performances de rua no Festival Juste pour Rire e coisas mais eruditas como a série de concertos da orquestra municipal, especialmente para crianças. No entanto, o festival que mais aguardávamos era o "Petits Bonheurs" (Pequenas alegrias). O slogan diz tudo: "Pequenas Alegrias - O encontro cultural dos pequenininhos" e é isso que é. Uma séria de espetáculos de teatro, música, dança, oficinas e eventos de rua destinados as crianças de 0-6 anos e suas famílias, obviamente, já que por mais vanguardista que sejam os festivais, ainda não autorizam crianças dessa idade a pegarem o carro e se pirulitarem sozinhas para os eventos, quanta incoerência.

Mas enfim, ano passado, quando eu descobri o festival já era tarde demais. Meses antes do evento todos os ingressos já estavam esgotados. Este ano então resolvi não marcar bobeira e mesmo assim marquei. Quando fui comprar só tinha pra dois espetáculos, mas valeu a pena. O melhor foi uma mistura de música com teatro onde duas artistas tocavam instrumentos super diferentes como o Litophone entre outras surpresas que fizeram Impressionack e sua mãe, assim como todos na distinta audiência de criancinhas de 18 meses a 3 anos nem piscarem durante toda a apresentação. Memorack agora só fala nisso, é um tal de "bong!" pra cá "u-u-u" pra lá, descrevendo com uma clareza absurda as cenas da apresentação. Aliás, ficamos até famosos e quando fui olhar a programação do dia seguinte, lá estávamos nós no site do evento, quem quiser ver a mãe e filho babões é só dar uma olhada aqui.


É isso, quando a primavera chega, a vida é bela novamente. Esse mês já fomos ver uma exposição com monte de borboletas em liberdade, não só as borboletas mas todos estão livres, Libertack e seus comparsas brincam do lado de fora na creche, comemos nas calçadas dos restaurantes, há tulipas por toda parte, voltamos pra aula de natação, de musicalização e Desestresseiko resolveu até botar em uso sua total falta de habiliade culinária e fazer pão pra comemorar os longos dias de sol. O que, obviamente, não tem nada a ver com nada, mas achei importante dizer. Até porque o pão ficou até simpático, mas o gosto...bom, o pão foi pro lixo, mas o que importa é que o sol e as pequenas alegrias primaveris, estes vieram pra ficar, ao menos até Agosto.








PS - O dia das mães foi tão divertidamente ocupado que não deu tempo de postar, mas pra todas as mães por aí, Feliz dia das mães (adiantado pro ano que vem ;-)
8

Um pouquinho de Brasil

Enquanto em lugares como New York e Washington lojinhas com coisas brasileiras, assim como os brasileiros em sí, pipocam em todo canto e Guaraná é vendido até no Wal Mart, por aqui, pra achar coisas "do Brasil" é preciso bússola, paciência e persitência pra testar de tudo até achar. Também é útil ter um faro aguçado pra descobrir qual outra cultura no mundo tem alguma coisa que parece com o almejado similar Tupiniquim além de uma rede de informantes por toda a cidade pra descobrir se o que não tem em um mercado tem em outro em um bairro diferente. Descobri outro dia que em um mercado normal, mas em um bairro com muitos chineses, tinha uma versão de Yakult, que eu adoro mas nunca tinha achado. Aliás os produtos chineses são os campeões do disfarce, é pra James Bond nenhum botar defeito. Tem leite ninho disfarçado de Nido, graviola disfarçada de uma fruta com um nome impronunciável, polvilho que chama tapioca e até goiabada. Também descobrimos em equipe que os árabes roubaram nosso queijo Minas e botaram um outro nome estranho lá. Imagine a alegria do nosso clã brasileiro ao descobrir a goiabada chinesa com o queijo minas árabe na mesma semana - O fim trágico de Romeu e Julieta se repetiu até a última lasquinha.

Semana passada passei em frente a um lugar que costumava ser uma lojinha brasileira, das mais capengas que eu já vi na vida. O ponto passou de um dono pra outro por uns bons tempos, sem muito resultado, até que alguém finalmente fez do lugar um autêntico e decente pedacinho de Brasil por aqui. Pão de queijo quentinho, mousse de maracujá, guaraná, tudo em um lugar bem decoradinho, bem aconchegante. Brasileirack encontrou uns outros brasileirinhos expatriados pra brincar (que por sinal entendiam Português, mas só falavam Francês, coisa triste...), mamãe tirou a barriga da miséria e todos saíram contentes.

Ontem fomos convidados por um chileno que é dono de um dos restaurantes brasileiros daqui (pra combinar com o chinês, dono da churrascaria brasileira em Vancouver) pra assistir o lançamento de uma cantora brasileira que aparentemente é bem conhecida aqui, Monica Freire. O álbum entitulado "Na Laje", é super bom, a voz dela é ótima e ela mesmo, uma autêntica "Papa-jaca" (pessoa nascida em Itabuna segundo o Dicionário de Baianês de Princhuco), é uma simpatia. Mas o programa foi melhor ainda. Lançamento bacaninha em um espaço meio alternativo, com um monte de pipas penduradas em todo canto "da laje". Apresentação de capoeira e batucada, Samback gastando a sapatilha e a família feliz em um tipo de programa que há tempos não fazíamos, digno de Sesc Pompéia no domingo a tarde.

Antes de ontem fui ao consulado renovar meu passaporte vencido. Avisei pra moça que tinha perdido meu título de eleitor e ela:

- Como assim perdeu?

- Perdi moça, não sei onde foi parar, procurei e não achei.

- Ah gente, mas como assim, perdeu?

- Você nunca perdeu nada na vida? Sabe, quando uma coisa some, você procura e não acha?

- Ah, mas então não vai ter jeito...

- Mas não tem como tirar uma segunda via?

- Ah não sei...

- Tem como perguntar pra alguém?

- Ai, ai...vou ver...

pega o telefone e liga pra alguém

- Bom, você entra nesse site aqui, preenche esses formulários aqui sem rasura e volta, mas volta amanhã porque hoje já está tarde.

Detalhe, eram 12:30. Pego os 425 formulários, vou pro escritório procurar o site. Descubro que o site era errado,enfim...a habitual cordialidade e prestimosidade dos funcionários públicos me fez lembrar que sim, é possível viver um pouquinho do Brasil por aqui.

Ontem pra completar o pacote de atividades "Minha terra tem palmeiras", fui ver qual é de uma aula capoeira, dita ser a modalidade miraculosa para eliminar cada uma das banhas adquiridas ao longo de anos de muffins e sendentarismo e da não mais possível desculpa de "eu tenho banhas mas tenho um nenê lindo, vai encarar?". O professor era gringo, veja bem, um bando de brasileiro aprendendo capoeira com um gringo. Coisa de brasileiro expatriado isso de resolver ser brasileiro, assim, aquela coisa autêntica, com jingado, que joga capoeira, que acha verde e amarelo a combinação mais linda do mundo e que conhece a Amazônia como a palma da mão. Depois de uns 15 minutos, logo depois do aquecimento eu já estava mais pra lá de Bagdá do que da Amazônia mas como "eu sou brasileira e não desisto nunca" e também tinha que provar pras gringas que a capoeira fazia parte do meu DNA, aguentei firme e forte...bom, ao menos eu aguentei, firme e forte já não digo. Bolhas no pé e dores musculares até pra espirrar hoje são a prova da minha invejável forma física...mas ao menos me diverti a beça e apesar de estar escutando som de berimbau até agora na minha cabeça, são essas coisinhas que nos trazem pra menos longe de casa, mesmo com o professor falando: "agoura a djinga".
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Zacktales



Um dos meus desenhos favoritos de infância era o "Ducktales" (Ducktales, u-u, são os caçadores de aventuras, u-u, todos eles são grandes figuras u-u, por isso a garotada só quer Ducktales! - Viu só, lembrei isso tudo sozinha, sem nem precisar do meu Google memory device), que contava as aventuras do tio Patinhas e sua turma.


Aí tive um filho e, vamos combinar, nada rende mais estórias e aventuras do que um serzinho que consegue sentar com as pernas esticadas e alcançar um objeto bem pra lá do pé sem dobrá-las, mas que não consegue bater palma em cima da cabeça (porque os braços não alcançam, já viram como nenê é desprorpocional?) e que fala, canta, descobre o mundo e faz macaquices o tempo todo. Enfim, acho que só tive filho pra ter estorinhas engraçadinhas pra contar, engraçadinhas para o público em geral, e não só para a mãe abestalhada que acha cocô e arroto engraçadinho, é claro.

Então a partir de hoje nasce o "Zacktlales - u-u!".

Capítulo 1: Como é que fala? Ou a arte de rir pra dentro.


Cenário: Mãe trocando a fralda de Desafiack antes de ir dormir.


A mãe fecha a fralda.
Teimosack abre.
A mãe fecha.
Ele abre.
A mãe fala:
- Abrir não filho, vamos colocar a calça.
E fecha a fralda.
Ele abre.
- A mamãe disse não.
E enfia a calça no muleque.
Ele empurra a calça e abre a fralda.
A mãe fecha a fralda e pergunta gentilmente:
- Mamãe falou...
Ele responde prontamente:
- Não!
- Muito bem, agora vamos colocar a blusa e ir pra cama.
Ele enfia a mão na calça e abre.
A mãe pergunta já não tão gentilmente enquanto fecha a fralda:
- Você quer ficar de castigo?
Ele responde sem dúvida:
- Não!
E abre a fralda.
A mãe fica em dúvida entre jogar o menino pela janela ou colar a fralda com super bonder mas em um minuto de prudência só pega a criatura e o coloca no "canto do castigo" (porque canto do pensamento vem mais tarde)

...Um longo minuto depois...

Entre soluços da criança a mãe explica:
- A mamãe falou, abrir não, mas o nenê teimou, como é que o nenê fala pra mamãe?
Arrependidack fala e faz sinais aos prantos:
- Popapô! (Por favor!), Obigado! (Obrigado)...
A mãe espera enquanto o menino em desespero faz o sinal sem achar a palavra
- Opupa! (Desculpa)

Mamãe pega o nenê e todos voltam pro quarto enquanto Revisack revisa a estória:

- Mamãe, faldinha (fraldinha), NÃO!, nenê "tuf" (onomatopéia do velcro da fralda), nenê catigo! (castigo!), opupa mamãe, OPUPA!

- Pois é filho, não pode desobedecer a mamãe "pfffff" (onomatopéia da risada interna da mãe)
Mãe larga o nenê no quarto e vai correndo rir no banheiro.

Vou dar sugestão pro pessoal que dá curso de educação infantil: "Como rir pra dentro em 5 lições", uma verdadeira arte.